sábado, 9 de março de 2019

Lava Jato, 5 anos: dinheiro na mão é vendaval...

Reprodução Facebook
por Flávio Sépia

A Lava Jato completou cinco anos e, se não fosse o vídeo pornô que Bolsonaro distribuiu para o mundo, teria sido o assunto largamente dominante nos meios de comunicação. Foi médio. Falou-se dos políticos presos, dos empresários livres, a maioria, já que viraram caguetas premiados e estão de boa, das propostas de novas leis, das irregularidades e dos projetos eleitorais dos personagens da operação.

Desde que a Lava Jato começou, o Brasil já produziu novos fatos - como se pode notar nos galhos do laranjal do partido do novo governo nas últimas eleições -, que poderão abastecer novas investigações. Não é possível garantir que ocorrerão ou se haverá seletividade recorrente.

Na mídia, faltou explorar um aspecto da Lava Jato: o da operação como geradora de business e produtos de marketing cultural. Sim, se algumas empresas e empreiteiras indutoras da corrupção tiveram prejuízos após o escândalo, a operação, sob outro ângulo, tornou-se uma 'indústria' a gerar lucros.

Filmes, séries em streaming, livros, circuito de palestras, consultorias, expansão do setor de compliance em empresas, debates a cachês em universidades, eventos de premiação bancados por marcas, seminários e cadernos editoriais patrocinados nos grandes veículos e até camisetas e banners à venda compuseram ou compõem o portfólio do novo negócio.

Enquanto a edição impressa da Veja teve tempo de registrar o caso bizarro do vídeo pornô, a Época dessa semana destacou "A boa vida dos delatores", com o notório Léo Pinheiro na capa. Segundo a revista, a Lava Jato conseguiu recuperar quase 14 bilhões de reais de empresas e executivos criminosos. Parte desse dinheiro veio das contas dos delatores que meteram a mão no bolso secreto para se livrar das grades. Apesar disso, a Época reconhece que houve casos de "colaborações" com resultados pífios em termos de denúncia comprovadas. O preço da liberdade pode ter sido alto, mas os X-9 pagaram sem reclamar e, a julgar pelo que se vê, valeu a pena. Pelo menos um deles, já voltou a operar no mercado. Vida que segue.

Outra consequência econômica da Lava Jato resultou em nova polêmica - esta que estourou nas redes sociais nos últimos dois dias e que ficou fora do alcance das revistas semanais impressas - sobre o destino e a gestão dos bilhões recuperados. Ocorre que procuradores  do MPF e juízes têm decidido com relativa autonomia encaminhar valores para pagamentos de aposentados e pensionistas do estado e reforma de escolas (casos do Rio de Janeiro) e para setores do Ministério da Educação. Até aqui, injeção de recursos públicos em órgãos públicos

A polêmica mais recente surgiu quando as redes sociais descobriram que, no Paraná, o MPF criou uma fundação privada para receber R$2,5 bilhões devolvidos em acordo pela Petrobras. Supostamente, o dinheiro será destinado para projetos que "reforcem a luta da sociedade brasileira contra a corrupção". Ainda não há informações definitivas sobre quem irá gerir os recursos, executivos, estrutura, funcionários etc ou como se dará a seleção de beneficiados. A própria cúpula do MPF diverge sobre a criação do fundo privado.

Talvez por saber os riscos.

Já dizia Paulinho da Viola:

"Dinheiro na mão é vendaval. É vendaval. Na vida de um sonhador. De um sonhador. Quanta gente aí se engana. E cai da cama. Com toda a ilusão que sonhou"...

sexta-feira, 8 de março de 2019

Admirável Novo Mundo • Por Roberto Muggiati

A primeira vez que vi o Novo Mundo foi em junho de 1962, quando eu e um colega – depois de uma viagem de dois dias de Curitiba ao Rio de carona numa vistosa Bentley  – fomos praticamente desovados na porta do hotel, entre os dois severos leões, pelo não menos severo diretor teatral Gianni Ratto: “Bom, rapazes, deixo vocês aqui, agora vou subir para Santa Teresa.”

Eram tempos de Jango, tínhamos participado de um efervescente festival de CPCs em Curitiba.

Naquele momento, eu mal podia imaginar que, em menos de três anos, estaria trabalhando na Manchete e, depois da mudança de Frei Caneca para o Russell, participaria também ativamente dos “trabalhos” no Novo Mundo, nosso Posto Avançado Etílico.

Em foto recente, Ana Lúcia Bizinover, Martins,
o lendário barman
do Novo Mundo, e Roberto Muggiati.
Nos últimos cinco anos, frequentei assiduamente o bar no mezanino do hotel, onde rolaram belos shows do “pianista da casa”, Osmar Milito: numa fase anterior com meu mestre de saxofone Mauro Senise, mais recentemente com a carismática cantora Indiana Noma.

Momentos mágicos de jazz e bossa nova.

Enfim, mais um gigante que não resistiu à crise. Mais uma marca carioca que se apaga...

Rádio anuncia que Hotel Novo Mundo, que foi um posto avançado etílico das redações da Manchete, fechará as portas

Segundo a BandnewsFM, o Hotel Novo Mundo, um dos mais tradicionais do Rio, fechará as portas no próximo dia 23 de março. Inaugurado em 1950 para receber delegações e visitantes para a Copa, o hotel tornou-se uma espécie de puxadinho informal da Manchete.

Mais precisamente, o bar era o posto avançado etílico das redações da Bloch.

O anfitrião era o discreto barman Martins, que trabalha lá até hoje.

Quando apagar a luz e deixar o seu posto, Martins levará muitas histórias de várias gerações de jornalistas. Assim como o leão silencioso (*) que guarda a portaria, o barman mais longevo do Rio foi uma testemunha daquele universo paralelo à Manchete.

Os incontáveis bate-papos jogados fora e que ecoaram ou foram sussurrados naquele bar mereciam o título de patrimônio imaterial dos bastidores do jornalismo carioca.

Para a cidade, é uma referência histórica e cultural que passa o ponto.

(*) Sobre os leões (são dois) que vigiam a entrada: foram doados ao hotel em 1960 por uma entidade francesa e seriam obras do escultor francês Henri Alfred Jacquemart, do Século XIX, que tem várias esculturas em jardins e museus parisienses.   

Jornalismo: comunicação de ruídos

Declarações, pronunciamentos e postagens de Bolsonaro têm colocado a mídia diante de um problema. Ao reproduzi-las fielmente, até porque quase todas são gravadas ou vão ao ar em lives ou são printadas do twitter, repórteres são acusados de "interpretar mal" as falas presidenciais.

Aparentemente, o vice Mourão assumiu a função de conter os danos políticos que Bolsonaro provoca ao abrir a boca.

Claramente, não há como interpretar mal o conteúdo explícito que ele lança nos meios de comunicação. Ao contrário, alguns conhecidos colunistas e comentaristas da velha mídia, com exceções de praxe, demonstram extrema boa vontade em "reinterpretar" o que o presidente emite. Digamos que se esforçam na maquiagem interpretativa das declarações desastradas por temer que a sucessão de crises geradas dificulte a aprovação da reforma da Previdência que defendem a qualquer custo, segundo a orientação rigorosa da oligarquia midiática.

Bolsonaro não se expõe a entrevistas coletivas. Prefere brunchs mais cordatos, como o que foi montado para jornalistas especialmente selecionados (Alexandre Garcia; Heraldo Pereira, Globo; João Beltrão, Record;  Mauro Tagliaferri, RedeTV!; Sérgio Amaral, Band; Cláudio Humberto; Denis Rosenfield,  colaborador do jornal O Estado de S. Paulo; Luis Kawaguti, UOL;  Ana Dubeux, Correio Braziliense, Sônia Blota, Band; e Monica Gugliano, Valor) ou performances chapa branca na Record e no SBT. Uma coletiva daria a chance de, restando alguma dúvida, um jornalista pedir maiores esclarecimentos sobre determinadas declarações. E aí a "má interpretação, se houvesse, seria resolvida na hora.

Pelo jeito, não faltará trabalho ao intérprete de Bolsonaro.

Na capa da Veja: o efeito pornô


The Guardian destaca o Carnaval brasileiro como festa política






No Guardian: Mônica Benício na Mangueira; Marielle presente; e as "Barbies Fascistas"
que ironizam apoiadoras do Bolsonaro. Reproduções. (link abaixo)

por Jean-Paul Lagarride 

The Guardian registra os protestos que animaram o carnaval brasileiro. Críticas a Bolsonaro, sexismo, assédio, feminismo e exigências de respeito desfilaram ao lado de baterias e trios elétricos, além de referências recorrentes a Marielle Franco, assassinada em atentado político ao lado do seu motorista Anderson Gomes. Junto ao título da matéria, o jornal inglês postou uma foto da viúva de Mônica Benício, viúva de Marielle, na Mangueira.
O vídeo pornô divulgado por Bolsonaro, o presidente de folga que navegava na internet,  também é citado como tendo levado o mandatário brasileiro ao topo do ranking global do ridículo. The Guardian atribui o compartilhamento do vídeo à irritação de Bolsonaro com os protestos. Nocauteado pelas ruas, ele quis condenar o carnaval. Publicada hoje, Dia Internacional da Mulher, a reportagem destaca a forte presença feminina no carnaval em defesa das bandeiras da alegria, mas sem esquecer a política.
LEIA A MATÉRIA AQUI 


quinta-feira, 7 de março de 2019

Fotomemória da (tecnologia) da redação há 65 anos - Como era feita a Manchete em 27 passos...


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Em 1954, ao mandar para as bancas a edição número 100, a Manchete publicou uma "fotonovela" do passo a passo para a produção, edição, composição e impressão da revista. Veja acima. As novas gerações se surpreenderão com o processo quase artesanal baseado em câmeras mecânicas, filmes, máquinas de escrever, ilustrações à mão e composição a chumbo derretido. Na sequência de fotos, o "equipamento" mais utilizado são as... mãos.

Mídia: quando a boa notícia é não ter notícia...

por O.V.Pochê

Felizmente, a mídia e as redes sociais não trazem, hoje, as seguintes notícias:

* Bolsonaro voltou a postar vídeos pornôs.
* Alexandre Frota invadiu sozinho a Venezuela.
* Planalto aprova Bolsa Família especial para o Guru da República Olavo de Carvalho.
* Zé de Abreu, presidente autoproclamado, é preso ao desembarcar no Galeão.
* Revoltado com enredo político, Governo coloca a Mangueira em prisão domiciliar.
* Supermercado Guanabara está vendendo armas em promoção: pague uma e leve três.
* Carnaval do ano que vem será regulamentado para evitar excessos. Blocos terão que rezar o Pai Nosso na concentração, gravar em vídeo e mandar para o ministro da Educação. Pelo menos uma escola de samba devera ter como enredo a vida de Damares.
* Já passa de meio dia de hoje e o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, ainda não ofendeu países e instituições. Ontem ele relacionou a imprensa alemã ao nazismo.
* Queiroz já entregou a declaração do imposto de renda: foi aprovada e tem restituição.
* Segundo o Wikileaks, depois de aprovado pelo Congresso, pacote anticorrupção deverá ser referendado pelo autor: Donald Trump.

Fotomemória do carnaval - Fantasias recuperadas da Nikon de Guina Araújo Ramos

Evandro de Castro Lima - Hotel Glória, Rio, 1985. Foto de Guina Araújo Ramos


Mauro Rosas, Sambódromo Rio, 1984 - Foto de Guina Araújo Ramos 


Clóvis Bornay (à direita), Hotel Glória, Rio, 1985 - Foto de Guina Araújo Ramos

por Guina Ramos (do blog Bonecos da História) 

Apenas uma vez, vivi a emoção de fotografar o maior (na época) concurso de fantasias do Brasil, o do baile do Hotel Glória, no Rio de Janeiro, e isto aconteceu na Terça-feira Gorda do Carnaval de 1985, naturalmente quando ainda não haviam destruído o Hotel Glória...

Marlene Paiva, Hotel Glória, Rio, 1985 - Foto de Guina Araújo Ramos

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Wilza Carla, Hotel Glória, Rio, 1985 - Foto de Guina Araújo Ramos
Tive esta preciosa oportunidade quando trabalhava no Jornal do Brasil. Pela primeira (e única) vez, lá estava eu, cercado pelas fantasias de campeões de muitos carnavais: o hors concours Clóvis Bornay, Mauro Rosas, Marlene Paiva, Wilza Carla etc...

Uma grande emoção, mas maior seria se eu soubesse que estava fotografando o último desfile de Evandro de Castro Lima, uma perda irreparável para esta arte, que ele morreu poucos dias depois, dia 24/02, o domingo seguinte ao Carnaval de 1985.

Cobri o Carnaval do Rio a partir de 1977, ao entrar para a Bloch, de início o Carnaval de rua, mas logo também os desfiles das Escolas de Samba. E simplesmente porque mandavam para a Avenida praticamente todos os fotógrafos, inclusive os iniciantes, ao menos uns 15: o Carnaval era o carro-chefe da Manchete, e a cobertura era total!

Em compensação, tenho esta foto dele no Sambódromo (quase certo de que é de 1984), dando entrevistas antes do desfile, ao, corajosamente (depois da queda de 1980), repetir o ato de desfilar sobre um precário carro alegórico. Mas a tarefa de fotografar desfiles de fantasia, que ocupavam incontáveis páginas duplas na Manchete (e em outras revistas do grupo), ah, este era trabalho exclusivo para um seleto grupo de fotógrafos.

Apenas os mais experientes no uso das câmeras de formato 6x6cm, das Rolley Flex às Hasselblad, ou, em suma, os que tinham tanto muita experiência no fotojornalismo quanto a autoridade, entre os carnavalescos, para, por exemplo, parar tudo e colocar aqueles sensíveis e vaidosos artistas postados lado a lado à sua, à nossa, frente. Eu, que estava ali para fazer apenas um registro quase ocasional, para um jornal diário, e realmente não tinha esta preocupação: usava a minha Nikon 35mm, que me dava mais agilidade jornalística, mas, mesmo com as luzes da televisão, não dispensava o flash... O que não significa que não tenha me aproveitado (assim como vários dos “coleguinhas” de jornal) da iniciativa deles, e isso bem que pode ser percebido em alguma dessas fotos.Entram aqui, então, algumas das que pude preservar, com muitos dos grandes concorrentes da noite. Nem todos, infelizmente, identificáveis por mim, nem ali na hora (que esta não era tarefa de quem escrevia o texto, mas só eles ou elas conseguiam saber tudo sobre os artistas) e muito menos agora.

Até porque, pelo que vejo numa rápida pesquisa, há muito pouco desses registros nas aceleradas páginas da Internet.

Vale a intenção.E fica a lembrança.

Aqui, nos Bonecos da História, o melhor registro possível daquele desfile.

VEJA MAIS FOTOS NO BLOG BONECOS DA HISTÓRIA, AQUI

2019 - É Campeã! - Mangueira tira a poeira dos porões:

O Sambódromo é da Mangueira. Foto de Fernando Grilli/Riotur/Divulgação

Foto de Raphael David/Riotur/Divulgação

Na foto de Raphael David (Riotur/Divulgação), Marielle presente no futuro...

simbolizado pela "Marielinha" Cacá Nascimento. Foto de Dhavid Normando/Riotur/Divulgação 

Os heróis esquecidos. Foto de Dhavid Normando/Riotur/Divulgação

A resposta da liberdade, "o Dragão do Mar de Aracati", aos anos de chumbo. Foto de Gabriel Nascimento/Riotur/Divulgação

Mangueira contou no Sambódromo carioca "a história que a história não conta". A verde e rosa  recolocou em cena os heróis esquecidos e desmistificou falsas figuras, como os bandeirantes das fake news oficiais, na verdade milicianos coloniais e assassinos seriais de índios.

Mangueira venceu o carnaval ao transformar na mais pura arte, com a força do talento do carnavalesco Leandro Vieira, "o país que não está no retrato".

Para uma heroína contemporânea, Marielle, a vereadora assassinada no Rio de Janeiro - um atentado ate hoje não esclarecido - a verde e rosa reservou um símbolo especial: Cacá Nascimento, de 11 anos, personagem da Comissão de Frente a provar que as Marielles não morrem. Elas se multiplicam, desafiam o presente opressor e são o futuro libertador.

terça-feira, 5 de março de 2019

Flamengo veste amarelo e torcedor protesta... Rubro-negro amarelando, não!

Reprodução O Globo 

por Niko Bolontrin 

A camisa amarela da seleção brasileira já foi mais exclusiva. Atualmente banalizou-se de vez. Suécia, Colômbia, Austrália, Ucrânia, Romênia e outros países, alguns quem nem amarelo nas bandeiras têm, adotaram o uniforme que o Brasil usou pela primeira vez em 1954. Lembrando que o primeiro título mundial, o de 1958, só veio com a camisa azul. 

Nos últimos anos, a amarela foi sequestrada pela política: a direita foi para a ruas com a camisa da CBF. 

Recentemente, algum gênio de marketing resolveu criar um "uniforme" amarelo para o Flamengo. Esse que o time está usando rumo ao jogo de hoje pela Libertadores. Protesto! Como flamenguista, quero as cores rubro-negras de volta mesmo. Não aceito nem como camisa da delegação. Além de ser uma apropriação ridícula, a mística está perdida desde 2002 até que o Brasil volte a ser um time decente em copas do mundo e pare de dar vexame. 

Tenho um amigo que defende a camisa azul como uniforme número um da seleção e a mudança urgente do nome "Granja" Comary. Time que se preza, segundo ele, não pode combinar um uniforme amarelado com um local de treinamento que se chama "granja'. A ligação entre um e outra é óbvia. Fica tudo amarelado.

UFC no samba - Jesus luta contra o Diabo no sambódromo paulistano

Reprodução Twitter
Na falta do que fazer e de folga remunerada, a chamada bancada evangélica de deputados subiu nas tamancas fundamentalistas para despejar sua ira contra a escola de samba Gaviões de Fiel. Dizem que estão indignados. Os tais líderes não de indignam quando pastores atacam religiões afro, nem quando a mídia noticia que traficantes ligados a seitas mandam destruir terreiros em comunidades pobres ou adeptos de outras religiões são agredidos por fanáticos. Líderes católicos também acusaram a cena de blasfêmia. E tampouco entenderam o enredo da Gaviões. Mas estão furibundos com a representação mostrada no desfile paulista, onde há um embate entre Jesus e Satanás no qual ao fim o Filho de Deus sai vitorioso. Nada que não esteja na Bíblia, quando houve um embate entre Jesus e o Diabo no
capítulo das tentações. Aliás, a cena em questão foi apenas um detalhe do desfile: o enredo da escola, "A Saliva do Santo e a Serpente do Veneno”, conta a apenas a história do tabaco.

Mangueira levantou a bandeira dos ausentes na História do Brasil

Foto de Dhavid Normando/Riotur/Divulgação

A Mangueira saudou na bandeira os ausentes  da História do Brasil e mostrou "o avesso do mesmo lugar".

"Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles e malês", cantou o samba-enredo.

No final do desfile, a faixa "Marielle Presente" lembrou a vereadora assassinada no ano passado, crime ainda impune. A frase foi repetida pela multidão nas arquibancadas da Marquês de Sapucaí. 

Sujou! São Clemente celebra Michael Jackson no momento em que um documentário denuncia o cantor por abuso de menores. Foi mal...

O primeiro casal de porta-bandeira da São Clemente, formado por Giovanna Justo e Fabrício Pires, veio de Madonna e Michael Jackson. Relembrar o cantor no momento em que um documentário o denuncia como pedófilo foi a nota que desafinou. Foto de Gabriel Nascimento/Riotur/Divulgação. 
Matéria no Globo no mesmo dia do desfile.

No desfile das escolas de samba do Grupo Especial, na segunda-feira do Sambódromo carioca, a São Clemente exaltou Michael Jackson na pior hora possível. O lançamento do documentário "Leaving Neverland" ("Deixando Neverland") nos Estados Unidos reacendeu o escândalo que envolveu o cantor ao trazer relatos de meninos que foram abusados sexualmente por ele. As novas denúncias repercutiram no Brasil.

Para maior azar da São Clemente, pouco antes do desfile, a história toda foi a matéria de fechamento do Fantástico. No mesmo dia, O Globo destacou o assunto.

O documentário tem efeitos devastadores sobre o que ainda resistia da imagem de Michael Jackson e certamente implicará em prejuízo para os seus herdeiros. Coisa mais grotesca aquele Jacko na Avenida...

A primeira parte de "Deixando Neverland" estreará no Brasil, na HBO, no dia 16 de março, às 20h. No dia seguinte irá ao ar a segunda parte, no mesmo horário.

segunda-feira, 4 de março de 2019

Na capa da Piauí, março: o crime passa de facção a instituição


Assim fica difícil. Até Nova York está fechando livrarias...


Matéria no Guardian focaliza a crise das livrarias em Nova York. Com um mercado muitíssimas vezes mais frágil, o Brasil vive essa crise há alguns anos. Ultimamente, agravou-se e a extinção beira o mercado. Mas o fechamento em série de muitas livrarias em Nova York, que tantos autores produziu e produz, surpreende. As causas? Mudança dos hábitos de leitura, o avassalador avanço da Amazon e um fator bem conhecido aqui: o extorsivo preço dos alugueis das lojas físicas. Segundo o Guardian, Manhattan tinha 386 livrarias em 1950; em 2015, o número caiu para 106; em 2018 para menos de 80.
LEIA A MATÉRIA NO GUARDIAN, AQUI

Fotografia: o Rio sob o ângulo da paixão


Foto de Rafael  Duarte/Divulgação

Lançado no último 1° de março, dia do aniversário da cidade, o livro "Rio" (Editora Bambalaio) do carioca Rafael Duarte será tema de exposição na Cinza Galeria, no Fashion Mall, a partir do dia 28 de março.

No seu olhar para o Rio de Janeiro, o fotógrafo revela inspiração em Ansel Adams, Sebastião Salgado e Marc Ferrez. São 200 páginas em preto e branco em que se fundem a natureza e a urbanidade. O livro oferece como atrativo extra conteúdo em vídeo acessado via QR Codes.

"Demitidos" pela Abril, Pato Donald, Tio Patinhas, Mickey, Pateta e turma ganham emprego na editora Culturama

Quando a grave crise financeira e editorial tornou-se insustentável, em meados de 2018, a Abril foi obrigada a "demitir" o Pato Donald. Abrir mão dos direitos de publicação da disney foi simbólico: o pato, seus sobrinhos e, depois, Mickey, Pateta etc, foram os primeiros produtos da editora de Victor Civita.

Pois a turma está de volta: a editora Culturama, de Caxias do Sul, adquiriu licença para publicação das revistas Mickey, Pato Donald, Tio Patinhas, Pateta e Aventuras Disney. As primeiras edições será distribuídas depois do carnaval. As histórias serão sempre inéditas.

Mídia: as grandes revistas ilustradas se foram, mas o Carnaval nunca recebeu tanta cobertura como atualmente





Apesar das grandes revistas impressas semanais que faziam ampla cobertura do Carnaval terem saído das bancas - como Manchete, Fatos & Fotos, Amiga e mais recentemente Contigo e Quem - o fato é que blocos em todo o país e escolas de samba nunca receberam atenção em todas as mídias como atualmente. Destacam-se a massiva cobertura da Globo News, com a dinâmica participação de jovens e atentos repórteres, Band News mandando bem, sites como G1 e UOL, rádio CBN, redes sociais e dos principais jornais impressos. A revista Caras resiste no seu foco de celebridades na folia, mas sumiram o luxuoso e badalado camarotes que a Contigo! montava no em Salvador, assim como o espaço privilegiado que a mesma revista mantinha do extinto Camarote de Brahma. A Quem, embora tenha cancelado a sua edição impressa, ainda promove um camarote na Sapucaí em parceria como Globo. E este jornal, já algumas décadas, publica durante o carnaval um bom caderno especial, muitíssimo bem ilustrado. Com o extraordinário crescimento dos blocos em São Paulo, os jornalões paulistas, mais resistentes à descontração, caíram de vez no samba. Mais uma constatação: as grandes revistas impressas chegavam às bancas apenas na quarta-feira e quinta-feira de Cinzas, apesar disso costumavam esgotar-se em dois ou três dias. A cobertura atual, principalmente a do canal por assinatura, dos sites e redes sociais é em tempo real, o que resulta em muito mais impacto. O certo é que, como apelo de mídia, o carnaval continua irresistível.

domingo, 3 de março de 2019

Fotomemória da redação: Candice Bergen na equipe Manchete de Carnaval


Em 1979 a atriz Candice Bergen vestiu a camisa da equipe Manchete para a cobertura do carnaval. Fotógrafa experiente, ela registrou imagens do desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, ainda sem o Sambódromo. Naquele ano, a Mocidade foi a campeã com o enredo "O Descobrimento do Brasil".

sábado, 2 de março de 2019

Carnaval 2019 - Homenageada aos 97 anos, Ruth de Souza emociona a Marquês de Sapucaí. Em 1953, ela foi a primeira negra a estampar a capa de uma revista brasileira: a Manchete


Ruth de Souza na Acadêmicos de Santa Cruz. Foto de Fernando Grilli/Riotur/Divulgação
Na capa da Manchete, em maio de 1953, fotografada por Zigmund Haar.

Para as páginas internas, Ruth foi fotografada por Salomão Scliar.

Foto de Salomão Scliar/Manchete

Foto de Salomão Scliar/Manchete
por Ed Sá

Ontem, o desfile das escolas de samba da Série A, no Sambódromo carioca, desafiou o temporal que alagou o Rio de Janeiro. O samba que venceu a chuva reservou um momento especial para os corajosos que foram à Marquês de Sapucaí.

Aos 97 anos, Ruth de Souza emocionou o público e os componentes da Acadêmicos de Santa Cruz, escola que a homenageou. Ruth abriu caminho para os negros na cena artística. Ao longo da sua brilhante trajetória, ela acumulou pioneirismos: foi a primeira atriz negra a atuar no teatro, cinema e TV brasileiros; foi a primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de Melhor Atriz (Festival de Veneza, 1954, filme "Sinhá Moça"); foi a primeira atriz brasileira a conquistar bolsa de estudos da Fundação Rockfeller para temporada nos Estados Unidos, onde passou um ano e atuou na peça "Dark of the Moon", de Howard Richardson e William Berney.

Segundo a Manchete, Ruth, como principal intérprete, aprendeu o dialeto sulista em apenas trinta dias e sua performance repercutiu no New York Times. Ela foi também a primeira negra a se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

E, por último, a primeira negra a sair na capa da Manchete, fotografada por Zigmund Haar. Salomão Scliar fez o ensaio das páginas internas acima reproduzido e Neli Dutra entrevistou a atriz.

Como cantou o trecho do samba da Santa Cruz - "Dama, meu motivo de rara beleza/Acalanto a sua alteza/A estrela que brilha por nós/ Oh, pérola negra!/ Joia que emana a paz" - Dona Ruth, sorrindo e serena, reinou na avenida.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Na capa da Época, a delação episcopal...

Ao assumir o "vício" por dinheiro como motivador da sua apropriação de verbas públicas, Sérgio Cabral deu detalhes do esquema de corrupção e apontou a Arquidiocese do Rio de Janeiro como suspeita de desvio de recursos através de uma organização social, a Pró-Saúde, que administra um hospital estadual. Na reportagem de capa da Época, o ex-padre Wagner Portugal delata a Igreja Católica na Lava-Jato. O cardeal Dom Orani nega qualquer irregularidade.

À margem do caso que a revista aborda, a atuação de muitas Ongs e Organizações Sociais na terceirização do setor público é uma tremenda caixa-preta que um dia será aberta, espera-se. Instrumento do neoliberalismo, tais instituições foram absorvidas por prefeituras, governo estaduais e federal a partir do anos 1990. Hospitais, escolas, creches, postos de saúde, alimentação, segurança e muitos outros setores foram terceirizados para OS em contratos que não raro significam aumento de custos para os governos. Frequentemente, por trás dessas organizações estão políticos, empresários e religiosos.

Na capa da Veja, os aiatolás do Estado Bufônico...


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Carnaval carioca em crise? Chora tamborim...

Entre os anos 1970 e a primeira metade da década de 1980, bastava ao carioca que quisesse ignorar o Carnaval manter distância do desfile das Escolas de Samba. Ou evitar a Rio Branco e a Cinelândia, onde o Bola Preta, os blocos de embalo, como Bohêmios de Irajá, Bafo da Onça, Cacique de Ramos, blocos de sujos e foliões fantasiados davam alguma vida ao Centro da cidade.

Para quem preferisse pegar um cineminha, ir a um museu ou visitar a titia, melhor não passar na Visconde de Pirajá, território da Banda de Ipanema, que sempre arrastou uma multidão, ou desviar dos pequenos blocos de bairros, como Cachorro Cansado, no Flamengo, e mais uns poucos resistentes.

No mais, carnaval era ver na TV, ir ao Sambódromo ou comprar as edições especiais de Manchete e Fatos & Fotos. Ah, sim, os bailes também persistiam, mas aconteciam em ambientes fechados. Em muitos bairros da Zona Sul, as ruas mais pareciam um feriadão comum para ser curtido na praia e nos botecos.

A partir de 1986 e com mais força nos anos 1990, as ruas foram retomadas. Surgiram dezenas de blocos - autênticos e sem bandeiras comerciais, simples iniciativas de moradores, de vizinhos e de frequentadores de botecos - e milhares de cariocas foram atrás das baterias. Blocos tradicionais, como o Bola Preta, foram revigorados. Na outra ponta da folia, o espetáculo das escolas de samba tornou-se mega, uma superprodução quase hollywoodiana.

As multidões dispostas a brincar o carnaval não foram embora, ao contrário, mas tudo isso  parece agora em crise. 

O Globo de hoje revela que volta a ser discutida uma proposta para passar para uma empresa privada o desfile das escolas de samba hoje comandado pela Liesa. Já houve uma tentativa nesse sentido. A negociação não será fácil. Não é como um empresário contratar um show e exibi-lo no Sambódromo. Embora o samba há muito já tenha se profissionalizado - carnavalescos, destaques, mestres de bateria, madrinhas e rainhas, intérpretes, compositores etc são contratados - a grande massa dos mais de 2 mil e tantos desfilantes das grandes escolas ou está ali de graça ou paga para entrar em alas. Digamos que um concessionário assuma o Sambódromo e apenas contrate as escolas para participar do desfile. Os desfilantes terão direito a um cachê do show? Ou continuarão a sambar apenas pelo amor às cores da sua escola? Independentemente do novo formato e do debate sobre quem paga o que e quem recebe o que, o fato é que o espetáculo do Sambódromo precisa de uma injeção de autenticidade, modernizar não significa artificializar. Até a criação dos sambas da maioria das escolas é industrial ou fast food, foi terceirizada, com os compositores das comunidades perdendo a vez para fornecedores de letras e músicas por encomenda.

Muita água deve rolar. É hora de agir e não esquecer que na primeira metade do século passado ninguém imaginava que Democráticos, Fenianos e Tenente do Diabo fossem acabar. As Grandes Sociedades eram as estrelas do Carnaval e foram desbancadas exatamente pelas Escolas de Samba.

Coincidentemente, o mesmo Globo noticia que um impasse entre autoridades e organizadores de blocos está levando ao cancelamento de alguns desfiles. Como consequência do sucesso, que cada vez atrai mais turistas, observa-se que carnaval de rua cresceu demais e que é preciso equilibrar a folia com o funcionamento da cidade. Acredita-se que a maioria dos blocos admite que organização, estrutura, segurança etc devem estar em harmonia com a diversão.

Ocorre que ao se recuperar por iniciativa dos cariocas, o carnaval de rua despertou a atenção de empresários que viram no extraordinário palco da cidade uma oportunidade para promover cantores, shows, bailes, celebridades, eventos e marcas. Vieram os blocos chamados comerciais, como Favorita, Preta Gil, Chora me Liga, entre outros. Alguns foram desestimulados, mas chegaram a fazer tentativas de impor ao Rio o "abadá" baiano, o avental que equivale a privatizar a rua e cobrar um arremedo de ingresso aos foliões. As autoridades criaram a Arena dos Blocos, na Barra, para receber esse tipo de show, mas nem todos os empresários aderiram. Ou, talvez por força de prestígio, conseguiram permanecer na Zona Sul e no Centro da cidade. Em 2018, foram quase 600 desfiles de blocos. Esse ano, o número caiu para pouco mais de 500.

A Prefeitura pretende tirar das ruas mais blocos ano que vem.

Que o critério de eliminação pelo menos privilegie as manifestações autênticas dos bairros e controle a ofensiva dos chamados blocos comerciais.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Chapado por dinheiro público - O terrível vício dos propinômanos...

por O.V. Pochê

O ex-governador Sérgio Cabral finalmente revelou o motivo pelo qual cobrava propina adoidado.

Era vício.

Não podia ver uma obra que ia lá faturar um por fora.

Precisava de ajuda então, mas ninguém se tocou em apoiá-lo.

Se um pastor desses que exorciza safadeza por módica quantia houvesse lhe estendido a mão na época em que ele estava doidão por grana, o Estado do Rio de Janeiro teria economizado pra mais de bilhão de reais. 

Fez falta também um instituição do tipo Corruptos Anônimos, onde Cabral e seus parceiros da política, da justiça e do empresariado pudessem reconhecer o vício e cumprir os doze passos para se livrar da terrível síndrome de embolsar dinheiro público.

Não sabe se Cabral tentou se curar, se passou por crises de abstinência dramáticas, se se debatia angustiado, se babava pelos corredores do palácio até que alguém lhe comprasse uma joia, um diamante que fosse, uma privada sofisticada, algo que finalmente o acalmasse.  Não há registro de um médico caridoso que tenha lhe receitado doses decrescentes de propina como terapia para desintoxicar o corpo sedento por reais, dólares, mansões e lanchas.

Cabral sofreu calado, guardou para si o drama de manter contas na Suíça para alimentar seu vício.

E nós aqui pensando que o Sérgio Cabral que protagonizou a "farra dos guardanapos" em Paris era apenas um brasileiro que comemorava a Légion d'Honneur com que a França lhe enfeitou o peito. Nada disso. Ali estava um homem chapado pelo seu vício. Um ser humano rendido aos seus mais íntimos demônios.

Então tá. Se a moda pega, os corruptos de ontem e os "laranjas" da "nova era", que estão estreando agora, vão revindicar o direito a rehab. Não são corruptos, são propinômanos.

Jornalistas criam força-tarefa para revelar documentos que foram classificados como sigilosos. Escondeu por quê?


Diante da derrota na Câmara e da iminente rejeição pelo Senado, o governo desistiu do suspeito decreto que ampliava para milhares de funcionários a prerrogativa de tornar sigilosos documentos oficiais.

Apesar da medida que ampliava o top secret ter sido cancelada, a legislação ainda permite aos burocratas empurrar pra baixo do tapete uma série de documentos de vários setores públicos.

Segundo o blog Jornalismo nas Américas, em matéria assinada por Alessandra Monnerat, "entre junho de 2017 e maio de 2018, mais de 73 mil documentos foram colocados sob sigilo pelo governo brasileiro, mas há pouca transparência em relação aos motivos dessa classificação.

Diante disso, um grupo de jornalistas do site Fique Sabendo "se propôs à hercúlea tarefa de revelar qual o teor de documentos que tiveram o sigilo levantado nos últimos anos — e descobrir qual a justificativa dada por funcionários para reservar essas informações do olho público".

Em um primeiro levantamento, foram encontradas "curiosidades" que ganharam carimbo de sigilo. Exemplo: pesquisas da Universidade Federal do Mato Grosso sobre violência contra travestis e documentos sobre zika vírus.

Por aí se vê como a burocracia tende a impedir a transparência, sem justificativa aparente.

LEIA A MATÉRIA NO BLOG JORNALISMO NAS AMÉRICAS, AQUI

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Carnaval 2019 - Simpatia é Quase Amor - 35 anos no cordão da liberdade

Simpatia 2019 na Vieira Souto. Foto de Fernando Maia/Riotur
Nos 35 anos do bloco, homenagem a Marielle abre o desfile. Foto bqvMANCHETE

E encerra a maratona já ao cair da tarde. Foto bqvMANCHETE
No espírito do samba de Beto Fininho, Janjão, Jorgito, Leandro Fregonesi, Melinho e Mestre Penha, o Simpatia ocupou a Vieira Souto e fez Ipanema cantar a liberdade e a democracia: "Vou pelas ruas da cidade/no cordão da liberdade/já são tantos carnavais/ Sou de Ipanema a simpatia/minha alma é harmonia/ todos nós somos iguais" (...) ""O mar banhava os botequins/ A poesia aplaudia o sol de por/ 35 anos se passaram/ e ninguém cala o Simpatia é quase Amor". E no refrão, espaço para a crítica bem-humorada: "Fui tomar a saideira/Acho que bebi demais/Vi Jesus na goiabeira/De amarelo e lilás".

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Me aqueça nesse inverno - Alô, madame Damares, Roberto Carlos veste rosa!


Xurxil na Amazônia...

por O. V. Pochê 

"Iremos até ao fim. Lutaremos em Paracaima. Lutaremos nos rios e oceanos, lutaremos com confiança crescente e força crescente no ar, defenderemos nosso país, qualquer que seja o custo. Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos, lutaremos no caminhões com ajuda humanitária,  lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos". 

Há que jure que ouviu essa frase ser pronunciada no gabinete de crise que gerencia os problemas na fronteira do Brasil com a Venezuela. Não se engane, embora o Brasil ande meio maluco, é fake news. Trata apenas de um trecho adaptado do famoso discurso de Winston Churchill na Câmara dos Comuns, em 1940. Também não é verdade que um dos caminhões brasileiros de carga com a ajuda aos venezuelano foi roubado pelo PCC.

Na capa da Carta Capital: a troika que manda...


Jornal Nacional: e o estagiário não apurou direito...

JN divulga como autêntica declaração do general Augusto Heleno publicada no twitter sobre possível reação armada do Brasil contra a Venezuela. O perfil não foi checado, era falso e William Bonner pede desculpas. Foi ontem. Falhas à parte, a situação na fronteira da Venezuela é tensa. Teme-se que o Brasil embarque em uma operação do tipo "Tempestade na Amazônia". Uma das novidades na política do Planalto é que o Brasil tem agora seus "falcões", o time que deseja botar pra quebrar e marchar até Caracas.
Veja a gafe do JN AQUI

Aposentadoria vira auxilio funeral. A charge abaixo é do Jornalistas Livres


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Fotografia - World Press Photo 2019 anuncia os indicados para premiação mundial

Foto de John Moore, uma das indicadas para o World Press Photo 2019, retrata o drama da pequena imigrante detida na fronteira do México com os dos Estados Unidos.e forçada a se separar da mãe. 

O World Press Photo 2019 anuncia os fotógrafos indicados para a disputa das melhores imagens globais de 2018, em várias categorias. O resultado do concurso será anunciado no dia 11 de abril.
VEJA NO SITE DA ORGANIZAÇÃO, AQUI