Declarações, pronunciamentos e postagens de Bolsonaro têm colocado a mídia diante de um problema. Ao reproduzi-las fielmente, até porque quase todas são gravadas ou vão ao ar em lives ou são printadas do twitter, repórteres são acusados de "interpretar mal" as falas presidenciais.
Aparentemente, o vice Mourão assumiu a função de conter os danos políticos que Bolsonaro provoca ao abrir a boca.
Claramente, não há como interpretar mal o conteúdo explícito que ele lança nos meios de comunicação. Ao contrário, alguns conhecidos colunistas e comentaristas da velha mídia, com exceções de praxe, demonstram extrema boa vontade em "reinterpretar" o que o presidente emite. Digamos que se esforçam na maquiagem interpretativa das declarações desastradas por temer que a sucessão de crises geradas dificulte a aprovação da reforma da Previdência que defendem a qualquer custo, segundo a orientação rigorosa da oligarquia midiática.
Bolsonaro não se expõe a entrevistas coletivas. Prefere brunchs mais cordatos, como o que foi montado para jornalistas especialmente selecionados (Alexandre Garcia; Heraldo Pereira, Globo; João Beltrão, Record; Mauro Tagliaferri, RedeTV!; Sérgio Amaral, Band; Cláudio Humberto; Denis Rosenfield, colaborador do jornal O Estado de S. Paulo; Luis Kawaguti, UOL; Ana Dubeux, Correio Braziliense, Sônia Blota, Band; e Monica Gugliano, Valor) ou performances chapa branca na Record e no SBT. Uma coletiva daria a chance de, restando alguma dúvida, um jornalista pedir maiores esclarecimentos sobre determinadas declarações. E aí a "má interpretação, se houvesse, seria resolvida na hora.
Pelo jeito, não faltará trabalho ao intérprete de Bolsonaro.
Um comentário:
serão quatro anos de repetição de situações ridículas. Brasil é agora o país-palhaço do mundo.
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