quinta-feira, 7 de março de 2019

Fotomemória do carnaval - Fantasias recuperadas da Nikon de Guina Araújo Ramos

Evandro de Castro Lima - Hotel Glória, Rio, 1985. Foto de Guina Araújo Ramos


Mauro Rosas, Sambódromo Rio, 1984 - Foto de Guina Araújo Ramos 


Clóvis Bornay (à direita), Hotel Glória, Rio, 1985 - Foto de Guina Araújo Ramos

por Guina Ramos (do blog Bonecos da História) 

Apenas uma vez, vivi a emoção de fotografar o maior (na época) concurso de fantasias do Brasil, o do baile do Hotel Glória, no Rio de Janeiro, e isto aconteceu na Terça-feira Gorda do Carnaval de 1985, naturalmente quando ainda não haviam destruído o Hotel Glória...

Marlene Paiva, Hotel Glória, Rio, 1985 - Foto de Guina Araújo Ramos

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Wilza Carla, Hotel Glória, Rio, 1985 - Foto de Guina Araújo Ramos
Tive esta preciosa oportunidade quando trabalhava no Jornal do Brasil. Pela primeira (e única) vez, lá estava eu, cercado pelas fantasias de campeões de muitos carnavais: o hors concours Clóvis Bornay, Mauro Rosas, Marlene Paiva, Wilza Carla etc...

Uma grande emoção, mas maior seria se eu soubesse que estava fotografando o último desfile de Evandro de Castro Lima, uma perda irreparável para esta arte, que ele morreu poucos dias depois, dia 24/02, o domingo seguinte ao Carnaval de 1985.

Cobri o Carnaval do Rio a partir de 1977, ao entrar para a Bloch, de início o Carnaval de rua, mas logo também os desfiles das Escolas de Samba. E simplesmente porque mandavam para a Avenida praticamente todos os fotógrafos, inclusive os iniciantes, ao menos uns 15: o Carnaval era o carro-chefe da Manchete, e a cobertura era total!

Em compensação, tenho esta foto dele no Sambódromo (quase certo de que é de 1984), dando entrevistas antes do desfile, ao, corajosamente (depois da queda de 1980), repetir o ato de desfilar sobre um precário carro alegórico. Mas a tarefa de fotografar desfiles de fantasia, que ocupavam incontáveis páginas duplas na Manchete (e em outras revistas do grupo), ah, este era trabalho exclusivo para um seleto grupo de fotógrafos.

Apenas os mais experientes no uso das câmeras de formato 6x6cm, das Rolley Flex às Hasselblad, ou, em suma, os que tinham tanto muita experiência no fotojornalismo quanto a autoridade, entre os carnavalescos, para, por exemplo, parar tudo e colocar aqueles sensíveis e vaidosos artistas postados lado a lado à sua, à nossa, frente. Eu, que estava ali para fazer apenas um registro quase ocasional, para um jornal diário, e realmente não tinha esta preocupação: usava a minha Nikon 35mm, que me dava mais agilidade jornalística, mas, mesmo com as luzes da televisão, não dispensava o flash... O que não significa que não tenha me aproveitado (assim como vários dos “coleguinhas” de jornal) da iniciativa deles, e isso bem que pode ser percebido em alguma dessas fotos.Entram aqui, então, algumas das que pude preservar, com muitos dos grandes concorrentes da noite. Nem todos, infelizmente, identificáveis por mim, nem ali na hora (que esta não era tarefa de quem escrevia o texto, mas só eles ou elas conseguiam saber tudo sobre os artistas) e muito menos agora.

Até porque, pelo que vejo numa rápida pesquisa, há muito pouco desses registros nas aceleradas páginas da Internet.

Vale a intenção.E fica a lembrança.

Aqui, nos Bonecos da História, o melhor registro possível daquele desfile.

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