terça-feira, 8 de agosto de 2017

Sai do chão! O pulo da foto...

O pulo das campeãs. Foto FIVB

Salvador Dali. Foto Philippe Halsman

Marilyn Monroe e Halsman no ar

Joanne Woodward. Foto Philippe Halsman

Grace Kelly. Foto Philippe Halsman

Audrey Hepburn. Foto Philippe Halsman

Nixon. Foto de Philippe Halsman

Lilly Christine era uma famosa dançarina nos anos 50. Ela encenava um espetáculo ousado chamado The Cat Girl.
Halsman fotografou o pula da gata. 

O admirável salto do escritor Aldous Huxley. Halsman registrou.
Dean Martin e Jerry Lewis na capa da Life em foto de Philippe Halsman

Adolpho Bloch no Pula-Pula, fotografado por Nicolau Drei

por José Esmeraldo Gonçalves

Ninguém pula de tristeza, certo? Já viu alguém em velório saltitando de emoção? Não. Nem Gláuber Rocha quando fez um frenético e irreverente docudrama sobre o enterro de Di Cavalcanti.

A foto das meninas do vôlei saltando no pódio após a medalha de ouro no Grand Prix da China traduz bem a euforia que impulsiona corpos na contramão da gravidade.

O pulo está no DNA dos humanos. E não por acaso. Macacos, de quem temos o HD desoxirribonucleico, são saltadores militantes.

Em 1951, o fotógrafo Philippe Halsman - um judeu russo que morava em Paris, escapou dos nazistas e se naturalizou americano -, recebeu a tarefa de fotografar comediantes. Alguns deles, no espírito do papel, posaram aos pulos. Halsman encontrou na bem-humorada espontaneidade dos fotografados a inspiração para fazer uma série com celebridades da época.

Os ensaios fizeram tanto sucesso que da capa da Life pularam para um livro: Philippe Halsman's Jump Book, publicado em 1959.

Anos depois, na década de 1970, um empresa lançava no Brasil uma versão da Skippy Ball, brinquedo que era moda nos Estados Unidos. Os divulgadores do Pula-Pula, como ficou conhecido por aqui, levaram o bolão na Manchete e fizeram uma demonstração para editores no terceiro andar, onde ficavam o restaurante e a piscina do prédio da extinta Bloch.  O imprevisível Adolpho Bloch apareceu por lá e quis fazer um test drive.

A sua performance a bordo do Pula-Pula rendeu essa ótima imagem ao estilo Halsman feita pelo craque Nicolau Drei.

domingo, 6 de agosto de 2017

O FBI do macartismo é aqui?

A fama subiu à cabeça. Em algumas instituições já há que pense que pode agir como polícia política. O MPF notificou uma universidade por manter um grupo de estudos filosóficos e ousar debater o marxismo.
Será que a inspiração para a "acusação" vem do FBI dos anos 1950, quando J.Edgar Hoover soltava seus cães em cima dos suspeitos de conspiração comunista? A propósito, até hoje não se sabe se Hoover tinha medo de que Moscou invadisse os Estados Unidos ou que vermelhos confiscassem do seu bem guardado armário as coleções de camisolas que ele usava nas horas de folga. Cada um usa a camisola que quiser, era problema dele ser um crossdresser, mas o hábito que foi revelado após a morte do chefão chamou atenção porque a Hoover foi a comandante mais moralista e durona que o FBI já teve.

A tentativa de impedir o grupo de estudos do marxismo aconteceu esse semana em Minas Gerais. Foi lá também, durante a ditadura, que ao ver que a minissaia chegava ao Brasil um deputado subiu nas tamancas e discursou irado e com as veias do pescoço estufadas pedindo a proibição da novidade: "Ninguém levanta a saia da mulher mineira". Não se sabe se era apenas inveja já que seu guarda-roupa talvez não tivesse ainda ainda os últimos modelitos importados da loja londrina de Mary Quant.

A matéria sobre a caça aos filósofos da UFMG foi publicada na Revista Forum.



Respeite o Brasil das quadras; rejeite o Brasil das quadrilhas...




Fotos CBV/Divulgação

por Niko Bolontrin

Com um time renovado, o vôlei feminino acaba de vencer o Grand Prix, na China, sob o comando do campeoníssimo Zé Roberto. É um novo ciclo. No vôlei de praia, a dupla Evando e André ganhou a medalha de ouro no Mundial de Viena. No mesmo campeonato, Larissa e Talita ficaram com a medalha de bronze.

A pergunta que não quer calar: e se a classe política brasileira chegasse um dia aos pés dos nossos atletas nos quesitos dignidade, honestidade, responsabilidade, capacidade e dedicação?

Quando vejo jogadores e jogadores cantarem o hino, vejo o Brasil de verdade; quando ouço uns políticos picaretas fingindo que se preocupam com o país e com a sociedade, vejo pessoas desprezíveis. E o pior é que essas figuras dignas de vômito se reproduzem, elegem seus parentes e se eternizam nas mamatas. Falo de políticos, mas certos seres do mal também ocupam postos em outros poderes.

Salve o esporte, abaixo certas bancadas de crime organizado homiziadas no Congresso.

Os brasileiros precisam tomar seu país de volta. Constituinte exclusiva, já! Faxina ética nas eleições de 2018.

sábado, 5 de agosto de 2017

Paris: aqui é Neymar Jr





O craque do PSG foi apresentado hoje no Parc des Princes. Neymar Jr foi aplaudido pelos torcedores e jogou bolas e camisa para as arquibancadas, pouco antes do jogo PSG X Amiens. Passada a festa, Neymar, com contrato milionário de cinco anos, enfrentará o maior desafio da sua carreira e a tarefa de brilhar e ajudar não apenas o PSG mas o campeonato francês a ganhar mais relevância frente ao futebol espanhol, inglês, alemão e italiano.
Fotos C.Gavelle/PSG

Caco Barcellos fala sobre cobertura passiva da Lava Jato e critica jornalistas que apenas reproduzem o que os promotores fazem...




"Não tem trabalho efetivo dos jornalistas. Os jornalistas reproduzem o que os promotores fazem. A gente prefere trabalhar com luz própria, a gente não mexe com dossiê dos outros. Tem jornalista demais trabalhando nisso. Mas ali é trabalho de reprodução. O nosso é mais ativo, com a nossa investigação, não com a dos outros" - Caco Barcellos



por Alex Sander Magdyel (A Notícia)

Todos os dias quando acorda o jornalista Caco Barcellos diz que se faz duas perguntas: "qual será o meu destino?" e "quem eu vou conhecer hoje?". Caco se considera um "repórter radical" e "apaixonado pelo jornalismo". Ao mesmo tempo, se vê como um "cidadão sem nenhuma importância". Para ele, importante mesmo são suas fontes. E mais importante ainda são as pessoas que recebem as informações que ele e sua equipe de jovens jornalistas transmitem todas as semanas no Profissão Repórter. É o que ele contou na noite de quarta-feira em um evento promovido pela Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa (Ajorpeme).

Quando subiu ao palco, por volta das 21h30, o jornalista fez algumas relações entre sua profissão e a dos seus ouvintes. Boa parte da plateia era formada por empreendedores. Segundo a Ajorpeme, duas mil pessoas participaram do Connect 2017, que iniciou com a palestra do jornalista Marcos Piangers. Caco citou o contato com o público e a necessidade que jornalistas e empreendedores têm de obter informações. Também falou sobre seu espírito empreendedor: há mais de dez anos, criou o 'Profissão Repórter', programa da Rede Globo em que ele e sua equipe vão às ruas para mostrar os desafios da rotina dos repórteres durante a cobertura de um fato.

Jornalista experiente, Caco tem em seu currículo a cobertura de 30 guerras. Antes de se tornar o profissional que é hoje, trabalhou cinco anos como taxista, o que o fez contar boas histórias logo no início de sua carreira. Durante a palestra, Caco dividiu a plateia para falar sobre as desigualdades que presencia no País. À sua esquerda, os mais pobres. À sua direita, os mais ricos. Fez isso para mostrar as injustiças social e econômica presentes no Brasil.

- São nos extremos que encontramos a origem das mazelas nacionais - argumentou Caco, que afirmou levar consigo "o dever de ofício de falar sempre da maioria para a maioria".

Em entrevista ao A Notícia e a um grupo de jornalistas, Caco falou também sobre a cobertura da Lava Jato. Afirmou que sua equipe prefere não cobrir política e que o trabalho dos jornalistas têm sido de "reprodução".

- A gente não trabalha com cobertura de política porque a gente não gosta de blá, blá, blá. Tudo que está em torno disso envolve o trabalho do Ministério Público. Não tem trabalho efetivo dos jornalistas. Os jornalistas reproduzem o que os promotores fazem. A gente prefere trabalhar com luz própria, a gente não mexe com dossiê dos outros. Tem jornalista demais trabalhando nisso. Mas ali é trabalho de reprodução. O nosso é mais ativo, com a nossa investigação, não com a dos outros - afirmou.

Os minutos finais da palestra de Caco foram marcados por reflexões que o jornalista fez acerca de questões da segurança pública. Caco tirou de sua mochila uma bandeira do Brasil, da qual diz ter admiração e vergonha. Afirmou que na bandeira poderia ser incluída uma faixa de luto pelo número de mortes que o País registra.

- O matador brasileiro é o cidadão de bem, aquele que vive a dizer: bandido bom é bandido morto - afirmou, citando os casos do assassinato de Isabella Nardoni e do crime envolvendo o ex-goleiro Bruno.

"Radicalmente crítico"

Caco diz que o Profissão Repórter é "uma rara iniciativa de baixo para cima", já que partiu de um funcionário e não dos gestores. Diz ter orgulho do "jornalismo de boa qualidade" que o seu programa tem apresentado e citou números da audiência. Contar histórias daqueles que nem sempre são ouvidos faz com que as pessoas passem a assistir quem gosta delas, disse Caco.

- Sou radicalmente crítico com relação às coisas que a gente não faz e nos lugares onde a gente não vai - afirmou. - Quem tem o dever de informar não sobe o morro. Nós, do Profissão Repórter, vamos. Nós vamos aonde os outros não vão - defendeu.

Na última "peneira" do programa, Caco revelou ao público que 26 mil pessoas concorreram às cinco vagas disponíveis para o Profissão Repórter. A essência do programa, de acordo com Caco, é trabalhar exclusivamente com jovens sem experiência na televisão.

Ao final do evento, Caco também falou ao A Notícia sobre as agressões sofridas no ano passado. Disse que está com dor na coluna desde as agressões que sofreu no Rio de Janeiro, em novembro do ano passado, e que tem feito acupuntura e fisioterapia. Caco diz que as agressões fazem parte da profissão e este é o risco daqueles que vão onde outros não vão.

- Às vezes eu levo porrada na rua, aí eu falo: "deixa eu fazer as coisas do meu jeito. Quem bate em trabalhador é pessoa de extrema-direita e eu acho que você não é. Faça melhor do que eu faço. Não perca tempo criticando o meu trabalho ou dos meus colegas".

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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Capa da Piauí, agosto: Jelula e os centuriões


"História do Jornalismo Esportivo": um legado de Alberto Léo, um dos craques da extinta Rede Manchete



A Maquinária Editora lança amanhã, dia 4, às 19 horas, na Livraria da Travessa, em Ipanema,  "História do Jornalismo Esportivo na TV Brasileira". 
O livro escrito por Alberto Léo, um dos craques das coberturas esportivas da Rede Manchete, relata em 288 páginas histórias de Oduvaldo Cozzi, João Saldanha, Ary Barroso, Nelson Rodrigues, Geraldo José e tantos outros nomes do jornalismo esportivo.
O livro é um legado de Alberto Léo, falecido no ano passado, quando trabalhava na EBC.

Para Jânio de Freitas, da Folha de São Paulo, o perigo mora em Brasília

por Janio de Freitas (Folha de São Paulo)

Nada mais do que um dia comum. No país todo. O dia, no entanto, em que um portador das condições simultâneas de presidente e de acusado de corrupção deveria saber a resposta da Câmara dos Deputados à população que, tão perto da unanimidade, deseja vê-lo excluído do poder. E, por consequência, entregue às investigações da polícia e ao arbítrio da Justiça. Um dia comum só possível onde o povo, ainda que sabendo o que quer, desiste do país.

A correção do procedimento na Câmara foi contestada pela oposição ao acusado Michel Temer. Mas aí está uma recusa ao empenho da Câmara, pela quase totalidade dos seus partidos, de ampliar a sua coerência interna. Método incorreto para um acusado idem. E por isso mesmo posto no lugar da antecessora correta.

No mesmo sentido, o grupo minoritário dos deputados sem acusações e processos não tem poder decisório. Quem o exerce são os citados ou já sob processo por corrupção. Tropa de assalto cujo nível ético e político recebeu eloquente reforço de última hora.

Do final de junho ao correr de julho, o acusado Michel Temer introduziu no palácio presidencial e na residência oficial 20% dos deputados. Figuras da sua tropa, mas pouco confiáveis pelo chefe ou com novos preços no mercado da ordinarice inflacionada. Com todos, um a um, foram negociados a compra do voto e o pagamento em cargos ou em liberação de verbas, ou em ambos. O Tesouro Nacional paga, com os impostos.

Em tais circunstâncias, pode parecer que o alheamento e a passividade são a saída natural. Nos países que foram ou vão adiante, circunstâncias deprimentes soaram como convocação.

Por falar em passividade, outra visão dela foi exposta no Rio pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional. O general Sérgio Etchegoyen faz dura reprovação ao que considera a passividade da população diante das mortes de policiais. E fazer o quê, com que meios, além do pesar?

A passividade é outra. Afinal posta em ação, a Polícia Rodoviária Federal juntou-se com policiais civis e só, na "comunidade Jardim América", subúrbio do Rio, foram recuperados 16 carros e 10 motos roubados, com 11 presos.

Houvesse ações constantes das polícias pouco usadas, não seria possível o acúmulo de roubos agora apreendidos. O resultado de uma só ação é suficiente para atestar que a passividade é dos comandos da segurança. E, por certo, muito mais roubos e seus autores estão à disposição de resultados policiais nas centenas de lugares isentados das ações.

Considerando-se o que se passa na Presidência, na Câmara e na maioria dos partidos, também não parece bem afinada a conclusão do general de que "o crime organizado é a maior ameaça à sociedade brasileira", referindo-se à criminalidade urbana.

A recessão que corrói o Brasil não provém das favelas, estas concentrações de vítimas do desemprego, da ausência de ensino, da desgraça da saúde, da pobreza e dos preconceitos. E, sobretudo da passividade indiferente dos 10% de alta riqueza e da maioria da classe média, apoiadores do acusado Michel Temer. A maior ameaça ao presente e ao futuro do Brasil está em Brasília, tem palácios, torres, cúpulas - e muito roubo.

AINDA E SEMPRE

Sergio Moro vai tentar, até o fim da vida, explicações para a divulgação ilegal das gravações ilegais com a então presidente e Lula. Volta agora à do começo: "As pessoas tinham o direito de saber a respeito daqueles diálogos". Mesmo que fosse o caso, o juiz Sergio Moro não tinha e não tem o direito de transgredir a lei, como fez em dose dupla. Impunemente -o que deveria incomodar quem vive de punir os outros.

Fotografia 2: Lula Marques faz o retrato da República das Emendas... Quem quer dinheeeeeeiiiiiroooo?

O virtual com significado real. Foto de Lula Marques/Twitter 


por O.V.Pochê 

Lula Marques, de Brasília, tem feito nos últimos e conturbados meses as fotos que tiram a República Temer do armário.

De olho e lentes abertos para os detalhes que importam, o fotógrafo faz a diferença e capta as cenas mais reveladoras dos baixos dias do Congresso e da absoluta dissonância da folgada maioria da castas de supostos representantes com os cidadãos brasileiros.

Nas últimas semanas, Temer abriu a caixa, liberou as emendas parlamentares que garantiram sua vitória, aliviou dívidas de ruralistas.

Feitas as contas, pagou em reais vários neimares, que acaba de ser negociado para o PSG em cifras recordes, só de multa mais de 200 milhões de euros.

Fotografia 1: Nudes no plenário da Câmara dos Deputados e o novo muso da Era Temer



Fotos de Lula Marques/Twitter

por O.V.Pochê

Quando o golpe levou Temer ao poder, a mídia destacou a beleza de Marcela Temer e a apontou como a musa do novo regime. Imaginava-se até que ela seria um bom marketing para a popularidade do ilegítimo. Temer despencou nas pesquisas e Marcela, que já era discreta, já não se expõe em público, virou figurinha rara.

Posto de musa está vago.

Estava.

Assim quase do nada, correndo por fora, surgiu o  deputado da base governista Wladimir Costa, do partido SDD. Seu cartão de visitas foi a tatuagem-exaltação do nome de Temer. E ele prometeu tatuar agora o rosto do ilegítimo. Com a vitória esmagadora de Temer, ontem, na Câmara dos Deputados, Costa deve estar a essa altura furando a fila do ateliê para nova tatuagem.

Wladimir Costa costuma fazer discursos em defesa da família, da moralidade contra a corrupção e pela ética. Apesar disso, fez parte da tropa de choque de Eduardo Cunha e foi cassado pelo TRE do Pará, no ano passado, sob a acusação de uso de caixa dois. Ele recorre da sentença. É também acuysado pela PGR de ficar com salário de funcionários.  Wladimir "Tatoo" tem agora seu papel político ampliado: é o muso do governo Temer, com fãs entre os coxinhas que o levaram ao Planalto.

O título foi selado ontem quando Lula Marques flagrou o muso Wladimir ao celular pedindo fotos de bundas. A vitória de Temer estava tão tranquila que ele dedicou-se a uma lazer erótico no plenário.

ATUALIZAÇÃO EM 04/8/2017 - Deu na Revista Forum: "Lula Marques vai processar deputado que tatuou “Temer” e que ficou pedindo nudes na Câmara - Wladimir Costa (SD-PA), quando perguntado se iria processar o fotógrafo por ter feito o registro de suas conversas pouco republicanas ao longo da sessão de ontem na Câmara, mentiu ao dizer que aquilo estava combinado e que havia pago R$500 ao fotógrafo. “Excelência, deixe de ser mentiroso. Eu jamais faria um serviço fotográfico desses, ainda mais para um deputado golpista, machão e bufão como você”, disse o fotógrafo."

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Tatuagens políticas...



Rio, apocalypse now......

Rio: com Temer a bordo, o helicóptero presidencial sobrevoa o "campo de batalha". Foto Alan Santos/PR

por Flávio Sépia

Não se fala em outra coisa. As Forças Armadas nas ruas do Rio. Não é a primeira vez, provavelmente não será a última. Depois do fracasso das UPPs, os bandidos partiram de vez para um blitz pra cima da cidade. Explosão de caixas bancários e roubos de cargas para fazer caixa para o tráfico. Ao mesmo tempo, os chefões soltaram seus 'cães' nas ruas para arrastões, assaltos, assassinatos de policiais.

O Rio tem mais de 600 favelas, cada uma delas é território dominado por traficantes bem armados que há anos oprimem a maioria dos moradores enquanto cooptam alguns. São as Aleppos cariocas.

Não é fácil resolver isso, hoje, com as fortalezas já montadas e armadas. Muitos argumentam que a solução não passa apenas pela questão policial, que é preciso levar a cidadania às áreas carentes. E isso é verdade. O problema é como levar escolas, saneamento, saúde, serviços a locais onde a lei só entra se for conduzida por carros blindados. Escolas têm seus equipamentos roubados; UPAs nas proximidades de determinadas favelas são "vetadas" a moradores de outros locais. "Alemão" não entra, diz o traficante, e fica por isso mesmo. É trágico reconhecer, mas o fato é que o Estado, mesmo que queira, não tem condições de levar aos redutos do tráfico os serviços que as populações locais precisam. Mesmo conjuntos habitacionais populares se rendem à lei do tráfico e não raro criminosos expulsam proprietários e se apropriam de casas e apartamentos. É possível serviços públicos conviveram com o tráfico na favela ou a cidadania só vai entrar quando o tráfico for retirado? E a situação se agrava diante de informações de que redutos de traficantes já influem em eleições, com apoio a candidatos escolhidos.

As ações da PM do Rio de Janeiro são, como oficiais reconhecem, "enxugamento de gelo". Não apenas porque para cada traficante preso logo aparece um substituto como mesmo aquele encarcerado monta estrutura de comunicação para continuar dando ordens. Isso quando fica realmente preso, porque a rotina é ganhar algum benefício, descolar uma condicional ou progressão de pena e logo voltar ao batente.

A atual operação conjunta, embora com um claro viés político do acossado governo Temer, promete agir pelo lado da "inteligência". Será? Isso incluiria rastrear as enormes somas de dinheiro que circulam entre o asfalto e a favela para a compra de droga e armas, identificar os bens oriundos do lucros do tráfico e sufocá-lo não apenas militarmente mas financeiramente.  É o que os cariocas esperam. Eliminar os redutos do tráfico teria como efeito imediato a diminuição dos "crimes de ruas" hoje coligados. Vai acontecer? Difícil especular. E ainda faltaria o mais importante: o Brasil discutir seriamente a política de combate às drogas, ver a questão do ponto de vista da saúde, debater a legalização? Há modelos em andamento no Uruguai, nos Estados Unidos, na Europa.

As Forças Armadas ficaram pouco mais de um dia nas ruas, apareceram no JN e quase sumiram no dia seguinte segundo O Globo constatou ao percorrer zonas perigosas do Rio, à noite.

Apesar disso, imagens da TV mostram cariocas tão carentes por segurança aplaudindo os militares com a esperança de que a operação não seja cenográfica.

Já tem gente achando que Temer é o novo Churchill e o ministro Jungmann é Montgomery reencarnado.

Um porta-voz falou que os soldados "precisavam descansar". Bom, parece-me que o Ministro da Defesa tem usado expressões de combate, do tipo "golpear", "sufocar" etc. Mas, peraí, em uma guerra soldado descansa ou é substituído por tropa descansada? Temer fez um voo de helicóptero sobre o Rio, pegou alguns releases da assessoria e garantiu que os índices de criminalidade já haviam diminuído. Horas depois os bandidos fizeram arrastões, roubo de carga e incendiaram uma viatura policial, só pra contrariar. Está claro que não é uma "guerra". Até porque nesse dificilmente combatentes entrarão na briga de cachorro grande que é tomar território, uma das premissas das batalhas.

Outra autoridade falou que neste 1° de agosto só metade dos soldados foi pra rua porque é dia de "volta às aulas". A operação não quis tumultuar a cidade. Se é assim, o Brasil, se um dia for ao campo de batalha, vai acabar inventando a guerra de meio-expediente, de feriado e dias santos. Tente entrar em uma favela a qualquer hora do dia ou da noite. As sentinelas do crime não descansam, vai ter sempre um pelotão de olheiros se revezando pra defender o reduto conquistado. E não param em dia de aula. Ao contrário, fazem a aula parar.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Manchete Memória: de pai para filho, um perfil exclusivo...

Manchete. Clique na imagem para ampliar. 

por Ed Sá

No momento em que Chico Buarque lança um álbum de músicas inéditas, vou ao porão virtual de raridades para resgatar essa matéria feita em 1966. Chico havia acabado de vencer o II Festival de Música Popular Brasileira, com A Banda, e era o grande destaque da mídia na época.
Manchete foi ao conjunto residencial da State University of New York para ouvir o historiador Sérgio Buarque de Holanda, autor de obras fundamentais como "Raízes do Brasil", "História Geral da Civilização Brasileira" e "Do Império à República", assumindo que a partir daquele momento era "apenas" o pai de Chico. De fato, na entrevista, Sérgio Buarque falou só do filho. A reportagem foi feira pelo correspondente Roberto Garcia. Sérgio Buarque faleceu em abril de 1982, há 35 anos. 

O nome dele é Trump, mas pode acabar virando Trixon...

Ilustração Lyne Lucien/Daily Beast

por Niko Bolontrin 

por Niko Bolontrin


O site Daily Beast ouviu veteranos do caso Watergate, que derrubou Nixon, para identificar semelhanças entre o escândalo dos anos 70 e a atual tempestade que atinge Donald Trump. Os sobreviventes foram unânimes em um ponto: Nixon selou sua queda quando demitiu o procurador-geral que investigava a espionagem do escritório do Partido Democrata promovida pelos porões republicanos para nomear alguém supostamente engavetador. Não deu certo. E, alertam os conselheiros escaldados pela História, também não daria certo agora. Se tentar substituir o atual procurador-geral, como ameaça, Trump provavelmente baterá o último prego do seu caixão político. Mesmo que a ameaça não seja cumprida, o empresário esaria agindo nos bastidores e com certa agressividade para impedir a investigação sobre conspiração para interferir no recente processo eleitoral. Mas ainda não apareceram o Deep Throath, a fonte que entregou as digitais de Nixon no crime e, mesmo com o jornalismo investigativo em moda, faltam a coragem do editor Ben Bradlee do Washington Post, que bancou o trabalho demolidor do jornal e, principalmente, a dupla de repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein.

Mídia digital, pesquisa analisa a força do jornalismo independente


(do Meio & Mensagem) 

Melhor gestão pública e combate à corrupção são temas veementemente abordados por diversas mídias digitais e independentes da América Latina. Mais da metade (66%) dos veículos produziram histórias publicadas pela imprensa internacional e 72% pelos veículos do seu país de origem. Como exemplo deste primeiro grupo está o artigo “The Phony Businesses of Veracruz”, de Animal Político, usado pela Associated Press e The Guardian e responsável por promover uma investigação completa pelo governo mexicano, que encontrou milhões de dólares e diversas contas bancárias ligadas ao Javier Duarte, ex-governador de Veracruz.
Estes dados são do estudo Ponto de Inflexão, publicado pela organização sem fins lucrativos de apoio a jornalistas empreendedores SembraMedia, em parceria com a empresa filantrópica Omidyar Network. A pesquisa analisou 100 startups de jornalismo digital – que variam entre pequenos projetos de voluntários voltados para nichos de público e organizações jornalísticas –, encontrados na Argentina, Brasil, Colômbia e México.

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sábado, 29 de julho de 2017

Bloch Editores: há 17 anos, a falência, o drama, a humilhação e a luta dos ex-funcionários


por José Esmeraldo Gonçalves

Acho que ninguém mais confere data em  "folhinha". Mas veja no calendário do seu celular: o próximo dia 1.º de agosto 'cai' numa terça-feira.

Foi também em uma terça-feira, há 17 anos, o 1.° de agosto mais dramático nas vidas dos ex-funcionários da Bloch Editores.

Ao longo da década de 1990, a Rede Manchete, do mesmo grupo, enfrentou grave crise. Foi vendida, devolvida, vendida de novo, voltou à Bloch e, afinal, foi comprada definitivamente por empresários paulistas, em 1999.

Se o fechamento da editora de revistas fundada em 1952 parecia àquela altura inevitável, tantas as dívidas, talvez a venda da TV injetasse alguma esperança, pensaria um otimista.

Mas, como disse Millor Fernandes, "o otimista não sabe o que o espera". Nem o pessimista, acrescento.

Há muito eram tensos os dias no prédio da Manchete na Rua do Russell. E, naquela manhã de terça-feira de agosto de 2000, a atmosfera estava mais pesada do que nunca. Talvez nem o mais pessimista entre aqueles que estavam no meio do furacão da Bloch esperasse o que estava por vir. Não naquela intensidade e nível de vexame.

Em questão de minutos, um "comando" bem treinado de oficiais de justiça percorreu os andares e ordenou que os funcionários que ainda estavam nos seus postos de trabalho abandonassem o local, levando seus pertences, e fossem literalmente para a rua após passar por uma humilhante e minuciosa revista. Não foram poucas as lágrimas que desceram de elevador.

Em depoimento no livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata), o coordenador de reportagem José Carlos Jesus recordou aquela terça-feira sombria:
“Quando o telefone da minha mesa tocou, me veio um estranho pressentimento. Tive a certeza de que aquela ligação estava me trazendo alguma coisa de muito grave. Do outro lado da linha, a voz, um tanto autoritária, logo confirmou. A ordem era que juntássemos todos os nossos pertences e nos retirássemos da sala e deixássemos o prédio o mais rápido possível. Só nos restava obedecer. Foi o que fizemos. A Bloch acabava ali. Para aqueles profissionais, uns, como eu, com trinta anos de trabalho, outros com quarenta, era o ponto final de um longo tempo de dedicação a uma empresa que já fazia parte da nossa vida, do nosso corpo e da nossa alma. Levei algum tempo para administrar o choque. ‘E agora?'”.

Bloch Editores: abandonada
às pressas em um triste 1° de agosto de 2000.
Há 17 anos... Foto bqvMANCHETE
Quem viveu aquela cena que não deixou selfies jamais a esquecerá. Anos depois, algumas fotos mostraram o que restou após o vendaval que varreu vidas profissionais e objetos que eram parte daquele que foi um dos maiores grupos de comunicação do país.

São imagens que dão uma ideia do que ficou para trás além das memórias.

Nos anos seguintes, os mais novos foram à luta e reconstruíram suas carreiras, outros não tão jovens, experientes, tentaram se adaptar a novos modelos e tecnologias ou descobriram alternativas fora do ofício e um número expressivo de antigos funcionários, os mais idosos, principalmente, passou a viver dias difíceis. Para muitos e saudosos colegas, difíceis e últimos.

José Carlos Jesus conta que o choque persistiu por meses. Processos de falência costumam ser longos e exasperantes para quem depende da quitação dos seus direitos. A legislação brasileira permite, infelizmente, que massas falidas se arrastem e acabem praticando autofagia. Quanto mais tempo levam mais consomem os bens que deveriam garantir suas dívidas. Era do conhecimento de todos que a Bloch Editores dispunha de um patrimônio importante e capaz de atender aos credores prioritários, que são os ex-funcionários. Mas nada atestava que tal patrimônio seria uma garantia irrefutável para o justo resgate dos direitos trabalhistas ou que a burocracia não o consumiria vorazmente.

Quem disse que pedra no caminho é apenas um verso de Drummond?

Ao mesmo tempo, sabia-se dos imprevistos e sombras que podem afetar e postergar um processo daquela magnitude. E a inércia e omissão dos principais interessados não ajudariam a torná-lo mais rápido e transparente. Coube a José Carlos propor iniciativas para acompanhar o desenrolar das ações da Massa Falida da Bloch Editores.

Por sugestão da Juíza da 5.ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, Maria da Penha Nobre Mauro, foi formada uma comissão de ex-funcionários para tornar mais efetiva a comunicação entre os credores trabalhistas e aquela instância. Designado presidente da Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores (CEEBE), José Carlos passou a se inteirar das etapas do complexo processo, promover assembleias regulares no Sindicato do Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, reunindo centenas de ex-funcionários, e a conduzir diplomaticamente as reivindicações do grupo - cerca de 2.500 pessoas -  junto ao Juízo, ao Síndico da MFBloch e ao Ministério Público.

José Carlos sempre registra como fator decisivo para as conquistas dos ex-funcionários ao longo de 17 anos o respeito, a abertura ao  diálogo, a sensibilidade sob o rigor da lei e o preciso senso de justiça da Dra. Juíza Maria da Penha Nobre Mauro.

Ao lado dos diretores da CEEBE, como Nilton Rechtman e Jileno Dias, e com a força participativa dos demais ex-funcionários da Bloch, o esforço resultou em vitórias: o recebimento do valor “principal” das indenizações, em 2009, três rateios da correção monetária, em 2012, 2013, 2014.

Contudo, o trabalho da CEEBE não terminou: há processos trabalhistas não concluídos, a MFBloch não encerrou a quitação da correção monetária devida aos processos findos, há bens da Bloch ainda a leiloar, houve derrotas na Justiça, com a MFBloch assumindo discutíveis responsabilidades de outras empresas, sem falar que determinados bens de legítima propriedade da editora destinados à quitação das dívidas, sendo a trabalhista prioritária, são frequentemente alvos de investidas por parte de terceiros.

Esse 1.° de agosto de 2017, 17 anos depois, sinaliza duas coisas aos ex-funcionários da Bloch:

- a burocracia dos processos de falência agride direitos trabalhistas, é desumana;

- quem quiser justiça que faça barulho e fique atento e forte. Apenas esperar não vai resolver seu problema.

Hi tech: Fone de ouvido Bluetooth WT2 traduz línguas estrangeiras em tempo real

A empresa chinesa Timekettle desenvolveu um aplicativo iOS para celular capaz de fazer tradução em tempo real. Por enquanto, o gadget ainda em testes é aplicável em iPhones e iPad e faz a versão de mandarim para inglês, mas outros idiomas serão adicionados à medida em que o projeto for desenvolvido.

O objetivo é tornar coisa do passado dificuldades de comunicação no estrangeiro tanto para turistas quanto para empresas. O aparelho se completa com um fone de ouvido Bluetooth WT2 acoplado ao smartphone. Na versão para testes, foi registrado um delay de três segundos na ação do intérprete digital. A Timekettle garante que esse intervalo será reduzido a menos de um segundo.

Para que ocorra uma conversa entre um turista e um local, será necessário que ambos disponham do aplicativo e dos fones especiais acoplados aos respectivos smartphones, caso contrário você se limitará a ouvir no seu idioma a fala do interlocutor.

Deverá ser útil para o básico. Lembrando que cautela é preciso nesse tipo de tradução digital. A expressão italiana "traduttore, traditore" ("tradutor, traidor") ensina que são comuns as armadilhas dos idiomas e os labirintos das culturas mesmo para muitos que têm fluência em língua estrangeira.

Imagine para um mero aplicativo.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Chico Buarque lança "Caravanas", seu primeiro álbum de músicas inéditas desde 2011. O clipe oficial de "Tua Cantiga" está quebrando a internet...



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Fotografia & Justiça: a importante vitória de Orlando Abrunhosa





por Sérgio Rodas (do site Consultor Jurídico - Conjur)


O fato de uma imagem ser famosa não afasta os direitos do autor sobre ela. Este foi um dos fundamentos da 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para negou apelação da Infoglobo e condenar a empresa a pagar indenização por danos materiais e morais de R$ 93,7 mil a Carlos Orlando Novais Abrunhosa autor da icônica foto de Pelé comemorando um gol na Copa do Mundo de 1970 com um soco no ar. Segundo a decisão, reproduzir fotografia sem prévia e expressa autorização do autor configura a prática de contrafação, proibida pela Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/1998).

O autor foi à Justiça após os jornais O Globo e Extra, publicados pela Infoglobo, reproduzirem a imagem em sete ocasiões, entre 2009 e 2014, sem pedir autorização nem remunerá-lo. Segundo ele, a companhia violou seus direitos autorais sobre a fotografia, que foi publicada sem indicação de autoria.

Em contestação, a Infoglobo alegou que as reportagens tinham cunho informativo, de cunho social, sem fim lucrativo. Por isso, não teria cometido danos materiais e morais a publicar a imagem. Além disso, a empresa sustentou que teria havido prescrição, uma vez que já se passaram três anos das veiculações da foto, como estabelece o Código Civil.

Efeito pedagógico
O juiz de primeira instância deu razão ao fotógrafo, mas a empresa recorreu. No TJ-RJ, o relator do caso, desembargador Marcelo Lima Buhatem, entendeu que a reiterada publicação sem autorização das imagens configura danos continuados. Dessa maneira, o prazo prescricional para a ser contado a partir da data da última veiculação – no caso, 5 de janeiro de 2014. Como a petição inicial foi distribuída em 21 de maio daquele ano, não houve prescrição, destacou o relator.

A fotografia é uma obra protegida por direitos autorais, como estabelece o artigo 7º, VII, da Lei 9.610/98, apontou Buhatem. Assim, disse, a sua reprodução sem prévia autorização configura a prática de contrafação. E o fato de ser uma imagem famosa, comumente reproduzida, não afasta o direito do autor sobre ela, ressaltou o desembargador.

Para ele, a Infoglobo infligiu danos morais a Abrunhosa, e o mero pagamento de retribuição autoral não é suficiente. O valor da indenização, a seu ver, deve “desestimular o comportamento reprovável de quem se apropria indevidamente da obra alheia”. Considerando que a imagem foi reproduzida sete vezes, durante cinco anos, Marcelo Buhatem avaliou que a reparação de 100 salários mínimos – o que dá R$ 93,7 mil – fixada pela primeira instância é adequada.

Ele também concluiu que a Infoglobo gerou danos materiais ao fotógrafo, uma vez que usou indevidamente um patrimônio dele. Dessa forma, o magistrado decidiu que o ressarcimento deve ser feito com base no valor de mercado normalmente empregado para utilização de espaço nos jornais O Globo e Extra, a ser apurado na liquidação de sentença. O voto de Buhatem foi seguido por todos os seus colegas da 22ª Câmara Cível do TJ-RJ.

À ConJur, Marcelo Buhatem afirmou que a decisão reitera e potencializa os direitos do autor. De acordo com ele, o acórdão também serve para encorajar profissionais que estejam na mesma situação que Carlos Orlando Novais Abrunhosa — tendo suas obras reproduzidas sem autorização nem remuneração — a buscar a Justiça.


Fonte: Conjur


A FOTO SÍNTESE DA COPA DE 1970




Originalmente em preto&branco, a histórica foto de Orlando Abrunhosa foi colorizada para a capa da  Paris Match, em 1970. A revista francesa foi uma das publicações internacionais que não resistiram à icônica "pirâmide" dos craques do Tri. Antes, na versão p&b autêntica, foi capa da Fatos & Fotos 
A premiada foto do genial Abrunhosa foi alvo de muita pirataria. 
Em vida, ele lutou exemplarmente pelos seus direitos. Desde o uso não autorizado da foto em um selo dos Correios passando por capa de fita de vídeocassete e até inclusão ilegal em catálogo de uma agência internacional. 
Foi em torno da foto-símbolo da Copa de 1970 que o cineasta e jornalista Eduardo Souza Lima, o Zé José, fez o documentário "Três no Tri" sobre a trajetória de Orlando Abrunhosa. 
No caso em questão, a justiça agora feita vale como uma homenagem ao profissionalismo e talento do  grande fotógrafo. (José Esmeraldo Gonçalves)

Acendeu virou Manchete: Caixa de fósforos do Anos Dourados virou peça de colecionador...

O Brasil ainda é um país de fumantes. É o oitavo colocado no ranking da fumaça segundo pesquisa patrocinada pela Fundação Bill Gates publicada pela revista The Lancet. São cerca de 11 milhões e de homens e sete milhões de mulheres "nicotinófilos".

Em contrapartida é um dos líderes da lista de queda de número de fumantes ano a ano. A porcentagem de fumantes diários no Brasil caiu de 29% para 12% da população nas últimas duas décadas.

Por isso, caixas de fósforos são cada vez mais raras em tempo de isqueiros a gás, acendedores elétricos de fogões e aquecedores e... cigarros eletrônicos.

Mais rara ainda é essa caixinha de fósforos que está à venda no site Mercado Livre. Custa 29 reais.

O brinde promocional da Manchete é dos anos 1950, quando a redação da revista ainda estava na Rua Frei Caneca e fumar, como propagavam os filmes policiais americanos e franceses, era um toque de classe e elegância.  Tanto que a caixinha aí vista entrava nas boates e restaurantes chiques da época. Da Night and Day ao Montecarlo, Casablanca, Vogue e Bife de Ouro.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Ele&Ela, primeira e única

Por Roberto Muggiati

1969: EleEla número 1
Por pura desinformação, falta de memória ou preguiça de apurar – o Globo de hoje afirma categoricamente (no obituário de Domingo Alzugaray) que foi Status, lançada em 1974, “a primeira revista masculina do Brasil”.

Ora, as primícias nesse segmento do mercado editorial, para uma grande editora, couberam à Bloch, que lançou em 1969 a mensal Ele&Ela. Contribuo aqui com uma memória pessoal, já que trabalhei lá, como chefe de redação, em 1971 e 72, quando o editor era Carlos Heitor Cony.

Assim, como Pais&Filhos (franquia da alemã Eltern), lançada meses antes, Ele&Ela tinha direito aos serviços editoriais de outra mensal alemã, a Jasmin – serviços nunca usados, tal a disparidade entre as cabeças do brasileiro e do germânico. Cony e equipe saímos logo em campo para dar uma cara bem carioca à revista.

A principal dificuldade é que estávamos nos primeiros anos do AI-5, que proibia fotos nuas: as mulheres publicadas na Ele&Ela apareciam com as partes mais interessantes bem cobertas, não usavam sequer biquíni, mas aqueles duas peças enormes que só frustravam os leitores.

Seja como for, conseguimos criar uma revista masculina agradável e inteligente, forrada de bons textos. Entre os colaboradores, estavam os escritores João Antônio, José Carlos de Oliveira, Paulo Mendes Campos. Na redação, o jornalista e escritor Mário Pontes, o jornalista e cinéfilo Paulo Perdigão, a iniciante Susana Schild (hoje renomada crítica de cinema) e o crítico de arte Flávio de Aquino – que, com sua cultura fenomenal, escrevia praticamente sobre tudo.

O carimbo da censura prévia nos Anos 70.
Apesar de nossa cautela para evitar encrenca, tivemos alguns exemplares censurados. Antes de seguir para a impressão na gráfica de Parada de Lucas, a revista, em arte final, era submetida – não sei por que cargas d’água – a uma censora. (Recordei há pouco, aqui no Panis, um episódio bizarro em que a dita senhora recebeu o contínuo Neto de peignoir, numa clara tentativa de assediá-lo.)

Para profissionais que começaram a carreira trabalhando em jornal – e encarando o fechamento nosso de toda noite – fazer uma revista mensal era moleza. Mas, como éramos todos muito inquietos, nosso momentos de lazer serviram para darmos vazão a projetos pessoais. Cony concebeu nessa época o que ele considera sua obra máxima de ficção, o romance Pilatos, publicado em 1974.

A partir de um texto publicado em Ele&Ela – A perigosa viagem do som – escrevi o livro Rock: o grito e o mito/A música pop como forma de comunicação e contracultura, lançado em 1973 (o editor da Vozes, Mário Pontes, sentava ao meu lado na redação). El grito y el mito saiu em espanhol pela Siglo Veintiuno, editora de Borges e Cortázar, e vai ser relançado em breve pela Azougue.

Paulo Perdigão também ruminava o livro genial que escreveria depois sobre a derrota do Brasil para o Uruguai em 1950, Anatomia de uma derrota. Perdigão foi a única pessoa que conheci capaz de conciliar obsessões aparentemente díspares como o Maracanazo, o pensamento de Sartre (ele traduziu O Ser e o Nada) e o filme Shane/Os brutos também amam, ao qual assistiu (não é exagero) centenas de vezes.

Éramos uma pequena família. Pontualmente às seis da tarde, Cony cerrava, material e simbolicamente, as cortinas da redação (ficava no sétimo andar, de frente para a Baía de Guanabara) – foi por essa janela que assisti à minha última chuva de granizo.

Fazendo o tipo paizão, Cony dava carona ao pessoal da Zona Sul, com direito a uma parada no Leme, onde nos oferecia uma rodada de doces na confeitaria Chuvisco.

Uma pauta da Ele&Ela resultou num dos mais longos casamentos blochianos. Cony incumbiu a repórter Ana Maria Abreu (irmã de Marília, na época mulher do “guerrilheiro” Fernando Gabeira) de entrevistar gente conhecida sobre “o seu filme de amor preferido”. Entre os intelectuais procurados, Ana Maria ouviu Narceu de Almeida, então na redação da Manchete. A love story favorita do Narceu só podia ser, como ele, romântica e trágica: O acossado, de Jean-Luc Godard, em que a mocinha (Jean Seberg) entrega à polícia o mocinho (Jean-Paul Belmondo), que morre numa rua de Montparnasse com uma bala nas costas. Da entrevista ao casamento, Narceu e Ana Maria viveram felizes (com três filhos) até a morte prematura dele, em 1985 aos 52 anos. Na ocasião, Narceu era editor de Ele&Ela.

1974: Sonia Braga, uma das estrelas
da revista
Outros ocuparam a cadeira ao longo dos anos: Sérgio Ryff, Léo Borges Ramos, Henrique Diniz, Alexandre Raposo, Lincoln Martins.

Por uma destas arapucas do destino, a partir de 1999 – depois de mais de vinte anos como editor da Manchete – acabei sendo o último editor de Ele&Ela, já demie-bombée (a revista), nos estertores finais que levaram ao último sopro com a autofalência de Bloch Editores em 1º de agosto de 2000.

Aliás, logo estaremos, melancolicamente,  apagando as 17 velinhas do fim daquele que já foi um dos maiores impérios editoriais do Brasil.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Turquia prende ativista e funcionária da Avaaz, o site de petições sobre direitos humanos. Um novo "expresso da meia-noite" se movimenta no país... Centenas de jornalistas e editores já são passageiros do trem da repressão.

Özlem Dalkıran. Foto:Avaaz
O governo da Turquia mantém presa uma funcionária da Avaaz, o site global que promove campanhas, abre petições e pressiona governos e corporações sobre temas cruciais relacionados a direitos humanos, democracia, meio ambiente etc.

Por apenas ter participado de um reunião de defensores de direitos humanos,  Özlem Dalkıran, que também atua na Citizen's Assembly, foi encarcerada sem acusações formais, como milhares de pessoas brutalmente perseguidas pelo presidente turco Recep Tayyip Erdoggan.

Uma petição foi entregue a Federica Mogherini, representante de Relações Exteriores da UE, que participou de encontro considerado crucial para a Turquia, já que foram discutidos acordos comerciais com a União Europeia.
Além de Dalkiran, outras pessoas foram presas ao participar de um seminário de direitos humanos em Istambul, entee os quais İdil Eser (da Anistia Internacional), Günal Kurşun e Veli Acu (da Human Rights).

A Alemanha criticou a Turquia pela detenção de opositores ao governo autoritário de Erdogan, no poder desde 2003. Com projeto de islamização forçada de um país tradicionalmente laico, o presidente acusa de "terrorista" a quem lhe faz oposição. Um cidadão alemão foi preso sob essa acusação infundada e multiplicada aos milhares atingindo centenas de jornalistas e editores. O governo alemão já avisou aos seus cidadãos que não pode garantir sua segurança na Turquia, assim como acesso consular. A resposta de Erdogan? "Ninguém tem o direito de interferir em assuntos internos da Turquia".

Em 1978, o diretor Alan Parker lançou um filme, hoje um clássico, sobre a prisão de um estudante americano na Turquia. "O Expresso da Meia-Noite"  mostrou o drama do estudante preso e jogado em uma cela degradante.

Agora pilotado pelo fundamentalista Erdogan, um novo expresso da meia-noite está em movimento na Turquia.

O número de turistas estrangeiros que visitam a Turquia caiu em quase 30%. O interesse de brasileiros em visitar o país também despencou pela metade, muito além do que pode ser atribuído à crise econômica.

domingo, 23 de julho de 2017

Época: Nos julgamentos da ditadura, juízes ignoravam as leis para condenar de acordo com a vontade dos militares...

Capa da Época: falsa Justiça, condenações políticas.

Gostou dessa? O contribuinte paga para Temer tirar a corda do pescoço


Rico ri à toa... e debocha de lei...


Chico Buarque: meme anuncia chegada do compositor ao Instagram





por Clara S. Britto
A famosa capa de um disco um disco de Chico Buarque, de 1966, é uma das memes mais populares das redes sociais. O Chico "triste" e o Chico "alegre" ilustram centenas de memes do tipo "eu não tinha", "agora tenho", "eu não era, agora sou" etc, cabe em qualquer situação.
O Estadão revelou que ao estrear no Instagram, Chico usou  a meme para anunciar sua nova conta oficialchicobuarque.

Acha que é fácil a vida de repórter? Coletiva acaba em queda...


O repórter Fred Gomes, do Globoesporte.com cobria a coletiva do jogador Diego Alves, na sede do Flamengo, e tudo ia bem até que ele resolveu sair do meio de campo e investir pela ponta direita. O resultado você pode ver AQUI

O cantor Seu Jorge é vítima de racismo. Criminosos devem ser denunciados e processados...

O cantor e ator carioca Jorge Mário da Silva, o Seu Jorge, foi alvo de racismo no Instagram.

Um internauta brasileiro identificado como hduartescp, o chamou de “preto de merda”. E prosseguiu praticando o crime de racismo ao postar outra ofensa: "Foda-se o mundo tá infestado de pretos”, recebendo aparentemente o apoio da internauta renatinha_katrina.

Seu Jorge, que atualmente mora nos Estados Unidos, respondeu:
 “Esse cara aqui @hduartescp entrou na minha transmissão ao vivo pra destilar o seu veneno racismo contra minha pessoa me ofendendo de graça lse eu nunca tê-lo visto em toda minha vida! O que vcs acham que eu devo fazer a respeito desse assunto? Alguma sugestão? Só não cale o famoso deixar pra lá, pra não dizer depois que nós os negros somos paranoicos e cheios de mimimi!”, 

Está aí pra todo mundo ver, e olha que ele conseguiu fazer isso a mais de 10.000 km de distância...Imagina como deve ser na vizinhança dele, na escola, com os empregados dele no futuro”
A melhor sugestão, claro, é ir à polícia que facilmente vai identificar os criminosos, e processá-los. O racista covardão hdduartescp amarelou e já retirou sua página do ar. O que não impede de ser rastreada e localizados seu endereço e todos os dados pessoais.

E você pode colaborar: no site Instituto de Defesa Cibernética há vários links onde podem ser denunciados crimes virtuais. Ajude a não deixar esses criminosos impunes.

Atualização em 24/07/2017 - Depois de o episódio de racismo repercutir nas redes sociais, o autor das ofensas foi supostamente identificado como menor de idade. Portanto, pela lei brasileira, mesmo se condenado, não pode ser chamado de "criminoso", mas de "infrator". Fica o registro.
Antes de deletar sua conta no Instagram, Seu Jorge revelou: “Acabei de receber várias mensagens do menino que me ofendeu quando eu estava ao vivo aqui no Instagram. Uma delas foi pedindo desculpa — muitas delas –, dizendo que não é racista, que errou, que foi força da emoção. Justificou a atitude dele com problemas que teve no passado com uma pessoa negra, e aí perdeu o controle. Conversamos, ele se mostra arrependido e ficou de publicar um vídeo pedindo desculpas a mim e a toda comunidade negra”.

Racismo como ele é... "Você faz faxina? Não, faço mestrado. Sou professora"

(Luana Tolentino, via Facebook)

Hoje uma senhora me parou na rua e perguntou se eu fazia faxina.

Altiva e segura, respondi:

– Não. Faço mestrado. Sou professora.

Da boca dela não ouvi mais nenhuma palavra. Acho que a incredulidade e o constrangimento impediram que ela dissesse qualquer coisa.

Não me senti ofendida com a pergunta. Durante uma passagem da minha vida arrumei casas, lavei banheiros e limpei quintais. Foi com o dinheiro que recebia que por diversas vezes ajudei minha mãe a comprar comida e consegui pagar o primeiro período da faculdade.

O que me deixa indignada e entristecida é perceber o quanto as pessoas são entorpecidas pela ideologia racista. Sim. A senhora só perguntou se eu faço faxina porque carrego no corpo a pele escura.

No imaginário social está arraigada a ideia de que nós negros devemos ocupar somente funções de baixa remuneração e que exigem pouca escolaridade. Quando se trata das mulheres negras, espera-se que o nosso lugar seja o da empregada doméstica, da faxineira, dos serviços gerais, da babá, da catadora de papel.

É esse olhar que fez com que o porteiro perguntasse no meu primeiro dia de trabalho se eu estava procurando vaga para serviços gerais. É essa mentalidade que levou um porteiro a perguntar se eu era a faxineira de uma amiga que fui visitar. É essa construção racista que induziu uma recepcionista da cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, a maior honraria concedida pelo Governo do Estado de Minas Gerais, a questionar se fui convidada por alguém, quando na verdade, eu era uma das homenageadas.

Não importa os caminhos que a vida me leve, os espaços que eu transite, os títulos que eu venha a ter, os prêmios que eu receba. Perguntas como a feita pela senhora que nem sequer sei o nome em algum momento ecoarão nos meus ouvidos. É o que nos lembra o grande Mestre Milton Santos:

“Quando se é negro, é evidente que não se pode ser outra coisa, só excepcionalmente não se será o pobre, (…) não será humilhado, porque a questão central é a humilhação cotidiana. Ninguém escapa, não importa que fique rico.”

É o que também afirma Ângela Davis. E ela vai além. Segundo a intelectual negra norte-americana, sempre haverá alguém para nos chamar de “macaca/o”. Desde a tenra idade os brancos sabem que nenhum outro xingamento fere de maneira tão profunda a nossa alma e a nossa dignidade.

O racismo é uma chaga da humanidade. Dificilmente as manifestações racistas serão extirpadas por completo. Em função disso, Ângela Davis nos encoraja a concentrar todos os nossos esforços no combate ao racismo institucional.

É o racismo institucional que cria mecanismos para a construção de imagens que nos depreciam e inferiorizam.

É ele que empurra a população negra para a pobreza e para a miséria. No Brasil, “a pobreza tem cor. A pobreza é negra.”

É o racismo institucional que impede que os crimes de racismo sejam punidos.

É ele também que impõe à população negra os maiores índices de analfabetismo e evasão escolar.

É o racismo institucional que “autoriza” a polícia a executar jovens negros com tiros de fuzil na cabeça, na nuca e nas costas.

É o racismo institucional que faz com que as mulheres negras sejam as maiores vítimas da mortalidade materna.

É o racismo institucional que alija os negros dos espaços de poder.

O racismo institucional é o nosso maior inimigo. É contra ele que devemos lutar.

A recente aprovação da política de cotas na UNICAMP e na USP evidencia que estamos no caminho certo.

sábado, 22 de julho de 2017

Vai um chocolate no "Capricho"?

por Armando F. Ferraz 
A revista Capricho cancelou há dois anos sua edição impressa para investir no meio digital. Acontece que "monetizar" (nomezinho que se dá a ganhar dinheiro, tornar lucrativo) sites de veículos jornalísticos não fácil nem aqui nem lá fora. Haja imaginação para descobrir fórmula de sobrevivência..
A revista Quem Acontece, que sairá das bancas agora em agosto, anuncia que manterá o site e tentará respirar comercializando eventos.
Jornais também estão investindo pesado em eventos, palestras, seminários, debates, feiras, eventos gastronômicos, de moda etc. No Rio, a maioria desses eventos tem sido maciçamente patrocinada pelo chamado Sistema S (Sesc, Senai, Sesi etc) como se vê em anúncios e matérias publieditoriais de alguns veículos impressos.
Aparentemente, não basta mais vender o produto ou criar edições especiais jornalísticas e correr atrás de anúncios. Eventos são um opção para explorar as marcas. Há núcleos, hoje, na mídia, especializados em criar cursos, debates, seminários, exposições etc, onde são discutidos temas ligados à economia, educação, violência, urbanismo, vinhos, comida, moda etc, não importa o campo desde que seja algo que tire do sufoco o comercial da empresa, respeitando características e público-alvo de cada veículo.
Imagem/Divulgação
Explorar o licenciamento da marca é outra boia de salvação. A Capricho, por exemplo, está lançando os chocolates "Capricho" em parceria com a Cacau Show e nos sabores brigadeiro e iogurte de morango.

Em 2016, segundo a Abril, a revista voltada para publico adolescente vendeu cerca de 10 milhões de produtos com a sua marca.
É uma tendência, dizem os marqueteiros. O  que não se sabe é se os jornalões e as semanais de informação vão aderir ao licenciamento de produtos e diversificar a estratégia muito além daquela antiga fórmula de vender coleções de fascículos, livros, louça, DVD, faqueiros etc.
Algo assim como a Coxinha Estadão,  Maionese Folha, Absorventes Istoé e Tacos de Golf  Época.
Detergente Veja e Biscoito Globo não dá: já tem concorrente na praça.