segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Caindo pelas tabelas... mas com apoio entre os "formadores de opinião"







O Instituto Ipsos fez uma pesquisa entre "formadores de opinião" da América Latina para saber como jornalistas e articulistas veem seus respectivos presidentes. No ranking geral, no alto, Michel Temer amarga um novo lugar, estaria no G4 do rebaixamento se fosse uma tabela de campeonato de futebol.

Ouvidos os "formadores de opinião" da AL, a nossa ilegítima figura tem 64% de desaprovação e 30% de rejeição.

No segundo quadro, Temer se sai um pouco melhor.  Explica-se: o item Brasil se refere apenas a entrevistados brasileiros. Entre estes, Temer 41% de aprovação e 59% de rejeição.

Tais números mostram que os nossos controvertidos "formadores de opinião" estão em certo descompasso com o povo. Preferem ficar mais próximos do poder. Recentes pesquisas de opinião pública mostram que, no Brasil real, apenas pouco mais de 10% das entrevistados aprovam o presidente pós-golpe. Já entre os responsáveis pela "opinião publicada" esse número sobe para 41%.

A pergunta que fica: nossos "formadores de opinião" preferem falar e escrever o que a mídia dominante quer ler e ouvir?

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Deu no Portal Imprensa: a volta da edição impressa do jornal do Brasil. Publicação quer contratar 30 jornalistas

(do Portal Imprensa)

Com novo controlador, “Jornal do Brasil” volta às bancas do Rio de Janeiro
Segundo a Folha de S.Paulo, o empresário Omar Peres fechou neste mês negócio com Nelson Tanure, antigo controlador da empresa. O objetivo é vender diariamente cerca de 30 mil exemplares do "novo JB". Segundo Peres, o "JB" será vendido apenas nas bancas cariocas. Não haverá assinaturas. A primeira edição sairá em maio.
A princípio, a publicação terá dois cadernos, um com 16 páginas e outro com seis, e aos domingos ganhará uma edição ampliada com 24 páginas no primeiro caderno.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO PORTAL IMPRENSA,. CLIQUE AQUI

Federação Paranaense de Futebol impede transmissão pelo You Tube do jogo Atlético-PR x Coritiba.

Mais do que simbólica, a suspensão do clássico entre Atlético-PR e Coritiba, ontem, é histórica.

Os dois clubes, exercendo prerrogativa que a lei lhes dá, optaram por não vender à Rede Globo os direitos de transmissão do jogo. Por uma questão puramente comercial: os donos do espetáculo, os clubes, consideraram "merreca" o valor oferecido para a exibição da partida.

Os dirigentes de Atlético-PR e Coritiba decidiram, então, exibir o jogo nos seus canais do You Tube, sem nada cobrar, apenas para não privar seus torcedores.

A poucos minutos de a bola rolar na Arena da Baixada, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) impediu a transmissão. sob a alegação de falta de credenciamento da equipe técnica. Impedidos de levar o jogo ao You Tube, Atlético-PR e Coritiba se negaram a jogar. Os jogadores dos dois times, de mãos dadas, saudaram as torcidas. As arquibancadas apoiaram o gesto e protestaram com a Federação e a Rede Globo, aos gritos de "vergonha".

A Rede Globo divulgou nota no Fantástico negando interferência e  citando o mesmo argumento da Federação Paranaense: a falta de credenciamento dos profissionais.

Caso de Curitiba à parte, essa questão de venda de direitos de transmissão, no Brasil, gera polêmicas e nem sempre é transparente. Uma das vertentes da agora praticamente esquecida investigação do FBI sobre os porões do futebol, e que alcançou a América do Sul, é precisamente esse quesito.

A guerra é de foice nesse campo. Resta torcer para que Coritiba e Atlético-PR tenham sinalizado um novo e inevitável caminho e que não sofram represálias de cartolas e que tais. Alguns clubes brasileiros já passaram um perrengue por se rebelar contra isso. Perguntem ao Vasco.

Mas os tempos são outros. Não só o You Tube é a ferramenta. Com a introdução do Facebook Live, o aplicativo que alcança milhões de pessoas já faz transmissão de jogos de futebol ao vivo e negocia a ampliação do serviço com as grandes ligas mundiais.

Não vai ser fácil para o passado continuar resistindo ao futuro

VEJA A REAÇÃO DOS TORCEDORES PARANAENSES, CLIQUE AQUI






NO SITE OFICIAL DO ATLÉTICO-PR, UM VÍDEO MOSTRA UM RESUMO DOS ACONTECIMENTOS. CLIQUE AQUI



E VEJA A POSIÇÃO OFICIAL DO CORITIBA, CLIQUE AQUI


Atualização em 21/2/2017 - A Federação Paranaense de Futebol marcou um novo Atletiba para a Quarta-Feira de Cinzas, 1° de março, na Arena da Baixada. 
Os clubes, até o dia de hoje, mantêm a decisão de transmitir a partida pelo You Tube. 
Sobre a proibição da transmissão pela web no último domingo, há versões contraditórias. Enquanto o presidente da FPF diz que o motivo foi a falta de credenciamento da equipe (segundo os clubes, eram apenas duas pessoas e o problema poderia ter sido contornado com o deslocamento delas para outro local), um dos árbitros afirmou que a ordem que recebeu da FPF foi de que não haveria jogo enquanto a transmissão pelo You Tube (que estava começando e alcançava quase 150 mil pessoas) não fosse interrompida. 
O Tribunal de Justiça Desportiva ainda não recebeu a súmula da arbitragem para analisar a questão. 
A Rede Globo reafirma em nota oficial que "em nenhuma hipótese, teve qualquer ligação com o episódio".

Barraco de Roberto Freire durante entrega do Prêmio Camões a Raduan Nassar repercute em Portugal.



O ministro sumirá da história e a obra do premiado fica, enquanto houver alguma forma de livro no planeta.


por Alexandra Lucas Coelho (para o Público, de Portugal)

1. A cerimónia de entrega do Prémio Camões, o maior da língua portuguesa, sexta-feira passada, em São Paulo, foi um retrato do que está em curso no Brasil, mas não só. Revelou a que ponto um ministro não distingue Estado e governo, confundindo-se a si mesmo com um prémio. E como querer separar cultura e política leva a uma política sem cultura.

2. O premiado desta edição era o brasileiro Raduan Nassar. A decisão, unânime, foi tomada em Maio de 2016 por um júri composto por críticos e escritores de vários países de língua portuguesa. O anúncio coincidiu com o início do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas não era esse governo, ou um seu sucessor, que atribuía o prémio a Raduan Nassar, e sim um júri independente. Aos governos de Portugal e Brasil que na altura da entrega estivessem em funções competiria cumprir, em nome dos Estados, o compromisso que existe desde que o prémio foi instituído, assegurando o montante em dinheiro. Os premiados do Camões não são escolhas de nenhum governo. Qualquer confusão em relação a isto será um insulto à ideia do prémio, aos júris que já o atribuíram, a cada nome que o recebe, e a quem acredita na sua independência.

3. A obra de Raduan Nassar é daquelas que muda a língua e os leitores, e mantém-se tão breve quanto única. Foi publicada sobretudo nos anos 1960 e 1970, depois o autor largou a literatura, tornou-se fazendeiro, desapareceu do espaço público. Durante décadas esse silêncio tornou-se lendário. Mas em 2016, no início do impeachment, Raduan mandou a lenda às urtigas por achar que o impeachment era um golpe. Falou, foi a Brasília ter com Dilma, protestou na imprensa. Fez isso num Brasil dividido ao extremo, o que lhe valeu ser insultado aos 80 anos pelos que acima de tudo odiavam Lula, Dilma e o PT. Não se tratava apenas de discordar de Raduan, mas de o diminuir como anacrónico. Ele, que ao fim de décadas voltara para fazer o mais difícil, aparecer. E como teria sido tentador continuar fora da mortal turba humana. Mas Raduan deixou o olimpo para os livros e arregaçou as mangas.

4. O governo que ocupou o poder pós-impeachment já vai na sua segunda tentativa de ministro da Cultura. Seja por isso, seja porque Michel Temer & Cia receavam o que Raduan pudesse dizer, a entrega do Prémio Camões só aconteceu agora. Dado que Raduan quebrara várias vezes o silêncio em 2016 era de prever que aproveitasse para um discurso político. E foi o que aconteceu. Um breve discurso contundente em relação ao actual governo brasileiro, e ao sistema que o favorece. Depois de um par de frases para o outro lado do Atlântico (“Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país, resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido”), Raduan estabeleceu o contraponto com o Brasil de 2017: “Vivemos tempos sombrios, muito sombrios”. Deu exemplos de invasões em sedes do PT e em escolas de vários estados; de prisões de membros dos movimentos sociais, de “violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua”, da responsabilidade governamental nas “tragédias nos presídios de Manaus e Roraima”, de um “governo repressor”: “contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva”. Um “governo atrelado, por sinal, ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza”, “amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal”. Um Supremo coerente “com seu passado à época do regime militar”, que “propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff.” Aqui Raduan concluiu: “Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado. O golpe estava consumado. Não há como ficar calado.”

5. A plateia, em pé, aplaudiu. Os três anfitriões da cerimónia permaneceram quietos: embaixador de Portugal, Jorge Cabral, directora da Biblioteca Nacional, Helena Severo, e ministro brasileiro da Cultura, Roberto Freire, que então se levantou para ir ao púlpito. Com Raduan já sentado, Freire decidiu responder-lhe de improviso, numa longa intervenção gesticulante, que foi subindo de tom. “Lamentavelmente, o Brasil de hoje assiste perplexo a algumas pessoas da nossa geração, que têm o privilégio de dar exemplos e que viveram um efetivo golpe nos anos 60 do século passado, e que dão o inverso”, disse. “Que os jovens façam isso já seria preocupante, mas não causaria esta perplexidade”. Quando falou no “momento democrático que o Brasil vive” ouviram-se as primeiras gargalhadas e vaias da plateia. A partir daí foi uma escalada, com o ministro a levantar a voz para se impôr ao bruá, martelando palavras. Este prémio, afirmou, “é dado pelo governo democrático brasileiro e não foi rejeitado”. Adiante insistiu: “É um adversário recebendo um prémio de um governo que ele considera ilegítimo, mas não é ilegítimo para o prémio que ele recebeu.” Ou: “Quem dá prémios a adversário político não é a ditadura.” Ou: “É fácil fazer protesto em momentos de governo democrático como o actual.” Ignorou quando alguém da plateia o alertou para o óbvio: “Hoje é dia do Raduan!” Quando alguém pediu “Respeito a Raduan!”, devolveu: “Ele desrespeitou todos nós!” Respondeu sarcasticamente a autores na plateia. A dada altura, o professor da USP Augusto Massi disse: “Acho que você não está à altura do evento.” Massi disse à “Folha de S. Paulo” que Freire lhe chamou idiota depois, na saída. À “Folha, Freire disse que fizera aquele discurso dada a “deselegância” de Raduan: “Se ele viesse dizer que não aceitava o prémio, a crítica que ele fez até podia ser justa.” Mais tarde declarou: “Quem assinou, convidou e pagou o prémio foi este governo.” E ainda: “Tinha tantos que não foram ali para aplaudir um escritor, foram para [me] agredir, acho que até fui brando.”

6. Ou seja, para o ministro a) este prémio é dado por este governo b) quem critica este governo dá mau exemplo c) jovens críticos já é mau mas velhos ainda é pior d) se Raduan queria criticar não aceitava o prémio e) quem vaiara o ministro tinha vindo não por Raduan mas para o agredir a ele, ministro. E com tudo isto o ministro suplantou as críticas de Raduan na repercussão mediática. Em suma, não é de espantar que o megalómano ministro venha a dizer: o prémio, fui eu.

7. Claro que o ministro sumirá da história e a obra do premiado fica, enquanto houver alguma forma de livro no planeta. Para os livros de Raduan Nassar é indiferente o que passou na sexta. Mas a nós, contemporâneos, importa, sim, que um membro do poder político abuse do cargo, confundindo, distorcendo e agredindo um criador como Raduan, protagonista único da cerimónia, que lhe devia merecer, no mínimo, silêncio. Não cabe ao ministro aprovar ou reprovar o discurso do premiado, não lhe cabe responder. Tal como não é preciso alguém estar de acordo com Raduan politicamente para entender como foi absurdo o que se passou. O prémio não é deste governo, é patrocinado por dois Estados, e atribuído por um júri. A sua aceitação nunca deverá implicar um discurso bem-agradecido. Um ministro da Cultura que veja os criadores como estando ao serviço não entendeu nada. Idem para quem sugere que se pode tirar a política da cultura, e vice-versa. De resto, o que o actual governo brasileiro está a fazer na Cultura é um desmonte do muito que veio sendo construído. Se há áreas em que os anos de Lula deram frutos fortes, a Cultura é certamente uma delas.

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Manchete no Carnaval 2017: cenas cariocas 2

Suvaco de Cristo. Foto Fernando Maia/Riotur

Tamborim no Suvaco. Foto Fernando Maia/Riotur

No Suvaco. Foto Fernando Maia/ Riotur

Solto no Suvaco. Foto de Fernando Maia/Riotur

Aula grátis no Suvaco. Foto de Fernando Maia/Riotur

Banda da Barra. Foto de Alexandre Vidal/ Riotur

Cordão do Boitatá. Foto Agência Brasil
No Boitatá. Foto de Gabriel Monteiro/Riotur



Chora Me Liga. Foto de Alexandre Macieira/Riotur

Escravos da Mauá. Foto de Gabriel Monteiro/Riotur
Escravos da Mauá, Foto de Gabriel monteiro/Riotur

Gigantes da Lira. Foto Agência Brasil

No Gigantes de Lira, agenda de blocos a cumprir. Foto de Alexandre Macieira/Riotur 

Alô, Simpatia. Foto de Fernando Maia/Riotur 

Simpatia na Vieira Souto. Foto de Fernando Maia/Riotur
No Simpatia. Foto de Fernando Maia/Riotur

Revezamento de facções organizadas nos estádios: o futebol é a vítima, não o problema

A Justiça acaba de determinar que os clássicos envolvendo Botafogo, Vasco, Fluminense e Flamengo serão realizados no modo torcida única. Apenas os torcedores do clube mandante serão admitidos nos estádios.

É uma pena.

O futebol brasileiro já sofre com a exportação de seus melhores craques. Os clubes não resistem à força do euro e, já há alguns anos, estão nas mãos de empresários que vendem não apenas os jogadores formados como as promessas que se destacam nas divisões de base, até nas sub-sub 17.

A ausência de nomes identificados com as torcidas enfraquece o espetáculo.

Não por acaso, as crianças estão dando preferência a camisas de clubes europeus, assim como a audiência na TV dos jogos das ligas da Alemanha, Inglaterra e Espanha é crescente.

Mas o maior problema dos estádios são as torcidas organizadas.  Especialmente aquelas que nem merecem mais o nome de torcidas: são facções organizadas. Muitos daqueles adeptos dessas facções que se envolvem em assassinatos e brigas violentas estão ligados a organizações de traficantes, mesmo que por tabela. A polícia está careca de saber disso. O fato de a torcida de apenas um clube ter permissão para ir ao estádio não necessariamente acabará com a violência. Torcedores violentos de um mesmo clube mas moradores de comunidades pertencentes - a palavra é essa, eles são donos - a facções criminosas diferentes vão continuar se enfrentando, provocando mortes entre os beligerantes ou entre inocentes que ainda se arriscam a ir aos estádios.

Para eles, o que menos importa é o jogo e a bola rolando. Provavelmente muitos não sabem sequer a escalação dos jogadores dos seus time. Passam o jogo olhando para o "inimigo", não para o gramado. Estão ali para demonstrar força, como "soldados" que representam territórios e seus chefes.

Anos atrás, foi rejeitada e sofreu críticas uma iniciativa do governo federal para cadastrar os integrantes das facções de torcedores. A identificação permitiria não só investigação em casos de crimes como levaria aos grupos de bandidos infiltrados.A Inglaterra consegui reduzir a ação dos seus hooligans implantando controles semelhantes e investigando a bandidagem. Mas aqui apenas planejar algo assim foi considerado uma ameaça aos direitos desses elementos.

Ao condenar qualquer limitação aos criminosos, as críticas só ajudaram a acelerar a contabilidade de vítimas fatais e a afastar dos estádios os verdadeiros torcedores.



 

"Fato alternativo": a velha mídia cai de boca na pós-verdade...

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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Viu isso? Flashmob recria obra de Rembrant. E tudo ao som de Beethoven


Ao som de Beethoven, o Rijksmuseum, em Amsterdam, deu vida em animada flashmob ao quadro "A Ronda Noturna", de Rembrandt.

O filme foi gravado em um shopping.

O quadro foi pintado em 1642 e retrata arcabuzeiros da Holanda.

O vídeo faz parte de uma campanha para atrair visitantes e comemorar a reabertura do museu, em abril, após 10 anos de reformas.
VEJA AQUI

Memória do carnaval carioca: como o Rio sambava e brincava em 1965

Um filme em Super 8 postado no You Tube e replicado em páginas do Facebook já foi visto por milhares de pessoas. São imagens raras feitas por amador, praticamente não editadas. 
O filme ganha mais importância diante do fato de os arquivos de televisões da época guardarem pouquíssimo material dos anos 60. 
Alguma coisa é possível rever nos acervos dos cinejornais. Mas a filmagem que você pode ver aqui (link abaixo) tem uma valiosa marca de autenticidade. 
Não é um "filme de diretor", mas de um apaixonado pela folia popular a focalizar os tipos e ritos do carnaval carioca em 1965, ano do Quarto Centenário da cidade, 
VEJA AQUI

Manchete no Carnaval 2017: cenas cariocas...

Os ensaios técnicos da escolas lotam o Sambódromo. Essa aí é o Salgueiro. Foto Alexandre Macieira/Riotur

Comissão de frente da Unidos do Tuiuti acertando a coreografia. Foto Alexandre Macieira/Riotur

No Imprensa que Eu Gamo. Pra quem quiser experimentar saiba que é uma misturinha de cachaça, leite condensado e hall preta. Estou falando da receita bebida... Foto Fernando Maia/Riotur

O Spanta Neném, na Lagoa. Foto Fernando Maia/Riotur

Beleza pura no Me Esquece. Foto Fernando Maia/Riotur

Bateria nota 10. No Me Esquece. Foto Fernando Maia/Riotur

Anjo desgarrado no bloco Só o Cume Interessa, na Praia Vermelha, com o topo do Pão de Açucar, o cume homenageado, ao fundo.  Foto Fernando Maia/Riotur

Bloco Céu na Terra. O recado das ruas para a reforma da Previdência do ilegitimo Temer, aquela que concede benefício só depois do popular requerente rebolar no cemitério. Foto Fernando Maia/Riotur
No Chame Gente. Foto Fernando Maia/Riotur

Chame Gente, São Conrado. Foto de Alexandre Vidal/Riotur

No mesmo bloco, a la Mick Jagger. Foto 


Spanta Neném: abençoada pelo Redentor. Foto Fernando Maia/Riotur
Cordão do Boitatá. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil

Porta-bandeira do Boitatá. Não é mole a missão com o Rio 40 graus. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil

Cordão do Boitatá. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Tem certeza de que o Rio está em crise? Talvez não. Em qual outro lugar do mundo você pode assistir a um sofisticado torneio de tênis e, em seguida, se quiser, degustar um baby beef sob patrocínio da renúncia fiscal? Zé Marmita também quer cantar funk ostentação...

por O.V.Pochê

A Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado do Rio de Janeiro é patrocinadora master do torneio de tênis Rio Open, no Jockey Club, a partir da próxima segunda-feira. A Lei do Incentivo ao Esporte e o Ministério dos Esportes também dão uma força. A renúncia fiscal costuma ser o atrativo para o apoio das marcas privadas. A Prefeitura do Rio entra como parceira oficial.

Curiosamente, até agora, matérias publicadas na mídia sobre o torneio omitem os patrocínios públicos que estão claramente explícitos no site oficial do Rio Open, na aba Patrocinadores.

Que que tá pegando? Os políticos normalmente gostam de badalar esses apoios que, afinal, angariam prestígio e  mostram ao povão que as autoridades estão trabalhando. Até bancavam anúncios custosos para dar o recado. Avisar à galera eleitora, mesmo que o povão não possa ir ao Jockey por circunstâncias sociais que independem dos promotores do torneio.

Vá lá, a omissão do patrocínio público pode ter sido um esquecimento, um lapso que será corrigido nos próximos dias, Ou, quem, sabe, alguém achou melhor não atiçar as críticas ao uso de eventuais verbas públicas para um evento de elite no momento em que o país passa perrengue, o Estado do Rio de Janeiro está revezando a cueca pelo avesso porque não tem dinheiro para mandar lavar e a prefeituras já avisou - embora não se saiba de pôs em prática-, que 2017 é ano de aperto bíblico de cinto.

O momento é difícil, até o Secretário de Transportes do município está com o nome a perigo pendurado em dívidas de impostos que deve, não nega, mas quer pagar a perder de vista.

Tudo isso vem à tona diante das espantosas denúncias de que o Rio deixa de arrecadar quase 200 bilhões de reais em função da generosa distribuição de incentivos, sem critérios visíveis, enquanto o rombo fiscal nas contas, apesar de tudo, não chega a 55 bilhões de reais. segundo números que circulam na mídia.

Talvez os políticos tenham preferido não dar tanta visibilidade, pelo menos na mídia, à participação pública porque os tempos são de carne de pescoço. Isso e o fato de outra denúncia recente ter surpreendido os cariocas: carnes nobres, como bife de chouriço, baby beef, picanha e black angus servidas nos restaurantes mais seletivos recebem um tempero de renúncia fiscal.

Não importa se o Zé Marmita não sente nem o cheiro da iguaria: mesmo assim um pouco do imposto dele vai pro prato alheio.

Falei Zé Marmita? Beleza, então, já que é Carnaval vamos ouví-lo nesse sábado ensolarado enquanto o mundo ideal não chega: um evento privado bancado por dinheiro privado, com Zé Marmita na arquibancada pagando do próprio bolso e ainda degustando um baby beef sem incentivo fiscal e cantando um funk ostentação.

VEJA E OUÇA "ZÉ MARMITA" NA VOZ DE MARLENE, CLIQUE AQUI



E VEJA O FUNK OSTENTAÇÃO "FIRMA DE LUXO", DE KONDZILLA. É TUDO O QUE O ZÉ MARMITA QUER SER AGORA. CLIQUE AQUI


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Ensaio fotográfico de alto risco: modelo arrisca a vida em um dos prédios mais altos do mundo




por Jean-Paul Lagarride 

A modelo russa Viki Odintcova, 23, posou para um ensaio assinado pelo fotógrafo Alexander Mavrin no topo da Cayan Tower, um dos edifícios mais altos do Dubai, nos Emirados Árabes.

Em uma das imagens que ela própria postou, um dos assistentes de produção, também precariamente equilibrado, a segura com um das mãos a cerca de 300 metros de altura.

Viki, que tem mais de três milhões de seguidores nas redes sociais, ganhou alguns elogios pela coragem mas recebeu muitas criticas. "Bonita por fora, idiota por dentro", comentou um internauta.


VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

Ao receber o Prêmio Camões de Literatura, escritor Raduan Nassar critica o golpe e as ações repressivas do governo Temer: "Vivemos tempos sombrios, muito sombrios".

Leia o discurso de Raduan Nassar feito hoje de manhã, no Museu Lasar Segall, em São Paulo, diante de autoridades do Brasil e de Portugal. 

Segundo a Folha de São Paulo, o ministro da Cultura do governo ilegítimo, Roberto Freire, foi vaiado quando subiu ao palco para responder ao escritor. 

A Folha ainda afirma que Raduan deveria falar por último mas, prevendo ou tendo sido informado de que o discurso do agraciado seria político, Freire mandou inverter a ordem dos pronunciamentos para fazer um improviso agressivo final em resposta ao autor de "Lavoura Arcaica". 

O clima foi de constrangimento, palavrões e algumas demonstrações de descontrole oficial. 

Raduan falou o que 62% dos brasileiros (número dos que reprovam Temer, segundo recente pesquisa CNT/MDA) gostariam de dizer ao staff do PMDB no poder.

"Excelentíssimo Senhor Embaixador de Portugal, Dr. Jorge Cabral.

Senhor Dr. Roberto Freire, Ministro da Cultura do governo em exercício.

Senhora Helena Severo, Presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

Professor Jorge Schwartz, Diretor do Museu Lasar Segall.

Saudações a todos os convidados.

Tive dificuldade para entender o Prêmio Camões, ainda que concedido pelo voto unânime do júri. De todo modo, uma honraria a um brasileiro ter sido contemplado no berço de nossa língua.  

Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país, resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido pela imprensa, escritores e meios acadêmicos lusitanos.

Portanto, Sr.Embaixador, muito obrigado a Portugal.

Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil.

Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: invasão na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernandes; invasão nas escolas de ensino médio em muitos estados; a prisão de Guilherme Boulos, membro da Coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua. Episódios todos perpetrados por Alexandre de Moraes.

Com curriculum mais amplo de truculência, Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e Roraima. Prima inclusive por uma incontinência verbal assustadora, de um partidarismo exacerbado, há vídeo, atestando a virulência da sua fala. E é esta figura exótica a indicada agora para o Supremo Tribunal Federal.

Os fatos mencionados configuram por extensão todo um governo repressor: contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim. Governo atrelado por sinal ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza, o que vem desgraçando os pobres do mundo inteiro.

Mesmo de exceção, o governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal.

Prova da sustentação do governo em exercício aconteceu há três dias, quando o ministro Celso de Mello, com suas intervenções enfadonhas, acolheu o pleito de Moreira Franco. Citado 34 vezes numa única delação, o ministro Celso de Mello garantiu, com foro privilegiado, a blindagem ao alcunhado “Angorá”. E acrescentou um elogio superlativo a um de seus pares, o ministro Gilmar Mendes, por ter barrado Lula para a Casa Civil, no governo Dilma. Dois pesos e duas medidas

É esse o Supremo que temos, ressalvadas poucas exceções. Coerente com seu passado à época do regime militar, o mesmo Supremo propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado.

 O golpe estava consumado!

 Não há como ficar calado.

 Obrigado"

Atriz de Harry Potter reinaugura a Playboy livre...

Reprodução

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Scarlett Byrne como Pansy nos filmes
de Harry Potter. Divulgação
Logo após anunciar que a nudez voltará às suas páginas em março, a Playboy americana divulga em rede social fotos da atriz Scarlett Byrne, uma das suas próximas atrações.

Byrne, agora com 26 anos, interpretou a menina Pansy Parkinson nos filmes da série Harry Potter. Enquanto a revista admite que eliminar a nudez das suas páginas foi um erro, ela ela escreve um artigo defendendo a sua liberdade de mostrar o corpo. .

A atriz é noiva Cooper Hefner, filho do fundador da Playboy, Hugh Herfner, e atualmente chefão da Playboy.

Faltou dizer...

Deu no Notícias da TV: "Os repórteres Leandro Stoliar e Gilson Fred Oliveira, detidos na Venezuela no último final de semana enquanto gravavam uma série de reportagens para o Jornal da Record, trabalhavam no país de forma ilegal, sem visto. Eles podiam apenas visitar o país como turistas, não como jornalistas profissionais. A Record tem omitido esse fato das reportagens em que se coloca como vítima de "prisão arbitrária" e de "censura".
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A cara do Brasil...

O apresentador Marcos Ribeiro de Moraes, o "Marcão Chumbo Grosso", que chamou a cantora Ludmilla de “pobre e macaca” durante o programa "A Hora da Venenosa”  - e foi, por isso, demitido da Record -, já está na boa: o SBT correu para contratá-lo.

"Marcão Chumbo Grosso" estreia na próxima segunda-feira, no jornalístico Primeiro Impacto.

O caso faz lembrar, embora remotamente e com sinais trocados, a atitude de alguns veículos nos tempos da ditadura militar. Ideologias à parte, O Globo, a Manchete e o JB receberam nos seus quadros alguns jornalistas perseguidos pela ditadura. Mesmo que vários deles fossem deslocados para funções e editorias menos expostas aos interesses do regime, mantiveram seus empregos. Um gesto louvável dos empresários da grande mídia considerando-se, até, que eles não se opunham à ditadura que ajudaram a implantar.

A "solidariedade" do SBT ao acolher um demitido também deve ter lá suas razões. E o próprio demitido tem seu direito ao trabalho, o que deve ser respeitado, assim como deveria ser respeitada a etnia da cantora ofendida. O gesto da emissora de Silvio Santos parece coerente com manifestações públicas de notórias figuras dos seus quadros. Não que sejam da legião dos perseguidos, muito ao contrário, na grande mídia atual e nas redes sociais o campo está muito favorável para corneteiros da repulsa aos pobres e às minorias, dos arautos do golpe e dos pregadores das reformas que deixarão a terra arrasada em matéria de direitos sociais dos menos favorecidos, o que vale dizer, a grande maioria da população.

Segundo o Estadão, Ludmila comentou em entrevista para a revista Glamour o rápido gesto do SBT em apoio ao "Chumbo Grosso".

"Quando ele foi demitido pela Record, eu pensei: "Caraca, fez bem, não está conivente com este tipo de ação e não concorda com este tipo de crime". Quando eu soube que o SBT o contratou, pensei: "Oi?". Não posso mudar nada. É algo que me assustou, e não imaginei isso".

Dizem que o novo slogan do SBT para 2017 é "A cara do Brasil". 

Tá explicado.


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Atualização às 13h24:

Citada pelo portal IG, a coluna “Sem Intervalo”, de “O Estado de São Paulo”, registra que "o mais novo reforço do jornalismo da casa não foi recebido com entusiasmo pelos colegas de trabalho. À coluna, um repórter do SBT comentou: “Se já era éramos motivo de piada por ter Dudu Camargo como âncora, agora a situação só piora”.

Dudu Camargo, como se sabe, é o rapaz de 18 anos, sem formação, que Sílvio Santos escalou para comandar um dos programas jornalísticos do SBT. O âncora-júnior já acumula gafes.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Festival de Cinema de Berlim: cineastas denunciam em carta crise democrática e ilegitimidade do atual governo brasileiro


"Para a comunidade cinematográfica internacional"

"Estamos vivendo uma grave crise democrática no Brasil. Em quase um ano sob esse governo ilegítimo, direitos da educação, saúde, trabalhistas foram duramente atingidos. Junto com todos os outros setores, o audiovisual brasileiro, especialmente o autoral, corre sério risco de acabar. A diretoria da Ancine (Agência Nacional de Cinema) está agora em processo de substituição de dois de seus quatro diretores, que serão anunciados pelo ministério do atual governo.

O Brasil é formado por uma diversidade étnica-racial-cultural-religiosa e de gênero gigantesca. E a consciência dessa pluralidade tem se mostrado peça-chave na hora de planejar os programas educacionais, econômicos, culturais e de saúde do nosso país.

Na política do audiovisual brasileiro, não foi diferente. Nos últimos anos, a Ancine tem direcionado suas diretrizes observando com atenção esses muitos Brasis. Ampliou o alcance dos mecanismos de fomento, que hoje atingem segmentos e formatos dos mais diversos, do cinema autoral ao videogame; das séries de TV aos filmes com perfil comercial: do desenvolvimento de roteiro à distribuição.

O resultado é visível. O ano de 2017 começou com a expressiva presença de filmes brasileiros nos três dos principais festivais internacionais, totalizando 27 participações em Sundance, Rotterdam e Berlim. Não chegamos a esse patamar histórico sem planejamento, continuidade e diálogo entre Ancine e a classe realizadora, principalmente por meio de duas ações de fomento: a criação de uma lei que obriga os canais de TV a cabo a exibirem 3h30 de programação brasileira e a criação do Fundo Setorial do Audiovisual, que investe em várias linhas, em todos os tipos de audiovisual em qualquer fase de produção.

Entre as políticas do Fundo Setorial, gostaríamos de destacar, em especial, as políticas regionais, o edital de TV pública, o edital voltado para filmes de arte com perfil internacional, os editais e acordos de coprodução internacional.

As ações implementadas incidiram de forma positiva no setor audiovisual, que cresce 8,8% ao ano. Uma taxa superior à média do conjunto dos outros setores da economia brasileira, representando um valor adicionado de 0,54% na economia nacional. Esse percentual é maior do que o gerado pela indústria farmacêutica, de produtos eletrônicos e de informática, por exemplo.

O percurso trilhado nos últimos anos posiciona a Ancine e o Setor Audiovisual em possibilidade de aprimoramento de suas ações, com disposição para o diálogo e desenvolvimento de instrumentos capazes de proporcionar, em um curto espaço de tempo, um programa de ações afirmativas com recorte de raça e gênero em consonância com a pauta global que impõe a necessidade de aprimoramento e ajuste do setor audiovisual para garantia de maior representatividade e participação da população negra e das mulheres. E acreditamos, ainda, que deve ser incrementada uma política de formação de público, artística e técnica para que novas pessoas possam se qualificar e atuar em toda a cadeia da produção audiovisual. Além de uma política de acervo, para garantir condições para manutenção e acesso ao público da grande produção audiovisual brasileira, realizada ao longo de quase um século de atividade.

Tudo que se alcançou até aqui é fruto de um grande esforço do conjunto de agentes envolvidos entre Ancine, produtores, realizadores, distribuidores, exibidores, programadores, artistas, lideranças, poder público, entre outros. Acima de tudo, queremos garantir que toda e qualquer mudança ou aperfeiçoamento nas políticas públicas do audiovisual brasileiro sejam amplamente debatidas com o conjunto do setor e com toda a sociedade.

Assim, pedimos às instituições, produtores e realizadores de todo o mundo que apoiem a luta e a manutenção de todos os tipos de audiovisual no Brasil. Defendemos aqui a continuidade e o incremento dessa política pública.

Assinam esta carta os diretores e produtores dos filmes:

As Duas Irenes (Fabio Meira, Diana Almeida e Daniel Ribeiro)
Como Nossos Pais (Laís Bondaznky e Luiz Bolognesi)
Em Busca da Terra Sem Males (Anna Azevedo)
Está Vendo Coisas (Barbara Wagner e Benjamin de Burca)
Joaquim (Marcelo Gomes e João Vieira Jr.)
Mulher do Pai (Cristiane Oliveira, Graziella Ferst e Gustavo Galvão)
Não Devore Meu Coração! (Felipe Bragança e Marina Meliande)
Pendular (Julia Murat e Tatiana Leite)
Rifle (Davi Pretto e Paola Wink)
Vazante (Daniela Thomas e Sara Silveira)
Vênus - Filó a Fadinha Lésbica (Sávio Leite)"


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