A Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado do Rio de Janeiro é patrocinadora master do torneio de tênis Rio Open, no Jockey Club, a partir da próxima segunda-feira. A Lei do Incentivo ao Esporte e o Ministério dos Esportes também dão uma força. A renúncia fiscal costuma ser o atrativo para o apoio das marcas privadas. A Prefeitura do Rio entra como parceira oficial.
Curiosamente, até agora, matérias publicadas na mídia sobre o torneio omitem os patrocínios públicos que estão claramente explícitos no site oficial do Rio Open, na aba Patrocinadores.
Que que tá pegando? Os políticos normalmente gostam de badalar esses apoios que, afinal, angariam prestígio e mostram ao povão que as autoridades estão trabalhando. Até bancavam anúncios custosos para dar o recado. Avisar à galera eleitora, mesmo que o povão não possa ir ao Jockey por circunstâncias sociais que independem dos promotores do torneio.
Vá lá, a omissão do patrocínio público pode ter sido um esquecimento, um lapso que será corrigido nos próximos dias, Ou, quem, sabe, alguém achou melhor não atiçar as críticas ao uso de eventuais verbas públicas para um evento de elite no momento em que o país passa perrengue, o Estado do Rio de Janeiro está revezando a cueca pelo avesso porque não tem dinheiro para mandar lavar e a prefeituras já avisou - embora não se saiba de pôs em prática-, que 2017 é ano de aperto bíblico de cinto.
O momento é difícil, até o Secretário de Transportes do município está com o nome a perigo pendurado em dívidas de impostos que deve, não nega, mas quer pagar a perder de vista.
Tudo isso vem à tona diante das espantosas denúncias de que o Rio deixa de arrecadar quase 200 bilhões de reais em função da generosa distribuição de incentivos, sem critérios visíveis, enquanto o rombo fiscal nas contas, apesar de tudo, não chega a 55 bilhões de reais. segundo números que circulam na mídia.
Talvez os políticos tenham preferido não dar tanta visibilidade, pelo menos na mídia, à participação pública porque os tempos são de carne de pescoço. Isso e o fato de outra denúncia recente ter surpreendido os cariocas: carnes nobres, como bife de chouriço, baby beef, picanha e black angus servidas nos restaurantes mais seletivos recebem um tempero de renúncia fiscal.
Não importa se o Zé Marmita não sente nem o cheiro da iguaria: mesmo assim um pouco do imposto dele vai pro prato alheio.
Falei Zé Marmita? Beleza, então, já que é Carnaval vamos ouví-lo nesse sábado ensolarado enquanto o mundo ideal não chega: um evento privado bancado por dinheiro privado, com Zé Marmita na arquibancada pagando do próprio bolso e ainda degustando um baby beef sem incentivo fiscal e cantando um funk ostentação.
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