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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Revezamento de facções organizadas nos estádios: o futebol é a vítima, não o problema

A Justiça acaba de determinar que os clássicos envolvendo Botafogo, Vasco, Fluminense e Flamengo serão realizados no modo torcida única. Apenas os torcedores do clube mandante serão admitidos nos estádios.

É uma pena.

O futebol brasileiro já sofre com a exportação de seus melhores craques. Os clubes não resistem à força do euro e, já há alguns anos, estão nas mãos de empresários que vendem não apenas os jogadores formados como as promessas que se destacam nas divisões de base, até nas sub-sub 17.

A ausência de nomes identificados com as torcidas enfraquece o espetáculo.

Não por acaso, as crianças estão dando preferência a camisas de clubes europeus, assim como a audiência na TV dos jogos das ligas da Alemanha, Inglaterra e Espanha é crescente.

Mas o maior problema dos estádios são as torcidas organizadas.  Especialmente aquelas que nem merecem mais o nome de torcidas: são facções organizadas. Muitos daqueles adeptos dessas facções que se envolvem em assassinatos e brigas violentas estão ligados a organizações de traficantes, mesmo que por tabela. A polícia está careca de saber disso. O fato de a torcida de apenas um clube ter permissão para ir ao estádio não necessariamente acabará com a violência. Torcedores violentos de um mesmo clube mas moradores de comunidades pertencentes - a palavra é essa, eles são donos - a facções criminosas diferentes vão continuar se enfrentando, provocando mortes entre os beligerantes ou entre inocentes que ainda se arriscam a ir aos estádios.

Para eles, o que menos importa é o jogo e a bola rolando. Provavelmente muitos não sabem sequer a escalação dos jogadores dos seus time. Passam o jogo olhando para o "inimigo", não para o gramado. Estão ali para demonstrar força, como "soldados" que representam territórios e seus chefes.

Anos atrás, foi rejeitada e sofreu críticas uma iniciativa do governo federal para cadastrar os integrantes das facções de torcedores. A identificação permitiria não só investigação em casos de crimes como levaria aos grupos de bandidos infiltrados.A Inglaterra consegui reduzir a ação dos seus hooligans implantando controles semelhantes e investigando a bandidagem. Mas aqui apenas planejar algo assim foi considerado uma ameaça aos direitos desses elementos.

Ao condenar qualquer limitação aos criminosos, as críticas só ajudaram a acelerar a contabilidade de vítimas fatais e a afastar dos estádios os verdadeiros torcedores.