sábado, 12 de janeiro de 2019

Capa da Veja - a foto faz a história ou a história faz a foto?


A capa da Veja  faz a clonagem de Jair Bolsonaro com a confusa expressão corporal de Jânio Quadros gravada para a história pelo fotógrafo Erno Schneider.
Foto reproduzida do
site senado.leg.br

Com a famosa foto, o fotógrafo do Jornal do Brasil ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo de 1962.

Schneider revelou ao Fantástico, em 2002, as circunstâncias do curioso flagrante na Ponte Internacional Uruguaiana-Paso de Los Libres, durante encontro de Jânio com o presidente da Argentina Arturo Frondizi.

- "Eu tava andando, acompanhando ele do lado. De repente, deu um tumulto. Um tumulto muito grande. O Jânio levou um susto e se virou. Na hora eu vi que ele tava todo estranho, todo torto. Eu senti que tinha uma foto diferente. Aí eu fiz o click. Foi um só também”.

Aquela imagem simbólica prenunciou o desgoverno. Meses depois, Jânio renunciou. Mas a renúncia, como o próprio ex-presidente revelou no livro ’Jânio Quadros: Memorial à Historia do Brasil’’, escrito por Jânio Quadros Neto e Eduardo Lobo Botelho Gualazzi, foi uma jogada política que não deu certo. Com o gesto Jânio achou que conquistaria a governabilidade apoiada pelo povo, governadores e militares que, na visão dele, não dariam posse ao vice João Goulart. Planejou que a renúncia seria vista como um pedido de "voto de confiança" e, como parte da estratégia, mandou Goulart pra bem longe, mais precisamente para a China.

Não deu certo.

A Veja usa a cena para ilustrar as confusões do governo estreante, para quem a governabilidade é igualmente importante. Não fica claro se faz jornalismo astrológico com o que pode vir a acontecer na órbita do planeta "Nova Era". 

2 comentários:

Wilson disse...

O Brasil gosta de eleger essas figuraças. phodam-se

Lourival de Caxias disse...

O Brasil não aguenta tantos pés trocados. Ô paizinho infeliz