Eliud Kipchoge na linha de chegada após a marca histórica a Maratona de Berlim. Foto Getty Images/IAAF/Divulgação |
Como é que é mesmo? Indolente e preguiçoso. Assim os racistas rotulam os negros.
Que tal botar esse pessoal para correr contra Eliud Kipchoge?
Ontem, o queniano correu a Maratona de Berlim em 2h1m39 segundos. Ele ameaça cruzar a barreira de 2 horas para a prova de 42 quilômetros, o que muitos consideram impossível para a modalidade. Kipchoge já baixou o recorde anterior em mais de um minuto. A última vez que um maratonista quebrou uma marca com margem de mais de 60 segundos foi em 1969.
Especialistas europeus e americanos já fizeram estágios no Quênia para tentar descobrir o segredo do sucesso dos atletas locais. A maioria levava na mochila teorias preconceituosas ligadas a "características animais". Lá, descobriram que não basta ser queniano para se tornar superatleta em provas de resistência. Se fosse assim, o país inteiro subia ao pódio. Aqueles que se destacam treinam muito, geralmente em grupo, usam subidas, de preferência, no dia a dia andam a pé, sobem escadas, desenvolveram um método de preparação em ciclos de três semanas, não comem fast food, têm dieta simples e barata, com baixo teor de gordura, muito carboidrato, pouca proteína e assim mesmo sempre equilibrada com grãos e legumes. A genética, claro, conta. Mas ninguém lembra desse fator "animal" quando fala de fenômenos brancos como Yelena Isinbayeva (atletismo), Michael Phelps (natação), Novak Djokovic (tênis) e tantos outros não quenianos.
Um comentário:
Não existe nenhum recorde imbatível. Qualquer recorde mundial em qualquer categoria vem sendo batido ano após ano. Na F 1, quando se pensava em atingir a uma velocidade de 340 km por hora nos seus carros?
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