por Flávio Sépia
Passaralhos em série estão levando no bico a precisão que o jornalismo exige. Exemplos são diários. Hoje, Estadão, Globo e O Dia dão pequena prova disso. Um turista foi preso acusado de racismo no Museu de Arte do Rio (MAR). Segundo funcionários do museu e testemunhas, o americano se recusava a ser atendido por negros ("não quero negros"). Ao chegar à delegacia e ser revistado por policiais negros, repetiu a frase "no black people".
A matéria ainda informa que o turista estava sem documento e "foi identificado apenas como Anthony, natural dos Estados Unidos" e que, ao sair da delegacia, se negou a falar sobre o caso. Há lacunas. Não informa se o sujeito foi indiciado e se o B.O. classifica a agressão de racismo, que é mais grave, ou injúria racial. Nem como a delegacia consegui indiciá-lo se o elemento, ainda segundo a reportagem, estava sem documentos e nem a polícia tem certeza de que ele é quem diz ser. Mesmo sendo acusado de um crime e apesar de não ter sido identificado, o turista quase anônimo, indiciado ou não, foi liberado em pouco tempo. A matéria não teve a curiosidade de saber porque.
Se o leitor ou internauta quiser se informar desses detalhes que, ao que parece, foram considerados irrelevantes vai ter que ir à delegacia.
A reportagem até poderia vir com um aviso: "não tem spoiler". Claro, não informa o desfecho da trama.
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Um comentário:
Como "spoiler " é a palavra da moda e continuo a não entende–la; quer dizer não sei o seu significado na nossa língua. Sei que "spoiler" é na F1 é uma asa que vem na frente do carro como se fosse uma colher limpando o lixo que encontrar na frente do carro.
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