quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Bancas: o jornaleiro pede desculpas e, aos poucos, se despede das ruas...

por Ed Sá

Algumas prefeituras, como a de Campo Grande (MS), planejam rever regras para o funcionamento das bancas de jornais e discutem o futuro do negócio. Com a crise do meio impresso, elas, já há alguns anos, diversificaram ofertas de produtos. Recarga e capas de celulares, doces e balas, cigarros, canetas, sorvetes etc dividem lugar com as revistas que restam e as pilhas de jornais cada vez menores.

Muitas cidades despertam para o mesmo problema.

Em muitas bancas, os impressos já são minoria, as vendas de jornais e revistas despencaram em cerca de 70%.

Uma das propostas é transformá-las em ambientes virtuais.

Qualquer projeto de mudança deverá levar em conta a questão social. A maioria das bancas sustentou famílias por várias gerações, mas não foram poucos os jornaleiros tradicionais que passaram o ponto.

Em capitais como Paris, Lisboa, Londres e outras com público leitor muito maior, o anunciado fim dos impressos é um processo mais lento. São centros de países que ainda sustentam um número expressivo de títulos. No Brasil, a crise que atinge as versões impressas de jornais e revistas avança em velocidade muito maior. Centenas de títulos foram extintos nos últimos anos. Com uma característica que fragiliza ainda mais os jornaleiros. Em cidades como Rio e São Paulo, os políticos de olho em voto deram ao longo dos anos um número excessivo de licenças para bancas. Em certas quadras, são de dez a 15 instalações a poucos metros uma da outra. Já há pontos abandonados ou quase vazios.

O futuro, ou a falta dele, atropela os velhos jornaleiros.

2 comentários:

J.A.Barros disse...

Muitas famílias italianas que vieram para oBrasail depois da segunda guerra, montaram seus negócio em Bancas de Jornais, Seus filhos hoje, são médicos, advogados, engenheiros, enfim, com as Bancas criaram e formaram seus filhos. Hoje, muitos deles já morreram, criaram uma história neste país que os receberam de braços abertos e eles corresponderam. Muito deles vim a conhecer nas bancas de jornais na Praça da Arariboia. Pouquíssimos voltaram para a Itália.

J.A.Barros disse...

e um desses italianos, com 3 irmãos, o mais velho foi soldado de Mussolini Esse mais velho, Antonio.veio a falecer mas os outros dois continuam no negócio e o mais novo, Salvador, é o distribuidor do O Globo em Niterói.