quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Criar "campanha" ou "grupo de trabalho": a melhor maneira de não resolver um problema...

por Omelete
Diz-se que o governo, qualquer governo, quando não tem pressa ou não quer resolver um assunto cria um "grupo de trabalho". Boas intenções - o que não quer dizer resultado prático - à parte, a mania agora é criar "campanhas educativas". Ok, são válidas e louváveis, mas se não se fizerem acompanhar de ações consequentes e efetivas vão ficar só na boniteza. São muitos os exemplos. Quantas campanhas foram feitas na base da "conscientização" do "se beber não dirija"? Ou apelos para que não se jogue lixo nas ruas? Ou pedidos para evitar fumo em locais fechados? Ou anúncios educativos implorando ao povo para não soltar balões? Ou para não adotar a prática esperta de "gatos" de água, energia e TV a cabo? Ou gentis mensagens solicitando às pessoas que não depredem equipamentos públicos? Ou que não maltratem animais?
Dirigentes anunciam agora uma campanha nos estádios pedindo paz às torcidas organizadas. Com todo o respeito, firula, palavrinha comum ao futebol e que significa também "fingir que faz", leva a nada. Calma, não se trata de incentivar um "Estado policial", nem de atirar bala de borracha nos infratores ou chamar os "caveiras". Lá fora, você passa em uma rua limpinha, um jardim bem cuidado, um prédio histórico sem pichação (isso nos centros das cidades porque nas periferias - de Paris, por exemplo-, o bicho pega nas áreas de bidonvilles e banlieus) e louva a educação do "primeiro mundo". Só que os cidadãos "educados" são imediatamente multados se jogarem lixo nas ruas e presos se depredarem bens públicos ou privados. O Rio tem um bom exemplo que é a chamada lei do "lixo zero" que permite ao agente da prefeitura solicitar a identificação de quem for flagrado emporcalhando a cidade, lavrar uma multa e até conduzir o sujeito à delegacia mais próxima caso ele se recuse a fornecer suas informações. Nos bairros onde foi implantada, deu bons resultados. Assim como a proibição de o folião dos blocos de carnaval fazer xixi nas ruas, sob pena de multa e prisão. A Lei Seca, outra iniciativa que a reboque de multas altas e condução a delegacias fez baixar sensivelmente as estatísticas de acidentes fatais provocados por motoristas embriagados. É isso: campanhas são ótimas mas um "cipó de aroeira" simbólico, que machuque o bolso dos boçais é remédio que não falha.
Dito isso, racismo nos estádios e violência das torcidas - na verdade, gangues apoiadas por muito cartolas - estão merecendo um corretivo e não um "papo legal" com os maus elementos.



Um comentário:

J.A.Barros disse...

Qualquer campanha que procura educar o comportamento do brasileiro na sociedade só dá certo quando a punição é financeira. Mexer no bolso do cidadão vai ensina-lo a se comportar com educação e civilidade no meio em que vive.