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Salvador - Foto Max Haack/Agecom |
A alegria e diversidade do Carnaval brasileiro merecem respeito. Não há registro em qualquer país de algo semelhante. Milhões de pessoas se divertindo nas ruas em cidades que mostram, cada uma, suas caraterísticas e maneiras de festejar. Salvador deve ter suas razões para implantar a tal cordinha. E a galera aí da foto está se divertindo de montão. No Rio, a cordinha tem sido usada apenas para limitar a área das baterias, o que dá para entender. Alguns blocos de DNA comercial até ensaiaram há alguns anos esticar a corda que separaria que adquiria camiseta do bloco dos foliões descamisados. Na verdade, o passo seguinte seria, vender abertamente o "abadá" acariocado. Um desses "ensaios" resultou em tragédia em Copacabana, com a morte de um menina em queda de um "trio" importado. Mas, vamos torcer para que a festa aberta e espontânea dos blocos nas ruas do Rio resista à comercialização. O sambódromo é o lugar do mega espetáculo das Escolas em que cerca de 70 mil pessoas pagam para ver e curtir outras 40 mil desfilarem e também se divertirem. É um belo e tradicional espetáculo, com raízes inegáveis e parte importante da cultura do Rio. Mas a liberdade dos blocos abertos que, somados reúnem cerca de seis milhões de cariocas e visitantes, é uma grande festa popular que não deve ser contaminada por marketing, promoters, curraizinhos de celebridades, isso de jeito nenhum, nem gigantescos caminhões de "trios", nem blocos promocionais com razão jurídica e não social. Há blocos com tradição e ligados à cidade e que cresceram demais, como Simpatia Quase Amor, que devia até reduzir o som, deixar os puxadores e a bateria um pouco menos amplificados. Menos é mais e se atrair uma multidão um pouco menor, a diversão estará garantida e as crianças que os pais, muitos fundadores, levam ao bloco, ainda mais seguras. A Prefeitura podia colaborar marcando desfiles dos grandes blocos em horários coincidentes e em regiões diferentes e mais afastadas. Em parte, já faz isso, mas com alguns ajustes, vai funcionar ainda melhor. Dividiria um pouco mais o público. Um bloco de sucesso como o da Preta mas sem ligação com bairros ou com regiões da cidade, já que não foi fundado por grupos de moradores ou comunidades, como a maioria dos blocos cariocas, poderia desfilar, por exemplo, na Barra. Seus seguidores a acompanhariam, a mídia também. Já houve quem criticasse a prefeitura por autorizar muitos blocos pequenos em bairros como Copacabana, Botafogo, Laranjeiras, Tijuca. Mas essa política se revelou correta. Com menos blocos de bairros, aí e que os grandes, como Simpatia, o Bola Preta, a Banda de Ipanema, o trio da Preta e outros atraíram ainda mais gente. Quem já entrou no empurra-empurra dos blocos inchados sabe que tem hora que não é divertido. Só os brigões e os ladrões de celulares comemoram. Dá para melhorar o que já está bom.
Por ser um sucesso, os blocos do Rio estão na mira dos picaretas. Olho vivo, tem que deixar o povão fazer, a prefeitura cabe dar as condições de limpeza e segurança, e só. Mas é boa a ideia de mandar bloco pra Sernambetiba.
ResponderExcluirEm Salvador, é um indústria, os donos dos camarotes faturam milhões, dinheiro do governo e de empresas. Todo mundo lá tem prestígio pra faturar. Já patrocinaram um carnaval com dinheiro do povo para os playboys e madames que ficam na Praia do Forte. Pode? Concordo e espero que o meu Rio não deixa essa turma de aproveitadores virarem donos do carnaval do Rio.
ResponderExcluirO Simpatia com 150 mil pessoas no segundo desfile em Ipanema não dá. Tem que pôr um bloco grande no mesmo dia para dispersar. O Bloco da Preta, no Centro, não atrapalha mas a Barra seria uma opção. O certo é Simpatia e Banda não podem crescer mais em Ipanema.
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