por Eli Halfoun
Só pode ser total falta de assunto:
toda vez que se aproxima o final de uma novela que envolve personagens gays o
grande e inútil debate é sobre se haverá ou não o tão esperado “beijo gay”. Até
mostrar no último capítulo o tão esperado e discutido beijo gay “Amor à Vida”
não escapou da cansativa rotina de uma discussão absolutamente desnecessária,
principalmente porque a novela de Walcyr Carrasco mostrou muito mais do que um
beijo para aprofundar a discussão em torno de uniões homoafetivas. Niko (a “mocinha”
boazinha, quase uma nova namoradinha do Brasil) e Felix (o vilão regenerado e
perdoado) trocaram intensos abraços, beijinhos e carinhos deixando evidente uma
relação de amor e desejo. O publico (ou seria a imprensa?) parece querer sempre
mais, no mínimo um prolongado chupão desentope pia como se a união de duas
pessoas e dois corpos não tivesse outras formas de se manifestar plenamente.
Nesse aspecto “Amor à Vida” foi além (e com seriedade) do que a televisão já tinha
permitido e o público poderia aceitar. Aceitou na boa, o que prova que assim
como a televisão o público também está evoluindo. Pelo menos aceitando melhor o
que está na cara. E nos corpos. (Eli Halfoun)
Nenhum comentário:
Postar um comentário