por Eli Halfoun
Ao longo de meus muitos anos dedicados ao jornalismo acompanhei de perto (como repórter) muitas tragédias, vi cenas horrorosas e ouvi muitas promessas de que as exigências seriam mais rígidas para garantir a segurança de quem sai de casa com a única finalidade de divertir-se. Nunca para encontrar a festa da morte, mas sim uma festa de vida. O fato de ter presenciado de perto cenas chocantes e doloridas não foi suficiente para me imunizar diante de tragédias como a que aconteceu no Rio Grande do Sul. Por mais frieza que todo repórter tente desenvolver profissionalmente a emoção sempre grita mais alto. É impossível não sofrer diante de notícias da morte de centenas de jovens - jovens vidas que partiram tragicamente. A cada nova notícia o coração aperta e por mais que se controle e disfarce é impossível não chorar diante de uma fatalidade que nunca esperamos que aconteça mais, como tantas que aconteceram.
Duvido que até o mais frio e experiente repórter fique imune de emoção diante de fatos como o de agora. Da mesma forma que duvido que por mais que os médicos tenham aprendido a lidar com sangue e com a morte consigam passar todo tempo atendendo pacientes em hospitais sem sentir o mínimo de dor diante de uma vida que está saindo e pela qual o médico nada mais pode fazer.
Como aconteceu em outras tragédias agora é a vez de discursos prometendo providências e garantindo que a segurança dos que saem apenas para divertir-se será preservada. São promessas repetidas e providências que nunca se concretizam. Enquanto isso jovens vidas continuarão a viver perigosamente e serão levadas em tragédias que se não podem, ser evitadas devem ser minimizadas. Diversão não pode continuar sendo sinônimo de morte. Vida alegre não pode continuar sendo fonte de tristeza para tantas outras vidas. O Brasil está em lágrimas. (Eli Halfoun)
Um comentário:
É isso eli halfoin. Estou mandando um texto para o Esmeraldo aprovar em cima dessa tragédia que abalou o país e o resto do mundo. Uma tragédia que se originou na incompetência dos órgãos públicos criados exatamente para evitar tragédias como a de Santa Maria. Precisamos reagir contra essa incompetência que se alastra por esse Brasil.
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