por Eli Halfoun
“O carnaval de rua está acabando” - durante
muitos anos ouvi essa afirmação repetidamente quando cobri como repórter
(muitas vezes sem dormir) o carnaval para jornais e revistas. Tinha na época
pouco mais de 20 anos de idade e até acreditava no que diziam os mais experientes
e os especialistas. Nunca percebi nenhum desânimo (a não ser o meu mesmo)
popular e hoje como ontem estou convencido que o carnaval de rua (assim como as
também condenadas novelas), nunca acabará. Se um dia isso vier a acontecer levará
ainda muitos anos para transformar-se em realidade. O que se tem
visto a cada ano é o um aumento de foliões superlotando as ruas e fazendo
desfilar uma animação contagiante, uma alegria que só uma festa do povo pode
realmente promover e nada pode substituir. Os tempos mudaram (mudam todo dia) e
o carnaval de rua deixou de ser um desfile de fantasias de pessoas que se
agrupavam no centro da cidade. A cidade cresceu e cresceram os espaços para a
folia popular. A quantidade de foliões que engrandeceram (engrandecem mais a cada
ano) o desfile dos muitos blocos que garantiram a animação do último sábado é a
prova maior de que o carnaval ganha cada vez mais as ruas. Ou será que desfile de
bloco não é carnaval de rua? Pelo menos nesse período carnavalesco a rua é do
povo e como por mais que se tente ninguém consegue tomar inteiramente o eu
pertence ao povo o carnaval de rua jamais terá um desfile de despedida. Pelo
contrário: crescerá mais e mais para que o folião possa continuar cantando livre,
leve e solto. (Eli Halfoun)
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