por Eli Halfoun
Apesar de o personagem sempre fugir de entrevistas, a mídia nunca
deixou de enaltecer a importância de Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho)
para a televisão. Nem poderia, a história da televisão brasileira está realmente
dividida em duas partes: antes e depois de Boni. Foi o trabalho que realizou
como diretor da Globo que modificou completamente o ritmo e a qualidade de
nossa TV. Boni implantou, entre muitas outras coisas, um padrão de bom gosto que
é (deveria ser) hoje a cartilha seguida por todas as emissoras e em todos os
programas. É verdade que na maioria das vezes a qualidade não é a ideal, mas
mesmo assim o dedo de Boni está sempre presente. Há dias dei de cara com Boni
sendo homenageado no Programa Raul Gil. Certamente era uma reprise (nessa época
tudo é reprise), mas como não tinha visto a curiosidade (característica maior
de todo jornalista) me impediu de mudar de canal. A presença de Boni em programas
sempre foi rara: enquanto diretor da Globo, embora com um nome respeitado e
sempre citado, ele preferiu manter o digamos sigilo da imagem. Preferia não mostrar
a cara (só mudou quando lançou seu livro) porque o anonimato da imagem permitia
circular mais livremente em todas as áreas nas quais sempre teve muito para observar
e aprender. Boni não deixou sua marca apenas na programação: marcou sua presença
também na admiração e respeito de todos os profissionais, mesmo que na maioria das
vezes tenha sido muito exigente. Era assim porque se fazia necessário para chegar
ao esquema de qualidade que exigia para a televisão brasileira. Hoje Boni se
dedica à direção de seu próprio canal (já tem 53 retransmissoras no interior de São
Paulo) e sua participação em qualquer atividade televisiva continua sendo uma
referência de sensibilidade, conhecimento e sem dúvida qualidade. Todas as
homenagens que foram e serão oferecidas para Boni não serão suficientes para
enaltecer sua importância na televisão brasileira. Boni é a nossa televisão. É
a eterna busca da qualidade e do fundamental respeito ao telespectador. (Eli
Halfoun
Nenhum comentário:
Postar um comentário