quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Boni: uma história escrita com respeito e qualidade


por Eli Halfoun
Apesar de o personagem sempre fugir de entrevistas, a mídia nunca deixou de enaltecer a importância de Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho) para a televisão. Nem poderia, a história da televisão brasileira está realmente dividida em duas partes: antes e depois de Boni. Foi o trabalho que realizou como diretor da Globo que modificou completamente o ritmo e a qualidade de nossa TV. Boni implantou, entre muitas outras coisas, um padrão de bom gosto que é (deveria ser) hoje a cartilha seguida por todas as emissoras e em todos os programas. É verdade que na maioria das vezes a qualidade não é a ideal, mas mesmo assim o dedo de Boni está sempre presente. Há dias dei de cara com Boni sendo homenageado no Programa Raul Gil. Certamente era uma reprise (nessa época tudo é reprise), mas como não tinha visto a curiosidade (característica maior de todo jornalista) me impediu de mudar de canal. A presença de Boni em programas sempre foi rara: enquanto diretor da Globo, embora com um nome respeitado e sempre citado, ele preferiu manter o digamos sigilo da imagem. Preferia não mostrar a cara (só mudou quando lançou seu livro) porque o anonimato da imagem permitia circular mais livremente em todas as áreas nas quais sempre teve muito para observar e aprender. Boni não deixou sua marca apenas na programação: marcou sua presença também na admiração e respeito de todos os profissionais, mesmo que na maioria das vezes tenha sido muito exigente. Era assim porque se fazia necessário para chegar ao esquema de qualidade que exigia para a televisão brasileira. Hoje Boni se dedica à direção de seu próprio canal (já tem 53 retransmissoras no interior de São Paulo) e sua participação em qualquer atividade televisiva continua sendo uma referência de sensibilidade, conhecimento e sem dúvida qualidade. Todas as homenagens que foram e serão oferecidas para Boni não serão suficientes para enaltecer sua importância na televisão brasileira. Boni é a nossa televisão. É a eterna busca da qualidade e do fundamental respeito ao telespectador.  (Eli Halfoun

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