domingo, 9 de maio de 2010

Cadê a memória da imprensa?


por JJcomunic
Enquanto o leilão judicial não dá um destino ao Arquivo Fotográfico da Massa Falida da Bloch Editores, importantes acervos de outras publicações, de uma maneira ou de outra, vão chegando ao público. A grande coleção de fotos do O Cruzeiro pertence hoje ao jornal Estado de Minas, que a mantém mas não promove mostras que levem os grandes momentos do fotojornalismo ao conhecimento das novas gerações. Os arquivos do Correio da Manhã estão atualmente no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. A instituição já mostrou parte do acervo em exposição no ano passado e promete outras. Mas ainda há por aí valiosas coleções à espera de pesquisadores. Por onde anda, por exemplo, o acervo do Diário Carioca,um dos primeiros a dar destaque a fotos na primeira página. E os arquivos do Diário de Notícias? Do O Jornal? E, para não deixar a TV de fora, cadê o que restou dos tapes da TV Tupi? E os vídeos da Rede Manchete, jornalismo, show, programas de entrevistas, musicais, algumas novelas, coberturas de Copas e Olimpíada?
Diante dessa realidade, merece destaque a iniciativa da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da Nova Central Sindical dos Trabalhadores no Estado de São Paulo (NCST) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) ao organizar a exposição "Futebol Majestade: Arquivo inédito do jornal Última Hora", que exibe fotos de Pelé e capas históricas do jornal. A mostra, que está no Parque da Independência, vai até o dia 25 de maio. Uma parte do acervo estava no Arquivo Público do Estado de São Paulo. E a outra, inédita, redescoberta há cerca de cinco anos, pertence ao acervo da família do jornalista Samuel Wainer, dono do Última Hora. A exposição tem apoio da Prefeitura da Cidade de São Paulo, Governo do Estado e Governo Federal. Segundo o curador, Fernando Costa Netto, a pesquisa das fotos consumiu meses de trabalho. O Última Hora também inovou na linguagem fotográfica. E foi Samuel Wainer que transformou fotógrafos em "mensalistas". Antes, os profissionais ganhavam por "chapa". (Reproduções: Arquivo Público do Estado de São Paulo).
Conheça o site do Arquivo Público do Estado de São Paulo, que tem links para acesso a importantes coleções de jornais e revistas. Clique AQUI

Um comentário:

debarros disse...

Não sei se já existe, mas nãp seria a hora de se criar um Museu da Imprensa, que focasse todos esses setores, pode-se dizer históricos, porque encerram a memória desse país, contando, através de fotos e textos, o processo político porque vem passando o Brasil.
O Museu da Imagem e do Som, pra mim, não é o bastante.