A alegria de Paolo Rossi contrasta com o drama na cara do goleiro Waldir Peres. A foto sintetiza a tragédia de Sarrià, em Barcelona, na Copa de 1982, Foto Manchete |
Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
A alegria de Paolo Rossi contrasta com o drama na cara do goleiro Waldir Peres. A foto sintetiza a tragédia de Sarrià, em Barcelona, na Copa de 1982, Foto Manchete |
Os três jornalões reduzem uma chacina política a um "crime de pescador". Foi passional, editores ? Foi briga por um pirarucu? O "pescador" não agiu por impulso próprio. Houve ameaças anteriores. Os três jornais já publicaram matérias sobre as forças criminosas que dominam a região onde Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips foram trucidados impiedosamente. Não é história de pescador.
El Chapo, por exemplo, era agricultor. Será que vocês noticiaram na capa "Agricultor mata estudantes em Sinaloa"?
"Para chegar ao conhecimento acrescente coisas todo dia. Para chegar à sabedoria, subtraia coisas todo dia.”
LAO-TSÉ (604-517 a.C.)
Outras críticas à parte - e são toneladas - Bolsonaro é essencialmente uma pessoa ruim, é moralmente deformado. Demonstra isso com crueldade. Quando se pensou que atingiu o fundo do poço da falta de empatia e do deboche ao imitar pessoas morrendo por falta de oxigênio, no auge da crise ocorrida em Manaus em fase triste e dramática da pandemia do Covid, ele se supera. Bolsonaro afirmou agora que Dom Phillips, o jornalista inglês desaparecido na Amazônia, é "malvisto" por garimpeiros. A região está dominada por narcogarimpo, narcopesca, madeireiros ilegais e outras atividades usadas por cartéis da droga para lavagem de dinheiro e fontes de lucros. Bolsonaro é bem-visto por essa gente por desmontar a fiscalização dos ilícitos. Isso explica tudo. Inclusive ter chamado o jornalista de "malvisto". Nessa questão, ele demonstra que tem um lado: o dos algozes.
Estamos no início da era das SAF. Dizem que o futebol brasileiro vai mudar para melhor. Que bom. A maioria dos jornalistas esportivos é a favor das SAF, apesar de não conhecer os contratos de venda dos clubes, que têm cláusulas de sigilo. Dizem também que as SAF mudarão a "cultura" do futebol brasileiro, vai modernizá-lo. Peguem leve, rapazes da imprensa. Um exemplo: o Botafogo SAF recebeu investimentos, o povão se animou, o time ganhou alguns jogos. Nas últimas rodadas, a maré virou, vieram as derrotas. Como é normal, a torcida passou a vaiar e xingar o time. Ouvi de um jornalista na TV que isso de vaiar derrota não é legal. Acho que querem criar o "torcedor SAF", um cara que fica frio quando o time toma goleada, reconhece o valor do adversário, cumprimenta o vencedor e aplaude o perdedor para incentivá-lo. Sei não. Vai ser difícil mudar a "cultura" do torcedor aqui da Bananópolis. Nessa hora difícil, de acordo com os novos tempos, o "torcedor SAF" tem que botar o seu time no colo, discutir a relação, mandar zaps carinhosos para o treinador. Se você torce pelo Botafogo SAF e vaiou o time ontem, peça desculpas, mande flores. O jornalista da TV vai ficar feliz e elogiar seu fair play. Se o seu time SAF for rebaixado, releve, siga de cabeça erguida. É o que entendi que a mídia esportiva quer que você faça.
A Carta Capital repercute a matéria do Estadão. Você pode conferir no link abaixo.
"O que não me contam eu escuto atrás das portas.”
Dalton Trevisan (“O Vampiro de Curitiba”), que faz 97 anos hoje.
Biden e Bolsonaro: inutilidades em Los Angeles |
O melhor momento teria sido o brasileiro convidar Biden para a motociata. Renderia a foto perfeita da dupla Debi&Loide. |
por O.V Pochê
Joe Biden e Bolsonaro tem índices altos de desaprovação em seus países. Biden acumula trapalhadas, a mais notável foi a desastrada retirada do Afeganistão e a entrega do país aos talibãs. Na Ucrânia prática a diplomacia de Chuck Norris e ignora esforços para negociações. A única ajuda que dá e business: venda de armas para os ucranianos. Em delírio, Biden elogiou a política de Bolsonaro para a Amazônia no momento em que o mundo está perplexo com o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista do Guardian Dom Phillips e com destruição da flores e a ocupação da região pelo crime organizado. Bolsonaro foi Bolsonaro na frassacassa Cúpula do Biden: sempre passa a impressão de que não está entendendo porra nenhuma. Chamou Biden de Trump e pediu que os Estados Unidos o ajudem a derrotar Lula. A conferência foi tão inútil e medíocre que merecia um unhappy end à altura. Bolsonaro deveria ter convidado Biden para a motociata em Orlando. Aposto que ele aceitaria.
A tragédia da Amazônia na capa da IstoÉ. A escalada do crime na região era previsível. A "soberania" lá é mesmo do narcogarimpo, narcopesca (esta atividade é usada para lavagem de dinheiro das drogas), contrabando de armas, madeireiras ilegais, invasores de reservas etc. Assassinatos de ambientalistas, pequenos agricultores e indígenas são comuns e raramente chegam à mídia dominante para quem toda exploração da Amazônia é pop. A maioria desses crimes ficam impunes. A mídia internacional tem sido enfática na cobertura do desaparecimento de Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips. Tem dado muito espaço e registrado protestos de rua nos Estados Unidos e na Europa, que denunciam a violência na região. Curiosamente, não há o que cobrir em manifestações de rua no Brasil. Elas não existem. A Folha de São Paulo e o Estadão mantém o sumiço do jornalista e do indigenista com destaque na primeira página. O Globo já minimizou o assunto na capa, nas duas últimas edições fez apenas chamadas para matérias internas.
Atualização em 13-6-2022: Ontem no Rio, em Copacabana, foi realizada a primeira manifestação de rua pedindo intensificação das buscas por Bruno e Dom e preservação da Amazônia. Indígenas do Vale do Javari também dizem protesto público.
Muros separando povos é recurso milenar. Até a Bíblia diz que os hebreus tocaram buzinas feitas com chifres de carneiro para derrubar as muralhas de Jericó, segundo orientação de Deus a Moisés.
A queda de muro mais ruidosa dos nossos tempos foi o de Berlim, em 1989. Com o fim da Guerra Fria e o desmonte da URSS, imaginava-se que esse tipo de barreira se tornaria obsoleto. No despertar da globalização houve quem imaginasse que até as fronteiras seriam abertas. A União Europeia adotou esse modelo, que agora começa a ser contestado pela ultradireita.
Infelizmente, o sonho dos sem-muro acabou.
Nos últimos anos, paredes e grades monumentais foram erguidas nos Estados Unidos, em Israel, Hungria e Bulgária. A Coreia do Sul cogita erguer um muro na fronteira com a Coreia do Norte. A Guerra na Ucrânia deve acelerar outros projetos. A Polônia esperava que o conflito não se prolongasse tanto e dá sinais de que sua capacidade de abrigar ucranianos pode ter chegado ao limite, mas ainda não fala em barreiras. A imigração, aliás, é o gatilho principal para a nova política das muralhas.
A Finlândia, que deixou de ser neutra em relação à Rússia e tenta aderir à OTAN, acaba de anunciar que construirá uma muralha na fronteira com a nova inimiga.
É possível que outras barreiras despontem no Leste europeu. Sem-muro nunca mais.
Quando o Brasil estava sufocado pela ditadura militar, as embaixadas brasileiras em várias capitais, como Paris, Roma e Santiago do Chile, foram transformadas em "delegacias policiais" do SNI (Serviço Nacional de Informações) e do Cenimar, CIE e CISA, respectivamente, orgãos de espionagem e repressão da Marinha, Exército e Aeronáutica. O regime montou um aparato para vigiar os brasileiros exilados e quaisquer outros que se opusessem à ditadura e denunciassem a política de assassinato e tortura que vigorava no Brasil.
Pois o longo braço da repressão no exterior dá sinais que voltou em pelo menos um caso. A Procuradoria Geral da República pediu à Polícia Federal que interrogue e processe brasileiros que, em Paris, abordaram o chefe da PGR, o bolsonarista Augusto Aras, e cobraram dele apuração de denúncias de crimes que envolvem o elemento inquilino do Planalto e jazem nas gavetas oficiais. Turistas brasileiros encontraram Aras flanando nas ruas de Paris conbraram investigações sobre o governo Bolsonaro. "E aí, procurador? Dar o rolezinho em Paris é legal, e abrir processo, procurador? Vamos lá investigar ou vai continuar engavetando? Vamos lá fazer seu trabalho", disse um deles. "Vamos investigar o bolsolão do MEC, pastor fazendo reunião, o Bolsonaro gastando milhões em Viagra para o Exército. Cadê investigação, procurador? Aqui em Paris não tem nada para encontrar, não. Tem que procurar lá em Brasília", falou outro. Segundo a Folha de São Paulo, o pedido de investigação foi assinado pela vice-procuradora Lindora Araújo. O protesto dos turistas foi gravado em vídeo e visto nas redes sociais.
Veja o vídeo da Catanhede perdidaça AQUI
Foto de Nick Ut |
No dia 8 de junho de 1972, o fotógrafo Nick Ut percorria aldeias no Vietnã do Sul, quando uma esquedrilha de caças-bombardeiros A-1 americanos trovejou sobre a sua cabeça. Era mais um raid contra agrupamentos de civis que os militares consideravam como aliados da guerrilha. No compartimento de bombas, os caças A-1 levavam artefatos de napalm. A potente arma química que os Estados Unidos utilizavam largamente em guerras e que foi desenvolvida em uma instituição que deveria propagar a paz e o saber: a Universidade de Harvard. Parece ter sido imaginada por um demônio, um tarado, algo assim. No caso, o inventor Louis F. Fieser, professor universitário. A bomba incendiária carrega gasolina em gel, uma mistura pegajosa, que gruda as chamas nos corpos das vítimas, associada a derivados de alumínio. Além disso, consome o oxigênio no perímetro da explosão e pode matar também por asfixia. Ou seja, feita para matar pessoas. Ut caminhava em uma estrada rumo a uma das aldeias bombardeadas quando viu um grupo de crianças correndo e gritando desesperadamente. Elas passam por alguns soldados que parecem indiferentes. Em outras fotos, eles aparecem tentando prestar socorro às vítimas. O fotógrafo se aproximou e acionou sua Leica várias vezes, fez uma sequência da terrível cena. A mais famosa das imagens captadas naquele dia entrou para a história e mudou a vida de Nick Ut e do grupo fotografada, especialmente da menina Kim Phuc, de 9 anos, que aparece no centro da imagem que se tornou um símbolo da insanidade das guerras. Ut ganhou o Prêmio Pulitzer de 1972. Kim Phuc mora atualmente no Canadá, é avó, e ainda tenta esquecer aquele dia e, principalmente, a fama que a foto lhe deu de "menina do napalm".
Dois destinos revirados numa encruzilhada da vida,
duas
histórias exemplares do Brasil de hoje.
• Givaldo Alves de
Souza, 48 anos, morador de rua em Planaltina (DF), foi içado a bordo de um
automóvel para uma noite de prazer com Sandra Mara Fernandes, mulher do
personal trainer Eduardo Alves de Souza, na noite de 9 de março último.
Apanhado em flagrante, foi arrastado nu para a calçada e espancado pelo marido,
que o acusou de estupro. Givaldo disse que foi uma relação consentida, mas a
defesa da jovem alegou que ela sofrera um surto causado por “transtorno afetivo
bipolar em fase maníaca psicótica.”
A exposição na mídia foi uma autentica bonança para o ex-sem
teto. Depois de dez dias hospitalizado por conta da surra que tomou do
personal, Givaldo, nascido em Pilão
Arcado, no interior da Bahia, ganhou o mundo: retomou sua conta no Instagram,
barrada por feministas, e tornou-se um influencer, com 474 mil seguidores; uma conta no TikTok, com 762,5 mil
seguidores e outra no Youtube, recém-lançada, com pouco mais de 8 mil
inscritos. Virou também celebridade nas redes sociais, sendo convidado para
festas, eventos e desfilando com carros importados, passeando de helicóptero ou
mesmo em uma superlancha. Seu nome é um dos cotados para a próxima edição do
reality show “A Fazenda 14”, da Record TV. E tem mais: vários partidos
políticos o vêm assediando para fazer parte de sua legenda como deputado federal.
• A 1050 quilômetros de Planaltina,
numa estrada de Umbaúba, Sergipe, em 25 de maio, Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, teve a má sorte de ser
abordado numa blitz da Polícia Rodoviária Federal quando trafegava de moto sem
usar capacete, infração praticada neste país por muita gente boa. Sofrendo de
esquizofrenia, ficou nervoso porque levava cartelas de remédio no bolso, mas
não resistiu, entregou-se pacificamente. Numa reação injustificada e brutal,
três agentes da Polícia Rodoviária Federal o imobilizaram e algemaram no chão e
depois o jogaram no porta-malas da viatura com uma bomba de gás lacrimogêneo.
Vídeos feitos por transeuntes mostram a cena chocante, com as pernas de
Genivaldo se debatendo do lado de fora do porta-malas. O laudo da Secretaria de
Segurança Pública de Sergipe indicou que ele morreu de insuficiência
respiratória aguda provocada por asfixia mecânica.
Nascida e criada em Umbaúba, como o
marido, Maria Fabiana dos Santos, 35 anos, tem um vídeo em que a única reação
de Genivaldo à abordagem foi jogar os braços para trás quando atingido por
jatos de gás. Segundo ela, Genivaldo era uma pessoa tranquila, apesar do
distúrbio de que sofria há 20 anos. Com um filho do primeiro relacionamento
dela, a família vivia do benefício de um salário mínimo concedido por invalidez.
“A gente já passou por muita dificuldade.
Mas tínhamos nossa casinha, éramos felizes. Ele vivia para mim e eu vivia para
ele. Era uma pessoa linda, por centro e por fora.”
Veja o vídeo, com legendas, AQUI
Foto de Antonio Trindade/Manchete |
Em 2020, Delta Dallagnol tentou criar uma "fundação" para "administrar" o dinheiro da Lava Jato. A manobra foi denunciada e gorou. Agora, Sérgio Moro visita empresários para pedir dinheiro para criar um "instituto" "anticorrupção". Isso mesmo, é uma nota cheia de aspas. Moro, aliás, passa a bacia entre ricaços na mesma semana em que a Justiça Eleitoral considerou fake sua declaração de residência em São Paulo com a intenção de forjar uma candidatura a senador ou deputado por São Paulo. Moro ainda pode recorrer, mas aparentemente cuida do futuro com o tal "instituto", caso não possa se candidatar a uma boquinha política. A vida não está fácil para ninguém. Mas tudo indica que darão um jeito da "conje" do Moro, como ele mesmo diz, concorrer ao cargo de deputada federal e do próprio ex-juiz voltar ao domícílio verdadeiro, em Curitiba, e se candidatar também a deputafo federal. O problema é que lá ele vai disputar votos com o parceiro de irregularidades na Lava Jato o notório Deltan Dallagnol
Veja o vídeo da barraco AQUI
Tiago Leifert fora da Globo parece com tempo livre. Tanto que recentemente desenvolveu teorias políticas emprestadas da terceira via ou de Ciro Gomes. Agora, ele decide que se as redes sociais não existissem Neymar estaria no nível de Pelé. Ora, se há alguém que controla a carreira e a bem-sucedida vida financeira é Neymar sob a supervisão de Neymar pai. A decisão de deixar o Baecelona e ir para o PSG, em um centro menor do futebol europeu, foi dos dois. O problema de Neymar é a vida real. Neymar foi recebido na França com festa. Foi exaltado pela mídia esportiva local. A torcida o abraçou. Quem fez tudo para perder esse patrimônio foi ele mesmo. De ídolo, Neymar virou um problema para o PSG. Nas últimas janelas de transferência na Europa não recebeu propostas de outros clubes. E isso não foi culpa das redes sociais nem de uma suposta perseguição ao jogador. Foi a realidade.
*Outro presidente palindrômico foi Carlos Menem, que governou a Argentina de 1989 a 1999, tirou o país da hiperinflação, reatou as relações com a Grã-Bretanha, rompidas pela Guerra das Malvinas, e morreu em 2021 aos 90 anos. Outras afinidades: Menem era filho de imigrantes sírios; Simone Tebet é neta de imigrantes libaneses. Ainda: ambos têm nome de seis letras e sobrenome de cinco letras, com predominância da vogal e. Não é nada não é nada, pode vir a ser alguma coisa nonada (apud Rosa) da política brasileira. (Roberto Muggiati)
Faz sucesso na Globo Play o excelente documentário "Doutor Castor", que conta a história do poderoso "capo" do jogo do bicho carioca. Todos os aspectos da trajetória do personagem são abordados nesta série com um amplo cruzamento com dezenas de depoimentos de pessoas que testemunharam o modo Castor de operar no jogo, no desfile das escolas de samba, no futebol, nas ligações com policiais, políticos, mídia e empresários. Na série, Jô Soares é criticado por ter entrevistado Castor no seu programa e tratado o "capo" com extrema suavidade. A juíza Denise Frossard narra os incríveis desafios que teve de superar ao julgar e mandar prender os chefões.
Tudo pelo carnaval: Osmar Gonçalves, Oscar Bloch e Castor de Andrade. Imagem reproduzida do documentário "Doutor Castor". |
Foto Reproduzida da coluna de Leo Dias no site Metrópoles (link abaixo) |
O colunista Leo Dias, do Metropoles, revelou um novo tipo de ação em uma agência de corretores autônomos de investimento ligada à XP, a conhecida instituição financeira que apoia Bolsonaro. A ação no pregão (perdão pelo trocadilho) era sexual Um vídeo que viralizou em grupos do Whatsapp mostra cenas de um casal em plena prospecção de prazer. A dupla provavelmente teve que fazer hora extra e imaginou estar sozinha. Outra hipótese é que estivesse acompanhando as cotações dos mercados asiáticos em altas horas.
A performance do casal de corretores lembra um caso acontecido no prédio da Bloch, na Rua do Russell revelado no livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". Com o andar quase deserto, alguns redatores trabalhavam até tarde fechando uma das revistas da editora. No fim de corredor de cada andar da prédio havia uma pequena cozinha, com uma geladeira, separada da ala de banheiro por uma porta. No começo da madrugada um faxineiro cumpria sua rotina. Ao chegar ao local, ele ouviu ruídos nada estranhos e logo identificou o que significavam aqueles gritinhos contidos e susurros. Discreto, retirou-se do local. O rapaz dirigiu-se à redação e, irônico, perguntou:
- Geladeira geme?
Sem resposta, ele mesmo concluiu:
- Então tem gente trepando na cozinha.
Um redator não se conteve, foi até à entrada dos banheiros e apenas apurou o ouvido. O faxineiro tinha razão. Os redatores ficaram de olho para ver a saída do casal. Sem êxito. A dupla deve ter descido as escadas e embarcado no elevadora em outro andar. Apesar disso - o Russell era uma peqena aldeia - alguém apurou e identificou os amantes. Vazou para poucos. Tempos sem celulares e redes sociais mantiveram o evento quase em sigilo. Já o casal da Faria Limer, apelido da rua que concentra parte do mercado financeiro de São Paulo, foi vítima da tecnologia e de um paparazzo improvisado.
Você pode ler a matéria completa no blog de Leo Dias no site Metrópoles AQUI
por O.V.Pochê
Por falar em bullying, tema do post anterior, algo parece em curto-circuito nos dois canais. Aparentemente apresentadores e comentaristas receberam instruções para descontrair, usar bom humor, em tempos de noticiário tão sombrio. Só que alguns pesam a mão. No Estúdio I, da Globo News, um dos comentaristas resolveu tirar sarro da roupa de um colega. Comparou-o ao personagem vivido por Ney Latorraca na novela Estúpido Cupido que vestia figurinos dos anos 50. A apresentadora ainda contribuiu com a música que deu nome à novela. O alvo do bullying não gostou. Na primeira oportunidade devolveu a gozação: perguntou ao bully se ele havia roubado de alguém o comentário que fez sobre economia, já que fazia sentido e o dito não entendia do assunto. Instalou-se um climão ao qual outro comentarista acrescentou uma gafe. Tentou apaziguar mas falou em "comemoração", esquecendo que aquela edição marcava a despedida da âncora. No programa Em Pauta rolou uma grosseria. O apresentador reclamou no ar do uso da palavras "denegrir" por uma correspondente. E constrangeu a moça ao obrigá-la a pedir desculpa direto e ao vivo por usar o termo de conotação racista. Parecia um professor repreendendo uma aluna.
No SporTV, durante a transmissão do jogo Brasil x Japão, o narrador se referiu a uma compra que teria sido feita pelo comentarista em antiga viagem, algo como um souvenir, o que o colega negou visivelmente incomodado. Pouco depois, o apresentador chamou o analista de arbitragem e, antes, perguntou ao mesmo comentarista se estava "com saudade". Diante da resposta, apenas um "sim", o narrador lançou o "veneno": "não senti fimeza". Coube ao comentarista de arbitragem elogiar o comentarista afirmando que este havia falado de "coração". De novo, ficou o climão. O recurso ao tal "bom humor" parece replicar as brincadeiras colegiais da quinta série, mas a intenção talvez seja mesmo essa: incorporar o "humor" das redes sociais, estilo Tik-tok.
por O V.Pochê
Para evitar o bullying, a Turquia mudou de nome nos foros internacionais. Em vez de Turkey passa a se chamar Türkie. O motivo é prosaico. Como a palavra significa peru, em inglês, o idioma mais falado nas instituições globais, o país prefere não ser confundido com a ave que assassinada em massa na Ação de Graças e o Natal. E o Peru, o nosso vizinho na América do Sul, como fica? Há duas versões: significa "rio" Ou é nome de um chefe inca dono de muitas terras. No Brasil é um dos apelidos para pênis. Já Brasil ganhou significado ambientalmente incorreto: homenageia um árvore, cuja madeira Portugal surrupiou durante séculos e está atualmente ameaçada de extinção.