sábado, 11 de agosto de 2018

Só faltava essa ... Sobrou para o Esporte Interativo: venda da Turner para a AT&T provoca demissões de jornalistas no Brasil

Reprodução de comunicado oficial do Esporte Interativo

URSAL... hasta la victoria




por Ed Sá

O debate da Band teve forte repercussão nas redes sociais. O vídeo do encontro dos candidatos já ultrapassa dois milhões de visualizações no You Tube. Mas, de longe, o que mais motivou os internautas foi uma piada. As veias da web são criativas e bem-humoradas, de um humor natural e autêntico na maioria das vezes. Não apenas ódio corre nos seus cabos óticos.
Infelizmente, a autoria dos memes geralmente se perde nos compartilhamentos. Que os autores da maioria das paródias sintam-se elogiados. Fazem quase a crítica política que os cartunistas da grande mídia, os do "humor a favor", já não arriscam.

A piada do Cabo Daciolo (partido Patriota)  - um vacilo e invenção infantil do PSOL, diga-se, partido que o elegeu deputado federal em 2014 e o expulsou em 2015 -  sobre a URSAL, União das Repúblicas Socialistas da América Latina, que seria um plano lisérgico para a criação de uma super país comunista, gerou centenas de memes.

Cabo Daciolo não está sozinho nessa patologia. O filósofo Olavo de Carvalho, o guru da direita radical, também já denunciou o que seria uma revolução comunista continental.

Até aqui, o catarinense Daciolo não era muito conhecido fora do Rio. A Band lhe deu projeção nacional e o tornou protagonista de memes. Merece. Deu fala cômica e quebrou o tédio que dominou o debate na maior parte do tempo. O povão da web se divertiu.




Reproduções TwitterURSA e Facebook


Em vídeo, Manuela d'Ávila "convida" o uruguaio José Mujica para "presidente da URSAL. Veja AQUI

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Togas em festa...

por O.V.Pochê 

A Época Negócios repercute o aumento salarial autoconcedido dos juízes do STF, com efeito cascata judiciário abaixo.

Os togados passam à margem da crise que atinge os demais 200 milhões e tantos de cidadãos- manés desta "muy nobre república de platanos".

Leia um trecho da matéria;

Informa a revista ao distinto público que "Um estudo de 2016 da Comissão Europeia para a Eficiência da Justiça (Cepej, na sigla em francês) mostra que, em 2014, um juiz da Suprema Corte dos países do bloco ganhava 4,5 vezes mais que a renda média de um trabalhador europeu. No Brasil, o salário-base de R$ 33,7 mil do Supremo Tribunal Federal corresponde a 16 vezes a renda média de um trabalhador do país (que era de R$ 2.154 no fim de 2017).

Em 2014, um magistrado da Suprema Corte de um país da União Europeia recebia, em média, 65,7 mil euros por ano. Ao câmbio de hoje, o valor equivaleria a cerca de R$ 287 mil - ou R$ 23,9 mil mensais.

Segundo a última edição do relatório Justiça em Números, produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem hoje cerca de 18 mil magistrados (juízes, desembargadores, ministros). Eles custam cada um, em média, R$ 47,7 mil por mês - incluindo salários, benefícios e auxílios. O custo de um magistrado é portanto quase 20 vezes a renda média do trabalhador brasileiro".

Consultores técnicos ouvido pelo Deutsche Welle calculam que os aumentos podem render um rombo de 4 bilhões de reais no caixa do Tesouro nacional.

Brasileiros indignados só têm cinco opções:
1) Emigrar
2) Fazer o filho desistir da carreira de cantor sertanejo ou jogador de futebol e virar concurseiro para descolar um bico de juiz.
3) Participar do reality show Bacharelotte e casar ou arrumar uma relação estável com um juiz ou juíza.
4) Sentar no meio-fio e chorar.
5) Juntar seus próprios contracheques, contas a pagar, aluguel atrasado, paletó desfiado, escola dos filhos pendurada, plano de saúde vencido, cobrança da passagem aérea no SPC, fazer uma fogueira e atear fogo às próprias vestes.

LEIA A MATÉRIA DA ÉPOCA NEGÓCIOS AQUI

Redes sociais em Manchete: Kim Kardashian em decúbito dorsal rende memes






Hi, people. A socialite Kim Kardashian postou no Instagram a foto no alto do post. A internet achou que ela fez uma pose forçada e estranhamente desconfortável. A foto rendeu memes imediatas. Mas há quem a leve a sério. Por alguns momentos, Trump deixou de lado o Irã, a Rússia, a Venezuela, a guerra fiscal que empreende contra o mundo e os ataques à mídia para receber a celebridade no Salão Oval.  (Clara S. Britto)

Todos os tons de cinza do debate dos presidenciáveis na Band...

Eleições 2018, o primeiro debate. Foto Kelly Fuzaro/Band

Guilherme Boulos, candidato do PSOL, foi o autor de duas frases que definem bem o debate de ontem na Band. Quando disse que os colegas de bancada expressavam os "50 tons de Temer". E, durante o encerramento, quando falou após Ciro Gomes, do PDT, e demarcou o terreno: "Daqui pra frente, todos os que vão falar apoiaram o golpe", referindo-se a Marina Silva (Rede), Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL), Álvaro Dias (Podemos), Cabo Dalciolo (Patriota) e Henrique Meireles (MDB).

Ampliando o rótulo de Boulos, o debate foi todo, na verdade, cinza. Muito por culpa das regras amarradas (em vários momento até o mediador Ricardo Boechat se enrolava) e, principalmente, pelo desequilíbrio e por forçar desigualdade de oportunidades: Meireles, Alckmin, Álvaro e, em seguida, Bolsonaro e Dalciolo, foram os mais solicitados. Marina, Ciro e Boulos foram menos escolhidos para respostas por parte dos colegas de debate. No bloco em que jornalistas da Band questionaram os presidenciáveis houve distribuição mais justa, Ciro e Boulos apareceram um pouco mais e, não por acaso, o debate ganhou alguma temperatura. Assessores dos candidatos prejudicados criticaram as regras da Band - que todos aprovaram - e que acabaram privilegiando certos debatedores.

Confira os tópicos: 

* O debate mostrou que a bancada estava dividida em três meios de campo: Cabo Dalciolo, Marina e Bolsonaro formavam a esquadra evangélica, com Marina mais contida na pregação moral. Dalciolo, mais explícito adotava o estilo de "pastor". Era o apocalíptico do grupo, "O novo vem aí", "é o vento do espírito santo", trovejava.  Não por acaso, os três, que disputam as mesmas ovelhas, evitaram maiores questionamentos entre si quando trocavam perguntas ou comentários; Alckmin, Meireles e Álvaro, com este dando mais ênfase à corrupção, costeavam os tons cinza de Temer. Faziam algumas críticas genéricas mas, em geral, preservavam ou omitiam o ilegítimo que o golpe colocou no Planalto. Os três fugiram do "troféu" de "candidato do Temer" como o diabo faria diante da cruz daquele bancada. E, quase sempre, escolhiam uns aos outros quanto o debate lhe dava direito de optar por fazer perguntas a um dos candidatos. As regras do debate, nos primeiro bloco, permitiam que um mesmo candidato fosse escolhido por três vezes, o que se configurou um excesso. no segundo bloco, duas vezes, melhorou um pouco. Alckmin estourou a cota de privilégio por parte de Álvaro Dias e Meireles. Sinal de que poderão estar juntos no segundo turno, caso um deses avance?

* Com exceção de Boulos cutucando Bolsonaro e de um rápido atrito entre Ciro e Bolsonaro, quando este achou que a palavra "droga" usada por Ciro em um comentário em relação ao capitão de pijama poderia confundir seus eleitores (Ciro havia falado apenas em drogas farmacêuticas), os candidatos evitaram temas mais "delicados". Alckmin não foi questionado sobre as denúncias de corrupção no seu governo,  nem sobre auxiliares indiciados; ninguém perguntou a Marina sobre o entusiasmo com Aécio Neves nas eleições passadas, nem sobre seu apoio ao golpe e à ascensão de um governo que, entre outras ofensivas contra direitos sociais, neutralizou a defesa do meio ambiente e a repressão ao trabalho escravo ao atender demandas da bancada ruralista; Boulos ainda perguntou a Bolsonaro sobre uma funcionária fantasma, enriquecimento e imóveis. Os demais praticamente evitaram golpes diretos.

* Qualquer entrevistador sabe que ao fazer perguntas com três ou quatro enunciados, o entrevistado, no caso, o debatedor, geralmente opta por responder aquele que mais lhe convém e na qual poderá se sair melhor. No mínimo, gasta mais tempo com a questão "confortável". Bolsonaro, que é incapaz de falar sobre plano de governo ou detalhar o "como fazer" do seu obscuro programa, se aproveitou disso e não saiu do seu conhecido repertório. É um especialista em escapar do que interessa. Fez falta o direito de réplica aos jornalistas, principalmente, que assim poderiam exigir respostas mais claras dos candidatos e tentar impedir a fuga da fuga desabalada da essência dos questionamentos.

* Álvaro apontou o juiz Moro como seu futuro Ministro da Justiça. Ciro aproveitou para criticar o aumento de salários e auxílios que o STF se concedeu e, por cascata, a todo o Judiciário (vai custar bilhões em um país que corta verba de saúde, educação, meio ambiente, pesquisa etc) e citou o auxílio moradia do qual Moro e mulher se beneficiam embora tenham apartamento próprio. Depois, pediu desculpas e se corrigiu: Moro recebe auxílio moradia, mas sua mulher, não. Confundiu, disse, com o juiz Bretas e cônjuge, que recebem duplo auxílio sob o mesmo teto, o que é proibido por resolução do Conselho Nacional de Justiça.

O áudio mostrou que Bolsonaro, aparentemente, era o único que tinha claques entre os convidados da Band. Atuaram livremente. Só perto do encerramento, Boechat pediu que a plateia deixasse para o fim os aplausos: "quem sabe eu ganharei algumas palmas", disse.

* Marina teme que o Brasil vá para "um poço sem fundo". A candidata parece otimista. Vá? Já não está?" E não teria ela dando uma ajudazinha a esse buraco desde que apoiou Aécio e o golpe?

* Boulos falou: "O Bolsonaro acha que mete medo nas pessoas, mas sabe aquele cachorrinho Chihuahua, que grita, fica na sua panela, mas quando você bate o pé sai correndo?"

* Bolsonaro mostrou que seu discurso contestador "ao que está aí" é mais incisivo no combate à violência, com ênfase na defesa do acesso às armas como direito dos cidadãos, e nos códigos morais, sua sharia particular. No plano econômico e social, ele demonstra fechar, pelo pouco que verbaliza, com o mercado, com a elite empresarial, o neoliberalismo ainda mais radical, se é que isso é possível, e os velhos grupos de pressão empresarial e oligárquicas que, afinal, mandam no país.

* Meireles se apresentou como o "cara". Ignorando a paralisação do Brasil, a crueldade do arrocho social, ele diz que organizou as contas. E vai fazer de novo. Não deixou muito claro como isso melhorará a vida das pessoas no país real e não apenas a maré mansa do poderoso mercado financeiro. Minimizou sua atuação na cúpula da JBS, empresa que parece ter produzido mais propina do que frango e picanha. 

* Momento surreal. Daciolo perguntou a Ciro sobre sua participação em um cinematográfico plano Ursal (União das Repúblicas Socialistas da América Latina). Ciro riu: "não sei o que é isso". E ironizou sobre o devaneio do oponente: "Democracia é uma delícia, uma beleza, e eu dei a vida inteira e continuarei dando, mas ela tem certos custos". Ciro, a propósito, foi quem detalhou mais suas propostas, apesar do tempo exíguo. Respondeu melhor, sem dúvida

* Daciolo prometeu que, no seu governo, o Brasil será a primeira potência mundial.

* Criticado por admitir não entender de economia e outros temas, Bolsonaro já ironizou: qualquer dúvida ao tomar decisões consultará o Posto Ipiranga, referindo-se às conhecidas campanhas da marca. Curiosamente, o Posto Ipiranga foi um dos anunciantes do debate.

* A Justiça rejeitou recurso do PT reivindicando a participação de Lula no debate. O candidato a vice, Fernando Haddad, também foi vetado. Ele e Manuela d'Ávila participaram de debate televisionado na internet no mesmo horário do encontro da Band.

* Em parceria com a Band, o Google monitorou as reações da internet, on line, em uma Sala Digital. Mas a Band optou por mostrar a sala em plano geral, sem exibir ou comentar a movimentação do painel. O site oficial da emissora (Band.com.br)  publica hoje alguns dados.  Apertem os cintos e vejam dois exemplos dos alguns resultados finais computados pela emissora.

Entre os temas de maior interesse, emprego, impostos, saúde e educação desbancaram segurança entre as principais preocupações dos internautas. Reprodução Band.com.br


A Band mostrou o líderes de busca durante o debate. No destaque do quadro, Bolsonaro e Daciolo foram os mais buscados.
Mas o gráfico não explica porque na tabela à margem do gráfico, Alvaro Dias aparece em segundo.
Reprodução Band.com.br

Samba dos Jornalistas no Baródromo


quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Veja on line destaca seção de... palavras cruzadas


Você sabia? Palavras Cruzadas são entretenimento para milhões de pessoas. Há décadas, a revista Coquetel, da Ediouro, é um das campeãs em vendas em bancas, e resiste.


No site online da Veja, com a editora em anunciada e recorrente fase de ampla reformulação e de fechamento de títulos, a seção de palavras cruzadas digitais ganha destaque.

Nos links da home page, aparece antes da rubrica Eleições. Vai ver que estão certos: pesquisas mostram que muitos brasileiros - fora aqueles que declaram voto nulo - estão desinteressados da urna, o que aumenta a chance de cliques em cruzadinhas.

Com direito a chamada de primeira página entre as principais notícias do dia. Reprodução

A redação tenta dar um "toque jornalístico" ao jogo. Entre as questões propostas "Falcatrua", "Membro do Poder Judiciário", "Pessoa que tem poder, representante do poder público"...

A expectativa é agregar novo público. Caso emplaque, vão-se vagas para jornalistas e poderão surgir postos de trabalho para lexicógrafos, editores e checadores de passatempos.

Fotomemória: Caetano, Gal, Bethânia: registros de Guina Ramos para a revista Amiga...

Caetano Veloso e Gal. Foto de Guina Ramos, 1978. 
No blog Bonecos da História, Guina Ramos documenta sua trajetória nos principais veículos de comunicação do Brasil. 
Na semana em que Caetano Veloso comemora 76 anos (dia 7/8) , o escritor e fotojornalista publica algumas imagens feitas em 1978 e estampadas na revista Amiga: Caetano e Maria Bethânia em show no Canecão (que resultou em antológico álbum gravado ao vivo); e Caetano e Gal durante ensaio para a turnê que a dupla faria na Europa. Naquele ano, Gal também preparava um disco histórico: Gal Tropical, que foi lançado em 1979.

Veja mais fotos e a matéria completa AQUI 

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Maradona chora pela Argentina

por Niko Bolontrin

O futebol na América do Sul está cada vez mais bizarro. O Brasil tem mais do mesmo até 2022: Tite. Mas a Argentina consegue se embananar ainda mais. A seleção dos hermanos está sem treinador desde a demissão de Sampaoli. Com a vaga aberta, haja candidatos. Maradona, que conseguiu cochilar no estádio durante jogo decisivo do time de Messi na Rússia, se oferece para o posto. Salário não é problema. Ele pede apenas um sofá para a área técnica na beira do campo. É justo.

Lava Jato no cinema tem franquia garantida. Pode bater Star Trek

A maior franquia da história do cinema é Star Trek. Foram 13 filmes. Pois se os produtores dos filmes da Lava Jato quiserem podem bater o recordista. 

O Globo revela hoje que só em 2017, o Governo Federal gastou quase 5 bilhões de reais em contratos sem licitação para prestação de serviços de informática. Alguns nem saíram do papel, outros são embolsados por empresas de fachada.

A caravana passa e a corrupção ri. Metrôs do Rio e de São Paulo, Rodoanel de São Paulo, Porto de Santos... Tem mão leve no caixa da viúva para continuações da Lava Jato pelos próximos trinta anos. Lava Jato, a missão; Lava Jato, deep space; Lava Jato, nova geração; Lava Jato, viagem; Lava Jato, the judge; Lava Jato, primeiro contato; Lava Jato, última fronteira; Lava Jato na escuridão...

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Primeiro Mundo também tem seu dia de Praia de Ramos...


Coney Island. Foto de Weegee

A onda de calor no verão do hemisfério norte, que está lotando praias, está na capa da New Yorker dessa semana. O ilustrador Tom Gauld's buscou inspiração em uma famosa foto de Weegee (Usher Fellig), de 1940, que mostrava a Coney Island Beach superlotada. Naquele dia, deu praia para a cidade inteira. Ninguém ficou em casa. A população combinou de ir pra areia. Acrescente-se que, na época, a região estava economicamente decadente. Fazer o que? "Bora" pra praia. A célebre imagem pertence ao Metropolitan Museum. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Cobertura das convenções partidárias - Nas primeiras páginas dos jornais de hoje, as escolhas dos editores...

O Estadão destacou no título a escolha de Haddad como vice. 

A Folha apostou em Bolsonaro e o Mourão, a chapa 64.

O Globo cita Lula e a formação da dupla militar. E brindou Bolsonaro e Mourão
com foto em área nobre da primeira página.

Beyoncé na Vogue: capa hortifruti

Prévia da capa da Vogue, edição de setembro de 2018/Reprodução

Editora Abril: respirando por aparelhos...

(do Meio & Mensagem) 

O Grupo Abril anunciou internamente, na manhã desta segunda-feira, 6, o fechamento de Cosmopolitan, Elle, Boa Forma, VIP, Viagem e Turismo, Mundo Estranho, Arquitetura, Casa Claudia, Minha Casa e Bebe.com. As revistas Veja, Exame e Claudia foram poupadas, segundo apuração de Meio & Mensagem.

A decisão foi anunciada em uma reunião com funcionários. Leia no M&M, AQUI

De volta para o passado...


No já famoso episódio em que a jornalista Miriam Leitão faz a tremelicosa locução de uma nota em que a Globo, para se diferenciar de Bolsonaro, afirma que apoiou a ditadura, mas décadas depois fez mea culpa, o jornal Última Hora é citado como o único grande veículo da época que não era do fã clube do golpe.

Mais do que ficar praticamente sozinho na defesa da democracia, o jornal foi o alvo preferencial das milícias da direita. Na primeira página, acima - de 2 de abril de 1964 - o UH exibia uma prévia da violência que seria imposta ao país nas décadas seguintes. Foi uma agressão à liberdade de imprensa que não mereceu maiores repúdios dos parceiros de banca nem das instituições amedrontadas.

Vale reproduzir aqui, já que algumas sombras indicam que esses dias podem voltar. 

domingo, 5 de agosto de 2018

"Anda com fé eu vou"... - Quem disse que o Brasil não tá doidaço? Viu essa notícia da Agência Brasil?


A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Federal apreenderam ontem, em Cascavel (PR), 519,2 quilos de cocaína e 57,5 quilos de crack. A remessa estava em um ônibus de turismo que partiu de Foz do Iguaçu (PR) transportando 22 passageiros para uma convenção religiosa em Florianópolis (SC). 

Vida lôca.

Assim não dá, até William Waack faz "bullying" com Míriam Leitão...


A estranha performance da mediadora do programa "Central das Eleições" ao repetir um "ditado" professoral já remetia a um ambiente escolar. O termo que a Globo News usa para se referir à série de entrevistas com alguns presidenciáveis - sabatina - também.

Agora o jornalista William, que após ser afastado da Globo por ter feito um comentário de cunho racista montou seu programa na internet, faz um tremendo bullying com a jornalista.

Waack encerrou a última edição do seu Painel WW imitando a vacilante locução da já famosa nota do grupo Globo em resposta a Jair Bolsonaro, mostrando que Roberto Marinho apoiou a ditadura, mas "desapoiou" depois.

Vamos fazer o seguinte; ninguém vai pro pátio na hora do recreio.

VEJA O BULLYING, CLIQUE AQUI

sábado, 4 de agosto de 2018

Marina Amaral no The Sun: artista plástica brasileira que coloriza fotos antigas com técnica digital lança livro



Mata Hari, a espiã. Reprodução 



por Jean-Paul Lagarride 

The Sun publica uma matéria sobre a artista plástica brasileira Marina Amaral, que se especializou em colorizar com técnicas digitais imagens de momentos emblemáticos da História,. São fotos que recontam instantes e personagens marcantes dos últimos 150 anos, como Rasputin, Einstein, Mata Hari, Hitler, a retirada de Dunquerque e o desastre do Hindenburgo.

The Sun extraiu as foto do livro The Colour of Time, de Marina Amaral, em parceria com o historiador de Dan Jones, que será lançado na Inglaterra no próximo dia 9.

Para ler a matéria original, clique AQUI

Câmeras-espiãs - Mulheres protestam contra voyeurismo em massa. É na Coréia do Sul

Com faixas e cartazes, cerca de 70 mil mulheres fizeram um protesto inusitado, hoje, em Seul. Elas exigem que o governo sul-coreano tome providências contra o que chamam de infestação de câmeras instaladas em banheiros, escolas, trens, consultórios e vestiários. Professores, médicos, pastores policiais já forma flagrados registrando secretamente imagens de mulheres e, em seguida, divulgando-as na internet. Um dos slogans da manifestação é "minha vida não é sua pornografia". A revista Paris Match publica matéria sobre o assunto.

Ghost News - O primeiro editorial psicografado da história do jornalismo

Momento "mediúnico " na Globo News. Reprodução

por O.V. Pochê

O que não falta no tosco repertório do Bolsonaro é polêmica. O homem ainda vive em cavernas ideológicas. Só que o viral do programa "Central das Eleições", da Globo News, que está repercutindo nas redes sociais, surpreendeu: deu Miriam Leitão nas cabeças.

Durante a entrevista, o candidato a presidente pelo PSL, defende seu apoio à ditadura citando Roberto Marinho, um entusiasmado golpista de 1964.

Miriam Leitão vira meme no Facebook,
que trola o momento exato em que, no estilo Chico Xavier,
ela capta o primeiro editorial "psicografado" da história do jornalismo.
Reprodução
Curiosamente, o programa "acaba mas não termina". Míriam pede um tempo. Segundos depois, aparentemente obedecendo ordens do ponto eletrônico, repete nota ditada em resposta a Bolsonaro. O negócio todo parece feito meio às pressas e se refere a um editorial publicado em 2013, com um tardio mea culpa de Marinho pelo suporte aos anos de chumbo. Há um delay constrangedor entre o que parece chegar pelo ponto eletrônico e o que vai ao ar pela voz pausada da jornalista.

Redes sociais comentam que Miriam psicografou Roberto Marinho, com exclusividade, em link direto com o Além. O mea culpa em questão é de 2013. Roberto Marinho faleceu em 2003. Não se sabe se o dono do Grupo Globo concordaria com o editorial publicado pelos seus herdeiros. Só Chico Xavier poderia checar essa informação.
Veja o vídeo da "saia justa" do Central das Eleições no You Tube, AQUI

Ibope: 65% dos católicos e 59% dos evangélicos aprovam a descriminalização do aborto


O grupo Católicas pelo Direito de Decidir (CDD) apresentou ao STF um pesquisa do Ibope realizada em 2017 mostrando que a maioria das pessoas religiosas não é contra o aborto legal e seguro.

Para 65% dos entrevistado, cabe à mulher decidir sobre a interrupção da gestação.

Conclui-se que líderes religiosos fundamentalistas - a maioria, não por acaso, homens - que fazem campanhas contra a descriminalização do aborto não ouvem nem seus rebanhos. Atuam como se fossem aiatolás a impor sharias sobre um país constitucionalmente laico.

O site Justificando publica uma matéria completa sobre o assunto.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Leitura Dinâmica: papa Francisco, mídia perde "fontes", Jesus, Mama Laden...

Reprodução L'Osservatore Romano


* Demorou, mas a Igreja Católica mudou o Catecismo para declarar "inadmissível" a pena de morte. A decisão é do papa Francisco. Durante a Inquisição a própria Igreja massificou a pena de morte em vários continentes, inclusive no Brasil, especialmente em Pernambuco e Bahia. O Catecismo admitia até hoje a pena de morte quando fosse "o único caminho possível".  A edição em português do l'Osservatore Romano" divulga a medida papal.

*Mídia de economia perde uma "fonte de informações": PF prendeu o banqueiro Eduardo Plass, sócio da corretora Opus e do Tag Bank, e ex-presidente do Pactual. É acusado de ser diarista de lavagem de dinheiro do ex-governador Sérgio Cabral. Segundo a investigação, o esquema incluía um "polimento" à margem do Fisco no tesouro de jóias cabralinas.

* Outra "fonte" da grande mídia também se enrolou com a lei: o economista Roberto Gianetti, coordenador do programa de governo da candidatura do tucano João Dória ao governo do estado de SP, foi alvo de ação da PF como suspeito de integrar esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf. O objetivo seria aliviar débitos fiscais da siderúrgica Paranapanema. Gianetti, que orbitava nínhos tucanos, foi secretário-executivo da Câmara de Comércio  Exterior durante o governo de Fernando Henrique.

* Com vários políticos, empresários, economistas, doleiros, banqueiros e dirigentes esportivos em cana - muitos das suas relações - a velha mídia vai acabar montando sucursais no sistema prisional do país.

* Ministério da Cultura libera renúncia fiscal para o musical importado "O Fantasma da Ópera". São quase 30 milhões de verba pública. Curiosamente, antes o valor aprovado era de pouco menos de 10 milhões de reais. Aparentemente, os burocratas do governo se assustaram com fantasmas, reconsideraram a quantia e abriram o cofre. A verba liberada é recorde da Lei Rouanet, segundo a Folha de São Paulo.

* Conta a lenda que em uma cidade do Nordeste havia um religioso, o padre Jojô,  que fazia questão de ensaiar pessoalmente o coro da igreja formado por devotas da região. Ele tanto se orgulhava das suas cantoras que até nas reuniões paroquiais exigia que elas falassem em jogral, como se fossem uma única voz. O padre perguntava como estava a arrecadação para a festa do padroeiro e o coro respondia em uníssono. Indagava sobre a organização da quermesse e a resposta vinha em dó maior coletivo. Leia as páginas de artigos e colunas dos grandes jornais, veja os comentários nas TVs e diga se não parecem tão iguais em opiniões e tão afinados entre si como se fossem o coral das devotas do padre Jojô. Os donos devem comandar pessoalmente os ensaios dos seus e suas coroinhas.


* A tropa de choque do ódio nas redes sociais tem mais um comercial do Neymar para malhar: o jogador e o filho Davi Lucca estão na campanha da C&A para o Dia dos Pais. Veja o vídeo AQUI

* A vida não está fácil pra ninguém. A novela "Jesus" não vai bem de audiência. No horário, a Record perde da Globo e do SBT. Mas não é verdade que a trama será encurtada e que serão feitas mudanças para "esquentar" a história.


* "Meu garoto!". A mãe de Osama bin Laden dá entrevista pela primeira vez. Ao Guardian, ela diz que o filho era um "bom menino" e foi vítima de influências, de más companhias e de "lavagem cerebral" em "cultos". Alia Ghanem mora na Arábia Saudita, país onde bin Laden nasceu e de onde partiram 15 dos 19 terroristas que participaram dos atentados de 11 de setembro. Mama Laden não fala sobre as ações jihadistas do seu baby.

* O mundo está negativado no cheque especial ambiental. A Global Footprint Network informa que a humanidade consumiu até ontem a soma de recursos naturais previstas para todo o ano de 2018. Sobre essa notícia, a Sputnik Brasil entrevistou o ambientalista Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, que atribui esse esgotamento de recursos ao padrão de consumo. Mantovani alerta: "Um presidente Trump nos EUA e até um Bolsonaro no Brasil falando em romper com a questão do clima vai ser o grande desafio do momento. É necessário manter essa unidade em torno desse objetivo. Afinal nós estamos falando do limite da Terra, não é um país ou outro que vai definir isso, é o conjunto".



quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Viu isso? Roubaram a medalha do matemático. Não foi José Maria Marin

por O.V.Pochê

Em 2012, José Maria Marin, então vice-presidente da CBF e ex-lambe-botas da ditadura, embolsou uma das medalhas que entregava ao vencedores da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Na ocasião, o dirigente foi flagrado em um vídeo que viralizou na internet.

Marin fez escola.

Ontem, durante o Congresso Mundial de Matemática sediado pela primeira vez no Brasil, roubaram a  medalha Fields concedida ao iraniano Caucher Birkar por suas contribuições à disciplina.

A Fields é considerada o "Nobel" da matemática.

Segundo o jornal O Globo, o iraniano deixou sua pasta com a medalha em um mesa na sala de convenções. Em pouco minutos, a Fields, feita em ouro de 14 quilates, foi afanada. Nenhum arrastão de favelado passou pelo recinto, pelo que se sabe. 

Através das câmeras do Riocentro, um ladrão já teria sido identificado.

Não é José Maria Marin, que foi condenado por corrupção e atualmente está preso nos Estado Unidos.

Resta uma conclusão: o Rio de Janeiro não é para amadores.

Na Piauí de agosto: Temer, Padilha, aborto, Tite...


Jornalismo: o falso combate às notícias falsas...


por Eugênio Magno (para a revista IHU on Line, do Instituto Humanitas Unisinos) (*) 

A expressão fake news que quer dizer notícia falsa e chega aos nossos olhos e ouvidos em idioma anglo-saxônico, com ares de novidade, não tem absolutamente nada de novo.

A mentira, a notícia falsa, o boato, o mexerico, a fofoca, a intriga, o sensacionalismo, o showrnalismo, a espetacularização do fato, a fabricação e a desconstrução de mitos, a propaganda enganosa, a publicidade travestida de notícia, o informe publicitário e o testemunhal – que confunde o leitor, o ouvinte e o telespectador –, são tão velhos quanto a vida humana no planeta.

No que diz respeito ao uso do smartphone, como veículo de comunicação, não se pode esquecer as reflexões teóricas de Marshall McLuhan, ao tratar dos meios de comunicação como extensões do homem. É preciso ter em mente que a fofoca de pé de ouvido vem sendo amplificada ao longo dos tempos, viralizou, caiu na rede, globalizou-se.

Os dispositivos digitais móveis permitem registros factuais e testemunhos muito críveis para os tempos em que vivemos. O cidadão comum se apropriou da tecnologia e saiu da condição de mero receptor de versões editadas dos fatos, ao bel-prazer da grande mídia, para o contracampo de emissor de informações. E quando lhe convém, a mídia também se utiliza, inclusive, desses registros, feitos pelo povo. Mas faz uma apropriação indevida dessa versão dos fatos; torna-se dona da voz, silenciando e invisibilizando a voz do dono.

Então, por que atribuir somente às redes sociais, a prática de fake news, especialmente num momento em que excelentes comunicadores – formados e sindicalizados ou não –, realizam o ideal do bom jornalismo, justamente nos espaços alternativos, e “cinegrafistas e fotógrafos amadores” colaboram com a grande mídia, disponibilizando conteúdos por eles produzidos?

Longe das censuras ideológicas e econômicas, das hierarquias dos veículos de comunicação de massa, respira-se informação democrática nos meios digitais, ainda que a contrapelo da enxurrada de fakes, trotes, piadas, pegadinhas, pirataria, mentiras, maledicências e impropérios, tão comuns na web. Tudo isso, sem nenhum tipo de controle. Diferentemente do que acontece na mídia tradicional, onde existe excesso de controle: da linha editorial e, fundamentalmente, da hierarquia, dos acionistas do grupo, dos anunciantes, da ideologia, do governo de plantão e de interesses geoeconômicos.

O tema das fake news necessita ser enfrentado com a seriedade e a abrangência que exige. As falsas notícias que destroem reputações de pessoas físicas e jurídicas, promovem o trucidamento público de carreiras e marcas, ferem os direitos humanos e sociais, estigmatizam países e marginalizam povos, etnias, raças, gêneros, classes sociais, categorias profissionais e comunidades, devem ser combatidas em todos os espaços de difusão em que ocorram.

Entretanto, está em curso no país uma grande onda de criminalização das chamadas fake news, com um forte acento e atenção para o que ocorre nas mídias sociais e no ciberespaço. Isto, em detrimento dos abusos, tanto do excesso de manipulação das notícias, quanto da subtração de informações relevantes e programas que valorizem a cultura e os movimentos identitários de nosso povo.

Senão, vejamos: dia desses, atendendo ao chamado de uma emissora de rádio, com cobertura nacional, especializada em notícias, que solicitava a participação dos ouvintes para opinar pelo Whatsapp sobre o uso do smartphone, numa clara intenção de desqualificar o dispositivo, a julgar pelas mensagens que os apresentadores selecionavam e colocavam no ar, quis contrapor àquela situação e levar um pouco de reflexão crítica e aprofundamento ao debate. Gravei uma mensagem de áudio e enviei à emissora. No áudio me identifiquei, como solicitado pela rádio e disse, sucintamente, em tom cordial, mas de forma clara e contundente que a questão mereceria uma análise mais profunda, até porque os celulares, os smartphones e as mídias sociais têm cumprido um papel social muito importante, até mesmo do ponto de vista da informação.

No momento em que me mobilizava para participar do programa, percebi que uma autoridade do judiciário, se não me engano um desembargador, falava sobre fake news, dizendo: "[...] se alguém suspeitar de uma fake news, especialmente nas redes sociais – que é onde elas mais acontecem – ligue, denuncie o fato a um grande veículo de comunicação, de credibilidade, como essa emissora, por exemplo, para que o autor de tal ato possa ser identificado e punido".

Diante da declaração absurda que ouvi, acrescentei um breve complemento sobre fake news, dizendo que as falsas notícias têm sido atribuídas de forma generalizada às mídias sociais e à internet, quando na verdade elas ocorrem também nos veículos tradicionais: jornais, rádios e televisões. E que o impacto e os danos causados por uma fake news na grande imprensa é bem maior do que aqueles provocados pela divulgação de boatos nos meios eletrônicos. Disse ainda que o tema não podia ser tratado com superficialidade, como vem sendo conduzido. E, finalizei com uma pequena mensagem de texto em que me colocava à disposição para uma conversa mais longa, com o objetivo de aprofundar a discussão ou de conceder uma entrevista, caso eles tivessem a real intenção de democratizarem esse debate.

Poucos minutos depois, o Whatsapp indicava que as mensagens de áudio e de texto haviam sido ouvidas e lidas. Até o momento não obtive nenhum retorno por parte da emissora de rádio, como já previa.

A hipocrisia e o sarcasmo com que o tema vem sendo tratado são escandalosos. Quem encabeça grande parte das discussões e propõe regulação para combater as fake news, da forma torta como estão fazendo, são órgãos representantes da grande mídia, políticos conservadores, envolvidos em escândalos e setores do judiciário que parecem desconhecer total e completamente de que forma acontece o fenômeno da comunicação e como se dão os processos comunicacionais na mídia.

A realidade é difusa. Os fatos, os acontecimentos, ocorrem a todo instante. Evoluem, desdobram-se e repercutem numa velocidade assombrosa. É praticamente impossível acompanhar todos os desdobramentos de uma ocorrência. Seus efeitos são tão ou mais significativos que os eventos e causas que os geraram, e as narrativas midiáticas ou testemunhais reproduzem os fatos a partir do seu ponto de vista, ou da vista de um ponto, ou seja, sempre como versão de um fato. Versão esta, contaminada pela cultura, pela ideologia, modos de ver e de dizer, do emissor da vez.

Para que a discussão sobre as fake news prospere – em profundidade – e daí surja uma regulamentação para essa prática condenável, será necessário muito mais do que uma canetada, o lobby da mídia hegemônica ou a massificação de um pacote pronto e acabado, produzido pela corrente ideológica da mordaça. Uma instância colegiada que venha tratar desse tema deve contar com representantes do mundo político, da grande imprensa, das plataformas digitais e do judiciário. Mas não pode prescindir dos leitores, dos ouvintes, dos telespectadores, dos comunicadores, dos professores, das universidades, de instituições como a ABI e a OAB, dentre outras, além de internautas, produtores de conteúdo e ativistas das mídias alternativas.

Queria entender o que há por trás, qual é o verdadeiro interesse dos grandes oligopólios de comunicação em combater as fake news da maneira como vêm fazendo (?).
Ao surfar na onda da devastação dos direitos democráticos, a grande mídia corre o risco de beber do seu próprio veneno e comprometer a liberdade de imprensa. É imperativo que os interesses coletivos, humanos e sociais estejam no epicentro da atividade jornalística. Sem mediação, só nos restará a barbárie.

(*) Eugenio Magno é comunicólogo e Doutor em Educação pela Faculdade de Educação (FaE/UFMG).

"A Farra dos Guardanapos": quando a corrupção, além de criminosa, é ridícula...


Um escândalo que já nasceu folclórico vira livro. "A Farra dos Guardanapos", de Sílvio Barsetti bota na mesa um dos episódios mais bregas do longo histórico da corrupção no Brasil.

Além da roubalheira em si, o dinheiro fácil fez explodir a cafonice e o deslumbramento que as fotos vazadas eternizaram. O livro mergulha na lama e nos bastidores da pajelança que Paris não merecia sediar.

O projeto gráfico é de André Hippert que, nos anos 1980, foi um dos ilustradores da revista Fatos.

A noite de autógrafos, no Rio, será no dia 8 de agosto, às 19 horas, na Blooks Livraria, que fica no Espaço Itaú de Cinema, Praia de Botafogo, 316.

O livro "A Farra dos Guardanapos" marca o lançamento da Editora Máquina de Livros, fundada pelos jornalistas Bruno Thys e Luiz André Alzer.

Amazon e Jornalistas & Cia lançam Prêmio Livro-Reportagem

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Comercial de Neymar para a Gillette é gestão de crise.

Reprodução You Tube

por Niko Bolontrin

O Fantástico, ontem, exibiu um comercial de Neymar para a Gillette. Claro que faz parte de uma atitude programada, pós-Copa, pelo jogador e seu staff.

É pura gestão de crise. Não parece eficiente. As redes sociais estão criticando o filminho.

Aparentemente, como um dos náufragos do time de Tite na Rússia e protagonista de milhares de memes de cai-cai vistas por milhões nas redes sociais, Neymar foi convencido a cuidar dos danos à imagem, que são visíveis. Ele abre o vídeo com um verdade: é caçado em campo. Uma fratura na coluna, outra no pé, lesões musculares provocadas por pancadas, fora as de esforço físico, estão no seu prontuário. E admite outras evidências: exagera na simulação e nas reclamações.

Neymar fala do menino que ainda tem no peito. Nada contra. O poeta Mário Quintana dizia que nasceu menino e morreria menino. Talvez Neymar tenha que levar para o campo a alegria de menino ao jogar futebol. A paixão que mostrava em Santos como um dos Meninos da Vila somada à experiência que já tem.

Alguns comentaristas nem tão amadurecidos assim repetem que Neymar tem que "amadurecer', como se fosse uma manga. Com isso querem dizer que "amadurecer", no seu caso, aos 26 anos (!), é se enquadrar à síndrome de posse de bola e excesso de trocas de passes, de "roda de bobo" ampliada?

Se for isso, é melhor que Neymar permaneça "verde".

Futebol é gol. Pelo menos enquanto estiverem lá aquelas traves que o ingleses bolaram para sinalizar o objetivo do jogo. Acredita? Servem pra isso.

Outro dia o Flamengo empatou com o São Paulo e os especialistas elogiaram a posse de bola e o número de acertos em passes, "jogou melhor", decretaram. Legal, parabéns! Mas não passou do empate murcho.

Não foram poucas vezes que, na Copa, jogadores "limpavam" a bola, obtinham ângulo para chutar a gol, mas preferiam passar para o lateral que vinha esbaforido e já desequilibrado. Medo de bronca do treinador apaixonado por posse de bola?

Neymar, Ronaldo, Messi ficaram no meio do caminho, mas Mpabbé, Griezmann, Modric que dá assistência visando o ataque e não a jogada "de ladinho", Cavani, esse então só pensa naquilo, o gol, Hazard, um driblador, Kane, que usa a precisão do seu chute para enfiar a bola naquelas tais traves muitas vezes desprezadas, mostraram na Copa do Mundo que Ok para as triangulações, Ok para as inversões, para "jogar sem bola", mas uma hora alguém tem que sair do conforto de dar um simples passe lateral de três metros e encarar o marcador e tentar vencê-lo com o fundamento que expõe Neymar à caça e anda em baixa: o velho e bom drible.

Neymar vai continuar caindo. Sua trajetória mostra que, para a maioria dos marcadores,  fazer falta é único recurso para lhe tomar a bola.

Que continue livre para driblar e para cair. Mas que volte a ser amigo da bola.

No momento, ela parece um peso que ele carrega tanto no PSG quanto na seleção.

VEJA O COMERCIAL DA GILETTE COM NEYMAR, CLIQUE AQUI

domingo, 29 de julho de 2018

Novos tempos para os ensaios fotográficos do Calendário Pirelli 2019. Publicação aposenta a sensualidade e investe em histórias femininas de "superação"

Calendário Pirelli 2019. Foto de Albert Watson/Divulgação 
por Clara S. Britto

Criado em 1964, o Calendário Pirelli tornou-se um ícone pop da fotografia. Modelos e atrizes que se destacaram em pouco mais de 50 anos passaram pela folhinha em ensaios sofisticados e sensuais,  clicadas pelos mais importantes fotógrafos internacionais.

Esse trem já passou.

O Calendário Pirelli, que já foi ilustrado por um time sexy de brasileiras como Sonia Braga, Alessandra Ambrósio, Isabelli Fontana, Adriana Lima, Gisele Bundchen e Carol Trentini, deixa de mostrar mulheres "como objetos". A edição 2019 é comportada.

O fotógrafo Albert Watson, autor dos novos ensaios, convocou modelos para interpretar personagens que contracenam com homens, vivem situações "críticas" na vida e demonstram "superação". Um dos temas é a angústia de um mulher que vive enclausurada; outro, uma dançarina frustrada após a aposentadoria; ou uma que sonha em ser pintora; e, ainda, aquela que é fotógrafa especializada em botânica, mas que gostaria mesmo era de fazer retratos. Vivem perturbações diferentes, mas têm uma coisa em comum: são divas em clima retrô, quase vitoriano, acentuado pelo excesso de roupas.

Afinado com os novos tempos, pode ser pendurado, sem problemas, na parede do gabinete do papa Francisco, no Vaticano.

O Santo Ofício não vai reclamar.