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sábado, 11 de agosto de 2018

URSAL... hasta la victoria




por Ed Sá

O debate da Band teve forte repercussão nas redes sociais. O vídeo do encontro dos candidatos já ultrapassa dois milhões de visualizações no You Tube. Mas, de longe, o que mais motivou os internautas foi uma piada. As veias da web são criativas e bem-humoradas, de um humor natural e autêntico na maioria das vezes. Não apenas ódio corre nos seus cabos óticos.
Infelizmente, a autoria dos memes geralmente se perde nos compartilhamentos. Que os autores da maioria das paródias sintam-se elogiados. Fazem quase a crítica política que os cartunistas da grande mídia, os do "humor a favor", já não arriscam.

A piada do Cabo Daciolo (partido Patriota)  - um vacilo e invenção infantil do PSOL, diga-se, partido que o elegeu deputado federal em 2014 e o expulsou em 2015 -  sobre a URSAL, União das Repúblicas Socialistas da América Latina, que seria um plano lisérgico para a criação de uma super país comunista, gerou centenas de memes.

Cabo Daciolo não está sozinho nessa patologia. O filósofo Olavo de Carvalho, o guru da direita radical, também já denunciou o que seria uma revolução comunista continental.

Até aqui, o catarinense Daciolo não era muito conhecido fora do Rio. A Band lhe deu projeção nacional e o tornou protagonista de memes. Merece. Deu fala cômica e quebrou o tédio que dominou o debate na maior parte do tempo. O povão da web se divertiu.




Reproduções TwitterURSA e Facebook


Em vídeo, Manuela d'Ávila "convida" o uruguaio José Mujica para "presidente da URSAL. Veja AQUI

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Jornalismo? Manuela D'Ávila, do PCdoB, é submetida a "interrogatório" em TV tucana. Não, não havia pau-de-arara no recinto...

Foto: Reprodução You Tube/Roda Viva/TV Cultura
Tudo bem que a TV Cultura em matéria do jornalismo não passa necessariamente pela estação de tratamento de efluentes. Tanto que estranhos resíduos fecais de ultra-direita vieram à tona durante a entrevista que o Roda Viva, da emissora tucana, fez com Manuela d'Ávila, pré-candidata do PCdoB à presidência.

O programa cheirou à altura dos rejeitos, claro.

O pelotão conservador atuou como se estivesse em uma trincheira da Guerra Fria, deixou de lado coisas como programa de governo, temas urgentes do país, prioridades. Idéias da candidata não interessavam, nem respostas. O importante era o que os "entrevistadores" tinham a dizer. Parecia mais um interrogatório do antigo CCC (Comando de Caça aos Comunistas), incluindo a característica de interromper a fala da entrevistada, provocar etc.

Davam a impressão de que, em vez de perguntas, teriam preferido ter à mão máquinas de choques elétricos. O pau-arara foi dispensado ou, pelo menos, não apareceu nas imagens. O logotipo do DOI Codi também não.

Um dos "entrevistadores" era, aliás, um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro e, incrivelmente, suas ideias nem se chocaram muito com as dos demais interrogadores.

Segundo o PCdoB, Manuela foi interrompida 62 vezes. O partido comparou a extrema falta de educação dos interrogadores, para dizer o mínimo, com a do programa em que Ciro Gomes foi recebido. Na ocasiões, suas respostas foram cortadas apenas 8 vezes.

O jornalista Ricardo Kotscho escreveu no seu blog Balaio do Kotsho: "Tratada como se fosse uma criminosa no tribunal de Nüremberg, Manuela foi interrogada por uma bancada de fuzilamento, acusada de todos os crimes praticados por regimes comunistas ao longo da história. (...) Como havia na bancada também jornalistas, fiquei envergonhado com o que estão fazendo da nossa profissão, sem o menor respeito ao público que assistia ao programa e queria ser melhor informado sobre a candidata, que está há vinte anos na vida pública e não é uma paraquedista como tantos outros."