por Flávio Sépia
Segundo a CNN, Mark Zuckerberg está trabalhando para impedir ou minimizar a circulação de notícias falsas no Facebook.
Zuckerberg tem se incomodado com especulações que atribuem a vitória de Donald Trump à disseminação de fake news contra a adversária do empresário, Hillary Clinton.
Embora não seja possível confirmar a tese - até porque o conteúdo falso seria ínfimo diante do volume de dados que circularam na rede social americana durante a campanha -, o Facebook resolveu levar a sério a desinformação. "Estamos trabalhando para desenvolver um sistema de alertas para notícias falsas", ele confirma.
Em princípio, a iniciativa é louvável, mas há sinais amarelos à frente. O risco de o "sistema de alertas" virar censura pura e simples é grande. Como classificar o que é desinformação? Como valorizar uma revelação sobre um fato qualquer que simplesmente foi omitido pelo main stream da mídia? Notícias falsas - geradas por erro ou má fé - também são veiculadas por grandes corporações que têm páginas na rede social. O Face vai ter condições de checar e desmentir, por exemplo, uma matéria de um jornal ou de uma revista? Assumiria uma função de mega editor mundial?
Em post no seu blog, Zuckerberg esclarece que o Facebook não quer ser editor. "O problema é complexo, tanto técnica quanto filosoficamente. Nós não queremos ser árbitros da verdade, mas sim confiar em nossa comunidade", diz o CEO.
Ainda não está muito claro como funcionará o sistema de alerta. Por enquanto, quatro ideias aparecem:
- o Facebook recorreria a agências investigativas de checagem de notícias;
- a maior parte das notícias falsas vem de spam, daí controles mais rígidos seriam adotados;
- seriam aperfeiçoados canais para os próprios usuários, pessoas citadas, instituições ou terceiros denunciarem notícias falsas;
- notícias comprovadamente falsas ganhariam um selo para orientação dos usuários.
Na teoria, o tema é delicado. Melhor aguardar a prática.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Alunos de escola de jornalismo vetam jornais no campus...
Alunos de uma das mais conceituadas escolas de jornalismo da Grã-Bretanha, a da City University, promoveram uma votação para banir do campus os jornais Sun, Daily Mail e Daily Express, Daily Telegraph.
A moção foi aprovada e diz que a proibição pode ser estender a outros veículos.
Os estudantes apontam o "fascismo" e o 'incentivo à divisão social do país", por parte dessas organizações da mídia, como motivo para o veto.
O documento afirma que tais jornais publicam histórias que demonizam refugiados e minorias e atacam as classes trabalhadoras.
E acrescenta que "a liberdade de expressão não deve ser usada como desculpa para atacar os membros mais fracos e mais pobres da sociedade".
A decisão tem efeito simbólico, praticamente, mas gerou polêmicas em Londres.
A moção foi aprovada e diz que a proibição pode ser estender a outros veículos.
Os estudantes apontam o "fascismo" e o 'incentivo à divisão social do país", por parte dessas organizações da mídia, como motivo para o veto.
O documento afirma que tais jornais publicam histórias que demonizam refugiados e minorias e atacam as classes trabalhadoras.
E acrescenta que "a liberdade de expressão não deve ser usada como desculpa para atacar os membros mais fracos e mais pobres da sociedade".
A decisão tem efeito simbólico, praticamente, mas gerou polêmicas em Londres.
Justiça cria centro de mediação de conflitos formado por religiosos. E o que o Estado Laico tem a ver com isso?
Deu no Extra "Atolado de processos, TJ do Rio recruta religiosos para mediação".
Segundo a Constituição brasileira, o Estado é laico. Do Brasil, já se pode dizer que "mais ou menos".
Religião e Estado, milhares de anos de História e a trágica atualidade mostram, é mistura que gera violência, perseguição, agressões aos direitos humanos, preconceito, discriminação, guerras, terrorismo e mortes.
Leis municipais, estaduais e federais de inspiração religiosa, muitas com a constitucionalidade discutida, já contaminam o dia a dia dos brasileiros e interferem nos seus direitos.
Ao privilegiar crenças, tais leis excluem direitos, por consequência, dos cidadãos que não partilham a mesma igreja, seita ou tendência espiritual.
A matéria do Extra revela que o Judiciário "decidiu pedir ajuda aos céus para dar conta de tanto trabalho". Assim, padres, pastores, espíritas e outros líderes religiosos estão sendo convidados por tribunais para atuar como mediadores. A mesma insólita iniciativa já foi tomada por um tribunal de Goiás, informa o texto. No Rio, será implantada através de um convênio firmado entre o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) e a Arquidiocese do Rio.
A mediação é dispositivo previsto em lei. O que é inusitado é atribuir a prática a um grupo de pessoas ligadas a religiões, com um viés visível.
Em todas as categorias, há cidadãos capazes de participar de centros de mediação.
Não se sustenta o pressuposto da honestidade - e a mídia mostra isso todos os dias - conferido apenas pela ostentação de uma fé.
Da mesma maneira, seria imprudente montar um centro de mediação formado por filiados a um determinado partido político ou à torcida de um time de futebol. Digamos que um grupo de católicos deva dialogar com as partes em uma disputa de guarda de criança. De um lado, um pessoa religiosa, do outro um ateu. Digamos que uma das partes seja um pai de santo que teve o terreiro depredado e do outro um vândalo que alega motivações divinas? Ou no caso de uma disputa de imóvel entre uma igreja e um vizinho? Ou, ainda, uma questão de extorsão religiosa através de apropriação de bens de pessoas ingênuas ou de boa fé? São casos que aparecem frequentemente na mídia e nas delegacias de polícia. Haverá a garantia de que tais casos serão mediados sem indução indevida?
Boa intenção à parte, há uma dose de imprudência no novo método.
Segundo a Constituição brasileira, o Estado é laico. Do Brasil, já se pode dizer que "mais ou menos".
Religião e Estado, milhares de anos de História e a trágica atualidade mostram, é mistura que gera violência, perseguição, agressões aos direitos humanos, preconceito, discriminação, guerras, terrorismo e mortes.
Leis municipais, estaduais e federais de inspiração religiosa, muitas com a constitucionalidade discutida, já contaminam o dia a dia dos brasileiros e interferem nos seus direitos.
Ao privilegiar crenças, tais leis excluem direitos, por consequência, dos cidadãos que não partilham a mesma igreja, seita ou tendência espiritual.
A matéria do Extra revela que o Judiciário "decidiu pedir ajuda aos céus para dar conta de tanto trabalho". Assim, padres, pastores, espíritas e outros líderes religiosos estão sendo convidados por tribunais para atuar como mediadores. A mesma insólita iniciativa já foi tomada por um tribunal de Goiás, informa o texto. No Rio, será implantada através de um convênio firmado entre o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) e a Arquidiocese do Rio.
A mediação é dispositivo previsto em lei. O que é inusitado é atribuir a prática a um grupo de pessoas ligadas a religiões, com um viés visível.
Em todas as categorias, há cidadãos capazes de participar de centros de mediação.
Não se sustenta o pressuposto da honestidade - e a mídia mostra isso todos os dias - conferido apenas pela ostentação de uma fé.
Da mesma maneira, seria imprudente montar um centro de mediação formado por filiados a um determinado partido político ou à torcida de um time de futebol. Digamos que um grupo de católicos deva dialogar com as partes em uma disputa de guarda de criança. De um lado, um pessoa religiosa, do outro um ateu. Digamos que uma das partes seja um pai de santo que teve o terreiro depredado e do outro um vândalo que alega motivações divinas? Ou no caso de uma disputa de imóvel entre uma igreja e um vizinho? Ou, ainda, uma questão de extorsão religiosa através de apropriação de bens de pessoas ingênuas ou de boa fé? São casos que aparecem frequentemente na mídia e nas delegacias de polícia. Haverá a garantia de que tais casos serão mediados sem indução indevida?
Boa intenção à parte, há uma dose de imprudência no novo método.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro: Campanha Salarial 2017
(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)
A nossa próxima data-base é 1º de fevereiro de 2017, mas a Campanha Salarial de 2017 começa agora em novembro de 2016. A categoria de jornalistas profissionais do município do Rio de Janeiro – tanto de radiodifusão (rádio e TV), quanto de mídia impressa (jornais e revistas) – precisa participar das atividades de elaboração da Pauta de Reivindicações (plenária) e de apreciação da Pauta, em assembleia geral.
Cronograma:
1) Plenária para discussão e contribuições para a Pauta de Reivindicações: dia 21/11/16, às 20h, no auditório do Sindicato (Rua Evaristo da Veiga 16/17º andar – Cinelândia).
2) Assembleia Geral Extraordinária para discussão e aprovação da Pauta de Reivindicações para ser entregue ao patronato de radiodifusão (rádio e TV) e ao patronato de mídia impressa (jornais e revistas): dia 23/11/16, às 20h, no auditório do Sindicato (Rua Evaristo da Veiga 16/17º andar – Cinelândia).
Seguem, abaixo, algumas propostas para serem discutidas na plenária do dia 21/11/16, às 20h, no SJPMRJ.
Lembramos que você poderá contribuir com outras propostas na plenária. Também poderá enviar sugestões, até o dia 21/11/16, pelo e-mail: imprensa@jornalistas.org.br.
PAUTA DE REIVINDICAÇÕES UNIFICADA DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO PARA A CAMPANHA SALARIAL DE 2017
Os jornalistas profissionais reunidos em assembleia geral da categoria, revendo a Convenção Coletiva de Trabalho em vigor e avaliando as condições de salário e trabalho no âmbito das empresas de jornais, revistas, rádio e televisão, deliberaram pelas seguintes reivindicações a serem apresentadas aos representantes dos empregadores:
CLÁUSULA 1ª – REVISÃO DAS CONDIÇÕES SALARIAIS
• Reajuste salarial – 100% (cem por cento) da inflação acumulada entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017, a incidir sobre os salários vigentes em 31 de janeiro de 2017, considerando o indicador econômico que acumule a maior variação percentual no período revisando.
• Reposição de perdas salariais – reajuste dos salários no percentual de 6,01% (seis vírgula um por cento), referente à inflação suprimida do período 2016/2017.
• Aumento real – sobre o salário corrigido incidirá um percentual de 5% (cinco por cento) a título de aumento real.
• Incremento do Programa de Participação nos Lucros ou Resultados em vigor, através do pagamento em cota única, no mês de junho de 2017, do valor equivalente a 1 (um) salário do empregado.
• Piso salarial de R$ 5.190,00 (Cinco mil, cento e noventa reais) para a jornada de cinco horas diárias.
• Adicional de reprodução de matéria – pagamento de um adicional equivalente a 100% do salário dia do jornalista, cuja produção seja reutilizada por outro veículo de comunicação, mediante autorização do empregador, por cada reutilização.
• Aplicação do índice de correção acima nas cláusulas da CCT anterior de auxílio funeral e seguro de vida.
• Acúmulo de função – na forma do artigo 14, inc. I, do Código de Ética do Jornalista é proibido o acúmulo de funções.
CLÁUSULA 2ª – A JORNADA DE TRABALHO
Verifica-se que a cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho referente ao banco de horas, ou compensação de horas extras, continua com a sua aplicação conflituosa, gerando uma série de controvérsias. Nesta Convenção pretende-se regular de forma mais clara o seguinte:
• Exclusão da expressão banco de horas.
• Dias não escalados, por conveniência do empregador, não serão computados, para efeito de compensação, como horas devidas pelo empregado.
• Obrigatoriedade do controle de frequência, como forma de garantir aos jornalistas o pagamento de suas horas extras.
• Obrigatoriedade de ser entregue aos jornalistas a folha resumo mensal do banco de horas, com o respectivo saldo apurado no período.
• Obrigatoriedade de o empregado concordar com a folha resumo, ou manifestar-se contrariamente apontando as correções.
• Concessão de folgas compensatórias juntamente com a folga semanal.
• Concessão de folga compensatória nos dias úteis imprensados em feriados (pontes).
• Garantia da folga semanal, a cada seis dias de trabalho.
• Concessão de folga no dia imediatamente posterior ao de folga suprimida por necessidade de serviço.
• Apresentação da escala de finais de semana no último dia útil do mês anterior.
• Jornada de cinco horas, com extensão máxima de duas horas, conforme previsto em lei.
• A folga compensatória deverá ser avisada ao empregado com 72 horas, no mínimo, de antecedência.
CLÁUSULA 3ª – BENEFÍCIOS
Neste item, os jornalistas profissionais do Rio de Janeiro propõem uma discussão que envolva o incremento dos seguintes benefícios:
ALIMENTAÇÃO
• Aumento do valor facial do tíquete refeição para (valor a ser definido pela assembleia), por dia.
• Independentemente do previsto no item anterior, as empresas pagarão ainda a importância de (valor a ser definido pela assembleia) a título de auxílio alimentação para compras em supermercados, que poderá ser fornecido sob a forma de vale-compras, mensalmente.
• Criação de uma sala de convivência, para repouso e alimentação.
CLÁUSULA 4ª – PROTEÇÃO À SAÚDE E À SEGURANÇA PROTEÇÃO À CRIANÇA
• As empresas, independentemente do número de mulheres empregadas, providenciarão a instalação de creches em suas dependências ou, não sendo assim, celebrarão convênio com creches devidamente autorizadas pelos órgãos públicos, objetivando atender aos filhos, inclusive adotivos, das jornalistas e dos jornalistas.
• As empresas que não mantenham convênio ou creche em suas dependências ressarcirão as despesas efetuadas pelos seus jornalistas, com creches, a partir do término da licença-maternidade, até a criança completar 6 (seis) anos de idade, até o valor de um salário-mínimo.
• Manutenção de sala de amamentação nas dependências da empresa, com condições higiênicas e de armazenamento para a retirada de leite materno e acondicionamento, até ser transportado.
PROTEÇÃO AO TRABALHADOR ÀS VÉSPERAS DA APOSENTADORIA
Garantia de emprego ao jornalista, nos três anos que antecedem a aposentadoria.
PLANO DE SAÚDE
• As empresas fornecerão plano de saúde médico e odontológico para jornalistas e seus dependentes, aí incluídos companheiros (as).
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
• Será pago um adicional de 30% sobre o salário dia do jornalista, durante o período em que participe de cobertura jornalística externa de conflitos sociais, catástrofes naturais, ou ocasionadas pela ação humana e eventos de grande afluxo de pessoas.
SEGURANÇA NO TRABALHO
• O Sindicato dos Jornalistas deverá ser informado, com antecedência, das eleições para a CIPA de forma a possibilitar a sua participação no processo.
• As empresas fornecerão transporte adequado, ou reembolso de despesa, para atendimento médico de urgência, quando o empregado se acidentar, ou for acometido de mal súbito durante a jornada de trabalho, seja na empresa, seja durante trabalho externo.
• Obrigatoriedade de exame médico, oftalmológicos e radiológicos para os repórteres fotográficos e cinematográficos, às expensas do empregador.
• Efetivação da Comissão Paritária de Segurança prevista na Convenção Coletiva de Trabalho, observando-se a obrigatoriedade de reuniões trimestrais (em abril, julho e outubro de cada ano).
• Efetivação do curso de treinamento interdisciplinar, que abranja proteção pessoal e direitos humanos, com a participação do Sindicato dos Jornalistas e custeado pelas empresas.
• Fornecimento pelas empresas dos seguintes itens de segurança:
1. Colete e capacete com especificação de proteção máxima e condições de uso;
2. Máscara de proteção contra gás, individuais;
3. Capa de chuva, guarda-chuva, galocha;
4. Carro blindado;
5. Equipamentos de última geração que permitam a captura de imagens em distância segura.
• Assegurar equipe completa em coberturas nas áreas descritas acima: motorista, repórter, repórter cinematográfico ou fotográfico com auxiliar operacional.
• Cumprimento do Código de Ética, permitindo ao jornalista negar-se a enfrentar situações de risco.
• Caso o jornalista seja preso, detido ou agredido durante a jornada de trabalho, em razão de cobertura jornalística de situações de conflito, as empresas, as suas expensas, designarão, imediatamente, advogado para acompanhá-lo nas diligências policiais.
CLÁUSULA 05ª – CLÁUSULAS SINDICAIS
MENSALIDADE SOCIAL E CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA
• Modificação dos valores:
(valor a ser definido pela assembleia) mensalidade social
(valor a ser definido pela assembleia) contribuição para custeio da campanha salarial
REPRESENTANTE SINDICAL
Garantia de estabilidade no emprego desde a candidatura até um ano após o término do mandado do representante sindical, na proporção de 3 (três) por empresa, com a liberação de 1 (um) por empresa, com ônus para a empresa.
MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO
O descumprimento das cláusulas da CCT importará em multa de 15% (quinze por cento) sobre o salário do jornalista, por infração e por jornalista.
Revista Ele Ela: fora das bancas mas ainda presente nas salas de aula...
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A capa da Ele Ela número 1: 1969 |
por Niko Bolontrin
A revista Ele Ela sumiu das bancas mas ainda pode ser vista na curva da história do jornalismo/comportamento brasileiros. A mais recente edição da revista Esboços, da Universidade Federal de Santa Catarina, publica um artigo de Renata Rodrigues Brandão sobre revistas masculinas, com destaque para a Ele Ela.
Leia a seguir um trecho do artigo:
"De fato, as inúmeras reportagens de ELE ELA com a temática
da
revolução sexual discutem a requisição da “moral sexual
única” pelas mulheres
e como deveria ser a postura dos homens diante do novo
cenário social.
Heitor Cony, editor-chefe dos primeiros anos da revista, afirmou
que o modelo de ELE ELA era inspirado na revista alemã Jasmim que discutia
assuntos sexuais, numa época em que a pílula, a minissaia, o divórcio e o
aborto faziam parte de temas de “uma humanidade que aspirava total libertação”.
O movimento feminista questionava o “machão”, afirma Cony e ELE ELA
desejava que os homens compreendessem esse questionamento e correspondessem
a ele:
A linha editorial de Jasmim, e por consequência Ele Ela, era o direito da mulher ter uma vida sexual equivalente à do homem, com direito inclusive ao orgasmo. Por absurdo que possa aparecer, isso era uma novidade que merecia ser transformada em linha editorial. 43
![]() |
A Ele Ela publicou nas primeiras edições um dicionário especial logo censurado pela ditadura militar |
Nos primeiros cinco anos da revista ELE ELA, observamos uma sequência de artigos sobre a revolução sexual. Citando
Wilhelm Reich, Edgard Morin, Simone de Beouvouir, Jean-Paul Sartre, a revista
abordava o tema sem cessar. Com auxílio de sexólogos, sociológos e psicanalistas
brasileiros, tais como, Naumi Vasconcelos, Heloneida Studart, Rose Marie
Muraro, tecia uma interpretação sobre a revolução sexual que, apesar de expor
imagens dos EUA e da Europa, acreditava estar em curso também no Brasil.
O primeiro número de ELE ELA trouxe, no editorial de maio de
1969,
o seguinte texto: As pílulas encorajaram a mulher, mas os homens ainda não souberam interpretar a nova mentalidade feminina. Não durma no ponto e saiba que as mulheres exigem cada vez mais do amor.
No quarto número de ELE ELA, o artigo “EUA 69: O amor está ficando de fora” abordava a revolução sexual, questionando
se a mudança comportamental empreendida no final da década de 1960
elevava ou degradava a grande nação americana.
No editorial de ELE ELA de janeiro de 1970, podemos ler em
destaque a chamada para um artigo sobre a nova mulher moderna: A mulher moderna, libertando-se de velhos preconceitos, corre o risco de continuar sendo um brinquedo nas mãos dos homens. É preciso que ela conheça tudo a respeito de seu companheiro, a fim de evitar a submissão sentimental e econômica que continuará a escravizá-la como simples marionete.
No número seguinte, a revista dedica algumas páginas para
destrinchar as ideias de Wilhelm Reich. O artigo intitulado: “Wilhelm
Reich: o amor como remédio” aborda as principais ideias do psicanalista
austríaco, sua defesa da compreensão das relações entre o corpo e a mente e,
principalmente, da função do orgasmo, do prazer sexual para o bem-estar do indivíduo e
da sociedade. Foi depois das revoltas estudantis de 1968 em Paris que o nome de Wilhelm Reich começou a ser citado. Inicialmente, como simples pai espiritual de Marcuse; mais tarde, como a síntese entre o marxismo e a psicanálise. Reich conseguiu desagradar aos partidos do comunismo oficial e aos pesquisadores remunerados da alma humana. Charlatão para uns, oportunista e louco para outros, viveu uma obstinação científica a respeito do sexo. Para ele, a luta
de classes esconde uma revolução anterior: a do sexo. Foi ele o primeiro a empregar a expressão que hoje parece marcar a nossa época: o caos sexual.
A ideia de caos sexual estava presente em vários artigos da
revista cujas imagens corroboravam a instituição de uma revolução sexual. De modo semelhante, o artigo de julho de 1970, “Afinal a
juventude é feliz?” abordava o modo pelo qual a revolução
sexual estava ocorrendo no Brasil, entrevistando jovens de classe média da
zona sul do Rio de Janeiro. O medo da solidão aparecia como o principal
efeito colateral da mudança de costumes e a liberdade da mulher, como a
melhor conquista. Questionava-se se a liberdade dos jovens tinha trazido
felicidade. Ao ler as imagens que compõem o artigo, observa-se o modo
pelo qual as relações inter-raciais, o movimento hippie,
traduzido pelas cabeleiras masculinas e as vestimentas de alguns personagens foram
dispostos de modo a traduzir uma liberdade, solidariedade e exposição do corpo
que expressava para a revista ELE ELA a revolução sexual."
SE TIVER INTERESSE EM LER O ARTIGO COMPLETO, CLIQUE AQUI
Supremacia branca desembarca em Washington
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Reprodução Twitter |
A matéria está no Daily Beast.
Este último fim de semana, em Washington DC, foi simbólico do alvorecer da Era Trump.
O National Police Institute, instituição que prega a supremacia branca, promoveu reunião no Edifício Ronald Reagan, a poucos passos da Casa Branca, onde ainda mora Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
O encontro foi realizado para celebrar a presidência de Trump e o que significa para o movimento de "limpeza étnica pacífica".
Os principais assessores do presidente eleito lá estiveram.
Uma das atrações do meeting foi Tila Tequila, celebridade da TV, que prega o "politicamente incorreto", simpatizante declarada de Hitler (na foto acima, ela faz a saudação nazista) e que dado declarações anti-semitas.
De ascendência vietnamita, Tila Tequila apoia Trump desde o início da campanha e é apontada como uma espécie de símbolo do argumento dos supremacistas brancos que pregam querer conviver com todas as raças desde que cada um no seu lugar, segundo o conceito de "limpeza étnica pacífica".
Suástica em Nova York: Trump e seus apoiadores estão chegando...
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A suástica e um "Vai Trump" nas grades de um parque em homenagem a um rapper de ascendência judaica. Reprodução Twitter |
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Suástica desenhada no prédio do senador democrata, homossexual assumido, Brad Hoylman. Reprodução Twitter |
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Apoiadores de Trump picharam os banheiros da Universidade Kerrey Hall, em NY. Reprodução Twitter |
por J. P. Macedo
Donald Trump não esconde o jogo.
Ao montar a equipe de transição e indicar o núcleo forte do seu futuro governo, ele é exatamente Trump.
Alguns comentaristas otimistas, menos da mídia americana e mais da mídia da direita brasileira, elaboraram análises segundo as quais o Trump candidato era um e o Trump presidente será outro.
Sempre haverá diferenças entre o palanque e o Salão Oval. Mas o candidato dá sinais claríssimos de que a plataforma anunciada será implantada.
Os primeiros nomeados para o círculo próximo ao futuro presidente são notórios radicais à direita mesmo de parte do Partido Republicano.
Ku Klux Klan, milícias anti-imigração, figuras que fazem ponte com líderes da direita europeia, racismos, eugenia etc estão presentes no DNA político de vários deles.
Mike Pence, o vice-presidente, por exemplo, assinou um projeto que proíbe o aborto mas a depender de critérios de gênero, deficiência física e mental e raça do feto.
Jeff Sessions, ministro da Justiça, tem histórico de acusações de racismo. Já foi condenado em processo por usar termos ofensivos aos negros, elogiou a Ku Klux Klan e diz que a Associaação Nacional para o Desenvolvimento da População de Não-Branca é órgao anti-americano e de inspiração comunista.
Mike Pompeo, diretor da CIA, é conhecido como linha-dura, faz parte do movimento conservador Tea Party e prega a espionagem interna e externa em massa através dos sistemas da Agência Nacional de Segurança.
Stephen Bannon, que vai chefiar a equipe de conselheiro de Trump, já é consideraod um dos principais nomes do governo. Dono do site conservador Breitbart News, ele está sendo visto como o pilar da direita em Washington e como o zagueiro que não vai deixar Trump dar nem um passo em direção ao centro ou à conciliação com liberais.
Provavelmente depois de todo esse incentivo, apoiadores de Trump sentiram-se à vontade para, nos últimos dias, tatuar Nova York de suásticas.
Prevê-se que a partir do Dia T, o da posse, em janeiro, tinta é que não vai faltar.
domingo, 20 de novembro de 2016
Assim não dá: Ministro da Cultura queria impedir a primeira obra do governo do PMDB: o "espigão de Geddel"
por Flávio Sépia
Em meio ao seriado Sérgio Cabral-Garotinho em cartaz no Rio, Brasília e Salvador não quiseram perder a fama e botaram na mídia o caso Geddel/Espigão.
Como se sabe, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão alegando não suportar as pressões do poderoso ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira, homem-forte de Michel Temer, para obter uma licença do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para uma obra do seu interesse - um prédio de alto luxo - em Salvador.
Geddel se defende com o argumento de que estava apenas querendo preservar empregos em Salvador.
A polêmica da construção do prédio onde Geddel tem apartamento (com preço estimado acima de 2,5 milhões) já é conhecida na Bahia.
O edifício terá 30 andares (deveria ter no máximo 13 andares) em um ponto da cidade onde os prédios não passam de dez andares.
Trata-se de uma área de proteção ambiental que, segundo noticiado, não inclui, coincidentemente, o terreno do tal espigão.
Além do Iphan, o Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) não concedeu, inicialmente a licença para o empreendimento.
Mas, segundo a Folha de São Paulo, um aliado de Geddel, o prefeito ACM Neto (do DEM) autorizou a obra que descaracteriza a região.
É comum governos muito poderosos cederem a gestões, digamos, politico-imobiliárias.
Há milhares de exemplos em todo o país.
A ditadura militar, para citar um período, deixou cicatrizes vistas até hoje no Rio de Janeiro.
Desde o conjunto de prédios da Morada do Sul, construído em cima de um morro, passando pelo Rio Sul, garagem Menezes Cortes, que destruiu uma praça, prédios em morros em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas, apart-hoteis e falsos "residenciais" de gabarito liberado na Vieira Souto e ruas internas de Ipanema, a demolição do prédio do Senado, o Palácio Monroe, este por surto político do governo Geisel, um prédio do Exército, na Urca, cujas dimensões interferem na paisagem da Urca por ultrapassar a base da montanha, à ocupAção desordenada da Barra da Tijuca.
A sociedade não teve o direito de discutir nenhum desses empreendimentos.
Tem gente aí querendo trazer de volta os militares.
Mas, enquanto isso não ocorre, talvez o escândalo político ajude a interromper a obra do espigão baiano.
Ou, como quase sempre acontece, poderemos ver daqui a alguns meses a festa da cumeeira do que é simbolicamente a primeira obra do governo do PMDB...
Partido cujo lema, como está no site oficial, é "Onde tem Brasil, tem PMDB".
MEMES NAS REDES SOCIAIS SOBRE O CASO GEDDEL/ESPIGÃO DE SALVADOR
GEDDEL COSTUMA DEFENDER SUAS POSIÇÕES COM EXTREMA FORÇA VERBAL. O SITE SENSACIONALISTA REPRODUZIU, ANTES DESSA ATUAL CRISE, DIÁLOGOS DO MINISTRO COM INTERNAUTAS QUE O QUESTIONARAM.
DOIS EXEMPLOS DESSES PETARDO ILUSTRATIVOS, ABAIXO:
Em meio ao seriado Sérgio Cabral-Garotinho em cartaz no Rio, Brasília e Salvador não quiseram perder a fama e botaram na mídia o caso Geddel/Espigão.
Como se sabe, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão alegando não suportar as pressões do poderoso ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira, homem-forte de Michel Temer, para obter uma licença do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para uma obra do seu interesse - um prédio de alto luxo - em Salvador.
Geddel se defende com o argumento de que estava apenas querendo preservar empregos em Salvador.
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Simulação de como ficará o prédio que compromete uma em Área de Proteção Ambiental. Reprodução |
O edifício terá 30 andares (deveria ter no máximo 13 andares) em um ponto da cidade onde os prédios não passam de dez andares.
Trata-se de uma área de proteção ambiental que, segundo noticiado, não inclui, coincidentemente, o terreno do tal espigão.
Além do Iphan, o Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) não concedeu, inicialmente a licença para o empreendimento.
Mas, segundo a Folha de São Paulo, um aliado de Geddel, o prefeito ACM Neto (do DEM) autorizou a obra que descaracteriza a região.
É comum governos muito poderosos cederem a gestões, digamos, politico-imobiliárias.
Há milhares de exemplos em todo o país.
A ditadura militar, para citar um período, deixou cicatrizes vistas até hoje no Rio de Janeiro.
Desde o conjunto de prédios da Morada do Sul, construído em cima de um morro, passando pelo Rio Sul, garagem Menezes Cortes, que destruiu uma praça, prédios em morros em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas, apart-hoteis e falsos "residenciais" de gabarito liberado na Vieira Souto e ruas internas de Ipanema, a demolição do prédio do Senado, o Palácio Monroe, este por surto político do governo Geisel, um prédio do Exército, na Urca, cujas dimensões interferem na paisagem da Urca por ultrapassar a base da montanha, à ocupAção desordenada da Barra da Tijuca.
A sociedade não teve o direito de discutir nenhum desses empreendimentos.
Tem gente aí querendo trazer de volta os militares.
Mas, enquanto isso não ocorre, talvez o escândalo político ajude a interromper a obra do espigão baiano.
Ou, como quase sempre acontece, poderemos ver daqui a alguns meses a festa da cumeeira do que é simbolicamente a primeira obra do governo do PMDB...
Partido cujo lema, como está no site oficial, é "Onde tem Brasil, tem PMDB".
MEMES NAS REDES SOCIAIS SOBRE O CASO GEDDEL/ESPIGÃO DE SALVADOR
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Reprodução |
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Reprodução |
GEDDEL COSTUMA DEFENDER SUAS POSIÇÕES COM EXTREMA FORÇA VERBAL. O SITE SENSACIONALISTA REPRODUZIU, ANTES DESSA ATUAL CRISE, DIÁLOGOS DO MINISTRO COM INTERNAUTAS QUE O QUESTIONARAM.
DOIS EXEMPLOS DESSES PETARDO ILUSTRATIVOS, ABAIXO:
A primavera do ridículo: no momento em que patina em denúncias de corrupção, o governo do PMDB se incomoda com emojis de vômito que circulam nas redes sociais
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Reprodução/O Globo |
As redes sociais costumam incomodar dirigentes, principalmente os ilegítimos. Taí o golpista da Turquia, Tayyp Erdogan, dificultando e até impedindo o acesso local à web. Lá é truculência poética-religiosa explícita, aqui é apenas ridículo.
A página oficial do PMDB tem sido, há algum tempo, invadida por emojis. Invariamelmente, as "carinhas" aparecem vomitando.
E, às, vezes sobrepostas sobre a foto de Michel Temer, o político que presidiu o notório partido por 15 anos.
Hoje, a coluna de Lauro Jardim, no Globo, informa que o governo foi bater nas teclas do Facebook para saber como "se livrar do emojis de vômito".
O Facebook estaria "ajudando" a resolver o problema, segundo a nota.
Difícil vai ser controlar as "carinhas" colocando as tripas pra fora em toda a rede social.
Taí uma tarefa complicada...
Outra coisa surpreendente: no momento em que está envolvido em uma indigestão de corrupção tão mais pastosa, o PMDB, partido do governo, está preocupado com... emojis
sábado, 19 de novembro de 2016
Na Time: a âncora vítima de assédio...
por Niko Bolontrim
O assunto de capa da Time é Gretchen Carlson, ex-âncora da Fox.
No miolo da revista, claro, Donald Trump e sua caótica transição ocupam mais páginas.
Os dois assuntos guardam alguma ligação entre sí. Carlson, demitida da Fox, foi vítima de assédio sexual; para Trump, como o presidente eleito dos Estados Unidos demonstrou em campanha, assédio é brincadeirinha e ele fez piadas sobre o tema mesmo após ser alvo de várias denúncias.
A âncora, ex-miss América, relata vários episódios de assédio na sua vida e carreira. Desde o juiz do concurso que insinuou que ela teria mais chances de ganhar se fosse pra cama com ele ao câmera que apalpou seus seios ao colocar um microfone por baixo da blusa antes de gravar um entrevista. Ela foi demitida da Fox após recusar propostas nada dissimuladas do CEO da rede, Roger Ailes e abriu processo conta a empresa. A sua atitude acabou encorajando outras seis mulheres a denunciarem Ailes, que foi demitido do cargo. A Fox, posteriormente, pediu desculpas a Carlson e às outras vítimas do chefão.
Nos últimos meses, Gretchen Carlson tem se dedicado à família. Não voltou ainda a trabalhar em TV.
Tem dado entrevistas e participado de debates.Segundo a Time, ela pretende mudar o modo como as mulheres encaram o assédio sexual e incentivá-las a lutar.
The Intercept Brasil sobre o esculacho contra os ex-governadores: "Ao celebrar as prisões de Cabral e Garotinho, você fortalece o estado policial"
"Se a esquerda não conseguir se diferenciar no clamor público por violência – patrocinada pelo Estado ou não –, como método para resolver conflitos, provavelmente em nada contribuirá para que o fortalecimento do estado penal nos atinja de maneira brutal e violenta."
CABRAL E GAROTINHO foram politicamente feridos de morte esta semana com a decretação de suas prisões preventivas – aquelas que acontecem sem uma condenação, mas enquanto o sujeito ainda é réu. Não foi nas urnas que viram ruir seus projetos políticos de poder. Pelo contrário, foram derrotados por esse superpoder de nossa República, o intocável Poder Judiciário.
Contando com nosso maniqueísmo de costume, o Judiciário aumentou sua capacidade de formar mocinhos e bandidos em velocidade recorde e com limites cada vez mais tênues ou inexistentes. Conta para isso com sua mais fiel aliada, nossa mídia monopolista.
Com as prisões dos dois ex-governadores do Rio de Janeiro, vimos na rede uma realidade preocupante. O ranço punitivista e violento que permeia nossa sociedade não é um monopólio de políticos e cidadãos que se colocam como conservadores no jogo político cotidiano. Não está limitado a programas policiais na TV ou a pessoas que abertamente pregam a eliminação física de seus adversários. A violência por aqui foi se tornando tão banalizada, cotidiana e suscetível de indiferença, por um lado, e a população foi se vendo tão cada vez mais abandonada, por outro, que o caminho para o fortalecimento de ideologias repressivas, de clamor por fortalecimento dos aparelhos repressivo do Estado, ganha coro forte em todas as camadas da nossa sociedade.
O cidadão não se sente seguro e se sente saqueado. Respostas precisam ser dadas rápida e enfaticamente à população. O caminho está aberto cada vez mais para o fortalecimento do Estado policial como resposta.
Se a esquerda não conseguir se diferenciar no clamor público por violência – patrocinada pelo Estado ou não –, como método para resolver conflitos, provavelmente em nada contribuirá para que o fortalecimento do estado penal nos atinja de maneira brutal e violenta.
Quem ganhou foi o estado policial, cada vez mais fortalecido e insuportável.
Quão preocupante é a esquerda que comemora e vibra vendo Garotinho, um ser humano, sendo carregado apenas com o avental na ambulância para Bangu?
LEIA A MATÉRIA COMPLETA EM THE INTERCEPT BRASIL. CLIQUE AQUI
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
A ficção e a realidade separam essas duas imagens...
Quem diria... em meio ao leilão de acervos do falido Banco Santos há um lote de fotos de Marilyn Monroe
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Foto de Richard Avedon/ Reprodução site iArremate |
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Foto de Bert Stern/Reprodução site iArremate |
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Foto de Bert Stern/Reprodução site iArremate |
Se você acha que executivos do mercado financeiro só pensam em dinheiro, reformule essa ideia: nem todos.
No acervo do falido Banco Santos que vai a leilão na próxima semana, há um lote de fotos de Marilyn Monroe assinadas por grandes nomes da fotografia. Mas os preços são tão quentes quanto a famosa e sensual atriz. As imagens estão avaliadas entre R$ 1.500 e R$ 30 mil. Há ampliações de até 99,7 x 150, 5 cm.
VOCÊ PODE VER O LOTE DE FOTOS DE MARILYN MONROE E ATÉ PARTICIPAR DO LEILÃO (confira a data no site) CLICANDO AQUI
Exposição em São Paulo reúne imagens de 60 anos da fotografia publicitária brasileira
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Lançamento do Aero Wyllis. Foto de Germán Lorca |
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Calça US Top. Foto de Andreas Heiniger |
Entre eles, de várias épocas, German Lorca, Henrique Becherini, Hans Gunter Flieg, Chico Albuquerque, Otto Stupakoff, Sergio Jorge e Thomaz Scheier, ao lado de Cristiano Mascaro, Bob Wolfenson, Marcio Scavone, Orlando Azevedo, Klaus Mitteldorf, Daniel Klajmic, Marcos Magaldi, Luis Crispino, Meca, Tony Genérico e Du Ribeiro.
A curadoria é de Rubens Fernandes Junior e a mostra fica em cartaz até 2 de abril de 2017.
Time Magazine seleciona as 100 fotos mais influentes de todos os tempos
Critérios nem sempre precisos, omissões, erros de avaliação e, principalmente, questão de gosto, nunca dão unanimidade aos rankings.
A Time acaba de relacionar o que chama de "As Imagens Mais Influentes de Todos Os Tempos". Obviamente, com foco na metade Norte do mundo.
A revista pediu ajuda a historiadores, editores, repórteres e fotógrafos.
O melhor é que as fotos consideradas relevantes estão reunidas em um livro: "100 Photographs: The Most Influential Images of All Tim", à venda no site da Time. Cada foto vem com a sua respectiva história.
Veja algumas, abaixo.
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Muhammad Ali nocauteia Sonny Liston. Foto de Neil Leifer |
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Black Power na Olimpíada do México. Foto de John Dominis |
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A célebre imagem de Che Guevara segundo Alberto Korda. |
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Estudante X Tanques. Foto de Jeff Widener |
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Selfie no Oscar. Foto de Bradley Cooper |
VEJA AS 100 FOTOS NO SITE DA REVISTA TIME.
CLIQUE AQUI
Madrugada de terrir: barraco no Souza Aguiar
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Garotinho, aparentemente sedado, é conduzido para a ambulância. |
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De repente, acorda e parte para um "UFC" que bombou nas redes sociais |
Vamos combinar que a Internet nunca se divertiu tanto em uma noite/madrugada chuvosa.
Eis que o preso número 2, o ex-governador do RJ, Sérgio Cabral, dominava o noticiário com um desfile de jóias, lanchas, anéis, sapatos, relógios e até cachorro-quente supostamente bancados por empresas. Subornos, segundo a papelada da investigação, apelidados de "oxigênio".
Só dava Cabral na mídia. O preso número 1, o também ex-governador Garotinho, já perdia evidência.
"Não contavam com a minha astúcia", diria um Chapolin Colorado campista.
Garotinho só não tinha perdido as primeiras páginas, ainda, porque pouco depois de ser preso teria passado mal e ido parar no Hospital Municipal Souza Aguiar.
Lá, segundo denúncias de funcionários indignados, estaria recebendo privilegiadas atenções (não esqueçam que o homem estava em alta e foi um dos pilares da vitória do futuro prefeito Marcelo Crivella).
Já havia até articulação para prorrogar a internação do político acusado pela MP e PF de fraude eleitoral ao distribuir milhares de cheques-cidadão em troca de voto.
Para acabar com a protelação, a Justiça ordenou a transferência imediata de Garotinho para um presídio onde também receberia atendimento médico e seria submetido a exames para avaliar a alegada e surpreendente degradação de seu estado de saúde logo após a prisão.
Mas isso aí cabe ao juiz do caso e à PF.
Já os vídeos, de domínio público, são tão burlescos que muita gente duvidou se eram reais ou produtos de uma incrível dramaturgia política. Se for teatro - o que seria uma espécie de marketing de vitimologia-, cancelem as inscrições para o Oscar e apresentem na categoria "Melhor Filme Estrangeiro" a sequência gravada no Souza Aguiar.
Desespero, violência, drama, paixões descontroladas, humor negro: estão lá os ingredientes de uma produção arrasa-quarteirão. Um momento imperdível é quando Garotinho vem na maca, aparentemente sedado, e desperta para a briga com tanta determinação e energia que vários enfermeiros e policiais tentam conter o homem. A credibilidade arranahada e a desconfiança atalvez tivessem origem, na visão dos internautas, em um precedente: em 2006, Garotinho fez uma dramática greve de fome contra a mídia que, segundo ele, estava desconstruindo sua imagem
Uma série de vídeos está bombando no You Tube. Se você entrar no site e digitar "Garotinho esperneia" será levado a mais de uma dezena desses filminhos que já contam milhares de acessos.
VEJA UM DESSES VÍDEOS, CLIQUE AQUI
Da mesma maneira, memes com a voz do povo borbulham na web. Veja algumas reproduções:
ATUALIZAÇÃO EM 18/11: DA MESMA MANEIRA QUE COMEMOROU E IRONIZOU A PRISÃO DE GAROTINHO E SÉRGIO CABRAL, QUE FEZ GIRAR VÍDEOS E PRODUZIU MEMES, AS REDES SOCIAIS REGISTRAM CONDENAÇÃO AO TRATAMENTO ESPETACULOSO DADO AOS REFERIDOS EPISÓDIOS. NÃO SE COMBATE A CORRUPÇÃO DESRESPEITANDO PESSOAS E DIREITOS, OPINAM INTERNAUTAS. ONTEM, O TSE DETERMINOU A TRANSFERÊNCIA DO EX-GOVERNADOR GAROTINHO PARA UM HOSPITAL
ATUALIZAÇÃO EM 21/11: O EX-GOVERNADOR GAROTINHO FOI SUBMETIDO A UM CATETERISMO NO DOMINGO, 20/11, NO HOSPITAL QUINTA D'OR, NO RIO. SEGUNDO A ASSESSORIA DO HOSPITAL, ELE TEVE DIAGNOSTICADA UMA OBSTRUÇÃO NA CORONÁRIA DIREITA E RECEBEU O IMPLANTE DE UM STENT.
Neymar não dá entrevistas (está em "greve") e Globo leva pra estúdio versão do jogador em computação gráfica.
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"Neymar" vai à Globo: em versão de computação gráfica. Reprodução |
O blog do Maurício Stycer mostrou que "Neymar" foi "entrevistado" pela Globo, no intervalo do Brasil X Peru.
Só que o "Neymar" que aparecia no vídeo era virtual, um boneco que lembrava um desses dos games da Fifa. A computação gráfica foi a maneira que a Globo encontrou para ilustrar uma matéria sobre o jogador. Neymar não dá entrevista à mídia brasileira desde a final da Rio 2016, quando a seleção ganhou a medalha de ouro. Criticado desde a Copa de 2014, com Felipão, passando pela fase de Dunga, o craque parece ter acumulado mágoas.
Mauricio Stycer lembra que na Copa América Centenário (que Neymar não jogou) assim que a seleção brasileira foi desclassificada na primeira fase o jogador postou uma mensagem nas redes sociais dirigida aos jogadores. O alvo por trás do comentário não podia ser mais certeiro.“Agora, vai aparecer um monte de babaca pra falar merda, foda-se. Faz parte, futebol é isso. Sou brasileiro e tô fechado com vocês.''
Na Rio 2016, a seleção empatou os dois primeiros jogos (África do Sul e Iraque). Foi o que bastou para Neymar ser novamente criticado. Ao fim do jogo contra o Iraque, ele saiu de campo sem dar entrevista. Nem ele, nem ninguém do time. Esse tipo de atitude, Dunga que o diga, costuma despertar iras midiáticas. Galvão disse no ar que o que o jogador fizera foi "feio", não foi "ético", nem "correto".
Na era Tite, Neymar ainda não deu entrevistas.
Não é um movimento coletivo como o da seleção argentina (que acaba de romper com a mídia local por ter um jornalista divulgado que houve consumo de maconha na concentração, o que o único jogador citado diz que é mentira), mas a "greve" de Neymar está incomodando a Globo.
Resta saber até onde a corda vai ser esticada.
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Tropa da direita invade congresso - Manifestante sem noção surta ao ver painel em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa. Ela achou que era a versão comunista da bandeira do Brasil...
Parece comédia, mas é vero.
Uma mulher que estava entre os desvairados que invadiram o Congresso para pedir "intervenção militar" viu um cartaz que fundia as cores das bandeiras do Brasil e do Japão, em homenagem a algo de que ela não deve ter a menor ideia - os 100 anos da imigração japonesa - e entrou em modo pânico.
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Painel "Origami do centenário"/Reprodução |
"É nojento!", disse a figura ao ver que tinha descoberto mais um argumento para pedir a volta da ditadura militar. "Reparem aqui: a nossa bandeira com um símbolo vermelho comunista. Esta será a nova bandeira do Brasil?", tremelicou, quase sem ar.
O painel está lá desde 2008, ano do centenário da chegada do Kasato Maru, o navio que trouxe as primeiras famílias japonesas para o Brasil.
É formado por cerca de 1 milhão de origamis recolhidos através da campanha pública "Origami do Centenário". Está exposto permanentemente no Congresso.
Mas isso aí é informação demais para essa figura bizarra candidata a diretora do Mobral da Ditadura Militar 2.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI
A palavra é... oxigênio... "Manda um 'oxigênio' lá pra casa"... "A patroa tá necessitando de um 'oxigênio'"... "O 'oxigênio acabou'"...
por Omelete
A prisão de Sergio Cabral (PMDB), hoje, já deu sua contribuição para o vernáculo. Segundo a investigação, suborno e propina eram chamados de "oxigênio". Nos inquéritos policiais que respigam em batalhões de políticos de vários partidos e empresários de incontáveis ramos, a expressão vem se juntar a outras como "pixuleco", "acarajé", "faz-me rir", "bolinho", "mesada", "assistência social", "encomenda". Pelo jeito, essa galera consome mais "oxigênio" do que uma UTI superlotada.
A prisão de Sergio Cabral (PMDB), hoje, já deu sua contribuição para o vernáculo. Segundo a investigação, suborno e propina eram chamados de "oxigênio". Nos inquéritos policiais que respigam em batalhões de políticos de vários partidos e empresários de incontáveis ramos, a expressão vem se juntar a outras como "pixuleco", "acarajé", "faz-me rir", "bolinho", "mesada", "assistência social", "encomenda". Pelo jeito, essa galera consome mais "oxigênio" do que uma UTI superlotada.
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