quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Auvers-sur-oise: o último olhar de Van Gogh

A igreja Notre-Dame d'Auvers hoje e...

...no célebre quadro de Van Gogh.


A escadaria na igreja: nos passos de Van Gogh.

Crianças em aula de pintura 

Local onde Van Gogh pintou "Le champ de blé aux corbeaux"


O jardim de Daubigny na arte de Van Gogh e...

...no ângulo atual. 

Na casa do Dr. Gachet: o jardim que inspirou quadro (no painel de vidro). 

Auberge Ravaux, onde Van Gogh viveu seus últimos dias.

Em 1890, no térreo do albergue, o restaurante frequentado pelo pintor. Foto:Reprodução

Acesso ao quarto de Van Gogh no sótão do albergue. Foto; Reprodução
Cemitério de Auvers: túmulos de Van Gogh e seu irmão Theo

Fotos de J.Esmeraldo Gonçalves

Auvers-sur-oise, a menos de 40 km de Paris, ainda é uma tela viva de Van Gogh.

Há 126 anos, o pintor chegou à cidade. Recém-saído de um hospital psiquiátrico, ele buscava a paz já impossível e faria uma consulta a um médico local, o Dr. Gachet.

O doutor - do qual fez o famoso retrato e em cuja casa pintou vários quadros - não acalmou o seu espírito, àquela altura já indomável, mas a luz e as cores da pequena cidade e dos seus arredores impulsionaram sua inspiração e redobraram sua força criadora.

Van Gogh viveu apenas 70 dias em Auvers e, durante esse curto período – de maio a julho de 1890 –, pintou 78 quadros.

Do Auberge Ravoux  - desde 1926 conhecido como “a casa de Van Gogh – à igreja de Auvers, aos campos de trigo, a Maison do Dr. Gachet  ao cemitério onde o pintor está enterrado ao lado do irmão, Theo, é possível refazer os passos e o olhar  do artista.

O quarto número 5 do albergue, cenário dos últimos dias e da morte de Van Gogh - após o pintor entrar em mais uma crise depressiva e atirar na própria barriga - está vazio.

Apenas três ou quatro visitantes são admitidos, por vez, no minúsculo espaço, fotos são proibidas.

É curioso observar que os turistas se demoram, em silêncio, diante de um vazio paradoxalmente pleno de lembranças da agonia do pintor.

O quarto é quase claustrofóbico de tão pequeno e pouco iluminado.

Bem ao contrário das ruelas, campos e construções que Van Gogh eternizou em seu último sol da primavera-verão de 1890. (J.E.Gonçalves)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Como diria Chico Buarque, "devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu". Grupo Abril retoma revistas que haviam sido repassadas à Editora Caras...

A Editora Abril, conforme antecipado há algumas semanas, anuncia a retomada de cinco revistas que haviam sido transferidas para a Editora Caras.

Simples assim, ao estilo "devolva o Neruda".

Placar, Você RH, Minha Casa, Você SA e Arquitetura e Construção voltam para os Civita.

Segundo o presidente do Grupo Abril,Walter Longo, a iniciativa resulta do novo posicionamento da empresa ao valorizar a produção de conteúdo.

"A volta dessas publicações, além de reforçar nossa crença em revistas, aumenta as opções de exploração dessas marcas em outras plataformas e oportunidades de sinergia entre nossos negócios. Com elas, passamos, a partir de agora, a ter mais opções de segmentação para nosso consumidor e todos os mercados em que atuamos”, justificou Longo.

Há pouco tempo, a estratégia da Abril apontava para rumo oposto. Uma certa falta de crença em algumas revistas. De 2014 para cá, em duas ocasiões, a editora repassou à Caras títulos como "Contigo", "Aventuras da História", "Bons Fluidos", "Manequim", "Máxima", "Minha Casa", "Minha Novela", "Placar", "Recreio', "Sou+Eu", "Vida Simples", "Ana Maria", "Tititi" e "Viva Mais".

Como parte do "reposicionamento" no mercado, "Capricho, e "Guia Quatro Rodas" passaram a ter apenas versões digitais, enquanto as edições brasileiras de "Playboy", Men's Health" e "Women's Health foram encerradas.

A empresa alegava que iria se concentrar apenas nas marcas rentáveis como "Veja", "Exame" e "Cláudia".

Desde 2013, a Abril tem sido abalado por sucessivas mudanças de estratégia, às vezes contraditórias, como no caso do vai-e-volta das revistas.

O que não muda aparentemente é a política de corte de custos e enxugamento de equipes, que já custou perto de 500 postos jornalísticos. Mesmo em tempo de "valorização de conteúdo", os empregos continuam em risco.

Em fins de setembro, na mesma semana em que era lançada a biografia "Roberto Civita, o dono da banca", escrita pelo jornalista Carlos Maranhão, a Abril demitiu os editores André Seligman e Denis Russo, respectivamente de "Vip" e "Superinteressante". Há também casos de editores levados a acumular funções.

Nos corredores do prédio da Marginal Pinheiros, sede da editora, a "nova reestruturação de negócios" não é vista como capaz de interromper uma "estratégia: a dos voos do insaciável passaralho dos "donos da banca'.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Justiça fixa data do leilão da marca "Jornal do Brasil". Objetivo é cobrir pagamento de dívidas trabalhistas da empresa



(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

A marca ‘Jornal do Brasil’ vai a leilão no dia 25 de outubro, às 10h, no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), para cobrir o pagamento de R$ 619.954,35 em dívidas trabalhistas da empresa, de acordo com determinação da Justiça do Trabalho. O lance mínimo no pregão é de R$ 3,5 milhões.

O leilão contempla cerca de 70 ações que já foram julgadas em favor de ex-trabalhadores do JB em varas do Trabalho e Cível do Rio, do Espírito Santo e de Brasília. Para saber se o seu processo está entre eles, acesse o edital do leilão aqui.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro – SJPMRJ – está atento às movimentações e sempre à disposição dos colegas do extinto jornal, inclusive para lutar pelos direitos dos profissionais, dentro das nossas possibilidades judiciais.

A decisão da Justiça de leiloar a marca ‘Jornal do Brasil’ divide opiniões entre os jornalistas que moveram – e ganharam – ações trabalhistas contra a empresa nos últimos anos.

Alexandre Coelho, que foi redator e editor dos cadernos Barra e Niterói do JB, venceu, em 2012, ação na Justiça contra a empresa – que, ao demiti-lo, não pagou as verbas rescisórias. O pagamento da indenização, no entanto, foi efetuado somente em janeiro deste ano, de acordo com o jornalista. Ele diz ser favorável à realização do leilão em benefício dos trabalhadores que ainda não receberam.

“Sou a favor de qualquer medida que permita aos ex-funcionários do jornal receberem o que lhes é devido”, afirmou Coelho.

Já a jornalista Aimée Louchard, que lutou por dez anos até receber sua indenização do ‘JB’, acredita que, antes do leilão, a Justiça deveria ir atrás de todo o patrimônio pessoal do último dono do jornal, Nelson Tanure, para pagar as dívidas trabalhistas.

“Ele é o campeão de comprar empresas, demitir gente e fechá-las. E continua a fazê-lo como se não houvesse amanhã. É um crime de lesa-sociedade leiloar a marca Jornal do Brasil”, disse Louchard.

Em 2013, a Justiça do Rio reteve R$ 110 milhões de contas de Nelson Tanure e, no ano seguinte, destinou R$ 60 milhões do montante para o pagamento de dívidas trabalhistas. O restante foi usado para cobrir débitos do empresário com o Citibank. O dinheiro, no entanto, não foi o suficiente para cobrir todas as indenizações dos ex-funcionários.

Manchete e Bloch já foram leiloadas

O ‘Jornal do Brasil’ não é a primeira empresa de mídia do Rio a ter sua marca leiloada para o pagamento de dívidas trabalhistas. A Justiça já levou à leilão a marca Manchete e os títulos publicados pela Bloch Editores – empresa que faliu na década de 1990. De acordo com José Carlos Jesus, presidente da Comissão de ex-Empregados da Bloch Editores, o dinheiro foi usado para pagar indenizações de 2.500 trabalhadores.

“Já foram pagos os valores principais e o rateio de três parcelas da correção monetária. Atualmente estamos aguardando o pagamento do quarto rateio da correção monetária”, explicou.

LEIA NO SITE DO SJPMRJ, CLIQUE AQUI

Deu no Observatório da Imprensa: montanha russa de notícias reduz capacidade de reflexão



por Carlos Castilho (para o Observatório da Imprensa)

Ao renunciar esta semana ( 3/10)  à direção do sistema de rádio da emissora britânica BBC, Helen Boaden ressuscitou a expressão “jornalismo lento” (slow journalism) reabrindo um debate que foi atropelado pelo ritmo vertiginoso da corrida deflagrada pela maioria dos órgãos da imprensa em ser o primeiro a dar uma notícia.

A instantaneidade informativa foi de tal maneira incorporada à rotina jornalística que a surpresa ou espanto só se manifestam quando alguém decide propor algo diferente. Se a obsessão com a primazia já era grande na era analógica do jornalismo, ela se tornou ainda maior com a chegada da computação e da internet. Tão intensa que a maioria dos profissionais simplesmente não sentem que pode haver outras alternativas.

A priorização da velocidade ganhou ainda mais força com a multiplicação dos canais 24 horas de notícias na TV, onde além da urgência, a massificação informativa passou a ser a marca registrada deste tipo de programação. Uma mesma notícia é retransmitida várias vezes no mesmo dia, com raras atualizações, levando o espectador a achar que a repetição é sinônimo de relevância. Para as redações, a repetição é um recurso para encher espaços na transmissão e não ficar atrás dos concorrentes, o que acaba padronizando quase todos os noticiários, independente da emissora.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, CLIQUE AQUI

Mais uma para o folclore das redações: recadinho a jornalista no "Liberal' era para ser privê e acaba impresso na primeira página do jornal...


por Ed Sá
Um certo clima de descontração nas redações equilibra o stress dos fechamentos e da apuração de notícias na reta final da conclusão dos trabalho em jornais e revistas.

Desde os tempos da lauda e da composição a quente e a frio redatores mais irreverentes ou que gostam de viver perigosamente inserirem brincadeiras no material final.

Em uma grande editoria do Rio houve registros de uma gozação no chefe, um pedido de aumento e até uma cantada em uma diagramadora.

A maioria desses enxertos costuma ser retirada antes de o editor dar o ok final nas páginas, títulos, textos e legendas. Mas há uma alta taxa de risco e não raro a piada escapa e acaba impressa.

Foi o que aconteceu na chamada de capa do jornal Liberal, de Belém do Pará, na semana passada.

O título da matéria estampava: "Brasil pega Bolívia, mas o safado do Bruno não fez essa chamada".

Supõe-se que o redator encarregado saiu para um rápido cafezinho, ou para dar uma olhadinha no jogo Brasil X Bolívia, e esqueceu de fazer o título. O colega, ou o próprio editor, resolveu dar um recado-cobrança talvez com a intenção de o Bruno ver na tela do terminal o seu vacilo.

O que era uma mensagem interna driblou a revisão e chegou aos leitores do Liberal.

Restou ao jornal publicar no Facebook um sincero pedido de desculpas.





domingo, 9 de outubro de 2016

"Jornalismo de guerra" e tropas de choque da direita espalham calúnias, criam perfis falsos e mentem sobre Marcelo Freixo. Conheça o site que desmente a campanha ilegal...


INFORME-SE ANTES DE CAIR EM GOLPE ELEITORAL VISITE O SITE QUE DESMENTE CALÚNIAS QUE CIRCULAM NA WEB. CLIQUE AQUI 

Jornalistas concorrem a prêmio de literatura



por Niko Bolontrin
Amanhã acontecerá a cerimônia de entrega do Prêmio São Paulo de Literatura 2016.
Entre os 20 finalistas (autores de obras lançadas em 2015) estão vários jornalistas.
Há escritores como Julian Fuks, que foi repórter da Folha, Marcelo Rubens Paiva, colunista do Estadão, Noemi Jaffe, crítica da Folha, Paula Fábrio,  Raimundo Carrero, que trabalhou no Diário de Pernambuco, Alex Sens, que atuou em jornalismo cultural, Isabela Norinho, Julia Dantas e o moçambicano Mia Couto, do jornal notícia.
Em tempo de crise do mercado de jornalismo, não deixa de ser um alternativa a troca dos fatos pela ficção.
O Prêmio São Paulo oferece um total de R$ 400 mil aos vencedores das três categorias (Melhor Livro de Romance do Ano de 2015, Melhor Livro do Ano de Romance - Autor Estreante + 40 anos e Melhor Livro do Ano de Romance - 40 anos).

ATUALIZAÇÃO EM 11/10/2016 -
O Prêmio São Paulo de Literatura 2016 anunciou os vencedores de Melhor Romance (Beatriz Bracher, com "Anatomia do Paraíso"). Entre os estreantes, Rafael Gallo, autor de "Rebentar", venceu na categoria de escritores com menos de 40 anos, e Marcelo Maluf, com "A imensidão íntima dos carneiros", foi o premiado entre os autores acima de  40 anos.

Bike power em Paris: poder feminino sobre duas rodas.









Fotos J.Esmeraldo Gonçalves

Nas cidades brasileiras, desafiar o trânsito sobre bikes é prova de coragem. Tanto que, especialmente nas grandes capitais, bicicletas são usadas menos como meio de transporte do que como veículo de lazer na segurança das ciclovias.
Nesse item, a mudança de mentalidade enfrenta reações conservadoras daqueles que defendem o eterno privilégio para carros ou exercitam a patologia da má educação ou da incivilidade.
São Paulo é um exemplo: o prefeito eleito já demonstra publicamente incompreensão pela função das ciclovias. E já é conhecido, pois viralizou na internet, o vídeo em que coxinhas motorizados da Pauliceia agridem um ciclista, que lá são por eles considerados "indivíduos de alta periculosidade" social.
Em Paris, cidade que é dotada de um sistema metroviário de amplo alcance, mas, apesar disso, registra alguns engarramentos em várias e importantes avenidas, condutores de carros, ônibus e caminhões são bem mais amigáveis com ciclistas (e pedestres). Tanto que a bicicleta é um meio de transporte natural para muitas mulheres.
As fotos acima (com mais informação do que propriamente foco)  foram feitas em ruas e avenidas sem ciclovias.
As ciclistas disputavam espaço com carros, ônibus, máquinas e caminhões.
Nem por isso foram alvo de manobras agressivas ou viraram estatística de acidentes.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Folha: delação contra jornalistas

por Luis Nassif  (do GGN)

Passo 1 - a matéria sem gancho da Folha

Na quinta-feira, a Folha de S Paulo publicou uma não-matéria.

A não-notícia é que o governo Temer resolveu proibir toda publicidade de empresas públicas nos blogs críticos a ele. Ora, esse fato ocorreu no primeiro dia em que Temer assumiu o cargo. Qual a novidade para justificar a matéria? Nenhuma.

O gancho da matéria é o não-fato de que, desde que Temer anunciou a proibição de publicidade de empresas públicas nos blogs, nenhum órgão público anunciou mais nos blogs. Cadê a notícia?

A reportagem usou a não-notícia como álibi para falar dos valores aplicados nos blogs no ano passado, recusando-se a comparar com os valores investidos na velha mídia, tanto antes como depois dos vetos políticos aos blogs.

Tem lógica? Do ponto de vista jornalístico, não. Do ponto de vista político, sim.

Entende-se a reportagem juntando outras peças do jogo:

1. A PGR (Procuradoria Geral da República) insiste na tese da organização criminosa nacional, infiltrada em todos os poros da República, submetida a um comando central. A Lava Jato reitera essa versão.

2. O TRF4 (Tribunal Regional Eleitoral da 4a Região) autoriza o Estado de Exceção e consequentemente a aplicação do direito penal do inimigo.

Com base nesses dois pontos, qualquer crítica à Lava Jato pode ser enquadrada como articulação da organização criminosa.

Todos os sinais são  de que se arma  uma ofensiva contra todos os pontos críticos à Lava Jato e ao golpe. O próximo passo será investir contra os blogs, que a Folha trata como se fosse uma organização vinculada ao comando central.

Até agora, esse estímulo à barbárie se dava de forma diluída, com colunistas endossando as arbitrariedades, colocando lenha na fogueira, mas sem nominar os "inimigos" a serem alvejados.

Com Otávio Frias Filho, a Folha abre mão dos pruridos e torna-se o primeiro veículo a partir para a delação explícita, sendo secundada por blogueiros especializados em deduragem.

O que está por trás disso?

Passo 2 - a incompatibilidade do golpe com a liberdade de expressão

Como alertei em vários capítulos da série Xadrez, os passos iniciais do golpe permitiam o exercício da hipocrisia. Para Fulano A apoiar o golpe, sem afetar sua imagem, as pessoas têm que acreditar que ele acredita que o golpe foi feito para combater a corrupção. Para Fulano B apoiar, as pessoas precisam crer que ele acredita que a Lava Jato é politicamente isenta. Para apoiar o governo Temer, o Fulano C tem que esquecer as denúncias que já saíram contra Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e o próprio Michel Temer e fingir que acredita que eles sào verdadeiros varões de Plutarco.

Por mais que seja difícil acreditar, a sociedade brasileira ainda está submetida a algumas formas de restrição de consciência, mesmo com a velha mídia tratando-a como fraqueza moral em sua linha editorial. Grandes atos de canalhice, falta de isonomia, delação, posições arbitrárias, injustiças ainda têm o condão de despertar sentimentos de indignação.

Ainda há algumas linhas morais que não podem ser ultrapassadas, sob risco de manchar indelevelmente a reputação de quem o fizer.

Com a liberdade de expressão da Internet e das redes sociais, esse jogo da hipocrisia, de fingir que não se sabe, torna-se inviável.

Dia desses, um post sobre a delação de Eike Baptista -mostrando como os procuradores da Lava Jato fugiam de qualquer menção ao PSDB - rendeu mais de 420 mil visualizações apenas no GGN, sem contar a reprodução em vários outros sites independentes e blogs. A série do Xadrez tem conseguido de 60 a 100 mil visualizações únicas no GGN, também sem contar a republicação por outros sítios. O mesmo acontece com artigos de outros blogs.

Com o avanço do Estado de Exceção, esse jogo de delações praticado pela Folha cria a possibilidade concreta de mandar blogueiros para a cadeia, submetê-los a processos, ou intimidá-los ante o risco de serem alvo de arbitrariedades. Vivem-se tempos de exceção.

Mesmo sabendo disso, a Folha não vacilou. Aparentemente, Otávio decidiu atravessar a tal linha moral.

Hoje em dia, os blogs independentes são a última cidadela contra a escalada do arbítrio. É nesses blogs que as consciências individuais, nas diversas áreas profissionais, vêm buscar ânimo para romper com a cultura do medo que se instalou no seu meio e no país

Se conseguirem nos calar - como pretende Otavinho - os próximos alvos serão os próprios jornais, assim que ousarem se colocar minimamente no caminho do arbítrio. Não existe arbitrariedade que se esgote em si. Cada ato desses cria jurisprudência, abrindo espaço para sua reiteração.

Passo 3 - a bolsa mídia e o pacto com Temer

A segunda razão dessa armação contra os blogs tem a ver com a bolsa-mídia, em preparação no governo Temer. Seu preparo já foi suficiente para segurar as denúncias contra o Ministro-Chefe da Casa Civil Eliseu Padilha. De uma das grandes capivaras do meio político, Padilha tornou-se um douto senhor, pontificando sobre temas complexos e sendo tratado com respeito reverencial.

Como expliquei em outros lances do Xadrez, provavelmente a bolsa-mídia consistirá nas seguintes etapas:

1. Financiamento do BNDES.

2. Publicidade oficial maciça, com campanhas e cadernos especiais bancados pelos Ministérios.

3. Operação fisco. Na crise, a primeira conta a não ser paga é com o fisco. Em outros tempos, grupos de mídia conseguiram se safar de multas bilionárias através de diversos expedientes, como advogados da União perdendo prazo, redução retroativa de alíquotas de impostos, desaparecimento de processos na Receita.

Com liberdade de expressão, esses caminhos tornam-se complexos. Por isso mesmo, a agressão contra os blogs não irá parar na reportagem de hoje.

Lembro que foi uma firme posição moral que, nos idos dos 80 e 90 transformou a Folha no maior jornal do país.

Nos tempos em que havia um comercial lembrando:

“É possível contar um monte de mentiras, dizendo só a verdade. Cuidado com a informação do jornal que você recebe. Folha de São Paulo: o jornal que mais se compra. E que nunca se vende”.

Agora, uma frouxidão moral inesculpável poderá ser o seu epitáfio.

PS – Meus respeitos ao repórter desconhecido, que se recusou a assinar a matéria na Folha, sabendo que seria utilizada como instrumento de delação de colegas.

A demissão de Trajano da ESPN é um prenúncio da caça às bruxas nas grandes corporações jornalísticas brasileiras

por Paulo Nogueira Batista (do DCM).

Esquerdistas como Trajano estão sob a mira da plutocracia.

Me veio à cabeça um episódio narrado num documento por Armando Falcão, ministro de Geisel, no começo do fim da ditadura.

O Jornal do Brasil, então o diário mais influente do país, contratara como colunista Carlos Lacerda, então já um inimigo mortal do regime.

Falcão marcou uma conversa com o dono do jornal. Disse a ele que caso Lacerda fosse mesmo efetivado como colunista acabariam as mamatas: dinheiro fácil de publicidade, perdões fiscais, financiamentos em bancos públicos a juros maternais, isenção de impostos na compra do papel.

Temos muitas armas para controlar a imprensa, disse Falcão a Geisel.

Bem, Lacerda sumiu do JB.

Imagine a ESPN pleiteando anúncio no governo Temer. É fácil pensar em algum burocrata que diz: “Sim, mas sem o Trajano”.

Quanto tempo vão durar os raros jornalistas de esquerda que sobreviveram na mídia plutocrática?

Trajano, arrisco dizer, é o primeiro de uma série.

A diferença hoje, em relação aos tempos de Geisel e seu ministro Falcão, é que há um refúgio para os perseguidos: os sites de esquerda.

Seria uma honra enorme para o DCM, por exemplo, ter Trajano em seus quadros.

Quem sabe?

A internet cresce a despeito das corporações plutocráticas. Se elas pudessem, liquidavam não apenas os sites de esquerda mas a internet como um todo, que acabou com seu monopólio de opinião e de escolha do que é ou não notícia.

Mas não podem.

Isso é um grande avanço para a sociedade.

Em breve, Trajano veiculará seus vídeos na internet — onde audência, e isso ele tem de sobra, significa também dinheiro.

Há uma coisa chamada “publicidade programática” que cresce explosivamente no mundo. Nela, os anunciantes vão em busca simplesmente de público. Na Inglaterra, metade da propaganda digital é programática.

É péssimo para as agências tradicionais e para as empresas de midia tradicionais — mas uma beleza para a democracia.

O DCM já se sustenta virtualmente com a publicidade programática.

Para Trajano, com a marca que construiu, vai ser, como ele gosta de dizer, mamão com açúcar.

sábado, 1 de outubro de 2016

Em crise...

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

"Companheiros jornalistas,

A grave situação financeira do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro foi motivo de debate durante a campanha eleitoral deste ano. Todos já sabiam, com base em informações da própria gestão que encerrava seu mandato, que nossa entidade sindical estava literalmente quebrada. Mas o quadro enfrentado pela nova Diretoria em seu primeiro mês de atuação mostrou-se bem mais sério – dramático mesmo.

Assumimos a direção do Sindicato em 26 de agosto. Nesse mesmo dia foram pagos, ainda pela gestão que terminava o mandato, os salários dos funcionários referentes à segunda quinzena do mês – algo em torno de R$ 9.200,00. A partir desse pagamento começamos a viver o drama de uma entidade em situação pré-falimentar, pois as contas bancárias ficaram praticamente zeradas.

A situação é tão crítica, que não houve recursos em caixa para o envio, pelo Correio, dos boletos das mensalidades com vencimento em 15 de setembro. A entidade solicitou – e permanece solicitando – que os colegas jornalistas fizessem um esforço para que esse pagamento seja realizado nas dependências do Sindicato, através de depósito em caixa eletrônico ou por meio de transferência entre contas."
LEIA NO SITE DO SJPMRJ, CLIQUE AQUI

Livros condenados?

(do jornal Floripa) 
Se o anúncio do fechamento da Cosac Naify, no fim do ano passado, pegou os autores da casa de surpresa, a notícia de que as sobras de seu estoque podem ser destruídas até 31 de dezembro trouxe um sentimento geral de desolação — mas também uma pressa redobrada. , diretor financeiro da editora, a informação fez os escritores acelerarem a busca para reaver os últimos exemplares de suas obras e salvá-los da “fogueira”. Paralelamente à venda pela Amazon de todo o estoque da Cosac a preços reduzidos — a partir de um acordo fechado recentemente —, alguns escritores aproveitam os descontos previstos em seus contratos (que chegam a 70%) para comprar seus próprios títulos com a editora. Outros esperam dela uma proposta de doação. Há, ainda, os que se dizem perdidos, sem saber como proceder, já que não foram procurados pela empresa editorial. — Estou, no momento, tentando um contato na Cosac para ver se eles terão algum esquema para os autores — conta Vanessa Barbara, que nos últimos dias vem divulgando nas redes sociais o seu “O livro amarelo do terminal” (2008), para “salvá-lo do esquartejamento”. — É uma pena isso tudo, dá vontade de ir ao estoque, se acorrentar aos livros e depois levar todos pra casa. Desde que Charles Cosac encerrou bruscamente as atividades de sua empresa, as dúvidas sobre o futuro das obras atormentam os autores. Gerente-geral para livros impressos da Amazon, Daniel Mazini informa que a varejista comprou 1.350 títulos — destes, porém, apenas 250 já se esgotaram tanto no estoque dela quanto no da Cosac. Entre os mais vendidos não estão os autores nacionais, mas os clássicos estrangeiros, como “Guerra e paz” e “Os miseráveis”. Os estrangeiros também dominam a lista dos esgotados, como “O clube do suicídio e outras histórias”, de Robert L. Stevenson; “Onde vivem os monstros”, de Maurice Sendak; e “O que é o cinema?”, de André Bazin. Em março, a Cosac confirmou a transferência de 300 títulos para as editoras do Sesi e do Senai. Parte do catálogo também foi vendida para a Companhia das Letras.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA DO JORNAL FLORIPA, CLIQUE AQUI

Perdeu, censura... Deu no Portal Imprensa

 (do Portal Imprensa) 

O apresentador e candidato do PRB à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, entrou com uma ação na Justiça Eleitoral para tentar tirar do ar a reportagem "Caixa de supermercado diz: "Celso Russomanno me humilhou…", escrita por Gustavo Aranda e Vinícius Segalla, do grupo independente Jornalistas Livres.

Crédito:Agência Câmara

Russomanno havia argumentado que a reportagem prejudica sua candidatura

A reportagem do grupo conversou com a ex-caixa do supermercado “Dia %” Cleide Cruz, que aparece no polêmico vídeo, gravado há dez anos, em que o candidato aparece ameaçando conduzir a balconista para a delegacia.

Segundo os Jornalistas Livres, o processo, movido por 11 advogados contratados por Russomanno, foi rejeitado pelo juiz Sidney da Silva Braga, da 1ª zona eleitoral de São Paulo. O magistrado concluiu que não há motivos que justifiquem a retirada do texto do ar, muito menos sem antes procurar a rede para apresentar sua defesa.

Russomanno havia argumentado que a reportagem prejudica sua candidatura e, por isso, seria uma espécie de campanha negativa contra ele, o que não é permitido por lei. A Justiça, no entendo, não considerou os argumentos.

Os Jornalistas Livres defenderam que têm o direito à liberdade de imprensa e expressão em reportagens e que a imparcialidade é clara já que os leitores tiveram acesso ao ponto de vista de todos os envolvidos no episódio e podem formar sua opinião sobre os fatos.

"A matéria incluiu até mesmo um 'outro lado' de Celso Russomano no caso . Aliás, foi por isso mesmo que o candidato sequer pediu "direito de resposta" no processo. Há litigância de má-fé de Russomanno contra os Jornalistas Livres", acrescentaram.

Agora, o defensor da rede de coletivos responderá aos 1 causídicos de Russomanno. Nos próximos dias, a Justiça deve decidir se a reportagem publicada se trata de propaganda ou de material noticioso.

Paris, fotocrônica...








Fotos J.Esmeraldo Gonçalves

domingo, 25 de setembro de 2016

Instituto Moreira Salles adquire arquivos de fotos do "O Jornal", "Diário da Noite" e "Jornal do Commercio"



Ao longo da sua travessia jornalística muitas vezes polêmica mas sempre profícua, os Diários Associados produziram boa parte da memória fotojornalística brasileira.

Não apenas a geração de imagens que formam o espetacular acervo da revista "O Cruzeiro', que permanece ativo e preservado em poder do jornal Estado de Minas, mas o de dezenas de jornais de Assis Chateaubriand que registravam os fatos, especialmente do Rio de Janeiro, a antiga capital do país.

Segundo a coluna Ancelmo Gois, no Globo de hoje, o Instituto Moreira Salles, que mantém uma elogiável política de valorização do fotojornalismo, acaba de adquirir os arquivos do "Diário da Noite", do "O Jornal" e do "Jornal do Commercio".

Uma ótima notícia.

Impossível deixar de lembrar aqui, a propósito, o misterioso destino de um acervo igualmente importante.

Desde que foi leiloado, há alguns anos, o arquivo fotográfico das revistas da antiga Bloch (Manchete, Fatos & Fotos, Amiga, Desfile, Fatos, ElaEla, Sétimo Céu, Carinho, Tendência, Manchete Rural, Mulher de Hoje, Pais & Filhos, Enciclopédia Bloch, Domingo Ilustrado, Geográfica, entre outras publicações) permanece inalcançável.

Os maiores profissionais do país passaram pela Manchete. Inúmeros outros jovens fotógrafos, hoje consagrados, lá iniciaram suas carreiras.

Não se sabe, na verdade, onde estão e em que condições estão guardados milhões de negativos, cromos e ampliações produzidos ao longo de 48 anos, além de coleções particulares e jornalísticas anteriores a 1952, data de lançamento da Manchete, adquiridas por Adolpho Bloch. É tão frequente quanto inútil a busca, por parte de escritores, pesquisadores e documentaristas, de imagens icônicas do acervo sumido.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro já procurou informações via Justiça, há poucos anos.

Em vão.

Com o sumiço, rumores não confirmados, digamos, "lendas urbanas", correm entre alguns fotógrafos: um grupo de mídia teria adquirido secretamente o acervo; o arquivo não seria mais digno desse nome por ter sido desmembrado; o material já estaria deteriorado. Até uma versão mais hilária já foi considerada: Bill Gates comprou o arquivo, digitalizou tudo, e guardou os originais em uma antiga mina de sal.

Lamentavelmente, entre surrealidades e fantasias, o fato é que o acervo da Bloch não encontrou um IMS no meio do caminho.

Um IMS ou outra instituição pública ou privada capaz de um gesto de cidadania: o de recolher valiosa memória jornalística hoje à deriva.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O preso que trolou a República...

Reprodução

por Omelete 

Matéria do Globo de hoje na editoria Comédia. 

Um presidiário manda uma carta para o STF, encaminhada ao ministro Lewandovski. 

Nas mal traçadas linhas - a missiva era manuscrita - o detento afirma que trabalhou no sitio em Atibaia, aquele que segundo convicções pertenceria a Lula, onde roubou um computador do ex-presidente. 

Coisas do arco da velha o HD da máquina guardava, segundo o preso, que também testemunhou canalhices mil no tempo em que trabalhou no sítio. E mais: o denunciante garantia que poderia indicar mansão de Lula em outro sítio, em Minas Gerais. 

As autoridades exultaram: o homem era praticamente o deep throat do Watergate que afogaria de vez o ex-presidente Lula. De banho tomado e cueca limpa o preso foi preparado para o grande momento. Moro designou dois procuradores para ouvir a denúncia do sujeito. Alta ansiedade no posto avançado da Lava Jato, em Marília, Paraná. Câmeras e gravadores ligados, escrivão a postos, taquigrafia idem, o esquema para vazamento do dossiê já acionado. Mas o "depoimento" foi apenas hilário. Era um golpe. 
O detento tentava, quem sabe, se encaixar em uma delação premiada. 

Deve ter raciocinado: "se todo mundo pode porque não eu"?.

Segundo o Globo, o MPF nada comenta sobre o caso.

O preso voltou para sua cela com uma bela história para contar.

Por alguns dias, ele foi um dos homens mais importantes da República.
Dizem que Lula deve passar o Natal na cadeia. Há rumores de que estão esperando apenas passar as eleições. 

Mas o tal preso que quase virou ídolo do STF da Lava Jato teria antecipado o processo. O depoimento cômico foi colhido, segundo o Globo, há poucos dias. 

Atenção: os personagens do enredo acima não são mera coincidência. 

Qualquer semelhança com fatos reais é mera realidade. 



quinta-feira, 22 de setembro de 2016

"David Zingg no Notícias Populares": MIS de São Paulo expõe imagens do fotógrafo americano que adotou o Brasil e, nos anos 60, trabalhou na revista Manchete

Caetano Veloso segura foto de João Gilberto, em 1986.
Foto de David Zingg/Divulgação MIS
por Ed Sá 
Será aberta dia 27 de setembro no MIS (Museu da Imagem e do Som, Av. Europa, 158, São Paulo) uma exposição de fotos de David Drew Zingg.

O tema são as imagens que Zingg fez no período em que trabalhou no Noticias Populares, da capital paulista.

Em 1986, ele se ofereceu para fazer um "estágio" no jornal. O rico universo da publicação de foco popular muito interessou ao fotógrafo.

Periferia, mulheres e personagens populares da cidade compuseram as cenas urbanas que atravessaram as lentes de Zingg na fase NP. Ao "sensacionalismo", marca da publicação, ele impôs uma nuance intimista e reveladora de tipos e figuras da periferia da metrópole.

Mas sua obra, claro, vai muito além e já foi objeto de exposições de espectro angularmente maior, reunindo fotos representativas de toda a obra

Zingg documentou, por exemplo, o Brasil dos anos 1960, de Brasília à Bossa Nova, fez capas de disco memoráveis, registrou o universo rural brasileiro, capturou belas mulheres, esportistas, monumentos arquitetônicos e líderes mundiais.

Em 1959, veio ao Brasil, enviado pela Life. Também trabalhou em outra ilustrada, a Look. O que era para ser uma pauta - a regata oceânica Buenos Aires-Rio - transformou-se em uma vida. Zingg descobriu o Brasil - morou aqui por mais de 40 anos -, onde realizou muitas reportagens, incluindo a construção de Brasília, tema que fascinou os editores da Life, ensaios, retratos, cartazes e campanhas publicitárias.

Ao se fixar no Rio procurou, por óbvia afinidade com veículos de fotojornalismo, a revista Manchete, onde atuou por cerca de três anos nos anos 1960.

João Gilberto, Vinicius de Moraes, JK, Leila Diniz, o carnaval, a festa móvel da Ipanema de então foram espelhados pelas suas lentes.
Leila Diniz em capa da Realidade
fotografada
por David Zingg. Reprodução

Pouco depois, na reta final da década, engajou-se no projeto da revista Realidade, em São Paulo. Na Abril ainda trabalhou para a Playboy, Cláudia e Veja.

Zingg costumava dizer que só o tempo confere a uma foto o valor que ela realmente tem.

O fotógrafo, que morreu em 2000 aos 77 anos, viveu para ver sua obra - hoje no acervo do Instituto Moreira Salles
-, reconhecida e admirada.

A mostra "David Zingg no Notícias Populares" ficará em cartaz no MIS de SP até o dia 4 de novembro.

Eu, hein? Serra está precisando de um power point para entender as letrinhas dos Brics...


A inacreditável performance de José Serra em entrevista viralizou na internet. Parece cena de um filme de Mel Brooks. Clique AQUI

Terroristas islâmicos proibem uso de camisas de times de futebol nas áreas ocupadas da Síria.

Reprodução Internet
por Niko Bolontrin 
Quando religião se torna ideologia e politiza seus dogmas o resultado, que a história demonstra, é um ritual de violência, guerras, opressão, torturas, escravidão, terrorismo e o consequente sacrifício da liberdade em altares, templos, mesquitas e igrejas.

O Brasil assiste a um processo já mais do que embrionário da politização de uma corrente religiosa e já registra episódios de violência e imposição de leis que impactam nos direitos individuais. Está literalmente brincando com fogo.

Alguns sinais dessa forma de opressão em alta no mundo têm sido definidos por sociólogos e assemelhados como "culturais". Bobagem, ingenuidade ou má fé. Um exemplo recente está no centro da polêmica sobre o uso do burkini nas praias da França. Proibida, liberada, criticada ou defendida, a veste islâmica que surgiu no verão europeu sinaliza exemplarmente o sufocamento da mulher pela religião totalitária. De "cultural" nada tem.

O Estado Islâmico na sua escalada irracional acaba de dar mais um exemplo de perigosa insanidade. A organização islâmica terrorista emitiu uma ordem de punição com 50 chibatadas para quem for flagrado usando uniforme de uma seleção ou clube europeu na Síria.

Camisas e símbolos de times como Barcelona, Real Madrid e Milan, seleções da Alemanha, França e Estados Unidos, entre outras, e marcas globais do tipo Adidas, Umbro e Nike estão banidos dos territórios ocupados pelos terroristas. O Daesh já havia declaradoo futebol como prática anti-islâmica.

Não se sabe de onde os terroristas tiram tais fundamentos certamente não previstos no Alcorão, já que nem Barcelona, nem Nike, nem sequer o futebol existiam nos tempos do profeta.

Imaginem o que não fariam os terroristas se encontrassem um vascaíno.

Além de ter como símbolo a Cruz de Malta (historiadores dizem que, na verdade, é a Cruz Pátea que enfeitava as caravelas), o Vasco usa uniformes da Umbro inglesa. Um torcedor assim vestido, ainda mais ostentando o logotipo das Cruzadas, seria duplamente decapitado

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Revistas americanas registram as últimas semanas do casal Obama-Michelle na Casa Branca






Reprosução Facebook/Essence























por Clara S. Britto
Depois de oito anos na Casa Branca, Barack e Michele Obama se preparam para voltar ao mundo real. Na reta final, com Obama envolvido na campanha de Hillary Clinton à sua sucessão, Michelle tem estado mais disponível para as revistas e posado para várias capas. As mais recentes são a In Style e a Essence, edições de outubro.

Nas matérias, a primeira-dama fala sobre o que fará após deixar Washington.

Ela diz que se envolverá em projetos de educação, pretende estar presente nas redes sociais. E afirma se orgulhar de ter possibilitado, junto com o presidente, a toda uma geração de crianças negras crescerem venho na Casa Branca alguém que se parece com eles.

A Essence contou com o casal para um ensaio de despedida. Entre um palanque e outro, Obama topou fazer um ensaio fotográfico e deu uma entrevista mais pessoal.

Indagado sobre qual será o seu legado, ele foi modesto e declarou que a vida segue e o seu legado ainda será construídos. Mas ambos demonstraram estar ansiosos para deixar a Casa Branca. Recentemente.

Michelle compartilhou a opinião de que oito anos são mais do que suficientes, está na hora da família ir cuidar da vida.

Ligadas à moda, as duas revistas queriam há tempos o casal nas suas páginas. Explica-se: os editores avaliam que Obama e, principalmente, Michelle, pelo seu estilo all american, serão lembrados com carinho pela industria da moda dos Estados Unidos pelo apoio ao setor e a divulgação que deram aos estilistas locais. Obama já afirmou que a moda é item importante na diplomacia cultural.

Rio 2016-Tóquio 2020: o último ato e a próxima parada

Festa de encerramento dos Jogos Paralímpicos: Tóquio convida...


A bandeira paralímpica se despede

No Maracanã, o agradecimento dos atletas



Yuriko Koiko, governadora de Tóquio, a próxima Cidade Paralímpica, recebe a bandeira do prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Fotos de Fernando Frazão/Agência Brasil

domingo, 18 de setembro de 2016

O Brasil é agora o país da convicção... Mas isso é só uma ligeira impressão... sem provas

por Flávio Sépia
A tal inovação judicial de convicção sem provas levou a palavrinha para os trend topics da semana.
E a convicção foi parar na capa da Época.
Juristas renomados avaliam que abre-se uma nova era no Brasil. Já há muitos exemplos por aí. Um cronista conceituado escreveu que o protesto do elenco do filme "Aquarius", em Cannes, foi jogada de marketing. Ele não tem provas mas tem convicção. O Corinthias perdeu do Palmeiras, ontem, e demitiu o técnico Christovão Borge. O time anda jogando uma bolinha safada mas a diretoria tinha a convicção de que o treinador era o culpado. Os Estados Unidos bombardearam soldados da Síria que lutavam contra o Estado Islâmico e com isso deram uma ajudinha aos terroristas. Os americanos não tinham provas, mas tinham convicção de que jogavam bombas em tropas do EI. Eduardo Cunha continua solto: procuradores têm provas mas não tem convicção de que ele é culpado. A ONU não tem provas mas tem a convicção de que Temer é presidente. Jornalista português diz que Paralimpíada é um "circo". Ele não tem provas mas nós temos a convicção de que o sujeito é um idiota. Presidente do TSE diz que julgamento da ação contra chapa de Dilma e Temer fica pra 2017. Nós temos a convicção de que vai ficar para depois de 2018. Tenho a ligeira impressão mas não tenho provas de que o Código Penal vai mudar o nome para Código das Convicções...