(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)
A marca ‘Jornal do Brasil’ vai a leilão no dia 25 de outubro, às 10h, no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), para cobrir o pagamento de R$ 619.954,35 em dívidas trabalhistas da empresa, de acordo com determinação da Justiça do Trabalho. O lance mínimo no pregão é de R$ 3,5 milhões.
O leilão contempla cerca de 70 ações que já foram julgadas em favor de ex-trabalhadores do JB em varas do Trabalho e Cível do Rio, do Espírito Santo e de Brasília. Para saber se o seu processo está entre eles, acesse o edital do leilão aqui.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro – SJPMRJ – está atento às movimentações e sempre à disposição dos colegas do extinto jornal, inclusive para lutar pelos direitos dos profissionais, dentro das nossas possibilidades judiciais.
A decisão da Justiça de leiloar a marca ‘Jornal do Brasil’ divide opiniões entre os jornalistas que moveram – e ganharam – ações trabalhistas contra a empresa nos últimos anos.
Alexandre Coelho, que foi redator e editor dos cadernos Barra e Niterói do JB, venceu, em 2012, ação na Justiça contra a empresa – que, ao demiti-lo, não pagou as verbas rescisórias. O pagamento da indenização, no entanto, foi efetuado somente em janeiro deste ano, de acordo com o jornalista. Ele diz ser favorável à realização do leilão em benefício dos trabalhadores que ainda não receberam.
“Sou a favor de qualquer medida que permita aos ex-funcionários do jornal receberem o que lhes é devido”, afirmou Coelho.
Já a jornalista Aimée Louchard, que lutou por dez anos até receber sua indenização do ‘JB’, acredita que, antes do leilão, a Justiça deveria ir atrás de todo o patrimônio pessoal do último dono do jornal, Nelson Tanure, para pagar as dívidas trabalhistas.
“Ele é o campeão de comprar empresas, demitir gente e fechá-las. E continua a fazê-lo como se não houvesse amanhã. É um crime de lesa-sociedade leiloar a marca Jornal do Brasil”, disse Louchard.
Em 2013, a Justiça do Rio reteve R$ 110 milhões de contas de Nelson Tanure e, no ano seguinte, destinou R$ 60 milhões do montante para o pagamento de dívidas trabalhistas. O restante foi usado para cobrir débitos do empresário com o Citibank. O dinheiro, no entanto, não foi o suficiente para cobrir todas as indenizações dos ex-funcionários.
Manchete e Bloch já foram leiloadas
O ‘Jornal do Brasil’ não é a primeira empresa de mídia do Rio a ter sua marca leiloada para o pagamento de dívidas trabalhistas. A Justiça já levou à leilão a marca Manchete e os títulos publicados pela Bloch Editores – empresa que faliu na década de 1990. De acordo com José Carlos Jesus, presidente da Comissão de ex-Empregados da Bloch Editores, o dinheiro foi usado para pagar indenizações de 2.500 trabalhadores.
“Já foram pagos os valores principais e o rateio de três parcelas da correção monetária. Atualmente estamos aguardando o pagamento do quarto rateio da correção monetária”, explicou.
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