domingo, 13 de setembro de 2009

A paz venceu... em Veneza


O Festival Internacional de Cinema de Veneza premiou ontem, com o Leão de Ouro, "Lebanon", obra pacifista do israelense Samuel Maoz. O filme narra 24 horas na vida de jovens soldados no interior de um tanque durante a primeira guerra do Líbano, em 1982. Ao receber o prêmio, Maoz, que participou da guerra quando tinha 20 anos, dedicou o prêmio "às milhares de pessoas no mundo que voltam de uma guerra, como eu, aparentemente bem, que se casam e têm filhos, mas que em seu interior sentem um vazio na alma". Alguém já disse, talvez Hemingway?, que as cicatrizes de uma guerra não se fecham no campo de batalha e não se curam depois...

Deu na "Época"


Participe da campanha: "dê um corretor ortográfico urgente para as celebridades.

Domingo musical

Um link para a música: a Quinta Sinfonia, de Beethoven, visualizada no You Tube. Cada barra
colorida equivale a um instrumento ou a naipes de instrumentos. Isso me faz lembrar a velha piada sobre o casal de novo-rico que saiu da Barra para assistir a uma apresentação da Orquestra Sinfônica no Theatro Municipal. Depois de enfrentar um engarrafamento, coisa normal na Miami carioca, o casal se acomodou na platéia exatamente no instante em que o maestro anunciou que a orquestra executaria a Quinta Sinfonia. Enfurecido, o marido falou pra mulher: "Não te falei pra não se atrasar? Já perdemos quatro sinfonias".
O link leva ao site Neatorama onde, rolando a página, chega-se ao vídeo do You Yube e tambem à relação cor/instrumento. Link: Beethoven em gráficos

sábado, 12 de setembro de 2009

Da baú do paniscumovum




Em dezembro de 1954, Manchete, edição número 140 - então dirigda por Otto Lara Resende -quis retribuir os cartões de Natal recebidos pela redação. Acima de um texto com os tradicionais votos de próspero Ano Novo, a revista publicou esta caricatura do Borjalo, com jornalistas e diretores devidamente identificados. Mal comparando, é mais ou menos o que se vê hoje na seção Por Dentro do Globo (no canto esquerdo inferior da página 2 do jornal carioca), que retrata cenas e personagens de redação. Estavam lá, no traço de Borjalo, Adolpho Bloch, Otto Lara Resende, Ibrahim Sued, Oscar Bloch, José Guilherme Mendes, Nelson Sampaio, Henry Moeller, Salvyano Cavalcante de Paiva, Arnaldo Bloch, Dirceu Nascimento, Darwin Brandão e Wilson Passos. Veja as reproduções.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Polêmica na rede

Segundo a coluna Zapping, da Folha, a Globo distribuiu um comunicado interno restringindo o uso de mídias sociais como orkut, blogs, twitter. E proibiu que colaboradores da empresa comentem temas ligados à emissora. Para ter perfis na rede, os artistas deverão pedir permissão. Ainda se a norma se referisse a atitudes dentro da empresa, uso de equipamentos etc, vá lá. Pedir cautela ou cuidados redobrados ao comentar seja na rede ou com a vizinha assuntos internos de uma empresa, ok, é comportamento que o bom senso impõe aos profissionais. Se a proibição absoluta se efetivar, há exagero aí. É como se a Santa Marta Fabril, no começo do século passado, proibisse que os seus funcionários escrevessem... cartas. A literatura teria perdido páginas memoráveis se, por exemplo, a Câmara Municipal de Palmeira dos Indios baixasse um decreto proibindo que o seu prefeito escrevesse cartas sobre a sua rotina administrativa. As missivas de Graciliano Ramos estariam, então, até hoje, mofando nas gavetas da burocracia.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Deu no Jornalistas&Cia



A edição 709 do Jornalistas&Cia fala deste blog. Leia no link: Vitor Sznejder e paniscumovum

Hardware que resiste nas redações


Um desafio para o Vale do Silício: redações informatizadas, computadores de última geração, HDs, câmeras digitais etc etc, mas o chamado "pau do jornal", com todo o respeito, sobrevive bravamente tal como foi bolado há decadas: jornais do dia montados em um cavalete com hastes duplas presas por parafusos-borboleta. Simples, meio trambolho que atravanca corredores, mas cadê o substituto?

A vitória da informação

Está hoje nos sites de todo o mundo: a Internet é a vitória da informação, da liberdade de imprensa e de opinião.  É um novo palco para o discurso político; nela, a vitória é representada pela qualidade, e não pelo tipo, porte ou antiguidade da mídia. Ao contrário do que supõem alguns catastrofistas, ela não destrói nem ultrapassa os veículos já existentes: ao contrário, a Internet melhora o jornalismo.  Ela o libera para buscar novas idéias e formatos - num processo de constante mudança não apenas no que diz respeito às tecnologias da comunicação, mas também e principalmente de novas maneiras de pensar e formatar os relacionamentos sociais. Essa é a essência do Manifesto Internet,  dezessete conceitos publicados por um grupo de quinze blogueiros e jornalistas alemães,  num documento que o colega Julio Hungria postou no www.bluebus.com.br  de hoje.  Está acessível em diversas línguas, inclusive no castiço português de nossos irmãos d'além mar, em http://manifesto-internet.org/. Sua leitura é saborosa e reconfortante, a nós, profissionais desse ofício; e incômoda,  porém instrutiva,  aos parlamentares e outros "legisladores" que ainda não entenderam o fenômeno da Web e pretendem regulá-la como se fosse possível revogar a lei da gravidade.  Aos donos dos meios de comunicação tradicionais que vêm deitando falação sobre o jornalismo na Internet, os coleguinhas alemães recomendam "adaptar seus métodos de trabalho à realidade tecnológica atual, em vez de a ignorarem e desafiarem.  É o seu dever desenvolverem a melhor forma possível de jornalismo, com base na tecnologia disponível.  Isso inclui novos produtos e métodos jornalísticos."

Vitor Sznejder

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Acervo Manchete vai a leilão no dia 22 de setembro

ROBERTO MUGGIATI escreve:
Durante os anos 1950, as fotos da revista Manchete eram predominantemente em preto-e-branco, com exceção das capas, sempre em cor, a não ser quando enfocavam um acontecimento da atualidade cuja cobertura fora feita em p&b. Fatos que emocionaram o país nesta década foram registrados exemplarmente pelas câmaras de Manchete: o funerais de Francisco Alves, o Rei da Voz (1952), Getúlio Vargas (1954), Carmen Miranda (1955). Outros fatos que não escaparam ao olho arguto dos fotógrafos da Manchete: o atentado contra Carlos Lacerda na Rua Toneleiros, Rio, estopim da crise que levaria ao suicídio de Vargas; o incêndio da boate Vogue (1955), com fotos dramáticas de pessoas se atirando do prédio para não morrerem queimadas; as rebeliões fracassadas contra o governo JK: antes da posse, a bordo do navio Almirante Tamandaré (1955) e o levante de Jacareacanga, uma base na floresta amazônica, que estourou no sábado de Carnaval de 1956 e não durou muito. Outros fatos sociais, políticos, culturais e esportivos foram documentados com arte e presteza pela equipe fotográfica de Manchete: o nascimento de três mitos da beleza brasileira, três segundos lugares no concurso de Miss Universo que marcaram a vitória moral da baiana Martha Rocha (1954), da amazonense Terezinha Morango (1957) e da carioca Adalgisa Colombo (1958); a conquista da primeira Copa do Mundo da seleção brasileira em campos da Suécia (1958); o surgimento de dois movimentos que se tornariam sucesso até mesmo fora do país: a bossa nova e o cinema novo. Não só Manchete acompanhava estas "ondas" culturais, como criou uma linguagem nova e instigante ao retratar suas principais estrelas, como João e Astrud Gilberto, Nara Leão, a dupla imortal Tom e Vinicius, Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, este repórter da Manchete quando compôs O Barquinho. Um dos grandes temas nacionais em que a revista de Adolpho Bloch investiu desde o início foi a construção de Brasília: fotos excepcionais dos protagonistas da mudança da capital (JK, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e o engenheiro Bernardo Sayão, que morreria acidentalmente durante as obras) figuram lado a lado com imagens históricas das grandes estruturas que vão se erguendo na vastidão do Planalto Central pelas mãos dos "candangos", os heróis anônimos da epopéia brasiliense.
A partir dos anos 1960, Manchete aderiu à nova tecnologia da fotografia em cores — com as câmaras de 35mm ocupando o espaço das pesadas Rolleiflex de formato quadrado — modernizou seu parque gráfico para permitir a impressão de revistas totalmente em quatro cores. Foi a partir dessa década que a Bloch ampliou o seu leque de revistas, com os lançamentos de Fatos e Fotos (uma versão mais "jornal" da Manchete, inicialmente só em p&b;) Enciclopédia Bloch, depois Geográfica Universal; a masculina EleEla, a feminina Desfile (em substituição à antiga Jóia), a semanal de TV e fofocas Amiga, além de uma série de publicações especializadas e fascículos.
Cada novo veículo da Bloch inaugurou um novo estilo de fotografia, sendo que as mensais como Desfile, Ele Ela e Pais e Filhos se exprimiram principalmente a partir de fotos de estúdio invejadas por publicações do mundo inteiro. Mas, até encerrar suas atividades em 1º de agosto de 2000, Manchete manteve o alto padrão de qualidade e de criatividade, constituindo-se numa espécie de janela para o Brasil e o mundo. Enumeramos brevemente a seguir alguns dos feitos de cobertura da revista ao longo das cinco décadas em que atuou:
Carnaval carioca — As edições de cobertura do carnaval do Rio de Janeiro primaram por sua velocidade aliada à qualidade. Poucas horas depois de encerrada a maior festa popular do mundo, Manchete chegava às bancas e esgotava em poucas horas.• Festivais de música — Os festivais de música, no Rio e em São Paulo, a partir de 1967, revelaram novos talentos que se tornaram os grandes ídolos da MPB e sustentam essa posição até hoje: Caetano, Gil, Mutantes, Milton Nascimento, Chico Buarque são apenas alguns nomes desta plêiade. E Manchete fixou em imagens os melhores momentos desta aventura musical.
• "Furos" políticos — As melhores fotos de JK, em público e na intimidade; a última foto de Jânio Quadros antes de renunciar à Presidência em 1961; fotos de Fidel Castro e Che Guevara nos tempos turbulentos que se seguiram à revolução em Cuba, inclusive fotos destes líderes no Brasil; a última foto do Presidente Costa e Silva (1968), fotos exclusivas do Presidente João Baptista Figueiredo de sunga em Brasília; a última foto do Presidente Tancredo Neves (1985), o impeachment de Collor — os grandes instantes da nossa vida política foram registrados para sempre pelas Câmaras de Manchete.
Vocação esportiva • Nos seus 48 anos de vida, Manchete cobriu 12 Copas do Mundo de Futebol (incluindo o Tetra, 58-62-70-94) e 12 Olimpíadas Mundiais, algumas das quais marcaram o surgimento de estrelas como Ademar Ferreira da Silva, João do Pulo, Eder Jofre, os meninos e as meninas do vôlei; no tênis, documentou os triunfos de Maria Ester Bueno e Gustavo Kürten; nas pistas, investiu desde cedo na Fórmula-1, colocando nas bancas uma edição especial áudio-visual sobre o primeiro título de Emerson Fittipaldi em 1972; as carreiras irresistíveis e Nelson Piquet e Ayrton Senna e várias edições especiais sobre o trágico fim do nosso maior piloto em 1994, no circuito de Imola.
Ciência espetacular — Os grandes saltos da ciência e da tecnologia viraram Manchete assim que aconteceram: a corrida espacial, o homem na Lua, os transplantes cardíacos, o bebê de proveta (a revista chegou até, em exclusividade internacional, a documentar os primeiros anos de Louise Joy Brown, a menina inglesa que foi a primeira criança reproduzida in vitro.)
Celebridades — Os fotógrafos de Manchete não só saíram em campo para fotografar as personalidades marcantes da metade mais vibrante do século (a segunda), como a revista, em diversas épocas e em diversos de seus prédios, recebeu e clicou figuras como Sartre e Simone de Beauvoir (comeram uma feijoada na gráfica de Parada de Lucas); Dizzy Gillespie, o mago do trompete do jazz, dançou samba na antiga redação de Frei Caneca; depois, a festa se mudou para o palácio de vidro da rua do Russell, desenhado por Oscar Niemeyer: Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na ua, dois meses depois pisava o restaurante do 3º andar; Jack Nicholson, Roman Polanski e Liza Minnelli foram fotografados no Teatro Adolpho Bloch; músicos de fama internacional como o violoncelista Mstislav Rostropovich também passaram pelo Russell, onde o amigo da casa e diletante do bel canto, Mário Henrique Simonsen, fez um dueto com o tenor Plácido Domingo, e o pai dos transplantes, o dr. Christiaan Barnard, tocou no piano do décimo andar. "Panteras" de classes tão distintas como a Rainha da Indonésia, Dewi Sukarno, e a deputada pornô Cicciolina fizeram poses eróticas engatinhando sobre a grande mesa de jantar. A feminista Betty Friedan, no auge da polêmica, debateu com a redação e discutiu a figura da iídiche Mame com o próprio Adolpho Bloch. Katherine Graham, a dona do Washington Post, o jornal que levantou o escândalo de Watergate e derrubou o Presidente Nixon, tomou chá com Adolpho. Tempos depois, Polanski voltou com a nova mulher, a ninfeta Emmanuelle Seigner, para tomar um chá, mas preferiu tomar vodca polonesa e conversar em russo com Adolpho. O grande bailarino Mikhail Barishnikov e o maestro Zubin Mehta hospedaram-se no belo palacete da Manchete em São Paulo, onde Juscelino Kubitschek dormiu a sua última noite. A modelo-ícone da swinging London, Jean Shrimpton, os Rolling Stones (em sua primeira visita ao Brasil) e o diretor de ópera e cinema Franco Zeffirelli, foram devidamente clicados circulando pelo Rio a bordo de caminhonetes de reportagem da Manchete. A estrela de Crepúsculos dos deuses, Gloria Swanson, o cineasta William Wyler, o coreógrafo Bob Fosse, o colunista Art Buchwald, os escritores E.L. Doctorow, Doris Lessing, Sidney Sheldon, o dr. Albert Sabin, o pai da aeróbica Kenneth Cooper — enfim, não há memória e não há espaço para citar os ricos e famosos que foram recebidos e fotografados por Manchete.
Edições especiais — Além das inúmeras edições especiais sobre temas brasileiros ou destinadas a divulgar o país no exterior (em inglês, francês e até mesmo em russo), Manchete publicou vários números extras alusivos a acontecimentos das atualidade, comemorativos de datas históricas ou conquistas esportivas e como homenagem póstuma a grandes figuras que desapareceram do cenário brasileiro. As edições da cobertura da primeira visita do Papa ao Brasil, em 1980, obtiveram recordes de tiragens.
Mestres da objetiva — Nos tempos de ouro, a equipe de fotógrafos de Manchete ultrapassava a centena, espalhada entre o eixo Rio-São Paulo, as sucursais nacionais e internacionais e free-lancers pelo mundo inteiro, sem mencionar os serviços das principais agências fotográficas. Alguns destes fotógrafos inscreveram seu nome como mestres da sua arte, ao lado dos grandes nomes como Cartier-Bresson, Robert Capa, Richard Avedon e outros. Alécio de Andrade, por exemplo, foi convidado para trabalhar na agência Magnum, fundada pelo mestre Bresson, e que funcionava como espécie de cooperativa de gênios da objetiva. Outros criaram um estilo pessoal, publicaram livros, realizaram exposições, firmando a marca de excelência da Manchete. Outros ainda, pela qualidade do seu trabalho, foram escolhidos para se tornar o fotógrafo oficial da Presidência da República, glória máxima a que pode almejar um fotógrafo profissional. Roberto Stuckert, foi o fotógrafo oficial do Presidente João Baptista Figueiredo;U. Dettmar foi o fotógrafo exclusivo do Presidente Fernando Collor de Mello. Mais curiosa é a história do baiano Gervásio Baptista. Em 1954, ele clicou a foto de capa que mostrava Tancredo Neves chorando sobre o caixão de Getúlio Vargas durante o enterro do Presidente em São Borja. A foto valeu prestígio eterno para Tancredo que, eleito pelo Congresso para presidir o Brasil em 1985, chamou imediatamente Gervásio para ser o seu fotógrafo oficial. Com a doença de Tancredo, na véspera do dia da posse, José Sarney assumiu a Presidência e confirmou Gervásio no posto. O baiano que havia adotado o Rio como sua cidade do coração, foi cativado por Brasília e continua lá, na ativa, passados 23 anos.

Fotos exclusivas: por falar em Manchete...























E por falar em saudade... esta postagem é dedicada aos fotógrafos, grandes profissionais de várias gerações que passaram pela Manchete e produziram os milhões de negativos e cromos que compõem o fabuloso Arquivo Fotográfico da Bloch Editores a ser leiloado no dia 22 de setembro. O produto do leilão será destinado às indenizações trabalhistas de 3 mil ex-funcionários da extinta editora que lutam há nove anos para receber o que lhes é devido. Entre estes profissionais, há muitos fotógrafos que certamente identificarão as imagens deste post. São do prédio do Russell, mais precisamente do térreo, nos fundos, onde ficava o Departamento Fotográfico da Bloch. Até o ano passado, quando foram feitas estas fotos (que foram encaminhadas por um colaborador do paniscumovum) , o Departamento, o Laboratório e o Estúdio estavam assim... como se tivessem sido abandonados às pressas. E, de fato, foi isso mesmo. Quando em agosto de 2000, foi decretada a falência da empresa, oficiais de justiça chegaram à Bloch com ordens de lacrar o prédio imediatamente. Os funcionários mal tiveram tempo para recolher seus objetos pessoais e deixaram o local como se escapassem de um navio à deriva, como revela o livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Desiderata). Há bolsas de fotógrafos largadas, ordens de serviço e de "cargas" de filmes, armários com pastas de dente, desodorante, uma dessas garrafas de bebida, de bolso, certamente para as noites frias e tensas naquelas últimas semanas nos porões do Russell... De cima para baixo: o estúdio, o fundo infinito do estúdio onde grandes estrelas posaram para as capas da Manchete, Desfile, EleEla, Amiga, Fatos&Fotos, Carinho, Mulher de Hoje e outras publicações, caixas de filmes que não chegaram a ser utilizados, adesivos dos crachás colados nos armários dos fotógrafos, equipamentos do laboratório de revelação e mesas da chefia do setor e dos demais fotógrafos. Era uma vez a Manchete...

Rolleiflex: a digital e a original


Por falar em fotos da Manchete, aí vão uma curiosidade e uma valiosa relíquia: a famosa Rolleiflex com o selo da revista foi operada por fotógrafos consagrados como Gervásio Batista, Gil Pinheiro, Nicolau Drei e muitos outros craques. Esta câmera pertencia ao acervo do Departamento Fotográfico da Bloch, foi arrematada pelos locatários do Russell e vendida em "bazar" montado no ano passado no térreo do prédio. A outra máquina é semelhante apenas na aparência. Trata-se de um réplica do modelo clássico, em versão digital, de cinco megas, lançada recentemente e vendida nos Estados Unidos por 449 dólares.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Leilão do Arquivo Manchete




Está marcado para o próximo dia 22 de setembro o leilão do Arquivo Fotográfico da Bloch Editores. Este blog públicou em posts logo abaixo reproduções de uma fotonovela da vida do Pelé (1959) e uma entrevista com Roberto Carlos feita por Carlos Lacerda (1970). São apenas duas pequenas referências de um dos mais expressivos arquivos jornalísticos do pais. De 1952 até 2000, ano em que a Bloch foi à falência, a Manchete, Fatos & Fotos, Amiga, Desfile e demais publicações da extinta editora acumularam um vasto acervo. O livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Editora Desiderata) reúne cerca de 200 reproduções significativas do arquivo da Manchete, acima postadas. Trata-se de um patrimônio cultural importantíssimo. O que se espera é que o vencedor do leilão leve ao público esse acervo que mostra acontecimentos políticos, esportivos, da música, do cinema, do esporte, tendências, mudanças de comportamento etc de meio-século de Brasil. Que o divulgue, seja em forma de publicações, de livros ou exposições e que esses milhões de fotos e cromos não fiquem encaixotados como estão há nove anos. A memória do país agradece.

Do baú do Paniscumovum -1


Roberto Carlos comemora 50 anos de carreira. Foi tema em praticamente de todos os jornais e revistas do país. As revistas da Bloch acompanharam passo a passo a vida do cantor e os arquivos da Manchete e da Amiga, que em breve serão leiloadas pela Massa Falida da extinta editora, guardam certamente raras imagens da trajetória do RC. Aqui vai uma delas, reproduzida da edição Nº 963 da revista, uma página dupla com foto do saudoso Gil Pinheiro. Em outubro de 1970, Carlos Lacerda - em período sabático-político após o fracasso da Frente Ampla e em plena ditadura que ele ajudou a implantar e que, depois, o congelou - virou colaborador da Manchete, a expressão não existia na época mas o ex-governador e político combativo tornou-se "repórter de celebridades". Uma das suas primeiras tarefas foi entrevistar Roberto Carlos . Lacerda deu ao perfil extremamente bem escrito que fez do cantor um título sugestivo: Roberto Carlos, rei da jovem guarda, príncipe da melacolia". Curioso é que Lacerda não ia à casa das "celebridades". Os entrevistados iam à sala do entrevistador. Com inegável talento, o repórter, de cara, aborda um tema-tabu até hoje na vida de Roberto Carlos: o acidente que sofreu, criança, em Cachoeiro do Itapemirim. Lacerda comenta que foi entrevistar Roberto e conheceu o Zunga, apelido de infância do cantor. E o Zunga vira a chave e o rumo de uma entrevista reveladora. Trechos:
"Zunga esteve lá em casa. Veio vestido de Roberto Carlos, de calça veludo frappé como as que Jean Bouquin vende naquela loja louca de St. Germain. Mas é de Zunga que se trata, o menino de sua mãe, que aos seis anos, numa festa escolar, levou um esbarro da locomitiva e perdeu uma perna e hoje a tem toda nova, de metal polido, deve ser prateado, o que o faz coxear um pouco". (...) "Pois Zunga é uma espécie de Édipo. O rei é Édipo-Rei. O filho amoroso de todas as mães, flor amorosa de três raças tristes" (...) "Zunga é um solitário e isto se vê nos seus olhos, no seu rosto contido, de tímido tenso".
É ou não é um retrato permanente do do RC, traçado há quase 40 anos?
E Lacerda faz ao entrevistado uma última pergunta e um comentário final:
- Se você fizesse um filme com a história da sua vida, como é que acabava?
- Eu, numa rua, andando na chuva"
- Ô solidão!"

Do baú do Paniscumovum -2


Era um tempo em que não havia programas de Tv do tipo "Esta é a minha vida" ou no estilo do quadro "Quem é", do Faustão´. Em 1959, as fotonovelas estavam em moda. Grande Hotel, nas bancas desde 1947, Capricho, que foi lançada em 1952 e Sétimo Céu, no começo dos anos 60, eram lidas por milhares de leitores. Capricho chegou a rodar, em média, nos anos 50, 500 mil exemplares. O gênero era sucesso e a Manchete Esportiva, dirigida obviamente ao público masculino embarcou na fórmula. Há 50 anos, a revista lançou uma edição especial sobre a vida de Pelé. Com uma curiosa particularidade: o "elenco" da fotonovela era formado pelo próprio protagonista da história e sua família. Estavam lá Zoca, "seu" Dondinho, a turma toda. Veja nas reproduções também publicadas no livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Editora Desiderata).

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O pré-sal é nosso

O pré-sal é nosso, vamos defendê-lo de nossos inimigos com unhas e dentes. Vamos comprar a preço de ouro, dos franceses, duas frotas aéreas de aviões de combate, o formidável "Rafallle. Vamos abrir uma segunda base naval na foz do Amazonas e comprar uma frota naval – dos franceses, é claro – completa para defender os nossos poços de petróleo, dos nossos inimigos, que querem se apoderar de nossas riquezas. Vamos comprar dos franceses, uma frota de novos submarinos – aqueles que navegam embaixo dágua – para defender os campos petrolíferos do pré-sal dos piratas submersos. Ninguém, mas ninguém mesmo ousará se meter a explorar o petróleo do pré-sal. O PRÉ-SAL É NOSSO.
O petróleo do pré-sal vai ficar lá, no sal, escondidinho pra ninguem meter o seu dedinho e roubar esta nossa riqueza. AH!, vamos criar uma estatal para gerenciar o pré-sal, aí vou poder nomear todos os meus parentes e amigos dos meus parentes e amigos dos amigos e todos lá do nordeste.
Gente boa tá lá. Ninguém nunca tinha ainda pensado nisso, né? É mas eu pensei. Eu sou esperto!

Aumento de salário? Que tal férias?

Bloch, Kapeller, Ghivelder... Sznejder - todos da mesma tribo, certo? Médio. Depois de alguns meses de casa (Fatos & Fotos, c. 1978), tomei coragem e fui pedir aumento a um dos "conterrâneos" acima citados. Ele fitou-me nos olhos, emocionado... e me tascou um beijo em cada bochecha! Imagino que a emoção (para o bem ou para o mal) fosse por conta de um judeu ter a ousadia de pedir aumento salarial a outro... E argumentou:
- Você trabalha num prédio do Niemeyer, tem a vista mais bela do Rio de Janeiro, almoça no melhor restaurante da cidade - e ainda quer um aumento?!!! Posso te oferecer férias... Procura o Lincoln Martins, na Geográfica, e vai passear na Alemanha por conta da Lufthansa.
A pauta: 15 dias de viagem para fazer uma matéria de "n" (muitas) páginas sobre as vinícolas alemãs. O fotógrafo era o saudoso Mituo Shiguihara; a guia, a nobre RP da Lufthansa Marie Louise von Thuronyi; a viagem foi cansativa mas agradabilíssima e instrutiva. Lamentavelmente, na época, por motivos de saúde, eu não bebia.
Vitor

domingo, 6 de setembro de 2009

Ipanema, um domingo nada carioca


Na carona do tempo...





























Domingo, 6 de setembro - Exposição de carros antigos no Forte de Copacabana. Aero-Willys 1962, Citroen 45, o Jaguar preto e prata é dos anos 40, o MG vermelho, anos 50. Fotos Gonça

Diz aí, Globo!!!!!


Este blog já elogiou o técnico Dunga, que é, ou era, muito criticado pela mídia menos pelo seu trabalho e mais pela característica pessoal de não abaixar a cabeça para jornalistas. Ontem mesmo, durante a coletiva logo após a vitória de 3x1 sobre a Argentina, lá dentro em Rosário, o treinador irritou-se, com razão, com a pergunta de um repórter sobre as falhas da defesa argentina ao não deter o "jogo aéreo" brasileiro. Antes de responder que apenas um dos três gols havia resultado de bola alta na área, o que já invalidava o raciocínio do repórter, Dunga rebateu que o autor da pergunta partia da premissa de que o Brasil não havia jogado bem mas sim que a Argentina tinha jogado mal. "E sempre assim", disse o treinador, sublinhando corretamente a prepotência da mídia e mostrando como é difícil para a imprensa brasileira reconhecer méritos a não ser nos seus "amigos", protegidos ou aliados. Dunga venceu a Copa América, a Copa das Confederações e classificou o Brasil para a África do Sul com três rodadas de antecedência. Não é pouca coisa. A Argentina mesmo, com um time de craques, está aí penando para ir à Copa. Dunga é um treinador experiente, um bom estrategista? Talvez não, talvez lhe falte ainda experiência. Mas já mostrou que tem um rumo e a dez meses da Copa já pode dizer que tem o time quase armado (mas anotem aí: a imprensa ainda vai fazer campanha para a convocação de Ronaldo, esteja gordo ou alcance o milagre de perder os quilos extras). E Parreira, eleito pela mídia e que não sofreu tal campanha? E um bom treinador? Não. É um burocrata que permitiu o desastre de 2006 e, em 94, só convocou Romário (que seria apontado como o melhor jogador da Copa) porque estava desesperado e a ponto de não se classificar para o mundial dos Estados Unidos (classificou-se, aliás, no último jogo). Mas tudo isso que eu estou falando é blá-blá-blá de torcedor. Quero mesmo é mostrar essa primeira página do caderno de esportes do Globo. O "enterro' de Dunga, em 2008, há menos de um ano, mereceu a capa. A classificação, ontem, a última meia página. E na capa do jornal, uma foto de quatro colunas na metade inferior da página, aquela que os editores consideram menos "nobre". A primeira metade, a que fica exposta na banca com o jornal dobrado é, tradicionalmente, a de maior visibilidade e "prestígio".

sábado, 5 de setembro de 2009

Um Jornal, uma história

A história do jornalismo brasileiro, particularmente do Rio de Janeiro, tem de passar pelo Jornal do Brasil, o JB. Esse jornal, a partir da sua renovação gráfica e editorial provocou uma revolução na mídia impresssa, que obrigou os seus concorrentes a procurarem se adequar ao novo conceito de como fazer um jornal. O JB tornou-se um modêlo de jornalismo moderno, repaginado com um novo visual gráfico além de criar um segundo caderno personalizado, o Caderno B, trazendo em suas páginas textos muito bem escritos com abordagem agressiva e opinativa. A paginação procurou um desenho que aumentava os espaços brancos entre os textos e as fotos deixando esses elementos respirarem melhor. Quer dizer: os textos e as fotos não ficavam esprimidos entre si. A paginação explorava o branco das páginas tornando-as visualmente mais leves. A grande revolução foi feita.
Infelizmente, "Não há bem que sempre dure..." diz o ditado popular e o JB sufocado pelos altos juros da economia brasileira teve que fechar as portas do seu prédio na Avenida Brasil e tentar voltar ao mercado editorial instalando na Avenida Rio Branco a sua redação.
Tentou se renovar e mais uma vez voltou a mexer com o mercado jornalístico repaginando o jornal em um novo formato menor, mais compactado com um novo visual. Essa solução foi mais uma vez a sua grande tirada, tanto assim, que logo depois outros concorrentes procuraram seguir esa nova linha, como O Dia.
A repaginação do Dia, no meu entender, foi mais feliz do que a do JB. O Dia optou por uma llinha de textos mais concisos e naturalmente mais curtos oferecendo uma leitura mais rápida e ocupando menos espaços nas páginas podendo assim usar no texto um corpo maior facilitando a sua leitura. O JB continuou com as suas grandes reportagens obrigando a paginação usar nos textos corpos bem menores, criando com isso alguma dificuldade na sua leitura. Ora, os jovens, pelas estatísticas, não são os grandes leitores de jornais, os adultos e os mais idosos é que leem jornais. Se esses leitores encontrarem dificuldade em ler jornais, ele vai procurar um que possa ler sem problemas.
É claro, que não seria isso que iria tirar o JB das bancas de jornais, mas eu, como não conseguia ler o JB, devido ao tamanho do corpo dos seus textos deixei de ler as sua páginas. Gostava de ler as cronicas do Fausto Wolf .
O Fausto Wolf foi embora e o JB, pelo que dizem, também está indo embora.
Inverno de 2009
deBarros

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

"Quem é Maria Alice Mariano?"


Às vezes fazemos algumas coisas que nem nós mesmos acreditamos. Pois é, foi o que aconteceu comigo no lançamento do livro Jornal Nacional - Modo de Fazer, na Livraria Argumento do Leblon, de autoria de William Bonner. Além de ser super simpático, Bonner é também super atento! Não é por acaso que ocupa o lugar que está no jornalismo da Rede Globo. Tudo aconteceu quando cheguei perto da mesa de autógrafos, depois de enfrentar uma fila de várias voltas (que por sinal andou muito rápido) e comentei de brincadeira para uma amiga que ela estava ao lado de Maria Alice Mariano, a repórter do ano. Mesmo concentrado em autografar os livros, não é que ele ouviu. Levantou a cabeça e falou em tom de brincadeira: "Que história é essa. Quem é Maria Alice Mariano?" Quase morri de vergonha. Cheguei perto dele e disse quase sussurrando, sou eu. Aí, ele me perguntou se eu fiquei muito tempo na fila. Respondi que apesar da multidão, a fila andou estilo nova-iorquino, rápida! Achou graça e me perguntou da onde eu era? Respondi que fazia assessoria de imprensa, mas já tinha trabalhado numa retransmissora da Rede Globo, a TV Serra Mar, em Nova Friburgo. Mas o que ele queria saber, é se eu morava no Brasil ou no exterior. Vocês sabem o que eu respondi? " Sou gaúcha!" Foi o dialogo mais surreal que já tive em minha vida.
Em tempo: Já lí o livro e adorei! Valeu Bonner, você é um baita profissional e muito bem humorado. Foto/Eliane Furtado

O chip do Zarur

Um chip telepático fará com que as pessoas possam controlar televisões, dvds, computadores, porta de garagem apenas com a força do pensamento. A engenhoca será implantada na superfície do cérebro dos manés que toparem isso e usará a eletricidade das células nervosas. É o que anunciam cientistas britânicos. Acho que esses caras chegaram atrasados. Nos anos 50/60, Alziro Zarur, mix de locutor, comunicador e líder religioso, já mandava sinais energéticos pelo rádio e dizia curar alguns desprevenidos que colocassem um copo d'água sobre o aparelho de rádio. Ou seja, o copo era o chip do Zarur. Não vem, Inglaterra, o Brasil já inventou isso há muito tempo.

Lili Carabina


Não vai ser fácil. O mandato de Obama acaba um dia, mesmo que os americanos o mandem para um segundo mandato. O fantasma no futuro da Casa Branca, logo ali na esquina, é a Sarah Palin. De fuzil na mão, com esse jeitinho sedutor e idéias ultrapassadas, ela lembra um pouco a Feiticeira, até tem o cacoete de piscar para as platéias. No ano passado, foi um fenômeno de mídia, como candidata a vice-presidente. Sumiu? Não. Parece ter um claro projeto político. Renunciou recentemente ao governo do Alasca e vai se dedicar a preparar sua candidatura a presidente nas próximas eleições. A mulher é um perigo. É a professorinha do interior que o eleitor vai querer levar prá cama. Ela é conservadora, se diz religiosa, mas sabe que tem algumas armas de sedução. E usa bem. Acha que ecologia é besteira, é a favor da liberação do comércio de armas, defende que os jovens se casem virgens, embora a filha tenha ignorado esse mandamento, é contra aborto, a favor do papel dos Estados Unidos como polícia mundial e por aí vai. Uma Bush piorada ou a Rosinha (deles) melhorada. Dificilmente não será o nome em que o Partido Repúblicano vai apostar no futuro. Em um tempo em que cada vez mais é a imagem que conta, a moça, que tem carisma e charme, é espontânea, maneja bem a televisão, fala uma besteiras, parece meio burrinha, mas olha de lado, manda umas piscadelas, arranca uns sorrisos da platéia e vai em frente. Vai dar trabalho.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

JB


Esta é a reprodução de uma primeira página histórica do JB. Chegou às bancas 12 em setembro de 1973. Os militares chilenos assassinam Salvador Allende no Palácio La Moneda e dão início a uma das mais sangrentas ditaduras da América do Sul. Como não podia publicar fotos do presidente do Chile, por imposição da censura da ditadura brasileira, o JB fez uma dramática primeira página apenas com o texto do enviado especial Humberto Vasconcelos. O editor de arte do JB era, na época, Ezio Speranza que trabalhou na Bloch e chefiou a paginação da revista Fatos e Fotos. O editor-chefe era o Alberto Dines. Por que recordo isso? Porque ontem, o site Jornalistas & Cia informou a demissão de mais seis jornalistas do JB e citou "rumores de que em breve deixará de circular a edição impressa do tradicional jornal ficando apenas a edição on line". Torço para que não seja verdade, não apenas pelos colegas que lá trabalham, pelos empregos que podem se perder neste já restrito mercado carioca, mas pela história do jornal, pela sua presença nas vidas e formação profissional de gerações de jornalistas. Com o tempo e com a crise, se descaracterizou. Há muito, já não é o jornal que conhecemos. Mesmo assim, boa sorte, JB.

Faça um "Belchior"

Sem querer, se foi ou não armação, o sumiço do cantor Belchior é uma excelente idéia. Se mandar para o Uruguai e morar em uma barraca de camping pode ser um exemplo a ser seguido por outras figuras nacionais. Um dos cassetas, não me lembro qual, lançou a campanha "qual o cantor de MPB que você gostaria que sumisse?". Mandou bem. Melhor ainda ampliar o sumiço para outras categorias. Vão aí as sugestões, quem sabe eles se mancam. E não precisa ser para o Uruguai, pode ser mais longe... bem mais longe.
- Sarney: uma longa temporada no Butão reescrevendo o livro Marimbondos de Fogo.
- Bispo Macedo: férias nas montanhas do Afeganistão, convertendo talibãs.
- Dado Dolabella: vai para um reality show. No Iraque.
- Miriam Leitão: deve passar um tempo fazendo conferências sobre capitalismo e neo-liberalismo. Na Coreia do Norte.
- Lula - férias prolongadas na ilha da família Sarney em São Luis, ou na mansão do Jáder Barbalho, em Belém, já que gosta tanto do PMDB.
- José Serra - será cobrador vitalício de pedágio (o homem é viciado em criar pedágio pra todo lado) nas estradas privatizadas da Sibéria. No inverno.
- Ciro Gomes - pode ir pra qualquer lugar desde que não leve a Patricia Pillar.
- Ronaldo - um tempinho na Arábia Saudita, sem cervejinha e sem boate.
- Pedro Cardoso, que é contra nudez, sexo, essas coisas - vai pra casa do Berlusconi, onde nadar vestido é coisa rara.
- Cesar Maia - de volta para o exílio no Chile, de onde nunca devia ter voltado.
- Marina Silva - a candidata-criacionista fará estágio em um laboratório de pesquisas de células-tronco e defenderá mestrado sobre Darwin.
- Aécio Neves - vai ter que pegar o GPS descobrir onde fica Minas Gerais e voltar praquela chatice que é governar o Estado.
- Lina Vieira - vai cobrar impostos atrasados dos guerrilheiros das Farc. A domicílio.
- Diogo Mainardi - um cara que adora o Brasil. Vai morar no Piauí, dividindo um barraco com a, na argumentação do próprio, sub-raça nordestina.
- Ex-Big Brothers - todo mundo para a universidade, Oxford de preferência, estudar física quântica em tempo integral.
- Vanusa - vai cantar o hino nacional na abertura da Copa da África do Sul.
- Galvão Bueno - vai ter que ouvir Vanusa cantar o hino nacional na abertura da Copa da África do Sul.
- Bento 16º - vai ganhar um abadá e se mudar para o Candeal.
- Carlinhos Brown: vai ganhar uma batina e se mudar para o Vaticano.

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Parem as máquinas: notícia relevante

Foi realizado no Rio o Brasil Master Chopp, campeonato profissional que seleciona os melhores tiradores de chope do país. Epifânio Souza, do Bar Botequim Informal (Humaitá), foi o vencedor e vai disputar ao lado de Fábio Maia, do Bar Mala e Cuia (Centro) e Denis Leal, do Bar Costello (Gávea), segundo e terceiro lugares, a grande final brasileira, dia 25 de setembro em São Paulo. O vencedor vai à final do campeonato mundial em Nova York, em outubro. Coisa séria, bem mais do que política. A propósito, entre no link, clique na aba Game do Chope e teste seus conhecimentos em matéria de chope.
http://www.brasilmasterchopp2009.com.br/

Jornal Nacional, 40 anos...


... no livro do Bonner e na capa da Contigo!

Jornalismo?

Qual a diferença entre os plebiscitos que o Chávez, da Venezuela, promove para se eternizar no poder e o mesmo "golpe" legislativo do Uribe, da Colômbia, para a sua segunda, eu disse segunda, reeleição? Quase nada, a não ser a cobertura "isenta" da imprensa brasileira. Ontem, Uribe forçou a aprovação de um projeto de lei que permite que concorra ao terceiro mandato. Leu isso com destaque nos jornais de hoje? Não. Sabe-se que o Chávez é um fanfarrão, já deu um golpe armado na Venezuela, foi vítima de outro, incomoda poderosos mas não resolveu os problemas sociais do país, assim como seu antecessores milionários jamais se preocuparam com a grande desigualdade de renda e a pobreza em um nação abastecida por petrodólares. O problema é que a imprensa brasileira, por motivos óbvios e coerência ideológica, apoia a oposição na Venezuela e é situação na Colômbia. Se fosse o Chávez (ou o Rafael Correa, do Equador), a segunda reeleição seria capa dos jornais hoje, que já estariam pedindo o desembarque dos "marines" em Caracas. Mas o golpe autoritário foi do Uribe.... disfarça jornalista!!!
Curioso é que instituir a reeleição nos países sul-americanos foi uma manobra recomendada pelo famoso Consenso de Washington. Em curto espaço de tempo, Brasil, Argentina, Colômbia, Peru etc, adotaram o sistema. A idéia, em época de neo-liberalismo, era dar uma conveniente "estabilidade" ao continente. No Brasil, a aprovação da reeleição foi motivo de compra de votos, doações de canais de tv e rádio a políticos, pra variar com os responsáveis pela maracutaia jamais punidos. Tudo tranquilo. Mas o feitiço se voltou... O que não estava previsto era o aparecimento dos Evo Morales, Chávez, Rafael Correa... que agora também se acham no direito de renovar seus mandatos. Em tempo: entre tantas coisas a reformar na política, o Brasil deveria acabar com reeleição em todos os níveis. Isso afastaria os políticos profissionais. Em um mundo informatizado onde a troca de informação e dados é cada vez mais acelerada, quatro anos de mandato valem por dez, não cabe mais o argumento de que é pouco tempo. Depois, governadores, presidentes, prefeitos, deputados, vereadores e senadores devem pegar seus respectivos bonés e ir para casa. Quem sabe, sem a chance de fazer da política um meio de vida os picaretas vão encher o saco em outras freguesias.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jornal Nacional, 40 anos




Willam Bonner lança neste dia 2 de setembro, na Livraria Argumento, Leblon, o livro Jornal Nacional - Modo de Fazer (Editora Globo). "Este livro tem o objetivo de mostrar de maneira clara, mesmo para quem não seja profissional de jornalismo, como é construído, dia a dia, o telejornal de maior audiência do Brasil". Como diz a apresentação, é uma obra quase didática. Nas reproduções, a capa do livro e alguns logotipos do JN.

Há 70 anos, começava a Segunda Guerra Mundial


Durante a guerra, o Departamento de Defesa americano editou uma revista em português. Em Guarda - Para a defesa das Américas era uma publicação gratuita, fartamente ilustrada, e tinha como objetivo combater a propaganda nazista na América Latina. Mesmo com um inevitável jeito de órgão oficial, Em Guarda era bem impressa, tinha páginas em cor e preto e branco e privilegiava as fotos. Os Aliados, especialmente as forças americanas, tinham fotógrafos em todas as frentes de guerra e a revista tinha à disposição valioso material de ação. Na sequência, imagens da Em Guarda mostram: o Brasil no front e cenas da invasão da Polônia no dia 1º de setembro de 1939, há 70 anos, quando o conflito começou, e a imagem solitária de um soldado alemão rendendo-se ao fim da guerra, em 1945. Na TV Panis, ao lado, cenas da Segunda Guerra.

O Brasil na guerra


Caças brasileiros na Itália (Em Guarda)

O Brasil na guerra


De folga, pilotos brasileiros em Pisa (Em Guarda)

Hitler na Polônia

No palanque, em Varsóvia, Hitler comemora a primeira vitória.

...a invasão da Polônia

Varsóvia sob domínio alemão (Em Guarda)

Segunda Guerra: a rendição


Ao fim do conflito, bandeira branca (Em Guarda)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Mulheres, botem o chope pra gelar


Cientistas da Universidade de Extremadura, em Caceres, Espanha, divulgaram pesquisa mostrando que o consumo moderado de cerveja aumenta a densidade óssea das mulheres, especialmente (no caso, a pesquisa foi feita apenas com mulheres de várias faixas etárias). Ou seja, um chope bem tirado ajuda a combater a osteoporose. Alguém precisava de desculpa melhor para ir ao Chico & Alaíde??



Bad girl

Alguém falou que a morte de Ted Kennedy é o fim de uma era? Acertou. Foi-se o DNA da família. A neta de JFK mostrou o dedo para os fotógrafos durante o enterro do tio-avô. Jackie Kennedy, que foi muitíssimo assediada pelos paparazzi, talvez fosse bem mais elegante. Até chegou a bater em um deles, o mais insistente e famoso, o fotógrafo Ron Galella, mas não perdia a pose... usou contra o paparazzo um guarda-chuva de grife, vá lá, era a Jackie. Depois do gesto, a mocinha -, seria Rose Schlossberg Kennedy, filha de Caroline, inexplicavelmente bate palmas. Entendeu? Nem eu...Veja: http://www.youtube.com/watch?v=U5a7yYXnxmc

Chaaaaaatoooooooo....

O que não dá mais para aturar na press:
- O 'desaparecimento' de Belchior
- Pessoas, geralmente milhares, dançando Thriller de Michael Jackson
- O interminável enterro de... Michael Jackson
- a briga GloboXRecord
- Qualquer coisa sobre o reality show A Fazenda
- Qualquer festa country ou rodeio em Barretos
- O tal do Sarney
- A tal da Lina Vieira
- Qualquer político
- Qualquer parente de político
- "Celebridades" no Leblon
- Pré-sal
- Berlusconi assediando ninfetas
- Comentarista de economia chutando sobre a crise sem fim, o fim da crise, o caos econômico...
- Abdelmassih e suas clientes
- Dilma, Serra, Marina, Aécio, Ciro, ou qualquer outro pré-candidato a presidente
- Qualquer coisa sobre Gilmar Mendes (STF)
- A revitalização do Cais do Porto, no Rio
- Ronaldo gordo, magro, de mão quebrada ou anunciando que vai ser pai mais uma vez
- Qualquer coisa sobre Madonna e Jesus
- Raj, Maya, India, Gopal, saco...
- Gripe suína
- bases americanas da Colombia
- Chavez e Evo Morales
- qualquer coisa sobre Eike Batista e despoluição da Lagoa
- Gisele Bundchen grávida ou não

Seria cômico, se não fosse trágico...



Certos micos poderiam ser evitados com uma "apuraçãozinha" básica...