sábado, 6 de julho de 2019
Do Daily Mail: ativistas tiram as roupas para protestar contra maus tratos aos touros em Pamplona, Espanha
Nos próximos dias acontece o espetáculo de crueldade anual nas ruas de Pamplona, na Espanha. A corrida bárbara que é uma espécie de tara coletiva de moradores locais e turistas celebra paradoxalmente São Firmino, uma entidade católica. Um grupo de 54 ativistas denuncia as mortes de igual número de touro nessa triste tradição.
A matéria está no Daily Mail, AQUI
Leitura Dinâmica: Neymar, Rádio MEC, Trump doidão, "vem meteoro", o cursinho do Faustão..
por Flávio Sépia
* É difícil encontrar na história do futebol um caso de tão má administração da carreira como o de Neymar. Há muitos exemplo de jogadores que ficaram abaixo dos seus potenciais. A maioria, como o craque Heleno de Freitas, por problemas de saúde; alguns por dependência química, outros por sofrerem pressões políticas; e até quem se prejudicou por indisciplina crônica. Neymar está milionário, claro, mas apenas aos 27 anos vive um momento crítico na carreira. Tão sério, que ao voltar a campo deverá enfrentar quase que um recomeço. Enquanto se recupera de contusão, enfrenta acusações de estupro no Brasil, problemas com os fiscos aqui e na Espanha e um impasse profissional. Já rejeitou publicamente o PSG e declarou que quer voltar para o Barcelona, que, assim como os torcedores, estava dividido em relação à sua contratação e aparentemente já desistiu, segundo a mídia espanhola. Se não surgir outro clube interessado, Neymar terá que se apresentar ao PSG. Não por acaso, Neymar foi visto apelando pra Jesus em um culto evangélico.
* Bolsonaro fechou a Rádio MEC, que funcionava desde 1923, mas não resistiu a seis meses do novo governo e aos cortes indiscriminados de verbas. O presidente não faz a mais remota ideia do que representa a emissora e o ministro Paulo Guedes muito menos. Este, então, é um especulador robótico incapaz de reconhecer algo fora dos porões financeiros. A rádio encerrará suas transmissões no fim de julho.
* Por falar em cortes indiscriminado de verbas, essa é uma política letal. Quando o alto burocrata aciona a tesoura neoliberal está não apenas aplicando um instrumento burocrático, mas inviabilizando a saúde pública. O Rio tem hospitais federais paralisados, crise aguda em instalações municipais e estaduais, já com registro de mortes por impossibilidade de atendimento. A falta de dinheiro nem sempre é justificada. Como exemplo, a cidade do Rio está sem verbas mas com anuência do prefeito Crivella vereadores acabam de abrir mão de um dívida dos cartórios cariocas de mais de 400 milhões de reais. No caso do atual projeto de confisco da Previdência, há uma bondade equivalente. No corpo da tal "reforma", deputados aprovaram na madrugada uma emenda ao relatório que pode perdoar até 100 bilhões de reais para os ruralistas que já são privilegiados por se pendurarem no caixa público em inúmeras outras benesses.
* O governo tem seis meses, mas a campanha eleitoral para 2022 já agita gabinetes. Bolsonaro ensaia volta ao palanque, dessa vez com Moro como candidato a vice. Rodrigo Maia estaria sonhando com a chapa João Doria-Luciano Huck. O governador do Rio, Wilson Witzel já revelou que o Planalto é seu sonho de consumo. José Serra não se manifestou, talvez quando acordar. Não está confirmado se Queiroz e Olavo Carvalho formarão chapa de outsiders.
* O que Donald Trump fumou? O presidente americano disse ontem em discurso sobre o 4 de julho que um dos fatos históricos da guerra da independência foi a tomada de aeroportos pelo exército americano em 1775. "Nosso Exército derrubou as muralhas, tomou o controle dos aeroportos, fez tudo o que tinha de fazer". Trump tentou justificar o erro ao dizer que o teleprompter apagou. Foi pior: a mancada histórico foi então de sua autoria mesmo.
* Agora é pra valer, "Vem meteoro!" - Nas redes sociais, os descrentes do Brasil atual preferem a hecatombe expressa no bordão que viralizou. Pois bem, a Nasa acaba de atendê-los. Um asteroide de 340m de diâmetro e 55 milhões de toneladas está a caminho da Terra, com chegada prevista para 3 de outubro. O risco de cataclismo é baixo, mas quem sabe o asteroide desvia do caminho e cai em Brasília.
* Não é verdade que Faustão vai abrir um quadro no Domingão onde Sergio Moro, Dallagnol, Mourão, Bolsonaro, Damares, Queiroz e o Sargento Mula que transportava cocaína no Aerococa oficial vão participar de um reality show que apontará quem se comunica melhor com o povão.
* Depois de lucrar bilhões com a Lava Jato, os Estados Unidos pegaram o gosto. Promotores americanos responsáveis pelo processo contra o megatraficante El Chapo, pedem a apreensão de
US$ 12,7 bilhões em bens do cartel mexicano. Não há informações se a força-tarefa gringa vai criar uma fundação especialmente para eles próprios administrarem a dinherama.
* O FMI faz o que pode para ajudar o presidente da Argentina em ano eleitoral. Acaba de mandar mais 5,4 bilhões de dólares para o caixa de direitista Mauricio Macri, candidato à reeleição, mas que está em baixa nas pesquisas. Em troca o governo se comprometeu a apertar ainda mais o bolso dos hermanos que já estão sem furo disponível nos cintos.
* Supostamente, as palavras "suposta" e "suposto" foram as mais digitadas e pronunciadas em todos os computadores do veículos do Grupo Globo desde que vazaram as mensagens do ex-juiz Moro e seus "funcionários" da força-tarefa.
* É difícil encontrar na história do futebol um caso de tão má administração da carreira como o de Neymar. Há muitos exemplo de jogadores que ficaram abaixo dos seus potenciais. A maioria, como o craque Heleno de Freitas, por problemas de saúde; alguns por dependência química, outros por sofrerem pressões políticas; e até quem se prejudicou por indisciplina crônica. Neymar está milionário, claro, mas apenas aos 27 anos vive um momento crítico na carreira. Tão sério, que ao voltar a campo deverá enfrentar quase que um recomeço. Enquanto se recupera de contusão, enfrenta acusações de estupro no Brasil, problemas com os fiscos aqui e na Espanha e um impasse profissional. Já rejeitou publicamente o PSG e declarou que quer voltar para o Barcelona, que, assim como os torcedores, estava dividido em relação à sua contratação e aparentemente já desistiu, segundo a mídia espanhola. Se não surgir outro clube interessado, Neymar terá que se apresentar ao PSG. Não por acaso, Neymar foi visto apelando pra Jesus em um culto evangélico.
* Bolsonaro fechou a Rádio MEC, que funcionava desde 1923, mas não resistiu a seis meses do novo governo e aos cortes indiscriminados de verbas. O presidente não faz a mais remota ideia do que representa a emissora e o ministro Paulo Guedes muito menos. Este, então, é um especulador robótico incapaz de reconhecer algo fora dos porões financeiros. A rádio encerrará suas transmissões no fim de julho.
* Por falar em cortes indiscriminado de verbas, essa é uma política letal. Quando o alto burocrata aciona a tesoura neoliberal está não apenas aplicando um instrumento burocrático, mas inviabilizando a saúde pública. O Rio tem hospitais federais paralisados, crise aguda em instalações municipais e estaduais, já com registro de mortes por impossibilidade de atendimento. A falta de dinheiro nem sempre é justificada. Como exemplo, a cidade do Rio está sem verbas mas com anuência do prefeito Crivella vereadores acabam de abrir mão de um dívida dos cartórios cariocas de mais de 400 milhões de reais. No caso do atual projeto de confisco da Previdência, há uma bondade equivalente. No corpo da tal "reforma", deputados aprovaram na madrugada uma emenda ao relatório que pode perdoar até 100 bilhões de reais para os ruralistas que já são privilegiados por se pendurarem no caixa público em inúmeras outras benesses.
* O governo tem seis meses, mas a campanha eleitoral para 2022 já agita gabinetes. Bolsonaro ensaia volta ao palanque, dessa vez com Moro como candidato a vice. Rodrigo Maia estaria sonhando com a chapa João Doria-Luciano Huck. O governador do Rio, Wilson Witzel já revelou que o Planalto é seu sonho de consumo. José Serra não se manifestou, talvez quando acordar. Não está confirmado se Queiroz e Olavo Carvalho formarão chapa de outsiders.
* O que Donald Trump fumou? O presidente americano disse ontem em discurso sobre o 4 de julho que um dos fatos históricos da guerra da independência foi a tomada de aeroportos pelo exército americano em 1775. "Nosso Exército derrubou as muralhas, tomou o controle dos aeroportos, fez tudo o que tinha de fazer". Trump tentou justificar o erro ao dizer que o teleprompter apagou. Foi pior: a mancada histórico foi então de sua autoria mesmo.
* Agora é pra valer, "Vem meteoro!" - Nas redes sociais, os descrentes do Brasil atual preferem a hecatombe expressa no bordão que viralizou. Pois bem, a Nasa acaba de atendê-los. Um asteroide de 340m de diâmetro e 55 milhões de toneladas está a caminho da Terra, com chegada prevista para 3 de outubro. O risco de cataclismo é baixo, mas quem sabe o asteroide desvia do caminho e cai em Brasília.
* Não é verdade que Faustão vai abrir um quadro no Domingão onde Sergio Moro, Dallagnol, Mourão, Bolsonaro, Damares, Queiroz e o Sargento Mula que transportava cocaína no Aerococa oficial vão participar de um reality show que apontará quem se comunica melhor com o povão.
* Depois de lucrar bilhões com a Lava Jato, os Estados Unidos pegaram o gosto. Promotores americanos responsáveis pelo processo contra o megatraficante El Chapo, pedem a apreensão de
US$ 12,7 bilhões em bens do cartel mexicano. Não há informações se a força-tarefa gringa vai criar uma fundação especialmente para eles próprios administrarem a dinherama.
* O FMI faz o que pode para ajudar o presidente da Argentina em ano eleitoral. Acaba de mandar mais 5,4 bilhões de dólares para o caixa de direitista Mauricio Macri, candidato à reeleição, mas que está em baixa nas pesquisas. Em troca o governo se comprometeu a apertar ainda mais o bolso dos hermanos que já estão sem furo disponível nos cintos.
* Supostamente, as palavras "suposta" e "suposto" foram as mais digitadas e pronunciadas em todos os computadores do veículos do Grupo Globo desde que vazaram as mensagens do ex-juiz Moro e seus "funcionários" da força-tarefa.
Na capa do Meia Hora: roubo em escala industrial
por Ed Sá
Não se pode negar que o setor de roubos no Rio de Janeiro está evoluindo industrialmente. A recente tentativa de afanar imensas torres de caixa d'água de um condomínio Minha Casa, Minha Vida mostra a nova logística dos criminosos. O Redentor, o obelisco da Rio Branco, estátuas equestres e bondinho do Pão de Açúcar que se cuidem.
sexta-feira, 5 de julho de 2019
Faustão faz um participação na VazaJato como coach de juiz. "Ô lôco, meu"
Provavelmente em momento perdido na noite, após ver o JN ou a Globo News, o apresentador da Globo achou que a força-tarefa da Lava Jato falava difícil.
Com o intenção de colaborar com a operação, ele se voluntariou como coach de juiz e contatou Sergio Moro dando-lhe uma rápida dica de linguagem. Para ele, Moro e sua tropa deveriam falar para o povão. O então juiz logo acionou o grupo do Telegram e repassou o conselho para o "subordinado" Deltan Dallagnol.
- Ele disse que vocês nas entrevistas ou nas coletivas precisam usar uma linguagem mais simples. Para todo mundo entender. Para o povão. Disse que transmitiria o recado. Conselho de quem está a (sic) 28 anos na TV. Pensem nisso”, teclou Moro gastando seu português precário e usando a preposição a no lugar do correto há, do verbo haver.
Aparentemente, os lavajateiros seguiram o conselho 0800 do Faustão Todo mundo está entendendo muito bem os diálogos que The Intercept Brasil está jogando no ventilador.
O apresentador confirmou a conversa com Sergio Moro.
"Perdeu, fotógrafo!" - João Pina fotografou um dos traficantes mais procurados do Rio e saiu ileso. Mas não escapou de alguns veículos da mídia que publicaram sua foto sem crédito. É o que ele desabafa em relato exclusivo à revista Época
A revista Época que está nas bancas publica um ótimo relato do fotógrafo português João Pina. Em 2009, ele fotografou o traficante Fernando Guarabu, morto há pouco mais de uma semana durante operação policial no Morro do Dendê, na Ilha do governador, Rio de Janeiro.
Época deu o devido crédito à foto. Mas não foi o que aconteceu com vários outros jornais, portais digitais e até TV.
Com a intermediação de um pastor evangélico, Pina teve acesso a um dos esconderijos de Guarabu. A matéria foi publicada no New York Times. A imagem principal da série feita então mostra o traficante sentado em um sofá, olhando para a câmera, olha frio, Jesus tatuado no braço, quadro com imagens da bíblia na parede.
A morte do traficante, que era matador profissional, tido como muito cruel, além de procurado por vários outros crimes, levou a mídia ao Google para buscar fotos. E vários veículos importantes, entre jornais, TV e portais digitais, publicaram sem crédito a foto feita por João Pina após uma aproximação que levou dois anos.
Nesse tipo de reportagem, apesar da negociação e dos intermediários, nunca se sabe o que acontecerá. Uma operação policial inesperada, eventual invasão de um bando rival, alguma desconfiança súbita, e a vida do fotógrafo correria sério risco. A foto publicada sem que se atribuísse a autoria a João Pina era acompanhada de vários tipo de "crédito" como "arquivo pessoal" ou até "divulgação". Imaginem um traficantes procurado pelo polícia, que passava a maior parte dos seus dias escondido em bunkers cercado de comparsas, ostentando uma assessoria de divulgação.
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No relato que escreveu para a Época, Pina desabafa. Leia trecho abaixo:
LEIA A MATÉRIA DA ÉPOCA, CLIQUE AQUI
Época deu o devido crédito à foto. Mas não foi o que aconteceu com vários outros jornais, portais digitais e até TV.
Com a intermediação de um pastor evangélico, Pina teve acesso a um dos esconderijos de Guarabu. A matéria foi publicada no New York Times. A imagem principal da série feita então mostra o traficante sentado em um sofá, olhando para a câmera, olha frio, Jesus tatuado no braço, quadro com imagens da bíblia na parede.
A morte do traficante, que era matador profissional, tido como muito cruel, além de procurado por vários outros crimes, levou a mídia ao Google para buscar fotos. E vários veículos importantes, entre jornais, TV e portais digitais, publicaram sem crédito a foto feita por João Pina após uma aproximação que levou dois anos.
Nesse tipo de reportagem, apesar da negociação e dos intermediários, nunca se sabe o que acontecerá. Uma operação policial inesperada, eventual invasão de um bando rival, alguma desconfiança súbita, e a vida do fotógrafo correria sério risco. A foto publicada sem que se atribuísse a autoria a João Pina era acompanhada de vários tipo de "crédito" como "arquivo pessoal" ou até "divulgação". Imaginem um traficantes procurado pelo polícia, que passava a maior parte dos seus dias escondido em bunkers cercado de comparsas, ostentando uma assessoria de divulgação.
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No relato que escreveu para a Época, Pina desabafa. Leia trecho abaixo:
LEIA A MATÉRIA DA ÉPOCA, CLIQUE AQUI
quinta-feira, 4 de julho de 2019
The Guardian denuncia: Reino Unido devolve frango brasileiro contaminado e produto vai parar nas "coxinhas" nacionais
Não é só no campo das ideias ultradireitistas e anacrônicas que o Brasil está contaminando o mundo.
The Guardian apurou que, nos últimos dois anos, o Reino Unido devolveu 1 milhão de frangos contaminados pela bactéria salmonela e mesmo assim exportados pelo agronegócio. O pior: os frangos doentes foram em seguida distribuídos no mercado interno brasileiro um desses pode ter chegado à suam mesa de jantar.
A ministra da Agricultura de Bolsonaro, Teresa Cristina, não deu muita atenção para a denúncia, alegou que salmonela é comestível desde que o frango seja frito, cozido ou assado. Esqueceu de dizer que a contaminação também se dá no manuseio da carne crua, segundo especialistas. Afirmou que só há dois tipos de salmonela são perigosos e que "não comercializamos frango contaminado com essas duas bactérias". A ministra admitiu que o produto foi mesmo devolvido, mas não disse se exames comprovaram que o frango exportado estava contaminado apenas com a bactéria "boa". Segundo o Guardian, testes flagraram contaminação em remessas para os Estados Unidos e para países da Europa: Holanda, França, Alemanha, Espanha, Itália, Bélgica e Irlanda. Em fase de pregação de "estado mínimo", o Brasil minimiza a fiscalização em várias áreas. A liberação acelerada de agrotóxicos pelo atual governo também vem sendo denunciada na mídia européia, especialmente a da Alemanha.
A matéria repercutiu entre os leitores do Guardian que perguntam porque a Inglaterra ainda compra frango do Brasil, Outro sugere que as autoridades brasileiras merecem ser cozinhadas. Houve quem lembrasse que crianças são mais vulneráveis à bactéria. E um deles citou o "culpado".
Esse escândalo pode ser um obstáculo a mais para a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia, que já enfrenta fortes resistências em diversos países cujos Parlamentos ainda deverão aprová-lo.
quarta-feira, 3 de julho de 2019
Fotografia: a França quer saber o que está acontecendo no Brasil... Uma exposição de fotógrafos brasileiros tenta responder
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| Reprodução/ Rádio França Internacional (link abaixo) |
A imagem do Brasil lá fora está em baixa. Somos o país da ultradireita, do desmatamento recorde, do uso indiscriminado de agrotóxicos, do fundamentalismo religioso mandando na política, das milícias, do crime político ("quem mandou matar Marielle"), da VazaJato, da intimidação a jornalistas etc. Mas a cultura ainda tenta nos salvar. Uma exposição na França busca responder à curiosidade internacional em torno do atual Brasil, que é destaque na Fundação Manuel Rivera-Ortiz, com a mostra “What’s going on in Brazil?”, apresentada em Arles pelo coletivo Iandé. Segundo a curadora Iolana Mello, o objetivo foi “tentar mostrar, através do olhar de 12 jovens fotógrafos os rumos atuais do Brasil. Entre os temas abordados estão a questão dos índios, ecologia e LGBT”.
Os fotógrafos que estão na exposição são: Ana Carolina Fernandes, Daniel Marenco, Dayan de Castro, Elsa Leydier, Felipe Fittipaldi, Fran Favero, Janine Moraes, Karime Xavier, Luiz Baltar, Pedro Kuperman, Shinji Nagabe e Simone Rodrigues.
A matéria completa está no site da Rádio França Internacional, AQUI
Fotomemória da redação: a bola do jogo que virou troféu para Masaomi Mochizuki
A Casa do Velho, em São Paulo, é especializada em objetos antigos e colecionáveis. Entre os itens à venda há alguns originados de acervos pessoais. Jornais, caixas de negativos, títulos e carteirinhas de clubes, troféus, mapas, câmeras fotográficas, rádios etc, estão na prateleira. Alguns desses objetos pertenceram a pessoas famosas.
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| O repórter Durval Ferreira e o fotógrafo Masaomi Mochizuki, em Tóquio, 1991. A dupla viajou para contar aos leitores da Manchete o que era o novo Japão em pleno "milagre "econômico. |
Em meio a tantas antiguidades, o site da loja reserva uma surpresa para quem trabalhou na Manchete. Nada menos do que uma bola de futebol que pertenceu ao fotógrafo Masaomi Mochizuki. Entre 1975 e 1976, ele provavelmente conciliou coberturas esportivas com a tarefa de recolher alguns autógrafos. Foi atendido por Roberto Dinamite, Rivelino, Zé Mário e outros craques cujas assinaturas são ilegíveis. A bola autografada está cotada em R$3.500,00, como se vê no site da Casa do Velho.
Demitido - Cartunista coloca Trump jogando golfe sobre corpos de imigrantes e perde o emprego
O cartunista Michael de Adder, que trabalhava há 17 anos no grupo de comunicação canadense New Brunsweek, que edita vários jornais, foi demitido porque desenhou Donald Trump jogando golfe às margens do Rio Grande diante de imigrantes mortos. Na legenda, algo assim: "Importam-se se eu jogar sobre vocês?"
Adder explicou: “Eu tentei mostrar um Trump que ignora a realidade. Na vida real, ele é até mais rude".
A charge foi inspirada na dramática foto de um pai e uma filha salvadorenhos que morreram afogados ao tentarem cruzar o rio que separa o México dos Estados Unidos. Adder quis chamar atenção para o drama dos imigrantes. Muitos entre os que conseguem atravessar a fronteira são detidos e enviados para campos de concentração.
O cartunista postou nas redes sociais a charge proibida, que viralizou.
E a repercussão mundial venceu a censura.
terça-feira, 2 de julho de 2019
GP de Fórmula 1 no Aterro do Flamengo: uma polêmica no grid de largada
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| Aterro do Flamengo: pista de GP de Fórmula 1. Foto de Alexandre Macieira/Riotur |
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| O Aterro é tombado e a ideia de receber uma corrida da F-1 é polêmica. Mas o cenário seria o mais belo do mundo. Foto de Pedro Kirilos/Riotour. |
Em torno da polêmica sobre a construção de um autódromo no Rio para receber um GP de Fórmula 1, o colunista Ancelmo Góes, do Globo, sugeriu ontem o Aterro do Flamengo como palco de uma eventual prova da categoria.
A ideia não é nova. Em 2009, foi cogitada pela prefeitura a realização de uma corrida da Fórmula Indy no mesmo local. O acordo não prosperou. Vários GPs internacionais são realizados em parques. Assim o Canadá (Île de Notre-Dame, em Montreal), Cingapura (no Marina Bay) e Melbourne (no Albert Park) montam seus circuitos.
O Rio ficou sem autódromo quando ganhou o direito de sediar a Olimpíada de 2016 e a prefeitura usou o terreno para construir o Parque Olímpico, em Jacarepaguá. Em troca, ficou a promessa de erguer um autódromo em Marechal Deodoro. A nova pista jamais foi construída e o projeto é agora questionado pelo Ministério Público por supostas irregularidades na concessão a empresário privado, além de não ter licença ambiental, já que destruirá área da Mata Atlântica.
Faltaram inteligência e mais critério com verbas públicas aos criadores do Parque Olímpico. Exemplo não faltou. Na mesma época em que o Rio começava a preparar as suas instalações para 2016, a Rússia mostrava o que fazer. Sochi, sede da Olimpíada de Inverno de 2014, construiu seu belo parque olímpico com ginásios e áreas para as diversas modalidade e nos amplos espaços entre as instalações montou a pista que sedia o GP da Rússia. De quebra, no mesmo local, foi erguido o estádio que recebeu jogos da Copa do Mundo 2018.
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| Circuito da Gávea, 1934, no início da Avenida Niemeyer |
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| Na Marquês de São Vicente. Reprodução |
Os carros percorriam as ruas Marquês de São Vicente, Estrada da Gávea, Avenida Niemeyer, Visconde de Albuquerque, Bartolomeu Mitre, contornando o Morro Dois Irmãos. Manchete (acima) cobriu a prova de 1954.
Transformar o Aterro em pista certamente vai gerar discussão. Os projetistas de circuitos encontrariam uma solução para aproveitar as duas longas retas do parque, com curvas nos retornos. O local é tombado e os jardins de Burle Marx ficariam expostos a danos, mas tecnicamente seriam protegidos. Só a Federação Internacional de Automobilismo e a FOCA (Formula One Constructor´s Association), que controla a Fórmula 1, poderia aferir a qualidade do asfalto, se apto ou não a receber os Mercedes, Ferrari, Renault, RBS etc.
Polêmica teria, caso a ideia fosse em frente. Mas uma coisa é certa: o cenário carioca seria campeão mundial.
Mordillo: o humor faz silêncio
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| Página de Mordillo na Manchete, em 1973. |
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| Mordillo - Reprodução |
O argentino Guillermo Mordillo tornou-se conhecido no Brasil em 1973 através das revistas Ele Ela e Manchete que publicavam regularmente seus cartuns. Na época, ele morava em Paris e trabalhava para a Paris Match, uma parceira da Manchete.
A partir de 1976, seus cartuns ilustraram o programa "Planeta dos homens,da Rede Globo.
Mordillo morreu no último sábado, aos 86 anos, na Espanha.
domingo, 30 de junho de 2019
Acordo Mercosul-União Europeia: enquanto a mídia brasileira se rende ao ufanismo do governo, jornais da Argentina e da França apontam os pontos polêmicos do tratado comercial
Só para não variar. A mídia neoliberal brasileira repercutiu o acordo Mercosul-União Europeia seguindo tom ufanista oficial, mesmo sem muita informação sobre os detalhes e os impactos da abertura entre mercados tão desiguais. As primeiras análises são desonestas porque não cumprem uma norma básica do jornalismo: a crítica e a correta identificação das eventuais desvantagens. Os editores e colunistas preferiram apontar só as possíveis vantagens que, na leitura apressada que fizeram do que foi liberado pelos negociadores, virão até 2035. A visão que levaram aos leitores foi a oficial. E só.
Já alguns jornais argentinos e franceses, mesmo os veículos conservadores, evitaram a subserviência editorial em relação aos seus governos.
O Página 12, de Buenos Aires, registra preocupações com o impacto negativo que o acordo terá sobre os sistemas produtivos da região. E informa que 20 centrais sindicais da Argentina, Brasil, Chile (membro associado), Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela (suspensa) protestam contra falta de transparência e a "caixa preta" das negociações - já que apenas certos itens são conhecidos - de um tratado comercial que "decreta a morte da indústria regional, do trabalho decente e do emprego de qualidade". As primeiras avaliações mostram que serão afetados setores como de tecnologia, de navegação fluvial e marítima, de obras públicas, compras dos Estados, laboratórios farmacêuticos, indústria automotriz, além de importantes nichos das economias regionais dos países do Mercosul. Um ponto já claro: itens do acordo liberam exportações agropecuárias para a Europa, enquanto abrem o Mercosul para produtos industriais com valor agregado. As centrais sindicais temem desemprego massivo no setor. Outra crítica: o Mercosul nem se dignou a fazer estudos completos, com participação da sociedade, sobre o impacto do acordo.
Le Monde reconhece que a União Européia conclui um acordo comercial controverso com o Mercosul, por preocupar agricultores e ambientalistas. Mas cita textualmente Emmanuel Macron para avaliar que o "lado bom é que as preocupações da França foram totalmente tomadas em consideração". Aspas bem reveladoras.
O acordo levou 20 anos para ser assinado. Não por acaso, só o foi quando os presidentes do Brasil, Argentina e Paraguai, identificados com a direita, lideraram um colossal espacate, o passo do balé no qual as pernas se arreganham e se abrem em 180 graus.
O acordo ainda deverá ser aprovado pelos parlamentos dos países membros. Agricultores franceses, parlamentares europeus, ambientalistas, trabalhadores e empreendedores dos setores atingidos do Brasil e do Cone Sul prometem reagir.
sábado, 29 de junho de 2019
Angelina Jolie é a nova editora-contribuinte da revista Time. Na primeira reportagem, ela questiona políticos que são eleitos com promessa de reprimir refugiados
A partir da edição que está nas bancas dos Estados Unidos e no site da revista, Angelina Jolie estréia como a nova editora-contribuinte da Time. A primeira matéria é sobre famílias de refugiados do Sudão do Sul. A atriz e ativista é enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
"Quem vem à mente quando você imagina um refugiado? Você provavelmente não imagina um europeu. Mas se você fosse filho da Segunda Guerra Mundial e perguntasse a seus pais o que era um refugiado, eles provavelmente teriam descrito alguém da Europa. Mais de 40 milhões de europeus foram deslocados pela guerra. A Agência de Refugiados da ONU foi criada para eles. Nós esquecemos disso. A atitude de alguns dos líderes que proferem a mais dura retórica contra os refugiados hoje remete ao passado de países que já passaram por experiências trágicas de refugiados e foram ajudados pela comunidade internacional".
Ao primeiro sinal de conflito armado ou perseguição, a resposta humana natural é tentar tirar seus filhos do perigo. Ameaçadas por bombas, estupros em massa ou esquadrões de assassinato, as pessoas juntam o pouco que podem carregar e buscam segurança. Refugiados são pessoas que escolheram deixar um conflito. Eles puxam a si mesmos e suas famílias através da guerra, e freqüentemente ajudam a reconstruir seus países. Estas são qualidades a serem admiradas.
Por que então a palavra refugiado adquiriu conotações tão negativas em nossos tempos? Por que os políticos são eleitos com promessas de fechar as fronteiras e recusar os refugiados?"
Essa é abertura da reportagem de Angelina Jolie. Dá o que pensar nesses tempos de fanatismo neofascista.
O TEXTO COMPLETO ESTÁ NA TIME AQUI
Diálogos do porão: The Intercept Brasil revela novo capítulo do escândalo VazaJato. Dessa vez, procuradora da força-tarefa diz que Moro "viola sempre o sistema acusatório"
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| Trecho dos diálogos dos procuradores revelados por Intercept Brasil na Parte 8 do conjunto de mensagens vazadas. |
sexta-feira, 28 de junho de 2019
ABI retoma liderança pela Democracia: Pagê é o novo presidente
(do site da Associação Brasileira de Imprensa)
Em votação histórica- com a participação de 390 sócios, o maior quórum dos últimos anos – a Chapa 2 – ABI: Luta pela Democracia conquistou, nesta sexta-feira, 27/06, 56,6% dos votos e comandará a centenária Associação Brasileira de Imprensa (ABI) até 2022.
Ex-vice-presidente da entidade até dia 13 de maio, o jornalista Paulo Jerônimo de Sousa, o Pagê, de 81 anos, venceu com 221 votos Domingos Meirelles, 79, que dirigia a ‘Casa do Jornalista’ desde 2013.
Com a Chapa 1 – ABI Para Todos, Meirelles teve 97 votos. Washington Machado, que disputava a presidência pela chapa 3 – Barbosa Lima Sobrinho, recebeu 68 votos e ficou em terceiro lugar.
A eleição na ABI foi marcada por disputas judiciais que começaram antes de iniciado o processo eleitoral, em fevereiro deste ano, para que a oposição obtivesse a relação de sócios da entidade.
Inicialmente marcada para 26 de abril, um primeiro pleito ocorreu somente em 16 de maio, mas até hoje os 256 votos depositados naquele dia estão acautelados judicialmente.
Em meio às várias batalhas judiciais, a campanha da chapa 2 teve como principal mote a defesa da democracia e da liberdade de imprensa, sob ameaça no atual governo.
A chapa comandada por Pagê, que tem como vice-presidente Cid Benjamin, promete resgatar o papel que a ABI sempre teve junto à sociedade brasileira:
“O objetivo da chapa vencedora é resgatar o protagonismo da ABI, que nos últimos anos se viu desprestigiada como nunca havia acontecido nos seus 111 anos de existência. Nossa primeira providência será promover as antigas parcerias com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Clube de Engenharia, incorporando novas entidades da sociedade civil como Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia (ABJD) e Associação Juízes para a Democracia (AJD).
Pagê anuncia ainda a intransigente defesa que a ABI protagonizará em torno da liberdade de imprensa e do respeito ao trabalho do jornalista. Com esse objetivo, ele diz que a nova diretoria irá buscar um trabalho conjunto com entidades tradicionais da categoria, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), os diversos sindicatos da categoria, a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Artigo 19 e o Instituto Vladimir Herzog.
“Buscaremos essas parcerias para criar uma verdadeira trincheira em defesa da democracia e da liberdade de imprensa, ambas bastante ameaçadas atualmente”.
Chapa vencedora
LEIA NO SITE DA ABI, AQUI
Em votação histórica- com a participação de 390 sócios, o maior quórum dos últimos anos – a Chapa 2 – ABI: Luta pela Democracia conquistou, nesta sexta-feira, 27/06, 56,6% dos votos e comandará a centenária Associação Brasileira de Imprensa (ABI) até 2022.
Ex-vice-presidente da entidade até dia 13 de maio, o jornalista Paulo Jerônimo de Sousa, o Pagê, de 81 anos, venceu com 221 votos Domingos Meirelles, 79, que dirigia a ‘Casa do Jornalista’ desde 2013.
Com a Chapa 1 – ABI Para Todos, Meirelles teve 97 votos. Washington Machado, que disputava a presidência pela chapa 3 – Barbosa Lima Sobrinho, recebeu 68 votos e ficou em terceiro lugar.
A eleição na ABI foi marcada por disputas judiciais que começaram antes de iniciado o processo eleitoral, em fevereiro deste ano, para que a oposição obtivesse a relação de sócios da entidade.
Inicialmente marcada para 26 de abril, um primeiro pleito ocorreu somente em 16 de maio, mas até hoje os 256 votos depositados naquele dia estão acautelados judicialmente.
Em meio às várias batalhas judiciais, a campanha da chapa 2 teve como principal mote a defesa da democracia e da liberdade de imprensa, sob ameaça no atual governo.
A chapa comandada por Pagê, que tem como vice-presidente Cid Benjamin, promete resgatar o papel que a ABI sempre teve junto à sociedade brasileira:
“O objetivo da chapa vencedora é resgatar o protagonismo da ABI, que nos últimos anos se viu desprestigiada como nunca havia acontecido nos seus 111 anos de existência. Nossa primeira providência será promover as antigas parcerias com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Clube de Engenharia, incorporando novas entidades da sociedade civil como Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia (ABJD) e Associação Juízes para a Democracia (AJD).
Pagê anuncia ainda a intransigente defesa que a ABI protagonizará em torno da liberdade de imprensa e do respeito ao trabalho do jornalista. Com esse objetivo, ele diz que a nova diretoria irá buscar um trabalho conjunto com entidades tradicionais da categoria, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), os diversos sindicatos da categoria, a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Artigo 19 e o Instituto Vladimir Herzog.
“Buscaremos essas parcerias para criar uma verdadeira trincheira em defesa da democracia e da liberdade de imprensa, ambas bastante ameaçadas atualmente”.
Chapa vencedora
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O voo do Aerococa, o crime do Sargento Mula e a imagem do Brasil virando pó
Quando a polícia espanhola flagrou os 39 kg de cocaína traficados por um militar no voo de um dos aviões presidenciais não sabia que o fato policial era ali um mero detalhe.
O que saiu da mala do sargento foi a nova imagem do Brasil onde organizações criminosas ganham status institucional e mostram que não apenas podem eleger políticos mas são capazes de ocupar espaços que deveriam ser tão reservados como um dos aviões oficiais a caminho de uma reunião do G20.
É improvável que o militar traficante agisse por conta própria, bancando a compra da cocaína e gerenciando a venda no exterior de um produto cotado, segundo a polícia espanhola, em mais de 1,3 milhões de euros ou mais de R$6 milhões. Uma cotação que pode subir ainda mais quando for aferido o grau de pureza da cocaína transportada pelo Aerococa, como as redes sociais e a mídia internacional apelidaram o jato da comitiva oficial.
A aparente ousadia do traficante foi tamanha que estaria prevista a sua volta ao Brasil no mesmo avião que traria Jair Bolsonaro. Nesse caso, o militar deveria vir com a mala cheia dos euros captados na sua missão criminosa.
Pablo Escobar, que planejou controlar o Congresso e a Presidência da Colômbia, em uma conspiração que não se consumou totalmente, jamais imaginou que um brasileiro poria finalmente em prática sua sonhada parceria público-privada.
O Sargento Mula não gastou sequer o preço da passagem aérea e ainda tinha salário e diárias pagas pelo governo. Em resumo, os contribuintes foram parceiros involuntários desse 'Narcos" à brasileira.
Normalmente, como mostram documentários do tipo reality show sobre o trabalho dos agentes em aeroportos espanhóis, a polícia oferece ao traficante detido, e isso logo no momento da detenção, a chance de reduzir a pena caso se disponha a colaborar. O Sargento Mula poderia, se quisesse, indicar seu contato para entrega da "mercadoria" ou apontar quem eventualmente o esperava no aeroporto de Sevilha ou em Osaka, caso a droga seguisse viagem no próximo voo da comitiva brasileira. Tudo indica que ele abriu mão dessa oportunidade.
New York Times inclui o documentário de Petra Costa, "Democracia em Vertigem", na lista do melhores do ano
por Ed Sá
O New YorkTimes incluiu na seleção dos melhores filmes do semestre "Edge of Democracy", de Petra Costa, o documentário que revisa com indignação o Brasil imediatamente antes e depois do golpe parlamentar-midiático-jurídico que derrubou a presidente eleita Dilma Rousseff. A ascensão de Michel Temer, a condenação sem provas do ex-presidente Lula e a volta da política autoritária de direita caracterizada no governo de Jair Bolsonaro completam a visão crítica dos acontecimentos que levara o país ao retrocesso atual .
"The Edge of Democracy”, ("Democracia em Vertigem) documentário novo e esclarecedor de Petra Costa, conta a história de triunfo político da esquerda a partir da perspectiva de suas consequências. (...) O atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é um admirador da antiga ditadura e parte de uma tendência global em direção ao populismo autoritário e antiliberal que floresce atualmente nas Filipinas, na Hungria e em muitos outros países.O que aconteceu? A questão assombra esse filme e provavelmente assombrará muitos de seus espectadores, onde quer que estejam assistindo. Embora seja uma investigadora escrupulosa e obstinada de fatos ocultos e uma intérprete ponderada de eventos públicos, Costa não produziu um trabalho de jornalismo objetivo ou estudos acadêmicos destacados, mas sim uma avaliação pessoal do passado e do presente de sua nação. “The Edge of Democracy” é narrado em primeira pessoa, pela própria cineasta (em inglês na versão em análise, que está sendo transmitida pela Netflix) em uma voz que é, por sua vez, incrédula, indignada e auto-questionadora. É uma crônica da traição cívica e do abuso de poder, e também de desgosto", analisa o NYT.
Em entrevista recente, a diretora Petra Costa lamentou que o documentário não inclua - obviamente porque foi finalizado bem antes - o escândalo da VazaJato, a série de mensagens reveladas pelo Intercept Brasil onde o então juiz Sergio Moro, embora responsável pelos julgamentos na Lava Jato, em Curitiba, se mostra uma espécie de coordenador das investigações junto ao MPF, orientando ações e até indicando testemunhas, o que, segundo muitos juristas, configura uma flagrante ilegalidade processual.
A conclusão é que as elites brasileiras sempre surpreendem: quando se pensa que já praticaram toda espécie de embustes, elas levantam a barra e mostram que podem mais.
terça-feira, 25 de junho de 2019
Copa da França: jogadora da seleção americana protesta contra violência racial e políticas supremacistas de Donald Trump
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| Em protesto contra o racismo nos Estados Unidos, Megan Rapinoe se ajoelha durante o hino americano. Foto: Reprodução Instagram |
A mídia norte-americana repercute o gesto da jogadora Megan Rapinoe da seleção feminina dos Estados Unidos, que se ajoelhou durante o hino para protestar contra Donald Trump, especialmente em repúdio ao aumento dos casos de violência racial e de opressão a minorias incentivadas pelo discurso supremacista do oligarca.
Em reação, a direção da seleção passou a exigir que as atletas permaneçam de pé durante o cerimonial antes dos jogos da Copa da França. Megan, então, não se ajoelha, mas não canta o hino e não coloca a mão no peito.
Trump ficou irritado, criticou a jogadora e pediu mais sais na banheira da sua suite na Casa Branca. Ele disse ao portal The Hill que discorda de Rapinoe. A atleta, por sua vez, declarou que se inspirou em Colin Kaepernick, o jogador do San Francisco 49ers que iniciou esse tipo de protesto.
Fórmula 1 no Rio: em meio à polêmica do novo autódromo, o meio ambiente sai perdendo...
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| Simulação do projeto que ocupará área verde. Reprodução |
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| Imagem do Google Earh mostra a Floresta do Camboatá, em Deodoro, área remanescente da Mata Atlântica. Reprodução |
O local escolhido para construção da nova pista abriga a Floresta do Camboatá, a última reserva urbana e plana da Mata Atlântica na cidade. Além disso, elimina o verde em uma região carente de matas. Obviamente, haveria outros terrenos para a construção da pista.
E o que o estado tem a ver com isso? Se as contas públicas estão críticas, se falta dinheiro para escolas e hospitais e se a privatização é a palavra de ordem, que se licencie o empreendimento para que um empresário compre o terreno e construa o autódromo à margem da Via Dutra, por exemplo, ou na ponta dos ramais ferroviários. Não tem sentido o estado entrar em uma obra particular - sob o engodo de parceria que acaba se tornando, como tantas outras, mais pública do que privada, ainda mais uma que acaba com uma reserva - enquanto vende na "black friday" muitos dos seus bens exatamente sob o argumento de que setor público deve ser concentrar nas suas finalidades.
A consciência ambiental na Europa é, como se sabe, acentuada. Quem sabe os verdes e consumidores em geral da Alemanha, França, Itália, Inglaterra e Áustria, sedes de equipes como Mercedes, Renault, Ferrari, Aston Martin e Red Bull, denunciem o desprezo pelo meio ambiente e pressionem as marcas para um boicote ao autódromo do Rio. É a esperança que resta. Ou, pelo menos, que essa briga São Paulo vença.
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