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sexta-feira, 28 de junho de 2019
O voo do Aerococa, o crime do Sargento Mula e a imagem do Brasil virando pó
Quando a polícia espanhola flagrou os 39 kg de cocaína traficados por um militar no voo de um dos aviões presidenciais não sabia que o fato policial era ali um mero detalhe.
O que saiu da mala do sargento foi a nova imagem do Brasil onde organizações criminosas ganham status institucional e mostram que não apenas podem eleger políticos mas são capazes de ocupar espaços que deveriam ser tão reservados como um dos aviões oficiais a caminho de uma reunião do G20.
É improvável que o militar traficante agisse por conta própria, bancando a compra da cocaína e gerenciando a venda no exterior de um produto cotado, segundo a polícia espanhola, em mais de 1,3 milhões de euros ou mais de R$6 milhões. Uma cotação que pode subir ainda mais quando for aferido o grau de pureza da cocaína transportada pelo Aerococa, como as redes sociais e a mídia internacional apelidaram o jato da comitiva oficial.
A aparente ousadia do traficante foi tamanha que estaria prevista a sua volta ao Brasil no mesmo avião que traria Jair Bolsonaro. Nesse caso, o militar deveria vir com a mala cheia dos euros captados na sua missão criminosa.
Pablo Escobar, que planejou controlar o Congresso e a Presidência da Colômbia, em uma conspiração que não se consumou totalmente, jamais imaginou que um brasileiro poria finalmente em prática sua sonhada parceria público-privada.
O Sargento Mula não gastou sequer o preço da passagem aérea e ainda tinha salário e diárias pagas pelo governo. Em resumo, os contribuintes foram parceiros involuntários desse 'Narcos" à brasileira.
Normalmente, como mostram documentários do tipo reality show sobre o trabalho dos agentes em aeroportos espanhóis, a polícia oferece ao traficante detido, e isso logo no momento da detenção, a chance de reduzir a pena caso se disponha a colaborar. O Sargento Mula poderia, se quisesse, indicar seu contato para entrega da "mercadoria" ou apontar quem eventualmente o esperava no aeroporto de Sevilha ou em Osaka, caso a droga seguisse viagem no próximo voo da comitiva brasileira. Tudo indica que ele abriu mão dessa oportunidade.
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