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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Fotomemória da redação: paparazzo de uma reunião de pauta...

Reunião de pauta na redação da Manchete. Foto; Acervo bqvMANCHETE
A redação da Manchete em 1972-73. Até 1980, só existia o prédio 804, da Rua do Russell. A sala que aparece ao fundo (ala leste) era do Adolpho; à direita, junto da janela, dá pra ver o Murilo Mello Filho, quase um reflexo, batucando o livro "Milagre Brasileiro"...  Acima da cabeça do contínuo Sammy Davis Junior, se não me engano, no canto direito da foto, ao fundo. Na ala oeste, que não aparece, ficava a sala do Arnaldo Niskier e do Jaquito.)
Pela ordem, a partir da esquerda, diante da mesa L: Alberto Carvalho, secretário de redação, o crítico de cinema Miguel Ângelo Alves (se não me engano); de pé, Maurício Gomes Leite (chefe de redação, seu apelido era Maurício Gomes Leiaute); Claus Meyer, Cícero Sandroni, Narceu de Almeida; junto ao telefone, Wilson Cunha. Dentro da mesa L: eu, Irineu Guimarães e Justino. Roberto Muggiati recorda outros fatos que orbitavam a famosa mesa "L" da Manchete.
"Em 1972 o Justino me guindou da redação do EleEla (onde eu era chefe de redação do Cony) para ser o "segundo" dele na Manchete. Quando Justino viajava em maio e se tornava o Cidadão Cannes eu editava a revista; assim foi em 1972, 1973, 1974 e 1975. Adolpho sentiu então que podia contar comigo na edição da Manchete e despachou o "Índio" com uma megafeijoada em 1975. O grande sonho dele sempre foi tirar o Justino da direção da "melhor da galáxia". Essa foto foi feita há 45 anos, que coisa! O mundo gira e a Lusitana roda!"

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Pequena lembrança do grande poeta



Por ROBERTO MUGGIATI

Não se trata de um obituário au grand complet, mas de algumas lembranças esparsas.  Como sempre, vendo o mundo e a vida pela lente distorcida do Panis, que é a comunidade dos ex-Manchetes. Ferreira Gullar também trabalhou na Manchete, não tenho dados precisos, mas pode ser sido na fase em que ainda era revisor, em 1953, antes de se revelar como escritor e poeta de primeira linha.
Sem entrar na sua obra, eu o citaria como um gigante da cultura brasileira por duas contribuições marginais, geralmente esquecidas.
Foi o autor de uma frase genial:
A crase não foi feita para humilhar ninguém.”
Só ela lhe valeria o Nobel de Literatura que merecia.
A segunda foi ter escrito a letra para O trenzinho do caipira, de Villa-Lobos, aquela do bordão “no ar, no ar” – que é onde Gullar está agora. Convivi meses com seus versos, cantando o Trenzinho no coral do Baukurs, onde eu estudava alemão.
Foto: Divulgação/TV Globo
Nos últimos anos convivi episodicamente com o velho Ribamar, em dois eventos que têm a ver com o crítico de arte da Manchete Flávio de Aquino. Flávio morreu há trinta anos (no próximo janeiro), mas sua viúva, Ceres Feijó, manteve vivos dois encontros ao ano: o aniversário da própria Ceres, em 28 de julho, e o Pato da Ceres, servido religiosamente na tarde do primeiro dia do ano.
Nestas ocasiões, a casa da Ceres – uma das mais finas anfitriãs que já conheci – costumava ficar cheia com as figuras mais destacadas da cultura carioca. Mais recentemente, com Zuenir e Gullar já eleitos “imortais”, a Academia Brasileira de Letras se fazia presente nos eventos de Madame Feijó. Houve até uma ocasião em que pude contar mais imortais na Ceres do que em muito chá das quintas na casa de Machado de Assis. Especificamente, Zuenir Ventura, Ferreira Gullar, Cícero Sandroni e Ana Maria Machado, ou seja, 10% da ABL numa reunião com menos de 50 pessoas.

Pena: no próximo primeiro de janeiro, o Pato da Ceres vai estar meio triste. . .

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Cícero Sandroni e Fidel: o jornalista e o comandante


O Globo, hoje, na coluna do Ancelmo Gois, publica o texto e a foto que reproduzimos acima. O próprio repórter, Cícero Sandroni, conta os bastidores da cobertura da primeira visita de Fidel Castro ao Brasil, em 1959. Na época, ele trabalhava no Globo.

Sandroni, que hoje integra a Academia Brasileira de Letras, passou por vários e importantes veículos cariocas: O Cruzeiro, Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, entre outros. Após o AI5, como tantos jornalistas, sofreu perseguição política e foi impedido de atuar no jornalismo diário. Adolpho Bloch, como Roberto Marinho, recebeu nas redações vários desses profissionais visados pelos militares. Sandroni foi um deles, no caso da Bloch.

No Russell, foi redator-chefe das revistas Fatos e Fotos, Manchete e Tendência. Em 1974, ele dirigia a Tendência quando a recém-criada revista de economia ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, na categoria de Melhor Contribuição à Imprensa.