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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Fotografia: a repressão e a inspiração...

Rio de Janeiro, Cinelândia. Foto de Ana Carolina Fernandes. Reprodução Facebook

A fotógrafa Ana Carolina Fernandes cobre manifestações desde 2013. Na sexta-feira passada, durante a violenta repressão da PM carioca, ela fez a foto acima, que viralizou nas redes sociais.

O aparato policial faz contraponto à frase de Ana Maria Machado em um cartaz no prédio da Biblioteca Nacional.

Ana Carolina contou ao jornal Extra que viu poucas vezes uma repressão tão forte da polícia.
"A repressão foi das mais violentas. E foi a violência mais rápida. Na minha opinião, ficou muito claro que não era nem para acontecer (o protesto). A Polícia Militar sufocou. Foi violentíssimo. Eu diria que ele nem aconteceu", relatou ao Extra.

A PM alegou que reagiu à "ação dos vândalos". Mas vários testemunhos denunciaram que a polícia começou a agir ainda durante a concentração.

A fotógrafa foi atingida por balas de borracha, em ambas as pernas.

Ana Carolina já trabalhou em vários veículos, como Jornal do Brasil, O Globo e Folha de S.Paulo,  na Agência Estado, e hoje é autônoma.

Prainha, Rio de Janeiro. Foto de Ana Carolina Fernandes

Quando longe de cenas como a da Cinelândia, ela focaliza cenários mais tranquilos. Ana Carolina pretende lançar, em 2018, um livro com fotos da Prainha, Área de Proteção Ambiental na região do Recreio do Bandeirantes, no Rio, muito frequentada por surfistas. Em entrevista ao site Louie, ela destacou a luminosidade do lugar: "Um contra-luz quase o ano inteiro que eu amo! A Prainha tem cheiro de praia selvagem. Tem essa coisa meio de ser de um tempo mais devagar".
Você poderá ver mais fotos da Prainha no site Louie, clicando AQUI.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Pequena lembrança do grande poeta



Por ROBERTO MUGGIATI

Não se trata de um obituário au grand complet, mas de algumas lembranças esparsas.  Como sempre, vendo o mundo e a vida pela lente distorcida do Panis, que é a comunidade dos ex-Manchetes. Ferreira Gullar também trabalhou na Manchete, não tenho dados precisos, mas pode ser sido na fase em que ainda era revisor, em 1953, antes de se revelar como escritor e poeta de primeira linha.
Sem entrar na sua obra, eu o citaria como um gigante da cultura brasileira por duas contribuições marginais, geralmente esquecidas.
Foi o autor de uma frase genial:
A crase não foi feita para humilhar ninguém.”
Só ela lhe valeria o Nobel de Literatura que merecia.
A segunda foi ter escrito a letra para O trenzinho do caipira, de Villa-Lobos, aquela do bordão “no ar, no ar” – que é onde Gullar está agora. Convivi meses com seus versos, cantando o Trenzinho no coral do Baukurs, onde eu estudava alemão.
Foto: Divulgação/TV Globo
Nos últimos anos convivi episodicamente com o velho Ribamar, em dois eventos que têm a ver com o crítico de arte da Manchete Flávio de Aquino. Flávio morreu há trinta anos (no próximo janeiro), mas sua viúva, Ceres Feijó, manteve vivos dois encontros ao ano: o aniversário da própria Ceres, em 28 de julho, e o Pato da Ceres, servido religiosamente na tarde do primeiro dia do ano.
Nestas ocasiões, a casa da Ceres – uma das mais finas anfitriãs que já conheci – costumava ficar cheia com as figuras mais destacadas da cultura carioca. Mais recentemente, com Zuenir e Gullar já eleitos “imortais”, a Academia Brasileira de Letras se fazia presente nos eventos de Madame Feijó. Houve até uma ocasião em que pude contar mais imortais na Ceres do que em muito chá das quintas na casa de Machado de Assis. Especificamente, Zuenir Ventura, Ferreira Gullar, Cícero Sandroni e Ana Maria Machado, ou seja, 10% da ABL numa reunião com menos de 50 pessoas.

Pena: no próximo primeiro de janeiro, o Pato da Ceres vai estar meio triste. . .