terça-feira, 2 de abril de 2019

Publimemória: quando ser sócio de vídeo clube era sinal de status...


por Ed Sá

O streaming era futuro, a Netflix nem ficção era.

A Sharp lançou em 1982 o primeiro vídeo cassete brasileiro.  Não estava ao alcance de muitos: custava cerca de 390 mil cruzeiros, moeda da época. Uma fita virgem, Basf ou Maxell custava entre 7 mil e 10 mil cruzeiros (em maio de 1982, o salário mínimo foi reajustado para Cr$ 16.608,00).

A campanha da Sharp, acima - anúncio publicado na Manchete três anos depois, em 1985 -, oferecia algo mais. Quem comprasse um aparelho podia ser tornar sócio do Vídeo Clube do Brasil que tinha lojas em 50 cidades. Esse tipo de clube emitia até carteirinha de associado. Dava um certo status. Adquirir um vídeo cassete implicava em adotar um rotina que as novas gerações nem imaginam: ir a uma locadora escolher os filmes para ver no fim de semana. Esse programa era mais obrigatório do que ir à missa. O feliz proprietário da nova mídia gastava alguns minutos percorrendo estantes repletas de filmes, invariavelmente ouvia sugestões e dicas do freguês ao lado. Escolhia alguns, comprava pipoca e cerveja e garantia um novo lazer. Quem esquecesse de rebobinar a fita ao fim da sessão doméstica pagava uma multa ao devolver o filme.

Todo esse ritual agora se resume a um clique. Gastava-se uma hora nesse brincadeira. Hoje, só o tempo de carregamento do filme. Se a conexão for boa, menos de um segundo.

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