Quinta vereadora mais votada nas eleições municipais de 2016, Marielle era um dos marcos da renovação da participação política das mulheres, diferenciando-se pelo caráter progressista em assuntos sociais no contexto da responsabilidade do Poder Legislativo local.
O Sistema das Nações Unidas no Brasil expressa solidariedade aos familiares e amigos da vereadora e do motorista Anderson Pedro Gomes. Tem expectativa de rigor na investigação do caso e breve elucidação dos fatos pelas autoridades, aguardando a responsabilização da autoria do crime.”
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) divulgou nesta quinta-feira (15) uma nota sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes. O comunicado é assinado pela porta-voz do ACNUDH, Liz Throssell.
“Condenamos o profundamente chocante assassinato no Brasil da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista. Marielle foi uma reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres”, afirma a nota.
Negra, mãe e socióloga, Marielle Franco (PSOL) atuava desde 2000 dentro das instituições da Maré, complexo de favelas do Rio de Janeiro, trabalhando com cultura e educação. Suas propostas abordavam questões de gênero, raça e cidade. Foto: Mídia Ninja (CC)
Negra, mãe e socióloga, a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi uma reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres, lembrou o ACNUDH. Foto: Mídia Ninja (CC)
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) divulgou nesta quinta-feira (15) uma nota sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes. O comunicado é assinado pela porta-voz do ACNUDH, Liz Throssell.
Leia a nota na íntegra:
"Condenamos o profundamente chocante assassinato no Brasil da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista. Marielle foi uma reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres.
Entendemos que as autoridades se comprometeram a realizar uma completa investigação dos assassinatos ocorridos no Rio de Janeiro na quarta-feira à noite. Apelamos para que essa investigação seja feita o quanto antes, e que ela seja minuciosa, transparente e independente para que possa ser vista com credibilidade. Os maiores esforços devem ser feitos para identificar os responsáveis e levá-los perante os tribunais."
ACNUDH
Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos
Fonte: ONUBR
The Guardian |
Democracy Now |
Amnesty International |
Reuters |
5 comentários:
Instituições, políticos e mídia há anos disseminam clima de ódio. Em todo o Brasil são assassinados líderes ambientais, comunitários, do MST. Tudo e consequência da intolerância com qualquer pessoa ou partido comprometido com questões sociais. As balas que mataram Mariella e Anderson tem muitas digitais.
Ao ler no noticiário sobre o assassinato da vereadora Mariellle Franco, me vem à memória o assassinato da Juíza Patrícia Aciolly, em Niterói. Ora, assassinar um Juiz não é tarefa para um assassino comum, um traficante, um assaltante de rua, é trabalho para cachorro grande. Somente um grupo poderoso, com poderes maiores, chega a esse ponto. Que grupos poderão ser? No caso da Juíza foi um pequeno grupo da própria PM que cometeu o crime. No caso da vereadora, o problema maior da investigação é descobrir qual foi o grupo que cometeu o crime. A sociedade no Rio de janeiro está hoje dividida por grupos que detém o poder criminoso como as Mílicias, os grupos de traficantes e os grupos mafiosos que se dividem nos morros que contornam a cidade. A vereadora Marille Franco, com seu trabalho, estava incomodando algum desses grupos e o resultado não se fez esperar. Metodicamente, esperando o momento certo fuzilaram essa mulher que se pôs nos caminhos de gangues poderosas.
Correto, não é coisa de mané. Poderosos armaram o atentado, como fazem comumumente com pessoas que fazem trabalho social, ambiental, de defesa do consumidor, do trabalhador rural etc e até jornalistas e radialistas do interior que incomodam chefões locais.
Foi criada no Brasil pelas elites, pelo golpe, pela mídia e pelas redes sociais um clima de ódio. Isso no país em que tem muita impunidade em homicídios, poucos são investigados, menos são condenados e quando são um juiz solta em pouco tempo é um convite a matança.
A execução da vereadora Marielle mostrou duas faces do Brasil: uma generosa e solidária que não vê futuro no país sem direitos sociais e distribuição de renda justa. A outra odiosa,nas redes sociais, violenta, preconceituosa que gerou o triste quadro atual e se predominar vai transformar o país em um gueto.
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