sexta-feira, 30 de março de 2018

Temer confunde a mídia. Analistas oscilam entre fazer parte da "base governista" ou ensaiar oposição... É dura a vida

Michel Temer não facilita a vida dos comentaristas de políticas e colunistas da velha mídia. O ilegítimo foi apoiado efusivamente quando derrubou Dilma Rousseff. Meses depois, quando a primeira denúncia de corrupção atingiu o Vampirão, as corporações dispararam suas flechas. O Globo, em editorial, pediu a cabeça do inquilino do Jaburu. Foi a senha para que os comentaristas da Globo News e colunistas do jornal descessem o pau no mandatário.

Como o mundo gira, a Lusitana roda, Temer foi aos poucos sendo reabilitado. O jogral mostrou jogo de cintura, seguiu a nova maré e passou a elogiar a figura. A segunda denúncia já nem teve a repercussão da primeira e dispensou a saia justa. As malas foram aos poucos esquecidas e Temer voltou a ser exaltado como "reformador" e como o "cara" que recuperou a economia. O IBGE anuncia que o desemprego aumentou, comércio e indústria vivem de surtos e não decolam, saúde, educação e segurança se deterioram, Temer está naufragando no Porto de Santos, o pêndulo oscila e, nos últimos dois dias, o giroscópio dos colunistas faz um esforço para reconfigurar as ideias. Temer volta a tomar umas porradinhas.

Quem disse que a vida é fácil? A mídia conservadora andava tão próxima de Temer que carimbou recentemente seu viés governista ao dar de graça capas sobre a tentativa, que acabou abortada, de aprovar a reforma da Previdência.


Em uma mesma semana, Veja, Istoé, Época e Istoé Dinheiro estamparam, às vésperas da votação que não houve, capas publicitárias iguais exaltando o projeto do governo Temer. Em fevereiro, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República foi questionada pelo Intercept Brasil sobre a inusitada campanha. Um mês depois, os burocratas do Planalto confessam que os anúncios foram um presente das editoras a Michel Temer. Simples assim. E as investigações estão mostrando que Temer não é homem de recusar presente.

É difícil imaginar publicações como a Time, Der Spiegel, The Economist etc oferecendo mimos comerciais tão explícitos aos governantes, ainda mais se governantes investigados por receber propina.

Isso seria fazer baixa política partidária e baixo jornalismo.
 

3 comentários:

Corrêa disse...

Tinha uns que falavam irados de Temer. Uns dias depois baixaram a bola, o patrão mandou? Ou o patrão voltou atrás e todos os cordeirinhos foram junto? peraí que eu vou vomitar.

J.A.Barros disse...

Fico sem acreditar que o presidente Temer venha a anunciar que será candidato às eleições presidenciáves deste ano. Com um índice quase zero de aceitação pública tenha coragem de se candidatar ao cargo e presidente do Brasil. Mas, como as águas estão rolando com muita força embaixo da ponte muitos problemas ainda vão acontecer, muitas surpresas surgirão nessa frigideira que está fritando os ovos. Vamos esperar E não nos surpreender mais com as revelações de corrupção de onde menos se esperava tal comportamento.

J.A.Barros disse...

Tá feia a coisa: uma desembargadora declara que "ia lá fora se matar e depois voltaria" e um outro revela que "ia la fora vomitar e depois voltaria ", afinal, parece que "não se mataram e não vomitaram ".