segunda-feira, 26 de março de 2018

Há 50 anos - Sangue nas mãos da ditadura: a morte de Edson Luís


No dia 28 de março de 1968, há 50 anos, Edson Luís de Lima Souto foi assassinado no restaurante do Calabouço pelas forças da ditadura. O estudante tinha apenas 18 anos e era aluno do Instituto Cooperativo de Ensino - que as forças de repressão chamavam de "Instituto Comunista de Ensino" - destinado, assim como o restaurante, a jovens de baixa renda.
Estava prevista para o fim da tarde uma passeata de protesto contra o aumento dos preços do restaurante. Os estudantes ainda se concentravam em frente ao Calabouço quando a polícia chegou. Os serviços de segurança temiam que a embaixada americana, perto do local, fosse invadida e investiu contra o grupo, que se refugiou no interior do restaurante e, de lá, lançou pedras contra os militares. A reação dos estudantes foi a senha para a extrema violência. Tiros partiram até do alto de prédios próximos ao restaurante, mas Edson foi assassinado por um PM, a queima-roupa, com um tiro de revólver no peito.
Manifestações eclodiram em todo o Brasil. Em junho daquele ano, mais violência e mortes aconteceriam no Centro do Rio. A tortura começava a se institucionalizar nas prisões do regime.
1968 terminou com a edição do AI-5, em dezembro, e o endurecimento da ditadura.
Essa mesma que os radicais da direita querem de volta ao Brasil de hoje.





Fotos reproduzidas da edição n°375 da revista Fatos & Fotos. A cobertura foi dos repórteres Helena Beltrão,
Carlos Castilho e Edson Cabral com os fotógrafos Juvenil de Souza, Nicolau Drei, José Martins, Jorge Aguiar,
Armando Rosário, Milton Carvalho, Moacir Gomes e AJB.  

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