sábado, 2 de dezembro de 2017

Revista Istoé divulga a lista de Brasileiros do Ano. Astrólogo prova que para alguns escolhidos essa homenagem dá um azar danado...

por Allan Richard Way II (colunista convidado)

A revista Istoé promove a cada dezembro a premiação Brasileiros do Ano. Como astrólogo, faço aqui um breve retrospecto do listão de ilustres da revista - apenas de 2013 pra cá. O estudo mostra que para muitos do laureados entrar na relação dá um tremendo azar, pra dizer o mínimo.

Em defesa da Istoé, diga-se que a revista Time escolheu Hitler como Homem do Ano em 1938. No caso, o azar foi do mundo. No ano seguinte, a Time indicou Stálin, quer urucubaca maior? Nixon foi Homem do Ano duas vezes antes de ser abatido pelo escândalo Watergate. Clinton também, antes da sessão de sexo oral no Salão apropriadamente chamado de Oval. Trump foi a personalidade do ano passado. Com no caso do líder nazista, azar do mundo.

Voltando ao Brasileiros do Ano da Istoé, há algo de errado na conjunção astral estabelecida no momento em que a redação da revista aponta seus ídolos e faz desandar a vida e a obra de muitos dos escolhidos. Inegavelmente, alguns nomes depois de homenageados entram em inferno astral.

O conceito de inferno astral é complicado para explicar a leigos, mas vou tentar. No momento em que a escolha é feita, o Sol está passando por determinado ponto do Zodíaco. Esse ponto, para o bem ou para o mal, passa a determinar muito do que os astros reservam para a vida do eleito. É como se fosse um aniversário. Dependendo da casa em que o planeta estiver percorrendo durante situações cruciais na vida de um determinado Brasileiro do Ano - e da posição do Sol sobre as questões dessa casa - o caos pode se instalar na vida da pessoa. Não vou ocupa-los com teorias. Tudo isso pode ser previsto por um astrólogo competente e de boa linhagem como este que vos fala.

Vamos aos fatos: quer ver alguns exemplos de zica recolhidos das "elites" que a Istoé apontou nos últimos anos?

Brasileiros do Ano 2013

Luís Felipe Scolari, o Felipão - Saiu na lista em dezembro e poucos meses depois liderou o maior fiasco da história do futebol brasileiro: a Copa de 2014, com o vexame inenarrável diante da Alemanha.

Eduardo Campos - o político morreu em acidente no ano seguinte.


Aécio Neves - Foi candidato a presidente, perdeu, ajudou a derrubar Dilma Rousseff, mas acabou denunciado e envolvido em propinas, malas de dinheiro e corrupção galopante.

Joesley Batista - A Istoé o escolheu "empreendedor do ano". Descobriu-se depois que o que Joesley empreendia era uma distribuição de propinas para políticos de vários partidos.

Flávio Rocha - O dono da Riachuelo foi depois acusado de utilizar mão de obra escrava.

Aldemir Bendine - O então presidente do Banco do Brasil foi preso sob a acusação de receber propina da Odebrecht.

Sérgio Rodrigues - o designer faleceu no ano seguinte.

Roberta Sudbrack - a chef festejada envolveu-se no Rock'n Rio em rumoroso caso de apreensão de alimentos sem selos de qualidade, com danos à sua imagem.

Dilma Rousseff - A ex-presidente foi escolhida Brasileira do Ano em Gestão. Isso foi espantoso. Na solenidade de entrega do troféu, Dilma foi representada por Guido Mantega (ele foi Brasileiro do Ano da Istoé em 2012). Dilma acabou derrubada da Presidência e o próprio Mantega levou a sobra da azarenta promoção da Istoé: hoje é acusado por delator de ter montado esquema de corrupção no Carf

Brasileiros do Ano 2014

Luiz Fernando Pezão - O homenageado (do grupo de Sérgio Cabral, que foi Brasileiro do Ano em 2011) tornou-se, em pouco tempo, o piloto do caos no governo fluminense. O atual governador do RJ responde a inquérito do STJ acusado de receber cerca de R$ 20 milhões em caixa 2.

Brasileiros do Ano 2015 

Michel Temer - O então vice de Dilma encurralou a parceira de chapa e se deu bem. Mas não escapou da sina do Brasileiros do Ano. Enrolou-se em malas recheadas de dinheiro de propina.

Carmen Lúcia - foi Brasileira do Ano pela postura firme, segundo a Istoé. Não deu sorte em votações recentes, como as do ensino religioso em escola pública e a coordenação da destrambelhada sessão que devolveu Aécio Neves à liberdade e ao Senado, ambas com seu voto de minerva.

Brasileiros do Ano 2016

Michel Temer foi novamente o destaque. Pode-se dizer que apesar de obrigado a fazer de tudo para se defender de acusações de corrupção, o suspeito Temer está conseguido driblar o azar com a ajuda do Congresso, do TSE, do STF, de nomeações e de verbas de emendas parlamentares. Mantém-se poderoso e fora do alcance da força-tarefa. Tem patuá com bom prazo de validade. É candidato a ser o Brasileiro do Ano da Istoé em 2018.

Eduardo Paes - o ex-prefeito do Rio também foi homenageado no ano passado. Não fez o sucessor. Foi citado em delação e, de Nova York, onde mora atualmente, emite notas de defesa. É alvo de investigação autorizada pelo STF.


Brasileiros do Ano 2017 

A lista desse ano acaba de sair. A conferir se alguns homenageados escaparão da urucubaca que tem atingido alguns nomes da elite eleita pela Istoé.

Sergio Moro - O juiz da Lava Jato também foi homenageado no ano passado. Ganhou notoriedade, recebe aplausos, mas se avolumam críticas a ele no meio jurídico. Nos últimos dias, os jornais têm noticiado o depoimento de Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, que denunciou em CPI negociações paralelas de denúncias premiadas intermediadas por um amigo de Moro, o advogado Carlos Zucolotto Junior. Moro desmentiu a acusação em nota, mas a questão tende a se prolongar.

Henrique Meireles - Em 2018 estarão em julgamento a política econômica do ministro, as reformas que defende e, principalmente, seus projetos políticos, incluindo uma candidatura a presidente.

Luciano Huck - A apresentador tentou se lançar como presidenciável. Não decolou. Apesar da popularidade que a TV lhe confere, desistiu alegando questões de família. Promete participar das eleições como cidadão influente. Não deixou claro o que vai fazer.

ACM Neto - Embora citado em delação da Odebrecht e investigado pelo Ministério Público, o neto do Toninho Malvadeza é bem avaliado em pesquisas em relação à administração da prefeitura de Salvador. Tem mantido estudada distância das polêmicas nacionais. Deve se candidatar a governador da Bahia ano que vem.

2 comentários:

Corrêa disse...

Significa que a imprensa gosta de andar de braços dados com pilantras e canalhas

Ludmila disse...

O pior é juntar políticos e empresários safados com figuras que nada tem a ver com a sujeira política e empresarial. Em má companhia, essas pessoas de outras áreas ficam com as imagens arranhadas injustamente