terça-feira, 28 de março de 2017

Documentário exibido na França mostra o que o sexo no cinema brasileiro dos anos 70 tinha a ver com a ditadura explícita


A pornochanchada chega à academia. Depois do recente lançamento livro "Pornochanchando em nome da moral, do deboche e do prazer", de Claudio Bertolli Filho e Muriel Emídio P. do Amaral e noticiado aqui, a cineasta Fernanda Pessoa levou ao Cinelatino, festival que aconteceu em Toulouse, na França, neste final de março, o documentário "Histórias que nosso cinema (não) contava" ("Des histoires que notre cinéma racontait (jamais)", no título que o letreiro do cinema ABC-Salle 1 exibia).

A sinopse distribuída ao público francês explicava que, "em plena ditadura militar, um gênero popular toma direções inesperadas e a "pornochanchada" torna-se um canal crítico do terror político e econômico que se instalou no Brasil". Através de comédias eróticas que escaparam à censura - diz a sinopse - relações cruéis de trabalho, a misoginia, o racismo e a violência política são filtrados pela irreverência.
Em entrevista, a diretora Fernanda Pessoa (foto menor) esclarece: "o tema do meu filme não é a pornochanchada. A pornochanchada é o meio para chegar em outro lugar. O filme é sobre o Brasil dos anos setenta e a ditadura militar. Assim, os temas são a cultura industrial, o milagre econômico, a tortura, a violência".
Em breve, o documentário será exibido no Brasil.

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