por Ed Sá
O documentário "Histórias que nosso cinema não contava", sobre os filmes brasileiros que mais atraiam público nos anos 1970 entrou em cartaz.
Dirigido pela cineasta Fernanda Pessoa, o filme retrata o fenômeno das pornochanchadas em plena ditadura militar. Em centenas de filmes, o gênero expôs o machismo e a visão estereotipada da mulher, mas revelou comportamentos, ambientes e referências do Brasil sob o regime militar.
Na época, a revista EleEla, da Bloch Editores, lançada em maio de 1969, estava sob censura prévia. Decreto dos militares, número 1077, assinado em janeiro de 1970, declarava guerra à sensualidade e estabelecia o veto a revistas ou livros que exibissem mulheres nuas.
Curiosamente, no escurinho das salas da Divisão de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal, censores e censoras que mal seguravam a excitação moral e cívica não passavam a tesoura na nudez das musas da pornochanchada e deixavam escapar muitas cenas de sexo. Na época, dizia-se que interessava aos guardiões da família liberar um pouco de sacanagem. Seria o circo oportuno para disfarçar as putarias propriamente ditas que o regime fazia com o país fora das salas de cinema.
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