por Omelete
A cúpula do PMDB é capaz de produzir muita coisa. A história conta. Mas definitivamente, literatura e poesia não estão no DNA dos chefões do partido. Depois dos marimbondos de fogo brando de José Sarney, Michel Temer é a bola da vez. Hoje, na programação de abertura da 14ª Festa Literária de Paraty, a poeta Laura Liuzzi leu um poema do presidente interino.
"Por que não paro?
Por que prossigo?
Por que insisto?
Por que lamento?
Por que reclamo?
Por que ajo?
Por que me omito?
Por que desabo?
Por que levanto?
Por que indago?
Por que questiono?
Por que respondo?
Por que este infindável
Por que?"
Depois de comentar que o tal poema é "muito ruim", Liuzzi improvisou uma rápida e informal 'análise': "A legitimidade dele como poeta é diretamente proporcional à legitimidade dele como presidente".
É espantosamente ruim, na verdade. Quem costumava usar essa construção tosca era o personagem Armando Volta vivido pelo ator David Pinheiro na Escolinha do Professor Raimundo ( 'Por que comprá-lo, por que não comprá-lo, por que comprá-lo, por que não comprá-lo?' Comprei-o-o!"). E quem assiste ao Prêmio Multishow de Humor já ouviu o Sérgio Mallandro, jurado do programa, usar semelhante chavão ("Por que gostei?", por que não gostei?", "por que aprovo"?, "por que fico na dúvida?").
O Mallandro e o David Pinheiro, pelo menos, fazem humor.
O risco é Temer ir parar na ABL, que costuma abrigar alguns ex-presidentes...
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4 comentários:
O problema é as pessoas confundirem preferências políticas ou ideológicas com arte ou situações circunstanciais, o que é o caso dessa crítica a um poema do atual presidente interino Michel Temmer. Acho essas críticas desonestas.
Um presidente que acabou com a ferrovia no país, que acabou com serviço de cabotagem e construiu um cidade "prostíbulo " se tprnou membro da ABL.
O ex-presidente a que você se refere deve ser o JK. Mas o JK não foi eleito para a ABL. Na época em que se candidatou não era muito querido pela ditadura e, claro, a ABL não comprou a briga, os imortais amarelaram os fundilhos e tiraram da reta o orifício que de imortal nada tem. E também na ditadura eles que não são bestas elegeram o general Lira Tavares, que na ditadura foi membro da junta militar.
Aliás, naquela eleição, JK perdeu para Bernardo Ellis e contam que Austregésilo de Athayde, presidente da ABL, foi o fósforo mais rápido do Leste: ele queimou imediatamente os votos da urna para evitar qualquer contestação.
Num tem situação circunstancial que melhore essa bosta de poema
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