Reprodução Facebook |
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por Flávio Sépia
O futebol é um poderoso fator de audiência na TV. Isso apesar da atual fragilidade dos times brasileiros, que não conseguem segurar os talentos que surgem.
E não apenas pela força dos euros, mas pela ação muitas vezes irregular de certos "empresários" em cumplicidade com alguns cartolas. Os clubes acabam aproveitando pouco o fato de serem os protagonistas do espetáculo e tornam-se reféns da TV.
No último fim de semana, a torcida do Corinthians exibiu faixas de protesto. Há anos, o torcedor reclama dos horários de jogos impostos pela Globo, detentora dos direitos de transmissão, o que esvazia os estádios e, em consequência, torna mais caros preço dos ingressos. Tudo indica que o monopólio está perto do fim. Vários clubes já assinaram com o Esporte Interativo. São acordos válidos a partir de 2019. A Fox também já quebra o domínio global na Libertadores. Uma esperança de que a grade da Globo deixe de obrigar clubes a jogarem 11 da noite, por exemplo.
Será saudável até sob o ponto de vista de uma maior diversidade de opiniões dos comentaristas. Sabe-se que o Vasco, por conta das posições assumidas por Eurico Miranda em gestões anteriores, é alvo da mídia cartelizada no Rio. Há conflitos de torcida em todos os estádios, mas o fato ganha macro dimensões quando acontece em São Januário.
No domingo, após a vitória do Vasco sobre o Flamengo, dois comentaristas do SporTV, do estúdio, dedicaram mais tempo a superdimensionar conflito de torcida do que a falar sobre o jogo, que era o que o torcedor gostaria de ouvir. Os dois âncoras do estúdio só aliviavam quando a equipe do mesmo canal, que estava em campo, mais fiel aos fatos, mostrava que o tumulto era localizado e acontecera em grande parte três horas antes do jogo, São Januário foi vítima e não fator do tumulto.
Outra aspecto do mau humor jornalístico: coleguinhas comentam que são poucos os colunistas de jornal que vão ao estádio ver jogo. Na maioria das vezes, assistem pela TV. Dizem que Nelson Rodrigues, autor de crônicas geniais, era frequentador do Maracanã, não perdia um jogo, mas cochilava em alguns momentos. Pode ser. Mas o fato de estar presente ao estádio fazia com que ele captasse o jogo, o personagem do jogo que sempre apontava, e a alma do jogo. Estava mais acordado do que muita gente, hoje. Colunista que vê jogo apenas pela TV assume que vai analisar material de segunda mão. Um desses colunistas, provavelmente sonolento diante da TV depois da feijoada de domingo, achou monótono o jogo Vasco e Flamengo.
Amigo, tudo o que aquele jogo não teve foi tédio. Ô da poltrona, pode-se criticar táticas, erros e a falta de jogadores mais habilidosos, mas o jogo foi quente, tenso e disputado como manda a tradição de um Vasco e Flamengo.
Quem estava em São Januário, sabe que valeu enfrentar o calor. Ver aquele gol aos 45 e quebrados do segundo tempo não tem preço.
2 comentários:
O FBI tah na cola de muita gente
O flamenguismo da mídia é revoltante.
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