quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A "crise" que justificou os passaralhos em tantas redações foi menor do que os patrões alardearam...

por Niko Bolontrin
A crise é bicho feio mas a cara do monstro é muitas vezes superdimensionada de acordo com o setor que se manifesta. No ano passado, a mídia impressa e digital promoveu homéricos passaralhos. A crise foi a justificativa. Ao mesmo tempo, analistas alertaram que a receita das grandes corporações era afetada seriamente afetada não só pela diminuição da atividade econômica mas também pelo mudança do modelo de negócio em função das novas tecnologias.
Pode ser. Mas não apenas a forma, o tal modelo, e sim o conteúdo passava a exigir mais equilíbrio, diversidade e credibilidade para concorrer com o contraditório felizmente disseminado pela web, que costuma desmascarar a coreografia dos passistas do "pensamento único".
Pois bem, voltando apenas à impessoalidade e frieza dos números: dados do Kantar Ibope Media mostram que os investimentos em publicidade somaram R$ 132 bilhões no Brasil, no ano passado. O total é 9% superior ao volume registrado em 2014; porém, se considerada a inflação do período, registra-se uma leve retração de 0,9% no total investido em 2015.
Impacto bem menor do que o apocalipse anunciado que fez o passaralho voar em muitas redações. Resta a evidência de que o financeiro dos controladores da grande mídia foi radical e exagerou na dose ao desmontar redações comprometendo a qualidade e a quantidade da informação fornecida aos leitores. Vai um mero exemplo? As edições dos principais jornais na segunda-feira, especialmente, têm vindo tâo leves e com poucas páginas que o vento levou da minha porta onde o entregador a deixou.
“Devido à desaceleração econômica do país, era esperado que o mercado publicitário sofresse algum impacto em 2015, que foi confirmado pela leve retração que identificamos no patamar de investimentos. A indústria, por sua vez, voltou seus esforços para enfrentar os desafios e identificar oportunidades. Ainda assim, por mais que os anunciantes estejam mais cautelosos, observamos um movimento de reação em alguns segmentos”, afirma Rita Romero, diretora executiva do Monitor da Kantar IBOPE Media. ao site da instituição.

2 comentários:

Corrêa disse...

Essas empresas ganham muito com especulação financeira na alta de juris que defendem. Todas estão na boa.

J.A.Barros disse...

Não sei se essas empresas estão na boa. Os patrões sim, é que estão muito na boa. Veja nos jornais de hoje os bilhões de lucro que os Bancos ganharam no ano de 2015.