O Rio se prepara para sediar uma Olimpíada mas alguns atletas e dirigentes parecem dar exemplos de que não entendem nada de espírito olímpico. Uma federação, a de taekwondo, não acha nada demais levar na equipe atleta acusado de doping; outra, a de ginástica, agora abriga pretensos competidores que dão uma terrível demonstração de racismo em pleno ambiente de treinamento. A cena é grotesca e nem precisa de provas, o crime previsto no Código Penal foi devidamente gravado: em uma mesa, o ginasta Arthur Nory Mariano e os colegas Henrique Flores e Felipe Arakawa promovem uma sessão de bullying escroto com o atleta negro Ângelo Assumpção. O jogo racista consiste em um "charadinha" onde as perguntas são do tipo "se o celular funciona, a tela é branca, se estraga é de que cor? É branco!"; "o saquinho de supermercado é de que cor? É branco!. E o de lixo, é de que cor? É preto!". O vídeo foi postado na rede, o que agrava o crime. Depois da repercussão na internet, os atletas intolerantes ensaiaram um pedido de desculpa do qual o próprio ofendido participa, aparentemente constrangido. Alegam que foi "brincadeira", exatamente o argumento que torcedores racistas e madames que xingam atendentes negras de lojas usam para "justificar" o crime. A Confederação Brasileira de Ginástica divulgou uma nota ridícula e sem noção da gravidade do episódio onde a frase mais contundente é um "esperamos que fatos como esse não se repitam". Como "esperamos"? Os cartolas remunerados pelas verbas públicas estão lá (o grupo treina em Portugal às custas do contribuinte) para impedir que isso aconteça e punir se acontecer e não para encobrir graves manifestações de preconceito. Em matéria no Globo de hoje, levanta-se a suspeita de que o atleta negro não pode se queixar oficialmente para não correr o risco de exclusão da delegação. Ou seja, a vítima corre risco enquanto que para os autores do bullying e do assédio moral o recado da CBG é apenas esperar que o fato não se repita. Uma entidade consequente já desligaria imediatamente os autores da agressão. O Brasil não perderia nada. Não se sabe se os atletas agressores vão ganhar alguma medalha. Difícil. Mas nem o ouro, se por acaso conquistassem, valeria o preço das cenas que o vídeo mostra e do tipo de comportamento e educação que mostra em uns poucos mas reveladores minutos. Se nas próximos dias a CBG não tomar uma atitude decente, vai deixar claro porque tais fatos acontecem no seu ambiente.
ATUALIZAÇÃO EM 21/05
A Confederação Brasileira de Ginástica, segundo divulgou, suspendeu preventivamente por 30 dias os atletas envolvidos no caso de racismo. O prazo, se não for estendido, não impede que os autores do bullying representem o Brasil nos Jogos Panamericanos, em julho, em Ontário, Canadá. Quanto à acusação do crime em si, divulgado claramente na internet, a Educafro, entidade que defende os direitos dos negros, entrará com ação penal. O atleta vítima das agressões racistas, que não seria inéditas, tem dado declarações públicas minimizando a crise e, pelo que se sabe, preferiu não prestar queixa. Matérias na imprensa levantam a possibilidade de que ele teme represálias e prejuízos à sua carreira esportiva. O patrocinador (Caixa) não se pronunciou ainda e não manifestou qualquer repúdio ao fato ou preocupação de associar uma marca popular a práticas preconceituosas.
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ATUALIZAÇÃO EM 21/05
A Confederação Brasileira de Ginástica, segundo divulgou, suspendeu preventivamente por 30 dias os atletas envolvidos no caso de racismo. O prazo, se não for estendido, não impede que os autores do bullying representem o Brasil nos Jogos Panamericanos, em julho, em Ontário, Canadá. Quanto à acusação do crime em si, divulgado claramente na internet, a Educafro, entidade que defende os direitos dos negros, entrará com ação penal. O atleta vítima das agressões racistas, que não seria inéditas, tem dado declarações públicas minimizando a crise e, pelo que se sabe, preferiu não prestar queixa. Matérias na imprensa levantam a possibilidade de que ele teme represálias e prejuízos à sua carreira esportiva. O patrocinador (Caixa) não se pronunciou ainda e não manifestou qualquer repúdio ao fato ou preocupação de associar uma marca popular a práticas preconceituosas.
7 comentários:
Absurdo total. E os jovens já são grandinhos para saber bem o que fizeram.
Impunidade faz isso continuar acontecendo. O patrocinador, Correios, não fala nada?
A Educafro vai entrar com um processo. Há até a suspeita de que há atitude esportiva antiética. Angelo é campeãO, seria uma maneira de desestabilizá-lo?
Acredito que foi uma inconsequência. Uma advertência e providenciar que professores dêem aula de cidadania e caráter a esses jovens será mais efetivo do que uma punição
Concordo que é um caso grave, mas se não houve precedente, não é o caso de crucificar os garotos. Uma advertência basta. Se houve precedente, aí sim, puniçao.
Não podemos esquecer que não é uma questão pessoal um crime foi cometido e divulgado coisa que está acima da questão esportiva. Não é hora de sentimentalismo ou casos assim vão ocorrer sempre como tem acontecido nas torcidas de futebol por falta de punição exemplar.
O Brasil, a começar pelos seus dirigentes é o país da impunidade e dos absurdos. Neste novo governo da dona Dilma o ministro da Fazenda quer cortar de 70 a 80 bilhões do orçamento. Alguém vai pagar por isto e ao mesmo tempo vem o presidente do STF pedir aumento salarial para a sua classe, que já ganha mais de 30 mil reais por mês sem contar os jetons, adicionais de moradia de paletó e gravata, alimentação e presidências de outros tribunais acumulando cargos e claro salário a mais como José Toffoli que além de ministro do STF com todas as suas vantagens é também presidente do Supremo TE, com todas as suas vantagens salariais.
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