por Flávio Sépia
Um selva estimulada pela lei e pela falta de lei. Nas últimas semanas, repetem-se os casos de ataques a facas, no Rio. A modalidade é tão cruel que os assaltantes antes esfaqueiam a vítima e, em seguida, anunciam o assalto. Geralmente, levam bicicletas, celulares, bolsas ou carteiras. As autoridades se queixam de que apreendem os menores e logo eles voltam às ruas com suas facas e para as mesmas regiões: Centro, Lagoa, bairros da Zona Sul, principalmente. De fato, são espantosamente frequentes os casos de condenados, incluindo traficantes conhecidos, que facilmente ganham benefícios e voltam às ruas. Um bairro do Rio, Santa Teresa, está com comunidades em guerra exatamente porque chefes da droga foram beneficiados pela Justiça e voltaram para retomar a rotina de assassinatos, venda de drogas e intimidação de populações inteiras. Portar faca, por exemplo, não é crime. Seria apenas contravenção. Até investigações ficam prejudicadas porque prisão só em flagrante. Mas falta, de qualquer forma, um ação efetiva para descobrir e enjaular que quem compra celular roubado, bicicleta roubada, quem usa cartões de créditos roubados, carros roubados. Explodir esses esquemas já ajudaria. Coincidentemente, a onda de ataques a faca, que já contabiliza mortes, aumentou depois que a Justiça, sob crítica do Ministério Público, promoveu um mutirão (a palavra já levanta a suspeita em relação ao critério expresso) que devolveu às ruas centenas de menores infratores. A sociedade - e não se fala aqui apenas da classe média da Zona Sul, Baixada, Zona Norte, Zona Oeste sofrem igualmente com a violência - não tem quem a defenda. Provavelmente porque a grande maioria dos legisladores não sofre esse problema já que usa seguranças próprios, carros oficiais blindados e dispõe de verbas públicas para isso. Muitos daqueles que aplicam as leis também estão protegidos, bem ao contrário do chamado cidadão comum. Raramente, muito raramente, um ou outra dessas figuras é vítima de assaltos em rua. Pode-se especular que são setores privilegiados que não têm, no caso, a mesma perspectiva do problema. Se andam de bicicleta é nas áreas internas de condomínio fechados ou em jardins de mansões em Angra. Claro que há componentes sociais na terra de ninguém da violência. Melhor distribuição de renda, mais empregos, melhores salários, educação pública, saúde pública, habitação, saneamento, tudo isso falta e tentativas históricas de mudar isso costumam levar "coxinhas" a protestar nas ruas. Os itens citados, de política social, são aliás os alvo atuais do arrocho fiscal tão saudado pela mídia e pela elite financeira. Bom lembrar que não apenas isso resolve. Países democráticos desenvolvidos, apesar disso, não deixam a sociedade indefesa, sem leis e com criminosos seja lá de que idade, por regra, impunes. Até o combate ao tráfico de drogas - cujas quadrilhas aterrorizam, invadem casas, tomam bens, expulsam moradores e estupram meninas das comunidades - recebe críticas. A intimidação que as gangues promovem diariamente não comove os especialistas no assunto. Há quem ache que quadrilhas armadas podem ser combatidas sem armas, o que faria do Brasil um país único nesse aspecto. Nem a Suécia combate tráfico e terrorismo - o trafico, aqui, equivale a terrorismo - com flores. Vida é um direito de todos. Não é questão de ideologia, nem de religião, nem de política partidária, nem de privilégio de classe social. Enquanto as teorias são discutidas, as pessoas, na prática, morrem todos os dias.
Um selva estimulada pela lei e pela falta de lei. Nas últimas semanas, repetem-se os casos de ataques a facas, no Rio. A modalidade é tão cruel que os assaltantes antes esfaqueiam a vítima e, em seguida, anunciam o assalto. Geralmente, levam bicicletas, celulares, bolsas ou carteiras. As autoridades se queixam de que apreendem os menores e logo eles voltam às ruas com suas facas e para as mesmas regiões: Centro, Lagoa, bairros da Zona Sul, principalmente. De fato, são espantosamente frequentes os casos de condenados, incluindo traficantes conhecidos, que facilmente ganham benefícios e voltam às ruas. Um bairro do Rio, Santa Teresa, está com comunidades em guerra exatamente porque chefes da droga foram beneficiados pela Justiça e voltaram para retomar a rotina de assassinatos, venda de drogas e intimidação de populações inteiras. Portar faca, por exemplo, não é crime. Seria apenas contravenção. Até investigações ficam prejudicadas porque prisão só em flagrante. Mas falta, de qualquer forma, um ação efetiva para descobrir e enjaular que quem compra celular roubado, bicicleta roubada, quem usa cartões de créditos roubados, carros roubados. Explodir esses esquemas já ajudaria. Coincidentemente, a onda de ataques a faca, que já contabiliza mortes, aumentou depois que a Justiça, sob crítica do Ministério Público, promoveu um mutirão (a palavra já levanta a suspeita em relação ao critério expresso) que devolveu às ruas centenas de menores infratores. A sociedade - e não se fala aqui apenas da classe média da Zona Sul, Baixada, Zona Norte, Zona Oeste sofrem igualmente com a violência - não tem quem a defenda. Provavelmente porque a grande maioria dos legisladores não sofre esse problema já que usa seguranças próprios, carros oficiais blindados e dispõe de verbas públicas para isso. Muitos daqueles que aplicam as leis também estão protegidos, bem ao contrário do chamado cidadão comum. Raramente, muito raramente, um ou outra dessas figuras é vítima de assaltos em rua. Pode-se especular que são setores privilegiados que não têm, no caso, a mesma perspectiva do problema. Se andam de bicicleta é nas áreas internas de condomínio fechados ou em jardins de mansões em Angra. Claro que há componentes sociais na terra de ninguém da violência. Melhor distribuição de renda, mais empregos, melhores salários, educação pública, saúde pública, habitação, saneamento, tudo isso falta e tentativas históricas de mudar isso costumam levar "coxinhas" a protestar nas ruas. Os itens citados, de política social, são aliás os alvo atuais do arrocho fiscal tão saudado pela mídia e pela elite financeira. Bom lembrar que não apenas isso resolve. Países democráticos desenvolvidos, apesar disso, não deixam a sociedade indefesa, sem leis e com criminosos seja lá de que idade, por regra, impunes. Até o combate ao tráfico de drogas - cujas quadrilhas aterrorizam, invadem casas, tomam bens, expulsam moradores e estupram meninas das comunidades - recebe críticas. A intimidação que as gangues promovem diariamente não comove os especialistas no assunto. Há quem ache que quadrilhas armadas podem ser combatidas sem armas, o que faria do Brasil um país único nesse aspecto. Nem a Suécia combate tráfico e terrorismo - o trafico, aqui, equivale a terrorismo - com flores. Vida é um direito de todos. Não é questão de ideologia, nem de religião, nem de política partidária, nem de privilégio de classe social. Enquanto as teorias são discutidas, as pessoas, na prática, morrem todos os dias.
3 comentários:
Os próprios pesquisadores sabem que existem escolas, essas adolescentes não estão desamparados. Muitos optam pelo tráfico para mostrar poder e ter dinheiro fácil. A maioria deixa as escolas e são vagabundos mesmo. Trata-los com o vítimas é desrespeitar a maioria de meninos que são honestos e procuram estudar e trabalhar. Os demais são assassinos crueis como esses do caso da Lagoa.
O Brasil tem que resolver seus problemas sociais. Isso é uma coisa. Caso de polícia e crime é outra. assassinatos não pode ser tratados como problema social. Sociólogos, políticos de esquerda ou direita, antropólogos, religiosos ou coisa que o valha não têm direito de tratar assassinatos como problema social, a sociedade e a lei não lhes dão esse direito. Política social para quem precisa e pau nos bandidos de qualquer idade.
O menor que rouba na Lagoa e é acusado de ter matado o médico estudou em Ciep, não foi falta de escola. Esfaquear alguém friamente não é problema social. Problema social é um facínora andar solto por aí.
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