segunda-feira, 1 de julho de 2013

Distribuição de renda: os números também se manifestam

por Gonça
O Brasil ainda tem uma das piores distribuições de renda do mundo. Isso explica muita coisa em um país onde a elite não admite abrir mão de privilégios coloniais e acha que o Estado deve ser um ente a seus serviço. Entre 2001 e 2013, o Brasil conseguiu diminuir esse abismo à custa de políticas sociais persistentes. É louvável que uma parcela da população se manifeste nas ruas. Claro, as bandeiras são muitas e às vazes até opostas. Ao lado de um manifestante que pede mais saúde, outro brada pela volta da regime militar. Não pedem emprego, como na Europa, porque o Brasil tem um baixo índice de desemprego já há alguns anos. Mas houve quem levasse cartazes contra cotas universitárias e contra o Bolsa Família.
Bom que os manifestantes conheçam números do desenvolvimento social até para exigir que os políticos acelerem a luta contra a desigualdade. Execrar os políticos é compreensível tão ruim é a imagem deles. Mas bom preservar e exigir aprimoramento da política, que é a arma mais democrática do cidadão. A onda de "terra arrasada" não diz respeito à maioria. O enfraquecimento do Estado, tão a gosto dos neoliberais que desapoiaram mas depois passaram a apoiar as manifestações, só interessa à elite política-financeira. Falta aos manifestantes pedir a punição dos corruptores (geralmente grandes grupos) ao lado da condenação de corruptos. Saibam que há projetos no Congresso, engavetados e empoeirados, que agilizariam esse processo. Uma boa consequência da onda de manifestações é a realizaçaõ de debates em universidades, instituições de classe, colégios etc para dar um formato efetivo à difusa voz das ruas. Hora de filtrar o essencial, conhecer os obstáculos, desconfiar do súbito "apoio" da direita, entender porque a mídia começou condenando os protestos e pedindo ação forte da polícia e acabou se engajando com entusiasmo na chamada "revolução do vinagre". Há muito o que entender, aprender e realizar.
Sem perder o foco de que o quem é bom para a base social quase sempre não é o que quer a cúpula society.  

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2 comentários:

debarros disse...

Primeiro Gonça é preciso tirar de uma vez os políticos corruptos que enchem as casas do sistema legislativo, Como fazer? não votando neles nas próximas eleições. O que é muito difícil que isso venha a ocorrer. O ex-presidente que sofreu o "inpeachment", voltou ao cenário político eleito senador da República e deve ser candidato a governador do seu estado de origem e vai ser eleito. A seguir seria o povo fazer o estado cumprir os artigos da Cosntituição de 88 porque está tudo previsto nos seus itens. Não é preciso fazer uma nova constituinte para mexer nela. Através de emendas constituicionais e leis ordinárias criamos um Brasil Novo.
Esse papo de "neoliberalismo"tá muito furado é melhor mudar o refrão que esse já era.

Rick disse...

A velha e golpista direita aliada aos neoliberais que querem assaltar ainda mais o Estado apropriou- dos protestos. Que aliás nao atrairam o povao. Só os cixinhas da elite