terça-feira, 23 de julho de 2013

Manifestações fizeram bater mais forte todos os corações.

por Eli Halfoun
Não basta apenas discutir a importância política e histórica das recentes manifestações. A voz do povo nas ruas nos deixou vários ensinamentos e de saída confirmou o velho ditado de que “o povo unido jamais será vencido”. Pode ser que esse grito heróico e importante não tenha ecoado fundo nos ouvidos e corações de quem tem o dever de fazer o país caminhar pra frente em busca de mais e maiores interesses sociais, que esses sim é que determinam a grandeza de um país justo e bem resolvido. É quase certo de que nem tudo o que se pediu nas ruas seja atendido e resolvido, mas de qualquer maneira ficará para sempre em todos nós a certeza de que podemos e precisamos gritar sempre. E nome de todas as pessoas.
As manifestações mostraram também que embora dividido por estados o país sabe unir-se quando se faz necessário e cantar a uma só voz por uma melhor vida para todos. Vândalos à parte agora temos a certeza de que podemos ser cada vez mais solidários e fazer conquistas coletivas. A grande lição das manifestações é aprender de que não é suficiente lutar apenas por interesses individuais. Cada um de nós é independente, mas se buscarmos o bem comum cada grito individual será o grito maior e mais ouvido de todos. Somos um todo e só assim e coletivamente é possível vencer obstáculos e buscar ações que beneficiem no plural e não apenas no singular como muita gente ainda faz.
Em meio aos milhares de jovens que se agruparam em todos os estados era possível encontrar alguns manifestantes mais velhos e essa é também uma lição importante: a de que não importa a idade jamais devemos perder a esperança. Os velhos gritaram como jovens e se fizeram jovens para lutar e vencer. Ninguém nunca estará tão velho e ultrapassado para luta. Muito menos para perder a fundamental esperança nas pessoas e na vida. Essa é a maior de todas as manifestações: a que sai não só da garganta, mas sim e principalmente de todos os corações. Cientificamente o coração envelhece, mas mesmo enfrentando problemas estará sempre jovem se estiver pulsando no ritmo do presente, mas e também em nome do futuro.
Os jovens foram sem dúvida fundamentais nas manifestações e mostraram que podemos acreditar intensamente na juventude e, portanto, no futuro. A verdade é que até as manifestações a juventude continuava desacreditada mesmo depois da mobilização dos caras pintadas que levou ao impeachment do então presidente Fernando Collor. Até as recentes manifestações era comum ouvir dizer que “os jovens de hoje são alienados” e que “os jovens não gostam de política” ou ainda “os jovens não gostam de ler”. Essas eram afirmações que faziam parte de um folclore injusto em torno da nossa atuante juventude.
A história desse país e do mundo está repleta de participações de jovens, mas agora com as recentes manifestações nossa saudável e atuante juventude voltou a nos mostrar que é confiável. A juventude brasileira é nota dez. É hora de descobrir o verdadeiro jovem que temos em casa.

Com as manifestações ficou a certeza de que daqui pra frente ouviremos muito menos afirmações que não correspondem plenamente à participação dos jovens em qualquer coisa. A garotada deu uma lição e mesmo quem estava nas manifestações sem saber exatamente porque experimentou um belo exercício de democracia e aprendeu que a verdadeira revolução democrática e de vida se exerce com a voz do povo. A voz dos jovens. É com eles que os mais velhos devem continuar gritando sempre em nome da esperança. Esperança em tudo e para todos. (Eli Halfoun)

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