por Eli Halfoun
O ex-presidente Lula
esperou a poeira baixar para falar sobre as manifestações. E falou: em artigo
publicado há dias no jornal “The New York Times”. O ex-presidente (e quem sabe
futuro) disse que “é preciso recuperar as ligações diárias com os movimentos
sociais e oferecer novas soluções para os novos problemas”. Disse mais: “As
manifestações são em grande parte resultado das implantações de medidas
sociais, econômicas e políticas no pais: na última década o Brasil dobrou o
número de estudantes universitários, muitos de famílias pobres e houve uma
redução drástica da pobreza e da desigualdade”. Será que houve mesmo?
Em seu artigo Lula discorda
dos que (e são muitos) atribuem a onda de protestos a uma rejeição política e
diz: “Eu acho que é precisamente o oposto: os manifestantes refletem um esforço
para aumentar o alcance da democracia, para incentivar as pessoas a participar
mais plenamente”. Lula escreve ainda que “a juventude quer a melhoria da
qualidade dos serviços públicos. Milhões de brasileiros, incluindo os da classe
média emergente, compraram seu primeiro carro e começaram a viajar de avião.
Agora o transporte público deve ser eficiente, tornando a vida nas grandes
cidades menos difícil”.
Lula também está atento à
importância das redes sociais e diz que os jovens querem ser ouvidos: “É
necessário pensar em novas formas de participação política e as instituições
devem usar as novas formas tecnológicas como forma de promover o diálogo com a
sociedade”.
É claro que o
ex-presidente não perdeu a oportunidade para a falar de sua pupila Dilma Roussef
e elogiou a presidente por propor um plebiscito para realizar as reformas
políticas no país e por pedir um compromisso nacional para melhorar a saúde, a
educação, o transporte público. Pedir é fácil. Importante é fazer e fazer mesmo
ninguém faz. Continuam apenas nos atropelando com palavras. (Eli Halfoun)
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