terça-feira, 30 de julho de 2013

Relaxe na maca, o doutor sumiu...

Nessa atual polêmica que envolve governo e médicos, há corporativismo de um lado e erros políticos de outro. Não havia necessidade de o governo incluir médicos de escolas privadas entre aqueles com obrigação de prestar serviço público durante dois a anos. Simples, bastava tornar essa prestação de serviço (que aliás e remunerada em níveis bem mais altos do que a média salarial dos brasileiros) compulsória apenas para estudantes de universidades públicas ou bolsistas do Prouni. Nesses casos, são médicos formados com recursos públicos e que devem esse retorno à sociedade. Essa é uma prática que existe em muitos países. Profissionais que ganham bolsas no exterior, por exemplo, assinam contratos que os obrigam a manter o vínculo público ou, se preferir ir embora, indenizar as instituições governamentais pelos gastos durante os cursos. Faz sentido. Mas o governo acertou ao convocar médicos brasileiros, exclusivamente, para contratação por municípios do interior. As inscrições estão em curso, houve boa resposta, embora maus profissionais tenham apresentado documentos falsos com o intuito de boicotar o programa "Mais Médicos". Em agosto, será aberta nova etapa de inscrições ainda para médicos brasileiros. Só depois, serão chamados médicos do exterior para preencher as vagas existentes. Há nítida carência de médicos no interior. A longo prazo, isso só será resolvido com a instalação de campus longe das capitais, com a intensificação da cotas sociais (o que tornará possível a formação de médicos menos elitistas em regiões mais carentes). Em curto prazo, a solução é importar médicos, coisa que muitos países fazem, não é invenção brasileira. Claro que os profissionais contratados devem ser testados. Aliás, médicos formados no Brasil também deveriam ser conferidos. O Conselho Regional de Medicina, de São Paulo, já faz exame não -obrigatório em recém-graduados e o índice de reprovação é espantoso: em sete anos de realização das provas 4.821 médicos se submeteram aos testes e quase metade (2.250) foi gongada. E olha que São Paulo, teoricamente, é um centro de excelência. Mas é curioso ver que os médicos detonam uma greve contra a sociedade mas se submetem como cordeiros, sem reclamar, à exploração que sofrem por parte dos planos de saúde e dos hospitais privados. Sabe-se que, para sobreviver, muitos médicos acumulam três subempregos privados. 

5 comentários:

Marta87 disse...

Na minha opinião, os médicos estão fazendo apenas politicagem. Bom que eles saibam que não são uma categoria assim tão bem avaliada pela população especialmente o povão. E também acho que médico que se forma em universidade publica ou é bolsista do governo ou retribui o que o povo faz por ele com seus impostos e aceita prestar um serviço que como vc diz é bem pago ou devolve o dinheiro que o país gastou com ele. Há muitos exemplos de péssimo atendimento por parte de profissionais até em hospitais particulares. É só perguntar a qualquer um da classe média que fica horas para ser atendido por médicos de planos de saúde.

debarros disse...

O pior que se constata nesse " ïmbroglio" na medicina é o corporativismo cerrado que as associações médicas impõem aos cidadãos. Médico podem cometer erros gravissimos, levando inclusive perdas de vidas, que nada lhes acontece. Nenhuma punição lhe é imposta. Depois de milhares de casos de negligência de atendimento médico, o caso da menina que morreu em hospital porque o profissional de plantão, no caso seria um neurologista, se não me engano, não foi trabalhar recebeu a punição devida ao ser demito do serviço público. e foi punido porque a imprensa ficou em cima cobrando uma solução para esse caso por demais grave que resultou na morte de uma menina.
Os médicos estão fazendo passeatas, em alguns estados, não para trazerem idéias para melhorarem o serviço médico, mas sim para manterem os seus privilégios e aumentos de salátios.

Hugo disse...

Os médicos, como todas as categorias, têm problemas? Claro. Mas estão agindo sem o menos espírito público. /transformaram-se em corporativistas furiosos. Fazem o Brasil ficar atrasado em relação às públicas públicas com o tal Ato médico cartorial que prejudica enfermeiros e terapeutas que prestam grandes serviços à população no interior exatamente onde os médicos mauricinhos não querem ir. Lutar pela melhoria da saúde pública é uma coisa, agir com politicagem e egoísmo é outra. A boa formação de um médico implica em técnica, humanismo e cidadania. Muitos, espero que não seja a maioria, estão devendo os três itens.

Cândido disse...

Os médicos estão lutando pelos seus direitos e pelos direitos da população brasileira

Holanda disse...

Mas para ir pro interior não é preciso apenas salário mas que o governo dê condições para que o médico trabalhe.