sábado, 4 de junho de 2011

Polêmica na ABL

por Gonça
Quem merece ser imortal da Academia Brasileira de Letras. Um autor reconhecido, com 17 obras publicadas, ou um colunista que lançou dois livros (uma coletânea de artigos publicados em O Globo e uma série de reportagens, este em co-autoria)? Para 25 acadêmicos, o segundo. Antonio Torres (que recebeu 13 votos) já causou impacto ao lançar seu primeiro livro, "Um cão uivando para a Lua". Mas foi com "Essa terra", de temática nordestina, considerado uma obra prima, em 1976, que o escritor baiano se consagrou. Torres tem obras publicadas na Alemanha, França, Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Israel, Holanda e Portugal. Entre outros livros, é autor de "Os homens dos pés redondos" e "Um táxi para Viena d’Áustria".
A ABL não o quis.
Ontem, o colunista Merval Pereira, agora acadêmico, foi um campeão nos trend topics da rede. Indignação, críticas à ABL, homenagens a Antonio Torres davam o tom da maioria. Houve quem lembrasse que na Academia o conchavo político quem manda. JK, por exemplo, teria sido derrotado porque sua eleição não interessaria à ditadura. Como um dos dois livros de Merval, jornalista identificado com a direita, é "Lulismo no Poder", que reune seus artigos na imprensa, a decisão da ABL também foi vista como uma opção política, não um reconhecimento a uma bagagem literária. O fato é que, seja a votação literária ou ideológica, Merval vai sentar na cadeira que pertenceu a... Moacyr Scliar. O gaúcho, falecido em fevereiro deste ano, estava na ABL com o respaldo de 13 livros de contos, 20 romances, 23 de obras de ficção infanto-juvenil, seis livros de crônicas, quatro ensaios, três prêmios Jabuti e um Casa de Las Américas. Tudo isso e mais uma láurea especial: era Moacyr Scliar.

7 comentários:

  1. Ridícula essa eleição. Daqui a pouco Tiririca chega lá.

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  2. Bem, não vamos dizer que por abordar sempre os fatos políticos, na sua coluna diária em um Jornal é que vamos dizer que Aderbal não mereceu ser eleito membro imortal da ABL. Nelson Pereira dos Santos também foi eleito e o que me parece escreveu só um livro e sempre foi na vida apenas um cineasta e ser cineasta faz dele um escritor?
    Não querem eleger o Ziraldo membro da Academia? Se escrever livros infantis torna alguém um escritor, então teremos muitas professoras e professores autores de livros, didáticos é verdade, mas considerados autores e como tais passíveis de se tornarem membros da ABL
    Acho que a ABL se tornou um clube e com shows de vez em quando, De repente poderemos ter na ACademia Domingueiras Dançante e posso apostar que os velhinhos que não faltam nas quintas-ferias pra tomarem o seu chazinho, vão dar pulinhos de alegria.

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  3. Não é por ser baiano que Antonio Torres deveria ser eleito mais um membro da Academia mas por seu talento indiscutível. Por ser na verdade um autêntico escritor.

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  4. Que importância tem ser da academia de letras? Que importância tem ser um Merval? Ambos se merecem. Mil e uma inutilidades.

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  5. Shakespeare disse: "Vaidade, teu nome é mulher".
    Não é bem assim. Os homens também são vaidosos e muitas vezes, mais que as mulheres.
    Ser membro da ABL atende à vaidade do homem. Se sente glorificado e imortal. Não é esse o sentido maior da Academia, para justificar a sua existência?

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  6. Nunca ouvi falar nesse tal de merval. Sob meia dúzia de indivíduos imortais que a toda hora morre um
    .

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  7. Feranda, já ouviu falar em Carlos Heitor Cony? Ele também foi eleito membro da ABL. É mais um imortal!

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