terça-feira, 3 de agosto de 2010

Deu no Globo: almoço da Manchete em Parada de Lucas... há 50 anos


por Gonça
Vai como curiosidade. A coluna "50 Anos", do Globo de hoje, focaliza um dos tradicionais almoços que Adolpho Bloch promovia em Lucas, na Frei Caneca e no Russell. Em 1960, os Marinho foram homenageados pelos 35 anos do jornal O Globo. Visitaram a gráfica e viram em funcionamento as modernas máquinas que naquele momento rodavam a Manchete e as demais revistas da Bloch. "Adolpho conduzia o enorme grupo e dava explicações", diz O Globo. Em 1960, a Manchete impulsionava um processo de modernização que a levaria, em cerca de quatro anos, a superar O Cruzeiro, então a maior revista semanal em circulação no Brasil.
O lado anftirião de almoços e jantares do Adolpho atravessou décadas como uma espécie de marca registrada da Bloch. O prédio do Russell, por exemplo, tinha três grandes restaurantes. O exagero motivou a piada, da época: "a Manchete é  um restaurante que faz revistas". Mesmo o almoço diário para os funcionários caprichava na variedade da oferta. Comandado pelo chef Severino, era point de bicões famosos, como conta o livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata). Escritores editados ou não editados, cineastas sem filme, pintores sem tinta, atores, atrizes desempregadas, muitos bem conhecidos, visitavam algum amigo nas redações e, assim como quem não quer nada, e por já estar ali na hora do rango, descolavam um empadão de camarão, uma rabada, a feijoada das sextas, macarrão al dente com porpetas...
Durante anos, as refeições foram 0800 para os empregados. Acho que lá pelo final dos anos 70, a gratuidade acabou. Começou a era dos tiquetes que eram adquiridos no DP. Foi assim, sem querer querendo, e bom enquanto durou, que a Manchete se tornou uma espécie de bandejão pioneiro da intelectualidade duranga carioca.

2 comentários:

  1. Os almoços na Manchete, no espaço imenso que ficava no quarto andar, atrás do palco do teatro à beira da pisicina, tudo isso num piso de mármore com mesas redondas, também de mármore, ás vezes ao som de um belíssimo e enorme piano de cauda, digeríamos uma famosa carne-seca com abóbora ou uma frigideira de siri, ás vezes camarão com xuxu e pra ficar mais diferente, Severino nos presenteava um almoço de frios, decorando uma mesa, enorme, com os mais variados tipos de frios então conhecidos. Nas sextas-feiras a feijoada – que ficou famosa no Rio de Janeiro – era o prato servido por Adolpho com requintes gastronomicos.
    Belos almoços, belas horas degustando os acepipes que Adolpho nos dava, diria até com certa alegria.
    Conta-se na história de vida de Adolpho Bloch, que ele teria passado fome em determinada época na Ucrânia, sua terra natal. Mas isso 'é uma outra história. Almoçar na Bloch era presente dos deuses.

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  2. debarros, lembra que uma repórter foi certa vez demitida porque jogou um prato de comida na bancada, me parece que pediu mais e o garçom recomendou que a moça comesse antes o que estava servido e voltasse à bancada que ele serviria mais? algo assim.

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