por Eli Halfoun
Na hora da despedida nada é mais carinhoso e emocionante do que um forte e sincero abraço. É isso o que os jornalistas farão nessa terça-feira (31 de agosto de 2010) na Cinelândia no encontro de abraço coletivo ao Jornal do Brasil que depois de 100 anos faz circular seu último exemplar impresso. O JB continuará em formato digital que pode até ser uma nova alternativa jornalística, mas jamais terá a emoção e o impacto do jornal de papel. O Jornal do Brasil está “vendendo” a mudança, que é apenas uma determinação financeira como um avanço para os novos rumos da mídia digital. Pode ser que esse chamado avanço até console o JB a se autodenominar pioneiro na nova era do jornalismo, mas sabemos que não é bem assim. O Jornal do Brasil bem que gostaria de poder continuar recheando, como fez ao longo da história do país, as bancas, mas sucumbiu diante de uma verdade incontestável; falta de dinheiro. De resto mesmo em momentos de crise financeira intensa nunca lhe faltou seriedade e competência jornalística. Assim mesmo não deu.
Nessa hora de agonizantes últimos momentos, que certamente estão fazendo chorar os profissionais que deixaram anos de suas vidas na redação do jornal, o JB se impõe com novos projetos a conquistar, entre os quais o de lançar breve também uma versão digital em língua estrangeira, “com base no ideal de ser o primeiro jornal sobre o Brasil feito por brasileiros e produzido nas línguas mais faladas do mundo”. O Jornal do Brasil está buscando parcerias promocionais “que permitirão aos assinantes adquirir a valores subsidiados seus primeiros leitores digitais”. Que não sejam também os últimos como estão sendo os leitores da edição de hoje da versão impressa que sem dúvida deixará saudades. Como o Jornal do Brasil está deixando também muitos ensinamentos. E não só jornalísticos.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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2 comentários:
Interessante. Não me lembro de ter ouvido, lido e visto tantos adeus emocionados e chorosos com o fechamento do O Cruzeiro e anos mais tarde na falência da Manchete.
Lânguidos soluços são derramados pranteando a morte do JB. Está bem. O jornal merece todas essas lágrimas. Marcou uma época. Formou jornalistas e fotógrafos da melhor estirpe. Mas gente, por mais que se chore ele não voltará mais. A sua época acabou, marcante mas acabou. Tantos jornais no Rio fecharam e hoje, se conseguirem se lembrar de cinco, será muito.
Mas continuo a me intrigar com tanto choro e quase vela, porque nos dias de hoje a vela não existe mais. Basta o choro.
Preferia que o JB continuasse em todas as versões: impressa e digital.
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