sábado, 28 de agosto de 2010

Informática criou um jornalismo veloz e mentiroso. Principalmente nas imagens

por Eli Halfoun
Mesmo as pessoas que ainda resistem a utilização da informática como ferramenta de trabalho reconhecem que os avanços tecnológicos do setor nos dão cada vez mais facilidades. A informática está servindo também para, via internet, abrir democraticamente um leque das mais variadas opiniões via blog, site, twitter e afins. A informação também ganhou maior velocidade fazendo com que a televisão e até o rádio passem a ser uma espécie de suíte do que a internet veiculou imediatamente. Os jornais impressos parecem jornais de ontem quando se limitam a dar apenas a mesma noticia nua e crua.
Talvez esse seja o momento do jornalismo impresso rever seus métodos, ou seja, fazer de qualquer informação uma seqüência da notícia, de preferência opinativa porque decididamente não dá mais para concorrer com a velocidade que a internet imprimiu aos acontecimentos. Se por um lado a informática modernizou e agilizou os veículos de comunicação, por outro ajudou a criar um jornalismo de mentira se não no noticiário certamente nas imagens. Hoje é possível juntar duas pessoas em uma mesma foto mesmo que elas jamais tenham se conhecido, publicar essa imagem, e fazer um falso fotojornalismo já que tal foto será apenas fruto da facilidade do photoshop. Não faz muito tempo (e eu sei bem disso) era uma dificuldade juntar, por exemplo, dois artistas da mesma novela em uma foto de capa. Ou os artistas se recusavam a posar ou os horários não combinavam. Agora é possível buscar um ator do elenco de uma novela e juntá-lo ao de outra novela como se tivessem posado para a foto. Não posaram e, portanto, a publicação da foto não deixa de ser um jornalismo mentiroso, assim como também é quando permite eliminar uma pessoa de qualquer foto como se simplesmente ela nem existisse. Nada contra o photoshop quando utilizado para melhorar a qualidade de uma foto, mas quando esse mecanismo passa a ser utilizado para deixar uma mulher gorda com corpinho violão ou qualquer atriz ou modelo sem nenhuma celulite ou outra marca que faz parte da vida, aí é uma foto falsa e, portanto, também um jornalismo de mentirinha. Jornalismo é coisa séria e, com ou sem informática, precisa ser tratado em todos os aspectos com seriedade.

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