terça-feira, 13 de julho de 2010

Jogo dos sete erros

por Gonça
A presidente do Flamengo, Patricia Amorim, pediu ao elenco que tenha o pavoroso "caso Bruno" como lição e exemplo. Está certa. Esse triste episódio tem mesmo muito a ensinar a muita gente. A própria presidente do Flamengo deve ter se arrependido de passar a mão na cabeça e sair em fotos abraçando carinhosamente, quase maternal, jogador que se envolveu em polêmicas. Clubes, torcedores e patrocinadores, especialmente, não devem relevar certos comportamentos e claras associações perigosas. Ídolos, como jogadores de futebol, são exemplos para milhões de crianças e adolescentes. Ser criado em um determinado lugar e alegar cultura e raízes para conviver com bandidos não é justificativa ou, se o fosse, seria uma tremenda injustiça com milhões de pobres que são obrigados a residir em áreas violentas e nem por isso aderem, demonstram apoio público ou se submetem aos "donos do pedaço" que administram a crueldade e a matança na área. Que o "caso Bruno" seja, sim, um exemplo para cartolas e patrocinadores. Que contratos milionários tenham dispositivos para rápida anulação nesses casos emblemáticos de envolvimento em crimes. Se a justiça não enjalaula bandidos de chuteira que se julgam acima de todos, que, pelo menos, clubes e patrocinadores esvaziem seus respectivos bolsos. Está na hora, também, de os próprios atletas - a imensa maioria honestamente dedicada ao futebol -, driblarem o corporativismo e zelarem pela própria imagem. Nesse sentido, as opiniões do técnico Muricy Ramalho, treinador do Fluminense e um dos cotados para assumir a seleção, publicadas no Globo de hoje, não ajudam em nada. A repórter Tatiana Furtado pergunta: "Se tivesse que escolher entre um craque indisciplinado taticamente ou um jogador obediente, mas não tão bom?". Muricy responde: "Se ele chegar no jogo, tem essa fama de crauqe e mostra no campo, não precisa nem treinar. Deixo ele na sauna, na massagem." Mora na filosofia? É isso aí. Mão na cabeça, tapinha nas costas, certos caras começam a se sentir acima do bem e do mal. Assim paparicados, tão logo descalçam as chuteiras, vão para casa e pra night e continuam se sentindo donos do mundo.  

2 comentários:

debarros disse...

É preciso que os presidentes, diretores de clubes entendam que os jogadores de futebol são antes de tudo um empregado do clube e como tal essa relação deve ser seguida. O clube tem um compromisso responsável diante dos seus asssociados porque é deles que vem, basicamente, com as mensalidades pagas, o sustento do investimento no seu patrimônio.
Ora, o jogador, enquanto craque de futebol, é um investimento muito alto, mas isso não o isenta de cumprir as suas obrigações de empregado do clube e de manter um comportamento idôneo e responsável. O seu mal comportamento, na sua vida privada, vem refletir pesadamente contra o clube que ele defende as cores, como o que está acontecendo hoje, com o Flamengo. no caso Bruno.

wilson disse...

e de se lamentar que um tecnico experiente como o Muricy tem essa opinião. Isso incentiva comportamentos e atitudes que não são de atletas. Espero que esse treinador não vá para a seleção.